Autor Tópico: Estatais nos EUA  (Lida 17521 vezes)

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #225 Online: 24 de Outubro de 2008, 13:27:52 »
Parece que a Islândia, salvo engano com o maior IDH do mundo, quebrou...


Nem Jesus salva agora, só o FMI...
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #226 Online: 25 de Outubro de 2008, 10:48:19 »
Parece que a Islândia, salvo engano com o maior IDH do mundo, quebrou...

Nem Jesus salva agora, só o FMI...


Putz!
Sera que tinha queixo de vidro?
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #227 Online: 28 de Outubro de 2008, 09:20:59 »
Perdas globais podem chegar a US$ 2,8 tri

O Banco da Inglaterra (o banco central britânico) estimou nesta terça-feira que as perdas globais decorrentes da atual crise financeira podem chegar a 2,8 trilhões de dólares - valor equivalente a cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial (54,3 trilhões de dólares). O órgão avaliou, no entanto, que as intervenções excepcionais dos governos e bancos centrais do mundo todo podem ajudar a estabilizar o sistema bancário. 
A estimativa do Banco da Inglaterra é cerca de duas vezes maior que a anterior, feita em maio pelo órgão. Para o vice-governador da instituição, John Gieve, a instabilidade do sistema financeiro global nas últimas semana tem sido "a mais severa de que se tem lembrança". "E com a recessão econômica mundial em andamento, o sistema financeiro continua sob pressão", afirmou o vice-governador, segundo reportagem da agência de notícias Reuters.
O Banco da Inglaterra alertou ainda que grandes riscos ameaçam o sistema financeiro mundial. "Precisamos de uma revisão fundamental de como administrar o risco sistemático internacional", disse Gieve, acrescentando que serão necessárias maiores contenções na economia. Segundo o vice-governador, os cerca de 4 trilhões de dólares que os governos do mundo todo injetaram nos bancos e mercados para conter a crise deverá conter acalmar o sistema financeiro.
Na tentativa de aquecer a economia, o Banco da Inglaterra deverá cortar as taxas de juros na próxima semana. Antes disso, também é esperado, na quarta-feira, o anúncio de um novo corte das taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano). O Banco Central Europeu deve fazer o mesmo.

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/perdas-globais-podem-chegar-us-2-8-tri-395620.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #228 Online: 20 de Novembro de 2008, 13:40:29 »
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20/11/2008 - 09h53
Situação de desemprego é 'crítica' na China, diz governo

da BBC Brasil

O número de desempregados na China chegou a 4% da população economicamente ativa nos dez primeiros meses deste ano, chegando a um nível considerado "crítico" pelo ministro de Recursos Humanos e Estabilidade Social, Yin Weimin.

O número absoluto de desempregados é provavelmente maior, pois trabalhadores imigrantes não foram computados na estatística, embora representem mais de 200 milhões na força produtiva do país.

"Atualmente, a situação é critica, e o impacto (da crise econômica) ainda está se desenvolvendo", disse Yin.
O governo estima que o índice de desemprego fechará o ano em 4,5%. Em 2007, o índice foi de 4%.
O ministro reforçou que a principal preocupação de Pequim é garantir que chineses não serão demitidos em massa, causando maior instabilidade social, uma vez que diversos protestos já eclodiram em cidades diferentes.

Na terça-feira, o governo anunciou uma proibição a demissões de mais de 40 empregados. Empresas nas províncias de Shandong e Hubei que quiserem mandar embora um grupo maior de funcionários terão de pedir autorização para o governo antes de tomar a medida.

Crise

Milhares de empresas de pequeno e médio porte e até mesmo algumas de grande porte, listadas na bolsa de valores de Hong Kong, fecharam as portas nos últimos meses por não conseguir suportar a queda nas exportações causada pela crise mundial.

Setores que demandam trabalho intensivo, como calçados, brinquedos e roupas, foram os mais atingidos até o momento.

O vice-ministro de Recursos Humanos e Estabilidade Social, Zhang Xiaojian, afirmou que o pior ainda está por vir e que o primeiro semestre de 2009 apresentará níveis de desemprego maiores ainda.

"No ano que vem, o número registrado de desempregados deverá certamente aumentar", afirmou.
O governo anunciou que vai tomar providências para tentar mitigar o aumento de desempregados, provendo treinamento para os trabalhadores e montando uma central de anúncios de emprego.

A intenção é garantir que o nível de criação de novos empregos possa abraçar os desempregados e novos trabalhadores que entram no mercado a cada ano, mas esta tarefa não é fácil dada a esperada desaceleração do crescimento da economia para 8% ao ano.

Os sinais até agora são positivos neste sentido. Nos dez primeiros meses de 2008, cerca de 10,2 milhões de novas vagas foram criadas nas cidades, 200 mil a mais do que as 10 milhões de vagas inicialmente projetadas.

O ministro Yin estima que a partir do segundo semestre de 2009 as medidas de incentivo mostrarão resultados e o nível de desemprego deixará de ser um problema à estabilidade do país.

Nem as fábricas chinesas movidas a trabalho semi-escravo e sem tributação estão aguentando... Isso mostra também que a China é mais fraca do que se imagina, o mercado interno deles é fraco. São viciados e dependentes de exportação.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #229 Online: 20 de Novembro de 2008, 20:38:38 »
São socialistas se apoiando no ombro de capitalistas?

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #230 Online: 02 de Dezembro de 2008, 21:08:59 »
EUA estão em recessão desde 2007, diz instituto
 
A economia americana está em recessão desde dezembro de 2007, segundo análise do NBER (Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês), um dos principais órgãos de pesquisas econômicas dos Estados Unidos.

Apesar de ser um instituto privado, a avaliação do NBER é geralmente aceita como um veredicto oficial que determina se o país está ou não em recessão.

Para o comitê do NBER, que complia dados ligados a ciclos econômicos, a atual recessão já dura mais de 12 meses, e é a terceira mais longa que os Estados Unidos já enfrentaram desde a Grande Depressão da década de 1930.

O órgão não obedece o critério adotado pela maior parte dos economistas de caracterizar como recessão períodos de dois trimestres seguidos de declínio econômico.

Para o NBER, "uma recessão constitui um declínio considerável da atividade econômica em diferentes setores da economia por um longo período e que pode ser visto normalmente em setores como produção, empregos, salários e outros indicadores".

Segundo o instituto, uma recessão tem início quando a economia atinge o ápice de sua atividade e deixa de crescer, uma fase que o NBER identifica ter sido alcançada pela economia do país em dezembro de 2007.

O órgão diz ter observado "dezembro de 2007 como o mês de pico, após determinar que o declínio da atividade econômica registrado em seguida foi longo o suficiente para ser caracterizado como uma recessão".

O NBER foi criado em 1920 e publicou o seu primeiro relatório sobre os ciclos econômicos em 1929.

De acordo com o instituto, a recessão atual já é mais longa do que as de 2001 e de 1990, que tiveram duração de oito meses cada uma.

O NBER afirma não ter uma estimativa sobre o período de tempo que a recessão na economia americana poderá durar.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081201_euaeconomiarecessaobg.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #231 Online: 03 de Dezembro de 2008, 21:40:04 »
"Os bancos terão de ser mais regulados"

De todos os economistas brasileiros, nenhum publicou tantos papers internacionais quanto o professor Aloísio Araújo, do Instituto de Matemática Pura Aplicada e da Fundação Getulio Vargas, que reuniu, nesta semana, quatro vencedores do Nobel, no Rio de Janeiro. Nas discussões, um tópico se destacou: a regulação bancária, em função da crise global. À DINHEIRO, o professor, ele próprio especialista no tema, afirmou que já se formou um novo consenso: o de que o setor financeiro, sensível a crises de confiança, não pode se auto-regular. Isso não significa, no entanto, um revés na globalização e no pensamento liberal, diz ele. "A abertura comercial só trouxe benefícios à economia mundial", afirma. Leia a seguir sua entrevista.

DINHEIRO - O que explica a crise? Excesso de liberalismo na economia?
ALOÍSIO ARAÚJO - Um problema dessa dimensão não pode ser resumido a poucos fatores. Há várias causas que se somam. Mas uma delas, na minha visão, é o excesso de intervenção na economia - e não o contrário.

DINHEIRO - Como assim?
ARAÚJO - No setor imobiliário americano, havia duas instituições garantidoras, Fannie Mae e Freddie Mac, que não são totalmente privadas nem públicas. São uma coisa híbrida. Elas davam garantia aos empréstimos imobiliários, o que minimizava a percepção de risco dos agentes privados. Depois, havia um grande lobby democrata no Congresso, para que as instituições financeiras estendessem os empréstimos imobiliários às populações de baixa renda.

DINHEIRO - Gente que não teria acesso ao crédito em situações normais?
ARAÚJO - Não sei dizer, mas o fato é que, com esses incentivos, alimentouse uma situação distorcida. Ao mesmo tempo, bancos de investimento pegavam as operações e as multiplicavam, criando seus derivativos, que somam dezenas de trilhões de dólares.

DINHEIRO - Mas isso não é prova da falta de regulação?
ARAÚJO - Falta de regulação não significa falta de intervenção. A situação do mercado imobiliário foi conseqüência das políticas públicas colocadas em ação. Mas, de fato, agora se percebe que há a necessidade de mais regulação no sistema financeiro internacional.

DINHEIRO - Isso significa o colapso da visão liberal sobre os mercados?
ARAÚJO - Se você considerar como visão liberal o pensamento do economista austríaco Friedrich Hayek, talvez a resposta seja verdadeira, porque ele defendia que o sistema financeiro poderia se auto-regular. Mas se você olhar para o Milton Friedman, não menos liberal, ele dizia que o setor financeiro deveria ser o mais regulado de todos. Desconfio até de que a regulação que sairá da crise não será tão dura quanto o Friedman gostaria.

DINHEIRO - Por que o Milton Friedman tinha essa visão?
ARAÚJO - Por uma razão simples. Os bancos estão sempre descasados. Eles têm uma captação curta e emprestam a prazos longos. Além disso, podem se alavancar. Por isso, estão sujeitos a crises de confiança. E, quando essas crises de confiança se instalam, eles reduzem o capital dos bancos e produzem a contração do crédito, com efeitos seríssimos sobre a economia. Exatamente o que estamos vendo agora.

DINHEIRO - Como o sr. vê as medidas para enfrentar a crise de liquidez?
ARAÚJO - É curioso olhar para trás e lembrar que, em 2004, o Henry Paulson, que ainda era presidente da Goldman Sachs e não secretário do Tesouro americano, foi ao Congresso para pedir aos parlamentares que reduzissem as regras e os controles sobre os bancos de investimento. Seu argumento era o de que o excesso de regulação comprometia a inovação financeira. Depois do que aconteceu, ele teve de rever suas posições.

DINHEIRO - E o plano que ele próprio propôs, de usar US$ 700 bilhões para comprar títulos dos bancos?
ARAÚJO - Era confuso, de difícil implementação e poderia gerar um problema para o sistema financeiro.

DINHEIRO - Por quê?
ARAÚJO - A idéia era dar liquidez aos títulos imobiliários dos bancos, criando um mercado secundário para os papéis. Só que isso iria precificar os títulos e os bancos teriam de marcálos pelo valor real no balanço. A conseqüência poderia ser prejuízos ainda maiores às instituições financeiras. As coisas começaram a melhorar quando o Gordon Brown, na Inglaterra, partiu para a capitalização direta dos bancos. Tanto que até os Estados Unidos adaptaram seu plano.

DINHEIRO - E a decisão de deixar o Lehman Brothers quebrar. Foi ou não um grande erro?
ARAÚJO - Fazer a análise a posteriori é sempre mais fácil. Mas lá, no calor da hora, é mais difícil decidir. Se o Lehman tivesse sido salvo, poderiam dizer que o dinheiro público, do Tesouro, das famílias americanas estaria sendo usado para resgatar banqueiros irresponsáveis. Reforçaria a idéia da socialização dos prejuízos.

DINHEIRO - Mas a socialização acabou acontecendo de qualquer maneira.
ARAÚJO - Sim, é verdade, e é por isso que o tema da regulação se tornou tão atual. O objetivo deve ser evitar que novas crises como essa se repitam.

DINHEIRO - O mea-culpa de Alan Greenspan, que era o "maestro" dos mercados, o surpreendeu?
ARAÚJO - Acho injusto atribuir a responsabilidade pela crise a uma pessoa. O Greenspan acreditava num mercado mais livre, menos regulado, mas ele era uma peça. Até mesmo culpar o governo do presidente George W. Bush me parece equivocado, porque, como eu disse, quem mais pressionou para alargar o mercado de crédito para aqueles que não poderiam pagar foram os congressistas democratas.

DINHEIRO - O encontro do G-20, na semana passada, trouxe contribuições positivas para esse debate?
ARAÚJO - Houve vários pontos importantes. Um deles, a necessidade de uma supervisão global sobre os bancos. Tomemos, por exemplo, o caso dos bancos europeus. Na Europa, as instituições financeiras são mais reguladas, mas acabaram se expondo a riscos nos Estados Unidos. Os bancos brasileiros ficaram de fora da crise, porque são menos internacionalizados. Outro ponto discutido no G-20 foi a questão dos bancos de investimento, que provavelmente terão que se submeter aos mesmos controles das instituições comerciais. E houve ainda a questão que mais interessa ao Brasil, que é a necessidade de incluir os emergentes na discussão dos problemas e das soluções. São países que têm um trunfo na mão, que é sua própria liquidez externa, em termos de reservas cambiais.

DINHEIRO - A quantidade de reservas pode ser um critério para definir o poder dos países em organismos como o FMI?
ARAÚJO - Acho que não só as reservas. A Rússia, por exemplo, hoje tem uma posição confortável, mas vem perdendo reservas em função da queda do preço do petróleo. Acho que se deve levar em conta ainda fatores como PIB, população, crescimento, etc.

DINHEIRO - O Brasil tem se portado bem diante da crise externa?
ARAÚJO - Em linhas gerais, a gestão econômica brasileira tem sido muito boa nos últimos anos. E as medidas recentes adotadas pelo Banco Central também apontam na direção correta, que é a de garantir liquidez no mercado interno. Os compulsórios, no Brasil, são muito altos e deveriam cair mesmo. Mas é importante que se diga que não temos um problema de crédito como lá fora. Aqui, o crédito representa 38% do PIB e tem que continuar crescendo. Nos Estados Unidos, era da ordem de 300% do PIB.

DINHEIRO - Como o sr. avalia o sistema financeiro brasileiro?
ARAÚJO - É sólido e bem menos alavancado do que no resto do mundo, o que significa que há espaço para ampliar o crédito sem gerar distorções.

DINHEIRO - E as conseqüências da crise na economia real? O cenário de uma nova depressão pode ser descartado?
ARAÚJO - Não gosto de falar em depressão, até porque é difícil defini-la. Certamente, haverá alguma queda de PIB nos países desenvolvidos e os emergentes continuarão ganhando espaço na economia mundial. Mas isso não significa o colapso da globalização. Se tivermos um ou dois anos de retração, que peso isso terá quando levarmos em conta todos os anos anteriores de crescimento?

DINHEIRO - Mas hoje estaríamos em que estágio da crise? O elevador está descendo ou subindo?
ARAÚJO - Acho que ainda tem muita notícia ruim para aparecer. Problemas de crédito podem surgir em outros segmentos do mercado americano. Mas desta vez, diferentemente do passado, há uma ação coordenada dos principais governos do mundo.

DINHEIRO - Isso elimina riscos maiores, como a volta do protecionismo?
ARAÚJO - Não sei se elimina, mas afasta. Todos que estudaram a Grande Depressão hoje são unânimes em dizer que a adoção do protecionismo comercial acentuou a crise de 1929, em vez de ajudar a resolvê-la. E, na reunião do G-20, na semana passada, falou-se em dar um impulso à Rodada Doha e também numa moratória que impeça medidas protecionistas.

DINHEIRO - Como o sr. avalia a vitória de Barack Obama?
ARAÚJO - O que eu vejo como positivo é a eleição de um governo legítimo, com maioria no Senado e na Câmara, e em condições de enfrentar a crise.

DINHEIRO - O sr. trouxe ao Rio vários vencedores do Nobel de Economia para um ciclo de debates. Qual a importância do encontro?
ARAÚJO - Isso me entusiasma. Hoje, nossos estudantes podem estar atualizados com a fronteira do conhecimento na área econômica. Aqui, por exemplo, teremos grandes especialistas em regulação não só do sistema financeiro, mas de vários setores, o que tem aplicações, por exemplo, nas agências reguladoras e no estudo das fusões empresariais.

DINHEIRO - Ao longo dos anos, o sr. colaborou com algumas equipes econômicas, mas à distância. Por que nunca quis ir para o governo?
ARAÚJO - Fui chamado no fim da década de 90, pelo Armínio Fraga, para ajudar no desenho da nova lei de falências, que teve um impacto positivo no mercado de crédito. Outro ex-aluno, o Marcos Lisboa, teve um papel importante na implementação das reformas microeconômicas. Mas a minha ambição, desde cedo, sempre foi a de construir uma carreira sólida na área acadêmica, alinhada com as discussões internacionais. Dez anos atrás, por exemplo, nós fizemos um grande encontro de economistas como esse no Rio de Janeiro e trouxemos vários pesquisadores. Depois, cinco que estiveram aqui ganharam o Nobel. Dos que estão desta vez, acho que há uns três com chances reais.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/582/artigo117118-1.htm

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #232 Online: 04 de Dezembro de 2008, 19:05:34 »
Relatório aponta falta de fiscalização em pacote dos EUA
 
O pacote de US$ 700 bilhões do governo americano para socorrer instituições financeiras afetadas pela crise econômica tem sido adotado sem a fiscalização adequada, de acordo com o órgão de auditoria do Congresso dos Estados Unidos - o General Accounting Office (GAO).

O relatório do GAO afirma que o Tesouro americano "não tem políticas ou procedimentos para garantir que as instituições estão usando os investimentos de capital para cumprir os objetivos do pacote".

O documento diz que grandes bancos revelaram que o investimento do governo não tem sido visto de maneira diferente de qualquer outro capital e é usado para "fortalecer a base de capital, fazer aquisições e empréstimos para indivíduos e instituições".

O GAO questiona se o Tesouro tem sido capaz de monitorar a atuação dos bancos e afirma que nenhum banco teve seu pedido de ajuda recusado.

Desafio

"A rapidez da implementação e a natureza do programa prejudicaram os esforços para implementar um sistema abrangente de controle interno", afirma o relatório.

Mas o responsável do Tesouro pelo pacote de resgate, Neel Kashkari, diz que não há necessidade de se acompanhar como os bancos individualmente estão gastando o dinheiro e que "o Tesouro fez esforços significativos para garantir a transparência e a boa comunicação".

O GAO reconhece que medir o impacto do programa nos mercados de crédito será "um desafio" já que foram tomadas uma série de medidas, tanto nos Estados Unidos como no exterior para estabilizar os mercados.

No entanto, o relatório afirma que existem alguns indicadores que devem sinalizar se o programa está funcionando bem, incluindo a diferença nas taxas de juros oficiais e as cobradas pelos bancos, assim como o valor das hipotecas e o número de imóveis retomados por instituições financeiras porque seus proprietários não honraram os pagamentos de hipotecas.

Até agora, de acordo com o órgão de fiscalização do Congresso, nenhum destes indicadores se mostrou positivo.

Críticas

Em relação à redução do número de imóveis retomados, uma das metas explícitas do Congresso ao aprovar o plano, o GAO diz que até agora o Tesouro "não anunciou nenhum programa específico", apesar de ter afirmado que vai trabalhar junto a instituições de crédito para "alcançar agressivas modificações nos empréstimos".

A falta de progresso em ajudar proprietários de imóveis provocou críticas de membros do Congresso americano.

"O decepcionante relatório do GAO torna claro que a implementação do programa não é transparente o suficiente e não presta contas ao contribuinte americano", a disse presidente do Congresso americano, Nancy Pelosi.

O Congresso criou uma comissão de cinco pessoas para monitorar o programa. Os indicados devem divulgar suas primeiras conclusões no dia 10 de dezembro.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081203_pacote_rc.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #233 Online: 06 de Dezembro de 2008, 17:08:33 »
Brasil será menos afetado entre grandes economias, diz OCDE
 
O Brasil é a única grande economia analisada no Indicador Composto Avançado (CLI, na sigla em inglês), divulgado nesta sexta-feira pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que, segundo uma previsão da organização, não terá uma forte desaceleração de sua atividade econômica nos próximos seis meses.

Para o Brasil, a OCDE prevê uma “leve desaceleração”. Já em relação à China, Índia e Rússia, as perspectivas de crescimento econômico para os próximos seis meses “se deterioraram consideravelmente” e esses países agora “devem enfrentar uma forte desaceleração”, segundo a organização.

Ou seja, a economia desses países continuará crescendo, mas terá uma frenagem acentuada, de acordo com as conclusões do Indicador Composto Avançado, elaborado para detectar viradas no ciclo econômico.

Para o economista brasileiro Marcos Poplawski Ribeiro, professor de finanças internacionais do Instituto de Estudos Políticos de Paris e pesquisador do Centro de Estudos, Perspectivas e Informações Internacionais (Cepii, na sigla em francês), o cenário econômico mais otimista em relação ao Brasil pode ser explicado pelo fato de que a demanda interna continua forte no país.

“A diminuição do crédito no Brasil já acontece, mas ela ainda não é tão forte como nos outros países. Por enquanto, os consumidores brasileiros continuam comprando, o que estimula a atividade econômica”, disse Ribeiro à BBC Brasil.

A questão, segundo ele, é saber quanto tempo o consumo interno poderá continuar aquecido. “Os dados atuais de fuga de capital externo do Brasil devem levar a uma diminuição mais acentuada do crédito, o que causará a redução da demanda”.

Segundo ele, a diminuição do crédito, a redução das exportações brasileiras e a queda nos preços das commodities podem começar a ter impacto mais acentuado no crescimento econômico do Brasil somente a partir da metade do próximo ano.

Cálculos

Para os cálculos do Indicador Composto Avançados, a OCDE se baseia em diferentes indicadores de movimentos econômicos de curto prazo ligados ao PIB. O nível de 100 pontos é utilizado como referência para classificar o nível de atividade econômica.

Os países que sofrerem queda e ficarem com CLI abaixo de 100 recebem a classificação de "desaceleração".

Dos 35 países analisados no Indicador Composto Avançado (29 países membros e seis não membros da OCDE), o Brasil é o único que escapa da previsão de forte desaceleração econômica.

O indicador em relação ao Brasil diminuiu 0,3 ponto em outubro de 2008 e é 0,4 ponto menor do que o registrado há um ano, segundo os dados anunciados nesta sexta-feira pela OCDE, com sede em Paris.

Mas o índice do Brasil é de 103,6 - que rendeu ao país a classificação de "leve desaceleração" pela OCDE - enquanto os das demais economias analisadas estão abaixo de 100.

No caso da China, o indicador diminuiu 1,7 ponto em outubro deste ano e está 7 pontos abaixo do nível verificado há um ano.

O Indicador Composto Avançado da Índia caiu 1,1 ponto em outubro e está 6,6 pontos abaixo do observado no período de um ano.

A maior queda ocorre em relação à Rússia. Segundo a OCDE, o índice caiu 4 pontos em outubro passado e 10,5 pontos em relação ao ano passado.

Brasil, China, Índia e Rússia não são membros da organização, que reúne 30 países. A OCDE também prevê uma forte desaceleração econômica nos países ricos nos próximos seis meses.

Os Estados Unidos tiveram uma queda de 1,2 ponto em outubro e de 6,6 pontos no nível registrado há um ano.

O indicador da zona euro revela diminuição de 0,9 ponto em outubro e de 6,3 pontos no último ano.

Em outubro, o Indicador Composto Avançado em relação ao Japão teve queda de 0,9 ponto e está 3,3 pontos abaixo do nível registrado há um ano, segundo a OCDE.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081205_relatorioocdedf_ba.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #234 Online: 31 de Janeiro de 2009, 22:55:55 »
Rédeas curtas para o touro

O mercado financeiro, a começar por Wall Street, precisa de regras mais rígidas. Obama já tem um plano para isso


TOURO EM NOVA YORK: abalado pela crise do subprime, centro financeiro deve ser mais regulado

O mundo das finaças nunca mais será o mesmo após a crise de 2008. Ainda é cedo para dizer que tipo de sistema financeiro global vai emergir das cinzas do subprime, o crédito de alto risco que virou a farra do boi e quebrou bancos nos Estados Unidos e na Europa, jogando o mundo desenvolvido nos braços da depressão econômica e freando o crescimento dos países emergentes. Mas uma coisa é certa: a era dos megabancos acabou e os gigantescos nãobancos, como fundos de hedge e de private equity, serão laçados e supervisionados pelos órgãos reguladores. Os tempos de risco excessivo, regulamentação ineficiente e supervisão frouxa ficarão para trás, soterrados nos escombros de Wall Street e da City de Londres. O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, já tem em mãos uma lista de recomendações radicais para enquadrar os banqueiros e gestores de investimentos de seu país e também dos outros participantes da ciranda financeira global, como o Brasil. Os conselhos que recebeu não podem mais conter a crise atual - mas a próxima, quem sabe.

As cartas estão na mesa. Seja em Washington, seja em Nova York, Londres ou Davos, a tônica do debate gira em torno da restrição das liberdades e da criatividade que marcaram os mercados financeiros nos últimos anos. Se de um lado o ambiente permissivo resultou na expansão dos mercados de capitais e irrigou durante anos as economias e as empresas com recursos abundantes, de outro o uso irresponsável dos instrumentos derivativos - como os pacotes de títulos lastreados em hipotecas imobiliárias nos EUA e os contratos cambiais tóxicos no Brasil - pelos bancos e pelas companhias culminou na explosão de mais uma bolha histórica, numa destruição de riqueza sem precedentes. É preciso tomar medidas que vão além dos pacotes de estímulo econômico e de resgate de instituições grandes demais para quebrar (que o Prêmio Nobel Paul Krugman chama ironicamente de bancos mortos-vivos, como o fictício Gothamgroup). Os alertas do megaespeculador George Soros, que há tempos defende amarras para os hedge funds, finalmente ecoam nos centros do poder mundial. "Se não houver uma reestruturação do sistema bancário, todo o dinheiro que for colocado em incentivos fiscais e monetários irá apenas para um buraco negro", afirmou Dominique Strauss- Kahn, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional, na segunda-feira 26. Ele não é astrônomo, mas sabe que os buracos negros absorvem toda a matéria em volta deles e não deixam nada escapar de seu campo gravitacional, nem mesmo a luz. Para Strauss-Kahn, a reforma do sistema envolverá o reconhecimento total das perdas (apenas parte delas apareceu até agora) e a segregação dos ativos podres dos balanços dos bancos. Isso seria feito, de preferência, por meio de uma instituição pública criada para esse fim. É o que tem sido chamado nos EUA de Bad Bank - o Banco Ruim -, uma instituição que possa assumir os títulos que hoje minam a confiança dos bancos sobreviventes e impedem o crédito de voltar a circular nas economias. "O setor bancário vai ter de encolher. Parte dele deverá desaparecer", diz Strauss-Kahn. Esse ajuste é muito difícil de ser feito e exigirá forte intervenção dos governos envolvidos. Mas quanto valem esses ativos podres? Ninguém sabe. É um assunto tão complicado que metade dos US$ 700 bilhões inicialmente previstos pelo programa americano de recompra de ativos com problemas, o Tarp, acabou sendo usada na capitalização direta dos bancos, por meio de compra de ações pelo governo. O Tarp, na prática, acabou numa Trap (armadilha). Os banqueiros torram o dinheiro dos outros e os contribuintes pagam a conta. No Reino Unido, a injeção de recursos públicos nos bancos, como o Royal Bank of Scotland, também foi maciça, num movimento de seminacionalização que vai mudar a cara do sistema financeiro por muitos anos.

O desafio agora é tomar medidas que façam a diferença lá na frente, depois que as economias se normalizarem e o mundo voltar, como sempre faz, a viver outro ciclo de bonança. Cedo ou tarde, os bancos voltarão totalmente para as mãos privadas e o mercado financeiro inventará novas formas de multiplicar o dinheiro e burlar as restrições em vigor. Nesse sentido, a principal proposta de reforma foi apresentada há poucos dias por um grupo de financistas liderado pelo lendário Paul Volcker, ex-presidente do Federal Reserve Board (banco central americano) e um dos principais conselheiros econômicos de Barack Obama. Durante meses, Volcker sentou-se com os colegas no Grupo dos 30, uma entidade sem fins lucrativos sediada em Washington, para elaborar o documento "Reforma Financeira - Um Arcabouço para a Estabilidade Financeira", com 18 sugestões. O trabalho também leva a assinatura de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil, e Tommaso Padoa- Schioppa, ex-ministro da Economia e das Finanças da Itália. E tem o endosso de outras celebridades, como o novo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner; Lawrence Summers, também conselheiro de Obama; Paul Krugman; Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI; e Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, entre outros. Aos 81 anos, Volcker é sincero no diagnóstico: "A crise mostrou que o sistema financeiro está falido e precisa de uma ampla reforma", afirmou.

São quatro recomendações principais, que se subdividem em 18 sugestões (veja a íntegra do documento, em inglês, no site www.group30.org). Todas as instituições financeiras com importância sistêmica devem ser reguladas e supervisionadas. Grandes bancos devem ter limites à formação de carteira própria de alto risco e com conflitos de interesses. A concentração bancária deve ser evitada com a adoção de limites para depósitos, conforme o país. Os países devem fiscalizar as seguradoras com atuação internacional. E controlar de forma apropriada a ação de grandes bancos de investimento e corretoras fora de holdings bancárias. Bancos centrais e órgãos reguladores devem ser fortalecidos e ter capacidade de atuar de forma coordenada internacionalmente. Padrões de governança, gestão de risco, capital e liquidez devem ser impostos aos participantes do mercado.

Medidas como essas se tornam mais necessárias ainda em mercados financeiros menos regulados, como Wall Street. "É preciso aprimorar o monitoramento dos centros financeiros avançados", afirma o economista Paulo Nogueira Batista Junior, representante do Brasil no FMI. Ao contrário do que ocorreu em crises passadas, desta vez o País serve de modelo a ser seguido. "Se os Estados Unidos tivessem a rígida regulação financeira que o Brasil tem, a crise do subprime não teria ocorrido", afirma o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O cerco ao touro está apenas começando.

Citar
REFORMA MILIONÁRIA

Quando se fala em reforma do sistema financeiro, banqueiros irresponsáveis torcem o nariz. Mas quando se trata do próprio escritório... bem, aí as coisas são bem diferentes. Um ano atrás, quando assumiu a Merrill Lynch, o astro John Thain, que antes presidiu a Goldman Sachs e a Bolsa de Nova York, não hesitou em gastar US$ 1,2 milhão para redecorar seu ambiente de trabalho. Os móveis foram escolhidos por Michael S. Smith, o designer que fará a redecoração da Casa Branca por apenas US$ 100 mil. Thain gastou US$ 87 mil num tapete, US$ 25 mil numa mesinha, US$ 35 mil numa cômoda, US$ 1.400 numa lata de lixo, entre outras "barganhas". Tudo bem, não fosse o prejuízo de US$ 27 bilhões no ano e o pagamento de mais de US$ 4 bilhões em bônus pouco antes da venda da Merrill Lynch ao Bank of America. Por tudo isso, ele foi demitido. "Eu errei e vou devolver o dinheiro", promete.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/591/artigo124395-1.htm

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #235 Online: 01 de Fevereiro de 2009, 13:11:43 »
São socialistas se apoiando no ombro de capitalistas?

Ser ou não socialistas não tem nada a ver com isso, e nunca teve. Importação e exportação é mercado mundial, globalizado. As regras são as mesmas na Angola, França ou China.

E aliás: é mais ou menos o contrário, agora os EUA estão rezando apra a China não quebrar. A China é o mercado que acham que vai ser a salvação, são hoje a principal reserva de dólares do mundo.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #236 Online: 01 de Fevereiro de 2009, 22:11:24 »
Olha, vi uma definição de socialismo de mercado que me parece algo como capitalismo com uma ditadura.

A China é capitalista.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #237 Online: 18 de Março de 2009, 19:57:33 »
Fed injeta US$ 1,25 tri na economia e provoca alta nas bolsas

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) anunciou nesta quarta-feira que vai aumentar para até US$ 1,25 trilhão (cerca de R$ 4 trilhões) o montante aplicado neste ano na compra de papéis lastreados em hipotecas.

Em um comunicado divulgado após dois dias de reunião, o BC americano disse que vai ampliar em US$ 750 bilhões o gasto com a compra desses títulos. Juntamente com as compras já anunciadas anteriormente pelo Fed, o volume deve chegar aos US$ 1,25 trilhão em 2009.

A decisão animou os mercados e provocou altas tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou com alta de 1,2%. Em São Paulo, a Bovespa terminou o dia com alta de 1,6%.

Paralelamente, o Fed também anunciou que vai aplicar até US$ 300 bilhões nos próximos seis meses no resgate de títulos de longo prazo do Tesouro americano, algo que não havia anunciado até agora.

A instituição disse que as medidas têm o objetivo de "promover a recuperação econômica e preservar a estabilidade dos preços" em meio à crise econômica no país.

Juros

Segundo o analista econômico da BBC, Andrew Walker, os planos do Fed devem levar a um aumento do dinheiro em circulação nos Estados Unidos, porque o BC americano deve adquirir os papéis com dinheiro que a própria instituição vai imprimir.

Em circunstâncias normais, tal abordagem provocaria inflação e seria evitada pelo Fed, mas o comunicado do órgão indica que os Estados Unidos enfrentam no momento um risco de que a "inflação possa persistir por algum tempo abaixo do nível que melhor favorece o crescimento econômico".

Walker acrescentou que o plano de resgatar títulos de longo prazo do Tesouro tem como efeito uma diminuição quase imediata dos juros pagos por esses títulos e afeta também o preço de outros tipos de empréstimos de longo prazo.

Como era esperado por analistas do mercado, na reunião, o Fed decidiu manter a taxa básica de juros americana variando de zero a 0,25 ponto percentual, como havia sido fixada em janeiro.

O órgão disse que ainda não há sinais de que a economia americana está deixando a crise para trás.

"Informações recebidas desde a reunião de janeiro do Comitê Federal de Mercado Aberto indicam que a economia continua se contraindo", diz o comunicado.

"Perda de empregos, desvalorização de títulos e habitações e condições apertadas de crédito estão pesando mais no sentimento dos consumidores e no ritmo de gastos."

No último trimestre de 2008, a economia americana registrou, em termos anualizados, um encolhimento de 6,2%.

Leia mais na BBC Brasil sobre o PIB dos Estados Unidos

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090318_fed_economiaeuarg.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #238 Online: 23 de Março de 2009, 15:37:12 »
Tesouro americano cria mecanismos para lidar com os ativos tóxicos

O Tesouro americano anunciou nesta segunda-feira as modalidades de seu plano - o Programa de Investimento Público-Privado - para resolver a questão dos ativos tóxicos bancários, que preveem a criação de dois mecanismos associando investidores privados, um para os empréstimos e outros para os títulos ligados aos ativos imobiliários. Reagindo ao anúncio, as principais Bolsas de Valores do mundo operam em forte alta.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, informou que o governo pretende usar de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões do pacote de socorro aprovado pelo Congresso em outubro, combinado com dinheiro da iniciativa privada, para comprar US$ 500 bilhões de ativos tóxicos de bancos, ou possivelmente o dobro desse valor, com a ajuda do Federal Deposit Insurance Corp, um regulador bancário norte-americano, e do Federal Reserve (FDIC).

Com o anúncio do plano, as Bolsas de Valores de todo o mundo estão operando em forte alta. Nos Estados Unidos e Em São Paulo, as Bolsas sobem mais de 4%.

Segundo o Tesouro dos EUA, um dos principais motivos pelos quais o sistema financeiro enfrenta desafios são os "ativos de herança" (ativos mais antigos) e títulos que comprometem a habilidade dos bancos de levantar capital e a disposição de aumentar os empréstimos.

No programa que lida com os empréstimos de herança, os bancos vão identificar os ativos que pretendem vender. O FDIC vai conduzir uma análise para determinar o montante de financiamento que está disposto a garantir. A alavancagem não pode exceder a relação de 6 para 1 do coeficiente de endividamento. Os ativos elegíveis serão determinados pelos bancos, pelos reguladores, pelo FDIC e pelo Tesouro.

"Uma série de investidores deve participar do Programa de Empréstimos de Herança", disse o Tesouro no documento em que apresentou o programa. "A participação de investidores individuais, fundos de pensão, seguradoras e outros investidores de longo prazo é particularmente encorajada."

Geithner disse que o setor privado deve se dispor a assumir algum risco para fazer funcionar o plano de limpeza de ativos de bancos. O secretário do Tesouro afirmou que a criação de parcerias público-privadas para comprar ativos problemáticos de bancos ajudará a prevenir uma recessão mais longa e profunda e facilitará o levantamento de capital pelos bancos. "Para o funcionamento desses programas, os investidores têm que estar preparados para assumir algum risco", disse Geithner.

Os fundos interessados têm até 10 de abril para se apresentar, o Tesouro pretende fazer uma primeira escolha até 1º de maio.

Já no programa de títulos de herança, empréstimos non-recourse serão disponibilizados para investidores para financiar a compra de ativos securitizados de herança. Somente os títulos que tiveram na origem da melhor nota possível das agências de classificação financeira poderão se beneficiar deste mecanismo.

Ativos elegíveis devem incluir certos títulos lastreados em hipotecas residenciais que não são de agências, que originalmente receberam nota de risco de crédito (rating) AAA (triplo A), e títulos lastreados em hipotecas comerciais e títulos lastreados em ativos que tenham rating AAA.

O empréstimo non-recourse implica que, em caso de falência, o credor pode confiscar a garantia, mas não pode ir atrás do tomador do empréstimo para buscar compensação adicional, mesmo que a garantia não cubra a quantia total do calote.

Em uma entrevista ao Wall Street Journal, Geithner justificou o plano para que os bancos se livrem de seus ativos desvalorizados, incluindo portfólios de empréstimos devastados pela explosão da bolha imobiliária em 2007.

"Em nossa opinião, a melhor maneira de sair disso é trabalhar junto com os mercados", declarou Geithner ao jornal.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/03/23/urgente++tesouro+americano+cria+mecanismos+para+lidar+com+os+ativos+toxicos+4989178.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #239 Online: 26 de Março de 2009, 17:50:54 »
Novo plano para a banca nos EUA cheira a aposta, não a um resgate bem calçado e seguro

A intenção é atribuir valor à massa de papéis ilíquidos da banca, hoje presumida como perda total

O governo Barack Obama enfim pôs em ação o plano para aliviar a banca dos EUA de seus papéis tóxicos, sem liquidez, que encruara nas mãos do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e a turma da ciranda correspondeu à expectativa. As bolsas de ações dispararam no mundo. Até a Bovespa, que não tem nada a ver com isso, subiu.

Os tais mercados continuam tão sérios como palhaço de circo, com a diferença de que estes não negam o que são. O preço do petróleo veio atrás. Tudo subiu. E, no entanto, era só espuma, não durou um dia. As dúvidas sobre o novo plano para tirar a banca americana do atoleiro são enormes. O risco de fracasso é grande. E em qualquer cenário, ruim ou bom, Tesouro e Federal Reserve estarão na lona.

O Tesouro, mais endividado que nunca e dependente do financiador, em especial do governo chinês, o maior de todos, que vem lançando alertas sobre o risco de sua grande exposição aos papéis dos EUA, e pôs em debate a criação de um novo padrão monetário no mundo. A mensagem nas entrelinhas aos EUA: a paciência oriental tem limite.

O Fed, sufocado pelas emissões virtuais repassadas à banca sob a forma de depósitos junto ao próprio banco central, truque contábil para mantê-los solventes. Seis meses atrás, segundo John Taylor, o mais conceituado economista no circuito dos bancos centrais, o Fed registrava US$ 8 bilhões desses depósitos, parte da base monetária dos EUA.

Até o fim do ano, à luz dos programas de resgate da banca e dos papéis emitidos por empresas não-financeiras, tal conta, diz Taylor, vai bater em US$ 3,36 trilhões, 420 vezes mais.

É inflação na veia, quando a banca sair do marasmo, se o Fed não subir os juros e tomar de volta a dinheirama antes que ela passe de virtual a real por meio do multiplicador do crédito. Não é por menos que o dólar ensaie outra desvalorização frente ao euro e às principais moedas conversíveis e o ouro continue demandado.

Analistas apressados, mesmo no Brasil, saíram a comemorar o novo plano, que pode até vingar - não pelos méritos, e sim pelo que há de moleza nesta ação coordenada do Tesouro, do Fed e da Corporação Federal de Seguro de Depósitos, FDIC, da sigla em inglês. Ele cede muito em troca de muito pouco de quem aderir ao esquema, anunciado como um PPI, Programa de Investimento Público-Privado.

É outro truque da cúpula financista do governo Obama, que neste aspecto nada mudou em relação a Bush, para evitar o que para muita gente boa, como o Prêmio Nobel Paul Krugman, tornou-se inevitável: o reconhecimento sem sofisma da insolvência dos grandes bancos dos EUA, com ou sem estatização temporária parcial ou total.

A ciranda é cúmplice

A tentativa de agora consiste em atribuir valor à massa de papéis ilíquidos estocados pelos bancos, hoje presumida como perda total, que é o grande problema a ameaçar a estrutura do sistema e, em sua retaguarda, o dólar, cujo colapso arruinaria o mundo. Como fazer?

O plano de Geithner prevê que os bancos informem à FDIC o volume de papéis que vai desfazer-se. A FDIC leva-os a leilão, disputado por fundos de investimento privados.

Quais? Os mesmos da ciranda financeira nos EUA: fundos de hedge e fundos de ativos, “private equities”, que estão no enredo para o governo não arbitrar quanto vale o que não tem valor.

Qual o truque? A banca poder valorar os seus ativos ao preço gerado pelos fundos, destravando o crédito.

Socializando a perda

O grosso do dinheiro para a compra dos ativos ilíquidos virá das próprias arcas dos EUA. É uma baba, segundo exemplo divulgado por Geithner. Um pacote de hipotecas com valor de face de US$ 100 sai em leilão, digamos, ao preço de US$ 84. O banco recebe a quantia e abate os ativos podres equivalentes. O fundo comprador empresta da FDIC a juros de Tbills, perto de zero, até 86% do valor empenhado.

Dos 14% restantes, US$ 12, só põe a metade. O resto sairá do Fed. Do bolso só tirou US$ 6. Mais adiante, com a retomada da economia, pode vender os papéis, saldar a dívida e ficar com o lucro.

Desespero de Krugman

O novo plano não resolve muitas dúvidas. Ele supõe a solvência da banca como antecedente para voltar a emprestar, embora o problema dos EUA seja dívida demais. A banca também travou porque a taxa de inadimplência é elevada.

Mais: seus ativos estão ilíquidos não bem porque o mercado parou. A garantia é que colapsou, como o preço de imóveis. Os EUA afundaram pelo consumo exacerbado e vem esse plano querendo reativá-lo. “Isso me enche de desespero”, treme Krugmam.

Obama parece tatear

No fim, a sensação é que o governo Obama continua tateando. Como tem de aparecer no comando da situação, vai tentando. Editorial do Financial Times destaca que o plano debita o problema dos bancos à falta de liquidez. Mas ninguém sabe se isso é devido mais a perdas esperadas no longo prazo que aos riscos do presente.

Defensor na equipe de transição de Obama que a retomada da economia viesse de gastos em infraestrutura e novas tecnologias, o economista James Galbraith levanta uma questão delicada: o elevado peso do sistema bancário no produto dos EUA. Ele deve encolher para restaurar sua solvência, o que Geithner nem menciona. Deus salve a América...

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/47001_48000/47726-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #240 Online: 27 de Março de 2009, 21:32:49 »
Entenda o novo plano dos EUA para ajudar bancos

O governo dos Estados Unidos anunciou detalhes de um plano de compra de ativos tóxicos de bancos e outras instituições financeiras que pode movimentar até US$ 1 trilhão.

A BBC preparou uma série de perguntas para ajudar você a entender o programa e como ele pode ajudar a economia americana a se recuperar em meio à crise.

Por que o plano é necessário?

O sistema bancário americano está amargando os efeitos de empréstimos que não estão sendo honrados pelos devedores, especialmente hipotecas. Os títulos atrelados a esses empréstimos são apelidados de "ativos podres" ou "tóxicos".

Como não sabem ao certo o volume das dívidas que não serão pagas, os bancos têm evitado ceder novos empréstimos - o que contribui para o desaquecimento da economia.

O plano anunciado pelo governo americano vai oferecer subsídios na forma de empréstimos a juros baixos para investidores privados, a fim de incentivá-los a comprar dos bancos essas hipotecas e outros empréstimos.

O governo também vai investir nesse plano e se tornar um sócio na eventual venda desses ativos.

Como ele funcionará?

O Departamento do Tesouro americano vai investir no programa uma quantia inicial de entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões - cifra já aprovada pelo Congresso - e o setor privado deve contribuir com o resto. O Federal Reserve, o Banco Central americano, também deve fornecer algumas garantias para esses investimentos.

De acordo com o Tesouro, o investimento inicial vai fornecer o "poder de compra" de até US$ 500 bilhões em ativos tóxicos, que teriam potencial para ter um valor de US$ 1 trilhão.

"Ao longo do tempo, ao criar um mercado para esses ativos, que atualmente não existe, este programa vai ajudar a aumentar o valor desses ativos, aumentar a capacidade de empréstimo dos bancos e reduzir a incerteza sobre a escala de prejuízos no balanço dos bancos", afirmou o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ao jornal Wall Street Journal.

O governo americano já havia ajudado os bancos desde o início da crise?

O governo originalmente propôs a compra desses ativos tóxicos em outubro de 2008, quando o secretário do Tesouro era Henry Paulson e o presidente era George W. Bush.

Na ocasião, foi aprovado um pacote de ajuda ao setor financeiro no total de US$ 700 bilhões. Mas, depois, Paulson mudou a estratégia e decidiu injetar os primeiros US$ 350 bilhões do plano diretamente nos bancos.

Parte do dinheiro que sobrou será usado neste novo plano de ajuda, mas uma parcela também já está comprometida com outros fins, como ajudar a indústria automobilística.

O Congresso americano tem resistido em aprovar mais verbas para ajudar o sistema bancário devido à polêmica sobre o pagamento de bônus milionários a executivos de bancos que já receberam ajuda do governo.

O novo plano vai funcionar?

Muitos economistas e ministros da economia de vários países afirmam que acabar com os ativos podres é algo vital para reerguer a economia de todo o mundo.

Entretanto, existe o temor de que o sistema privado americano continue relutante em comprar os ativos, especialmente em um momento em que enfrenta críticas do Congresso americano devido ao pagamento dos bônus.

Se isso acontecer, é difícil imaginar que suficiente dinheiro público seja investido no plano a ponto de garantir que ele seja um sucesso.

Tentativas anteriores de envolver o setor privado na compra de ativos tóxicos no início da crise financeira não funcionaram.

Os mercados, porém, reagiram positivamente ao novo plano, aumentando a esperança de que ele dê certo.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090323_qanda_planoativosrg.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #241 Online: 09 de Abril de 2009, 23:52:47 »
Obama diz que 9 milhões de americanos podem refinanciar hipotecas

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, avaliou hoje que 9 milhões de americanos podem diminuir o pagamento de hipotecas por meio de refinanciamento usando programas do governo.

Em discurso no início de uma mesa-redonda da Casa Branca sobre financiamento imobiliário, o dirigente americano observou que as taxas de hipotecas estão em níveis históricos de baixa e um proprietário de imóvel típico pode economizar cerca de US$ 2 mil por ano caso refinancie sua hipoteca.

"Estamos num período em que as pessoas podem realmente beneficiar-se disto", afirmou Obama na Casa Branca, junto com proprietários que se beneficiaram com o refinanciamento de suas hipotecas e seus principais assessores econômicos.

Obama destacou que as taxas de juros dos empréstimos imobiliários, com duração de 30 anos, caíram para 4,78%. O líder americano atribuiu a situação a "medidas extraordinárias" tomadas pelo Federal Reserve e o plano habitacional de seu governo.

Na visão do presidente dos EUA, as baixas taxas representam uma boa notícia para o setor imobiliário - que esteve na origem da crise financeira global.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/04/09/obama+diz+que+9+milhoes+de+americanos+podem+pagar+menos+hipoteca+5443942.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #242 Online: 11 de Abril de 2009, 11:33:34 »
A China é capitalista.

Argh !  :bash:

É assim, Agnóstico: a China comercia com outros países. Comércio internacional, manja ? Então ela se atém a tratados internacionais de comércio, mantém portos, obedece regulações inclusive da ONU para o tráfego de mercadorias e tal. Gera manifestos de importação, exportação, tudo bonitinho como qualquer país do planeta que tem acordos internacionais.

Inclusive troca moeda, tem cotação da sua moeda nos mercados internacionais, muito embora a taxa de cambio seja completamente irreal (e tudo leva a crer que eles vão pagar por isso daqui a pouco).

Nesse sentido é tão capitalista quanto Alemanha ou Chile.

Quando se diz se é 'capitalista' ou 'comunista' , isso se refere a o sistema econômico-político que rege o país. Independente de comerciar ou não com outros países !

Bom, mas na verdade nem os chineses sabem mais se são comunistas ou não, há empresas imobiliárias privadas, empresas de serviço privadas, etc. O Estado se reserva serviços essenciais como educação e saúde. Por outro lado ainda é um país extremamente militarizado e controlador, uma forte ditadura onde sequer internet está liberada direito.

Enfim, lá vou eu de novo estragar MAIS UM tópico com blá-blá-blás esquerdizantes e tal, hehehhe...
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #243 Online: 14 de Abril de 2009, 18:24:36 »
Déficit comercial menor e poupança maior em fevereiro sugerem que a crise amaina nos EUA

Fator decisivo para a saúde americana não é a volta do consumo, e sim superar o excesso de dívidas

Não há uma só maneira de se olhar uma crise. Uma visão não tanto severa sobre a conjuntura dos EUA, ainda terrível mas com sinais de distensão, já permite achar resultados menos sombrios. Difícil é encontrar quem corrobore tais indícios num país que desaprendeu desde a depressão dos anos 30 a lidar com crise brava.

O fator decisivo para a saúde dos EUA não é a volta ao consumo. O seu excesso endividou os americanos, arrasou a economia e colapsou o sistema financeiro. A normalidade do consumo, meta dos planos de resgate da banca para reabertura do crédito, é um elo do processo, mas não visa restaurá-lo. O dólar ruiria. Os EUA não digerem outro ciclo consumista, nem haveria quem o financiasse.

As grandes injeções de liquidez são para desobstruir os circuitos financeiros e do crédito sem os quais a economia não sai do lugar. “Para que o crescimento seja sustentável, não pode ser baseado em especulação, em mercados superaquecidos, nos consumidores tirando o máximo de seus cartões de crédito ou em déficits ininterruptos”, definiu o presidente Barack Obama em seu giro europeu. “A questão toda é sair de uma economia de emprestar-e-gastar para a economia de poupar-e-investir.” Não poderia ter sido mais claro.

A poupança já está se recompondo. De 0,6% da renda disponível em agosto do ano passado, saltou para 5% em fevereiro. E o déficit em conta corrente, outro dado crítico de solvência nacional, caminha para 3% do PIB ou até menos, como prevê o economista Jim O’Neill, do Goldman Sachs. É menos da metade do rombo alcançado em 2007.

A velocidade do ajuste externo da economia americana impressiona. O déficit comercial em fevereiro recuou 29%, reduzindo-se de US$ 36,2 bilhões em janeiro para US$ 26 bilhões - o menor nível desde novembro de 1999. A surpresa veio do aumento não previsto de 1,6% das exportações sobre janeiro, já que as importações mantiveram o esperado: voltaram a encolher, caindo mais 5,1% em fevereiro.

O ímpeto exportador foi disseminado. Bens de consumo exportaram mais 11,6% sobre janeiro. Semicondutores, 11%. Equipamentos de telecomunicações, 9,8%. Carros, 8,5%. O déficit com a China veio para US$ 6,4 bilhões, o menor desde 2006. Falta muito a recuperar, mas, mantida tal trajetória, os EUA estarão fora da recessão antes do que a maioria imagina. E isso faz diferença, até para o Brasil.

Mudança de cenário

Desde os anos 80 os resultados deficitários da balança comercial subtraem crescimento nos EUA. Se a redução de fevereiro configurar uma tendência, e há indício de que seja - contra a China o déficit foi o menor desde 2006 -, as estimativas sobre a profundidade da recessão nos EUA começarão a ser revistas.

No último trimestre de 2008, o saldo negativo tirou 0,4% do crescimento e se previa outro tanto neste início de ano. “Este dado muda significantemente o cenário”, diz a economista Anete Markowska, da Société Générale.

Paralelo com Brasil

A recuperação nos EUA pode estar à vista, embora tênue. Mas não significa retorno ao equilíbrio anterior, que talvez jamais volte como antes no mundo, nem o fim do desemprego e da insolvência em massa. Até que a sangria seja estancada levará anos.

A análise comparativa do momento dos EUA com a situação do Brasil durante última grande crise econômica ajuda a entender o que pode vir à frente. Pela ótica da perda de uma situação de fartura, como fora o período entre julho de 1994 e fim de 1998 - o auge do Plano Real -, o que veio depois da maxidesvalorização cambial no inicio de 1999, acompanhada de juros de 50% ao ano, foi uma catástrofe.

Tragédia redentora

A tragédia do Brasil nos anos 90, para muitos uma década perdida, no entanto, foi também a de superação de desvios da macroeconomia. Como o real “forte”, que triturou os superávits comerciais e levou o país à insolvência. E o descontrole das contas fiscais, saneadas com brutal escalada da carga tributária e dívida pública.

Afora a pancada tributária, o resto tem semelhança com a situação dos EUA.

Vista pelo retrovisor, a catástrofe remiu o Brasil das crônicas crises cambiais, origem de todas as grandes recessões desde o Pós-Guerra. Os EUA afundaram também por erros cambiais, e a propensão doentia a gastar mais do que poupa e produz.

A desindustrialização oportunista das multinacionais, substrato do modelo econômico sem pé nem cabeça possível apenas pela emissão imperial do dólar, fez o resto. A correção desses desvios está em curso, mas leva tempo.

Confundindo a causa

Não podia dar certo, não deu e a crise financeira terminal em que os EUA se envolveram foi a parte mais esfuziante, mais terrível da tragédia americana, mas não a sua determinante.

Ela não é fruto da “combinação de ganância dos agentes do mercado financeiro com medo gerado nas pessoas e nos governos, que não sabem como enfrentá-la”, como falou a ministra Dilma Rousseff num evento na Assembléia Legislativa gaúcha no fim de março. A ministra tomou efeito como a causa.

A causa está no duplo déficit dos EUA, fiscal e externo, bancado com papéis do Tesouro vendidos a países superavitários. O retorno dos dólares em ondas liquidou as exportações e criou as bolhas. O mal foi esse. O resto é febre.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/47001_48000/47938-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #244 Online: 15 de Abril de 2009, 02:40:00 »
Coreia cortou cedo os juros, fez o maior ajuste fiscal do mundo, e é o 1º a sair da crise

PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre, depois de afundar 5,1% de outubro a dezembro de 2008

Nem China, nem EUA. O primeiro país a interromper a enorme queda da economia neste início de 2009 foi a Coreia do Sul, repetindo a experiência da grande crise da Ásia no fim dos anos 90 quando fora também o que mais fundo mergulhara na recessão e o que mais rápido emergira da crise. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% no primeiro trimestre, segundo o Banco da Coreia (BoK), banco central do país, depois de afundar 5,1% de outubro a dezembro de 2008.

Extremamente dependente de exportações, sobretudo para a China e EUA, paupérrimo de minérios, sem uma gota de petróleo, único país no mundo com fronteira em estado de guerra nunca suspensa desde os anos 50, quando o território foi dividido em dois, o Norte sob o domínio de um governo comunista, a Coreia do Sul, com uma pujante economia de mercado, é exemplo máximo de superação na adversidade.

Fez da educação seu projeto de desenvolvimento e, na sequência, a especialização da indústria em segmentos de alta tecnologia como o carro-chefe do crescimento envolto pelo dirigismo estatal, mas com predomínio amplo da iniciativa privada. É um modelo que tem alguma semelhança com a economia brasileira, sobretudo a conexão entre o capital privado e o papel indutor do Estado. O ex-ministro Antonio Delfim Netto sempre o exaltou, especialmente a ênfase à educação.

Tais peculiaridades funcionaram a favor quando outra vez a Coreia do Sul, refletindo a borrasca da economia global, entrou em crise. O que lá se fez em termos de ação anticíclica merece atenção, pois já dera certo na crise da Ásia dos anos 90 e parece funcionar mais uma vez.

Diferentemente do gradualismo da distensão monetária, com o Banco Central cortando cheio de dedos a Selic e deixando à banca o ajuste do crédito, e de medidas fiscais focadas nos setores mais atingidos pela retração, lá o dirigismo foi sem peia e horizontal.

Ao primeiro sinal da parada súbita do crédito no mundo, depois da quebra do Lehman Brothers em setembro, não houve vacilo do Banco da Coreia para começar a encolher a taxa de juros interbancária. A taxa veio para o recorde de 2% ao ano, acumulando cortes de 3,25 pontos percentuais, e a banca teve o conforto necessário para sair da retranca, priorizando o crédito às pequenas e médias empresas.

Grandes exportadoras, como Samsung, Hyundai, LG, foram induzidas a liquidar rapidamente seus estoques, sem o que, como se constata no Brasil, a indústria não se recupera - mesmo que num patamar de produção menor - e o emprego continua ameaçado.

Injeção fiscal maciça

O estímulo fiscal também foi maciço, representando o equivalente a 5% do PIB do país, dos quais 1,9% no fim de março, com a mudança de foco para o estímulo à demanda. Tal esforço fiscal se compara a 0,4% do PIB no Brasil, segundo estudo recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), 2% nos EUA (além de mais 3,5% do PIB de apoio à banca, não considerados pelo FMI como ação fiscal, e 1,1% que já fora realizado em 2008), 2% na China – não por acaso os países com sinais de arrefecimento da crise.

Comum a tais iniciativas fiscais é a abrangência, com ênfase na demanda final e em investimentos em energia e transportes. Aqui, afora o programa de moradias populares, tem-se dado preferência a casos pontuais.

Difícil será retomar

Apesar dos sinais de estabilização da economia, o Banco Central da Coreia reduziu sua projeção de desempenho do PIB este ano para retração de 2,4%.

Lá, como aqui, EUA, Austrália, China, Índia, mas não na Europa e na América Latina, os sinais são de arrefecimento da retração, com a economia desprovida de impulso para fazer o caminho de volta, recuperando os níveis pré-crise de produção e de consumo em prazo curto, um a dois anos, por ai. Deve ser mais demorado.

Globalização em crise

Vai depender como nunca antes da ampliação do mercado interno nos países mais dependentes de exportações, como China, Japão, Coreia do Sul e Alemanha. O problema é que, à exceção da China, o mercado doméstico é insuficiente à maioria dos grandes exportadores, o que ameaça o cenário das últimas décadas - de demanda globalizada e cadeias de suprimento comoditizadas.

Tal cenário permitiu à Coreia recuperar em um ano a abrupta queda de 6,7% do PIB em 1998, crescendo 10,7% em 1999. Investimentos estrangeiros, liberalização econômica e mercado dos EUA tiraram do buraco a Ásia, que puxou o resto do mundo, até o Brasil. E agora, quem estenderá a mão?

China não repõe EUA

As expectativas do mundo se voltam para a China, o que parece um grave equívoco. Nem o governo chinês se vê com o protagonismo que fora dos EUA desde os anos 70 nem a economia chinesa está pronta para absorver a produção ociosa no resto do mundo, inclusive a sua própria.

Ao lado dos esforços para animar seu mercado doméstico, a China continua obtendo superávits comerciais do mesmo tamanho que antes, embora com menor balança comercial. Quando muito, o mercado chinês acomodará as economias satélites, entre as quais Coreia do Sul e cada vez mais o Japão - com uma contribuição marginal para o resto do mundo.

Tal cenário é perturbador ao novo equilíbrio global. No Brasil, exige conferir centralidade ao mercado interno.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/47001_48000/47954-1.html

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SEC investiga fundos de private equity para evitar uma nova bolha especulativa
« Resposta #245 Online: 20 de Abril de 2009, 18:57:53 »
Na mira do xerife

SEC, a CVM americana, investiga fundos de private equity para evitar a criação de uma nova bolha especulativa



Se existe um ganhador quando uma crise acontece na economia, ele certamente é um fundo de private equity. Essa é a teoria (e a aura) que cerca esses investidores que compram participação em empresas de capital aberto ou fechado. Com muito dinheiro em caixa, eles estão há mais de 20 anos no topo da elite financeira comprando e vendendo ativos. Mas, principalmente, os private equities giram uma imensa roda cujo interior não se pode ao certo avaliar. Com o crédito escasso e o valor das empresas desmoronando, o mundo corporativo aguarda com certa ansiedade maquiavélica o primeiro desses grandes fundos desmoronar. A Securities and Exchange Comission (SEC), o equivalente à CVM nos EUA, compartilha do mesmo temor. Por isso, com medo de ser pega novamente de surpresa e tachada de negligente, está convidando os grandes players a “cordialmente” divulgarem um informe detalhado de rendimentos de seus ativos. Os primeiros da lista foram os grupos Blackstone e Fortress, mas outros estão na mira. Terá a SEC finalmente assumido seu papel de xerife em uma Wall Street que hoje mais parece o Velho Oeste?

Mais relevante do que o papel do órgão regulatório norteamericano é o posicionamento dos fundos em questão. Enquanto o Fortress, chefiado por Wesley Eden, abriu seus arquivos sem maiores lamentações, o Blackstone se negou a fazê-lo. A pergunta que paira no ar é: por quê? Não é segredo que private equities têm entre seus principais investidores os fundos de pensão. São precisamente 959 que possuem cerca de US$ 500 bilhões em investimentos em fundos capitaneados pelo Blackstone, Fortress, Carlyle e muitos outros. E os próprios fundos de pensão disponibilizam facilmente em seus sites o rendimento das empresas nas quais investem, incluindo private equities. Sendo assim, por que dizer não à SEC se boa parte das informações já estão disponíveis? Uma das respostas pode ser o medo de desencadear investigações mais profundas no grupo, amedrontando assim novos investidores. “Para muitos grupos, o fato de divulgar todas as informações financeiras tornaria difícil uma nova captação no futuro. A falta de regulação oferece a esses fundos uma vantagem compreensível que eles certamente lutarão para proteger”, explica o executivo Richard Losch, sócio da Losch, Tabakov Capital Management LLC.

Em uma carta direcionada à SEC, o grupo Blackstone afirmou não acreditar que o detalhamento dos rendimentos de seus fundos seja relevante para medir os resultados de suas operações no presente, já que se trata de investimentos de longo prazo. No entanto, com um de seus competidores abrindo a caixapreta, o grupo se encontra em uma encruzilhada. Os grupos Carlyle e KKR deverão ser os próximos da lista. Mas o que fascina em todo esse enredo sobre o futuro dos private equities é a aura subjetiva que gira em torno deles. Segundo a empresa de pesquisas Preqin, o valor em ativos de todos os private equities do mundo somou algo em torno de US$ 2,5 trilhões em 2008. No entanto, estima-se que US$ 1 trilhão não tenha sido investido. Na verdade, esse montante continua em poder dos bancos que forneceram crédito para as operações de compra e venda de empresas por fundos de private equity. O que preocupa é que, com a atual situação dos bancos norteamericanos e europeus, ironicamente os maiores fomentadores desses fundos, há o temor de que esse US$ 1 trilhão (ou parte dele) já não esteja mais disponível para ser investido. Por isso, não vemos os fundos de private equity executarem grandes operações de compra mesmo com tantas empresas convertendo-se em pechinchas. No ano passado, cogitava-se se 2009 não seria o ano de os private equities saírem às compras. Até agora nenhum grande negócio foi feito. Chefões como Stephen Schwartzman, do Blackstone, se fecham em seus escritórios e não se movem. Afinal, estáticos eles se protegem. Não precisam requerer com os bancos o capital para investir, o que posterga o hipotético escândalo de não haver dinheiro disponível para saírem às compras. E, com isso, permanecem distantes do fantasma da falência. Mas ainda assim ele está rondando a matriz do Blackstone. O próprio Schwartzman teve seu salário reduzido em mais de 99% em 2008, caindo de US$ 180 milhões por ano para US$ 350 mil. E a SEC está de olho justamente no que esse tipo de detalhe quer esconder.

No Brasil, a situação é diferente, embora também esteja longe do melhor cenário. Menores e mais regulados, os fundos brasileiros até agora não sentiram o baque forte da queda do valor das empresas. Muito pelo contrário. Exemplo disso é o grupo de comunicação RBS, que, recentemente, vendeu uma fatia de 13% para o fundo Gávea, private equity de Armínio Fraga, e inaugurará novas instalações com investimentos estimados em R$ 70 milhões. A diferença é que, ao contrário do que acontece nos EUA, em que os fundos se alavancam para conseguir dinheiro para ir às compras, no Brasil o capital é próprio. “A grande maioria das transações aqui têm sido feitas 100% com capital próprio. Alguns fundos chegaram a fazer alavancagem, mas isso já não está mais disponível”, conta Luiz Eugênio Figueiredo, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e sócio da Rio Bravo Investimentos. Os fundos alavancados mencionados são da GP Investimentos e da Advent.

Se somente agora a SEC está buscando detalhamento nos investimentos dos private equities, isso no Brasil já é regra há muito tempo. “Esse movimento de regulação no exterior não nos afeta. Nosso mercado sempre foi regulado e nós já fazemos esse tipo de detalhamento”, afirma Figueiredo. Aqui, no entanto, os grandes fundos norte-americanos chegam devagar. Segundo a Preqin, em 2008 os países emergentes corresponderam a 17% dos investimentos dos private equities, enquanto essa participação era de 15% um ano antes (leia gráfico). O único dos gigantes a estar presente no País é o Carlyle, que possui uma carteira diversificada de empresas e investe, sobretudo, no mercado imobiliário. Aplicou um total de US$ 125 milhões em empresas como Scopel e Banco Fibra, e agora há rumores não confirmados de que firme uma parceria com o Banco do Brasil para intensificar suas ações por aqui. “Brasil e China são uma boa saída para esses fundos, já a Rússia não é tanto, pois há uma expectativa de que Putin nacionalize muitas coisas por lá, inclusive empresas cujos donos são private equities”, afirma Richard Losch, da Losch, Tabakov Capital. E a migração para outros países pode ser não só de capital como também de funcionários. Sem muito o que fazer em Nova York e livres das demissões (afinal, pega mal para os fundos), os executivos de private equities fogem do ócio e invadem os escritórios das empresas compradas, palpitando em assuntos que variam de cosméticos a maquinário hospitalar. Tudo em nome da ilusão de um mercado que não quer estar em crise.



http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/602/na-mira-do-xerifesec-a-cvm-americana-investiga-fundos-de-131889-1.htm

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #246 Online: 05 de Maio de 2009, 17:40:22 »
Setor imobiliário dá sinais de recuperação na cidade onde a crise começou

SACRAMENTO, Califórnia - Esta é a cara do fundo do poço? Esta cidade esteve entre as primeiras do país a sofrer com a crise imobiliária. Agora ela parece estar nos primeiros estágios de recuperação, um sinal esperançoso para uma economia envolta em problemas e ansiedade.

Investidores e compradores de primeira, que tradicionalmente são os sinais iniciais de recuperação do setor, estão em todos os lugares por aqui. Com vendas 45% mais altas do que no ano passado, o vasto problema de inventário diminuiu. Mesmo os preços, que despencaram a valores que não eram vistos em décadas, parecem ter voltado a se estabilizar.

Indicações de progresso similares são percebidas em outras regiões atingidas, como Las Vegas, partes da Flórida e da Califórnia. As vendas em Las Vegas em março, por exemplo, aumentaram 35% em relação ao ano anterior.

"Tudo isso é frágil e pode ser passageiro", diz Andrew LePage, analista da MDA DataQuick. "Mas a história sugere que é assim que as coisas estarão nos próximos seis meses antes que os preços mudem".

A esperança no setor imobiliário foi sentida no mercado na segunda-feira. Notícias sobre o aumento nas vendas de imóveis em março, ao invés da queda, juntamente com gastos em construção, impulsionaram as ações.

Ninguém em Sacramento prevê que os preços de imóveis locais, que caíram pela metade em relação ao seu auge em meados de 2005, serão totalmente recuperados em breve. Ao invés disso, se acredita que a situação finalmente parou de piorar.

Quando um mercado chega ao fundo do poço, as desapropriações geralmente param de se acumular e os bancos se tornam mais dispostos a fazer empréstimos, confiantes que o valor do bem hipotecado não irá cair.

Nacionalmente, os sinais de progresso no setor imobiliário ainda são fracos. A venda de imóveis caiu 7% em relação ao ano passado, de acordo com a Associação Nacional de Corretores.

O grupo afirmou na segunda-feira que o número de casas com contratos em março aumentou 1% em relação ao ano anterior. Os acordos pendentes serão divulgados no relatório de casas à venda de abril e maio.

http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2009/05/05/setor+imobiliario+da+sinais+de+recuperacao+na+cidade+onde+a+crise+comecou+5940955.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #247 Online: 07 de Maio de 2009, 02:49:06 »
BofA, Citi e Wells precisam de capital, apontam testes

WASHINGTON/NOVA YORK - Reguladores dos Estados Unidos estão exigindo de alguns dos maiores bancos norte-americanos que acumulem bilhões de dólares em capital para se proteger da possibilidade de uma crise econômica mais profunda.

Ainda que a necessidade de capital dos 19 maiores bancos dos EUA tenha se mostrado maior do que analistas esperavam, as ações das instituições financeiras subiram, dando sequência a um rali que já dura dois meses, à medida que investidores tiveram mais clareza sobre como a indústria irá lidar com o que pode ser a mais grave recessão desde a Segunda Gerra Mundial.

Entre os bancos em que há expectativa de necessidade de capital adicional estão o Bank of America, que viu suas ações subirem 17,07 por cento. As ações do Citigroup, por sua vez, dispararam 16,62 por cento e as do Wells Fargo, 15,59 por cento. O Índice de bancos Standard & Poor's teve alta de 8,11 por cento.

Após conduzir "testes de estresse" nos 19 maiores bancos, o governo norte-americano informou ao Bank of America que a instituição precisa de 34 bilhões de dólares em capital adicional, cerca de três vezes o que era esperado, segundo fonte com conhecimento dos resultados.

O Citigroup deve precisar de 5 bilhões de dólares, enquanto a GMAC, unidade de crédito da General Motors, precisaria de 11,5 bilhões, disseram fontes ligadas a credores. O Wells Fargo precisaria de 15 bilhões de dólares, segundo a Bloomberg News, e a Regions Financial também deve precisar de capital, de acordo com o The Wall Street Journal.

Já o Bank of New York Mellon não irá precisar de capital, afirmou fonte com conhecimento do assunto. American Express, Goldman Sachs, JPMorgan, MetLife e Morgan Stanley também estão a salvo, segundo notícias na imprensa.

Procurados, todos os bancos se recusaram a comentar o assunto. As várias fontes não estariam autorizadas a se pronunciar, uma vez que os resultados oficiais dos testes de estresse ainda não foram anunciados.

O prazo para publicação dos resultados é nesta quinta-feira, e por volta de 10 dos 19 bancos têm necessidade de capital.

A Casa Branca irá aguardar a divulgação oficial dos resultados antes de se pronunciar sobre possíveis mudanças na administração dos bancos, afirmou o porta-voz Robert Gibbs.

O governo do presidente Barack Obama passou os últimos três meses conduzindo os testes de estresse para determinar as necessidades de capital dos bancos, caso condições econômicas piorem além das previsões de economistas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/05/06/bofa+citi+e+wells+precisam+de+capital+apontam+testes+5975916.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #248 Online: 08 de Maio de 2009, 17:09:57 »
Agência de hipotecas Fannie Mae perde US$ 23 bi e quer ajuda do governo dos EUA

A Fannie Mae, agência de refinanciamento de hipotecas dos EUA, fechou o primeiro trimestre do ano com prejuízo de US$ 23,2 bilhões. A empresa anunciou que que solicitou US$ 19 bilhões do Departamento do Tesouro americano para cobrir suas perdas.

No início deste ano, a empresa já tinha pedido US$ 15,2 bilhões para cobrir o prejuízo de 2008.

Deterioração

Segundo a Fannie Mae, os fracos resultados do trimestre decorreram de despesas relacionadas com crédito, reconhecimento de perdas no valor de investimentos e com valor justo, uma vez que "a deterioração persistente nos mercados de crédito, financeiro, hipotecário e imobiliário continuaram a afetar negativamente os resultados".

A empresa notou que todo seu portfólio de hipotecas registrou aumento na taxa de inadimplência, o que, segundo ela, tem a ver com o crescimento do desemprego e com a redução nos preços da moradia, entre outros fatores.

O prejuízo do trimestre inicial de 2009 foi menor do que a perda líquida de US$ 25,2 bilhões reportada no último trimestre do ano passado.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/05
/08/fannie+mae+perde+us+232+bi+no+trimestre+e+busca+ajuda+do+governo+6017925.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #249 Online: 11 de Maio de 2009, 18:33:17 »
Citar
Com testes de estresse e mudança de norma contábil, Obama vai tirando a banca da lama

Lições da Grande Depressão estão funcionando, mas a um custo inédito, com saída lenta da crise

Acredite quem quiser, mas o fim da “pior recessão desde a Grande Depressão” nos anos 30, como tanto se escreveu, virou o mantra da vez. Mais nos EUA, onde tudo começou, e o governo de Barack Obama, que fez campanha antes da crise sem nem sequer cogitá-la, quer se livrar do maior obstáculo ao início de uma “nova normalidade” – a insolvência bancária -, para virar a página e começar a implantar suas maiores promessas: a saúde universalizada e energias limpas.

Os problemas dos bancos são maiores que a capacidade de o governo resolvê-los, entupidos que estão de dívidas até o nariz, coisa de mais de US$ 2 trilhões, mas isso administrações pragmáticas tiram de letra. E é mais fácil quando a torcida é favorável a magias.

Desde setembro de 2008, ainda no governo Bush, Tesouro e Federal Reserve despejaram trilhões de dólares nos bancos para mantê-los vivos. Nem isso foi suficiente para limpar seus balanços de ativos de dívidas tóxicos – papéis sem lastro confiável, ou sem garantia nenhuma, que alimentavam o circuito da riqueza fictícia.

A primeira providência foi olhar para o lado e alterar as normas contábeis “usualmente aceitas”: os ativos tóxicos, por decisão da CVM local, a Securities and Exchange Commission, SEC, passaram a ser lançados pela banca não pelo valor de mercado, que não têm, já que ilíquidos, mas pela melhor expectativa de recebimento, seja lá o que isso signifique. A mudança estava no ar há meses.

Em agosto do ano passado, antes da quebra do Lehman Brothers, tal idéia fora desenvolvida até nesta coluna, baseada na experiência do Banco Central do Brasil, em 2002, numa situação diferente.

Sem a escrituração pela chamada “marcação a mercado” do valor dos papéis ilíquidos, a banca se exime de lançá-los a prejuízo a cada virada de balanço – nem o Fed, que absorveu boa parte deles graças aos programas de recuperação da solvência bancária.

Isso é o que explica bancos capengas nos EUA, como o Citi e Bank of America, terem exibidos lucros no primeiro trimestre, pondo as suas ações em movimento e, na sequência, as bolsas em geral. Para a volta da “normalidade”, assim, entre aspas, os ativos, primeiro, precisam ganhar valor, e, segundo, voltarem a se valorizar.

Solvência estressada

Só a mexida contábil, contudo, ainda é pouco. Ela pode minimizar a sangria bancária, mas não leva os bancos a voltar a emprestar.
É aí que entra a segunda parte do programa: o teste de estresse a que os 19 maiores bancos foram submetidos pelo Fed para avaliar a necessidade de reforço de capital próprio em diferentes situações de mercado: de recessão profunda e demorada ou mais breve.

O resultado desses testes indicou que dez bancos estão dispensados de ter de aumentar o capital próprio, passaram no teste. Os outros terão de vender ações, desfazer-se de operações ou trocar dívidas por ações cedidas ao Tesouro, implicando estatização temporária e a intervenção do governo na administração do banco.

Pragmatismo americano

Ao que se sabia, já que o Fed soltou pequenas notas nos últimos dias para preparar a reação, a exigência de capital novo seria menor do que se supunha, até o FMI, que falava em US$ 1,8 trilhão.

Não passou de US$ 74,6 bilhões. Mais relevante: nenhum banco está sujeito à quebra. As bolsas, inclusive a brasileira, que acompanha a de Nova York, refletiram na frente o, digamos, “grande acerto” do governo Obama com Wall Street.

A queda no dia D, do resultado dos testes de estresse, foi para realização de lucros, o que também era previsto. A rigor, o melhor a esperar da crise é que ela esteja batendo no fundo do poço. A saída levará mais tempo. Mas as bolsas já voltaram a bombar.

Fim da crise em maio?

A retomada será lenta, com o desemprego ainda crescendo em várias partes do mundo, inclusive, ou, sobretudo, nos EUA. Desde final de 2007, início formal da recessão nos EUA, a taxa de desemprego saiu de 5% para mais de 8% e se prevê que roce os 10% ano que vem.

As atenções se voltam à situação do emprego. Um macroeconomista respeitado, membro desde 1978 da comissão de notáveis que estabelece o começo e o fim dos ciclos econômicos nos EUA, que lá não segue a convenção de dois trimestres seguidos de desempenho do PIB, Robert Gordon, fez uma aposta ousada: a de que o pico de novos pedidos de seguro-desemprego já passou.

Para ele, há neste dado estreita correlação com o fim dos ciclos de recessão nos EUA. Maio, diz Gordon, deve estar sendo o ponto de inflexão da crise.

Milagres têm limites

Como concluía editorial do Financial Times sobre o suposto fundo do poço da crise, “estoure o champanhe” quem quiser, mas melhor é uma “dose de ceticismo”. Os governos da Europa e EUA, as economias mais atingidas pela crise, podem repetir o milagre da ressurreição dos bancos, mas não da multiplicação dos peixes.

Todos vão chegar ao fundo do poço com o Tesouro exaurido, com dívidas colossais e setores empresariais inteiros com a língua de fora.

As lições aprendidas com a Grande Depressão funcionaram, mas a um custo inédito. A menos que a heterodoxia de Obama para tirar Wall Street do muro se estenda à macroeconomia. Voltaremos ao tema.

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Idéia é reabilitar o dirigismo de Roosevelt e pôr a economia para ferver. A crise mudou a rota

O que fugiu ao roteiro foi a queda de Wall Street e o caos financeiro em seguida. Daí a pressa de Obama

A larga maioria dos economistas americanos torceu o nariz para o resultado do chamado teste de estresse a que foram submetidos os 19 maiores bancos dos EUA para avaliar quem está ferido de morte, simplesmente avariado ou agora, passado o grande tombo iniciado em setembro, apenas ainda grogue. Dos 19, dez tiveram alta. Os demais terão de reforçar o capital próprio num total de US$ 74,6 bilhões.

Muitos dos bancos também não gostaram. Entendem que o governo de Barack Obama começa a abusar do intervencionismo econômico, dizendo o que empresas e bancos privados devem fazer. Para os economistas, as críticas dependem da visão de mundo a que se filiam.

Radicais do livre mercado como Thomas Woods, do Ludwig von Mises Institute, afirmam que o governo não deveria intervir na alocação do capital, nos preços dos ativos e na escolha dos vencedores e os perdedores.

Era a visão hegemônica em todos os governos, desde Ronald Reagan até George W. Bush, centrada na desregulamentação dos mercados e na primazia do setor financeiro sobre a economia real, resultando no grande crash do ano passado. Os resultados do setor bancário corresponderam a 27% do lucro total das empresas americanas até 2008, contra a média de 15% entre as décadas de 70 e 80.

A crise vai cortar a crista da banca. Pelo menos, esse é o desejo de Obama. A David Leonhardt, do New York Times, o jornalista que melhor entende as intenções de Obama, ele afirmou que “Wall Street permanecerá uma grande, importante parte da economia, como era nos anos 70 e 80, só não será a metade da economia”.

Como meta, economistas do quilate dos prêmios Nobel Paul Krugman e Joseph Stiglitz não discordam. Criticam é a estratégia de apoio à banca, que não condiciona a destinação dos aportes à reabertura do crédito, premiando os acionistas com dinheiro do contribuinte.

Para eles, a solução é estatizar os bancos quebrados, e acham que isso vai ocorrer no final. Ambos desconfiam do sucesso dos testes de estresse. Simon Johnson, do MIT, questiona até as premissas dos testes assumidas pelo Federal Reserve e o Tesouro, para ele, muito “suaves” quanto aos cenários.

“Os supersubsídios públicos ao setor financeiro vão nos aprisionar ao mesmo tipo de bolha financeira que levou à confusão atual”, disse o professor do MIT à Dow Jones.

O pecado da crítica

As críticas têm certa razão. Mas pecam por não captar o conjunto. Deixar ao “livre mercado” a correção dos problemas em contraponto a quem “cultiva conexões políticas em Washington”, como diz Woods, que deve ter muitos adeptos - seu livro sobre a crise é dos mais vendidos -, traz o risco da ruptura sistêmica até agora evitada, repetindo o desastre que precipitou a Grande Depressão de 1932.

O extremo oposto defendido por Krugman e Stiglitz, a estatização sem sofisma, desconsidera um dado da vida real: a falta de apoio do Congresso para passos ousados. Obama já sofreu derrotas nas duas casas legislativas, embora os democratas tenham maioria.

Projeto em processo

O projeto político de Obama sugere um processo, dentro do qual as medidas para reabilitar Wall Street e, assim, o sistema de crédito são apenas um acidente. Ele entrou em campanha falando em reformar a saúde e a educação e priorizar as energias limpas.

É o plano que o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton Robert Rubin - o mentor de Lawrence Summers, que o sucedeu no posto e hoje é o principal assessor econômico de Obama -, coordenou no Brookings Institution.

O projeto foi encampado por Rahm Emanuel, deputado democrata por Illinois, estado de Obama, cacique do partido e chefe de gabinete da Casa Branca. Emanuel, diz Leonhardt, é discípulo do economista
Mancur Olson, segundo o qual as crises facilitam grandes mudanças.

Meta é crescer forte

As peças vão se encaixando. O que fugiu ao roteiro foi o estouro do Lehman Brothers, seguido do caos em todo mundo. Daí a pressa de Obama.

A reabertura dos mercados financeiros não pode ser feita de qualquer jeito, mas, à falta das condições políticas ideais, está sendo o que lhe parece viável - um caminho que recupera parte do arcabouço dirigista do Estado sobre a economia que imperou nos EUA desde o longevo governo Roosevelt.

Veio de 1932 até a era Reagan, que o desmontou depois de começar a ruir na gestão Nixon com o fim da paridade do dólar ao ouro. E isso para quê?

Leonhardt especula: para impelir o crescimento econômico a taxas elevadas. Como? Esse é o problema. A crise reescreveu o roteiro desenhado para Obama.

Ouvindo todo mundo

Quanto antes se livrar do enrosco da banca mais cedo Obama poderá dedicar-se a seu projeto. Aliás, já o faz. No fim de abril, jantou na Casa Branca com Krugman, Stiglitz e outros críticos emplumados, com Emanuel, Summers e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, de ouvintes.

Leonhardt diz que o crescimento forte é o único meio de o governo pagar seus débitos, que vão mais que dobrar até 2010, porque permite aumentar as receitas sem que aumentem os impostos.

Os EUA saíram da II Guerra com uma dívida de 120% do PIB, o dobro da prevista para 2010, abatida pelo crescimento de 4%/ano de 1950 a 1960, contra 2,5% na década atual. Obama sonha em bisar a dose.

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"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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