Autor Tópico: Estatais nos EUA  (Lida 17517 vezes)

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Offline JUS EST ARS

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #125 Online: 24 de Setembro de 2008, 13:38:20 »


Citação de: Amenés
Quando não se tem dinheiro nem para comer, não se compra coca-cola, nem um hummer e nem um artigo da Hugo Boss. Como já vi muitos dizer: nos EUA ninguém tem nada (propriedade), lá é tudo dos bancos. A única coisa que as pessoas possuem é crédito. Sem crédito, adeus.

Bom, sou cético em relação a essa afirmação :D .

A economia dos Estados Unidos da América é uma das maiores e mais influentes do mundo, em tempos atuais em 2006 detinha mais de 28 % da riqueza mundial. O país possui um produto interno bruto PPC de 13,250 trilhões de dólares, um número apenas inferior ao PIB da União Europeia.

Veja, um país que detém sozinho quase 1/3 de toda a riqueza existente, não quebra em razão de um problema financeiro que surge de uma hora para outra.

Países são uma ficção territorial, não morrem. A Argentina enfrentou uma grave crise e está aí se reerguendo. O mesmo se diga de Irlanda, Rússia e até mesmo o Brasil, que é uma crise ambulante.

Nada impede que um país enfrente um problema econômico e continue a ser o mais influente e única super-potência, tudo depende de como será conduzido o problema.

Quando sozinho, você é dono de 1/3 de tudo, várias saídas são possíveis. Enquanto essa estrutura de auto-sustentação continuar a existir nos EUA, nada o abalará. A coisa só ficaria séria mesmo se empresas começassem a abandonar o país, o que acho bastante improvável.



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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #126 Online: 24 de Setembro de 2008, 14:04:41 »
Acho que os EUA não quebram, como não quebraram em 29. Como já falado, há uma riqueza imensa que se produz naquele país.

Exemplo: Muitas pessoas falam da China, mas boa parte da riqueza dela tem muito a ver com serviços de baixo valor agregado aos EUA. Por exemplo, uma Barbie vendida por US$ 15,00 deixa menos que US$ 1,50 na China. Se não me engano, menos de 5% de cada Iphone vendido é receita chinesa.

EUA em recessão, China em recessão. Brasil em recessão.
EUA em recessão, Alemanha em recessão (é o maior exportador do mundo e a maior parte de suas exportações são para os EUA). Alias, o EUA é o maior parceiro comercial de diversos países, incluindo o nosso.

No final, o mundo vai estar em recessão brava.

Isso já ocorreu antes e não foi o fim do mundo. Os EUA perdem meia década, nós perdemos uma inteira.


“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #127 Online: 24 de Setembro de 2008, 15:02:29 »
Para Bernanke, é preciso convencer mercados de força do pacote

WASHINGTON - O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou nesta quarta-feira, que é preciso garantir aos mercados que o pacote de ajuda será forte o suficiente para resolver os problemas da crise financeira. Em depoimento ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso, Bernanke ressaltou que se os mercados financeiros travarem, o declínio no mercado de moradias será mais longo e mais acentuado.

Ele ponderou, porém, que se o plano de US$ 700 bilhões ajudar a impulsionar a economia, o Fed poderá ter que elevar os juros mais rapidamente do que o esperado.

Bernanke disse ainda que o custo fiscal líquido do pacote para os contribuintes será bem menor do que US$ 700 bilhões.

Inflação

Bernanke também afirmou que o plano de resgate não deve ter nenhum efeito acelerador sobre a inflação. "Este plano não é um estimulante fiscal", insistiu.

"Ao mesmo tempo que reforça efetivamente os mercados financeiro, relança o crédito e ajuda o crescimento econômico, enquanto o Fed pode ter de responder aumentando suas taxas antes do previsto, mas seria na linha normal de um restabelecimento da economia", declarou Bernanke.

"Não espero nenhum efeito deste plano sobre a inflação. Queremos simplesmente estabilizar o sistema", concluiu.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/24/para_bernanke_e_preciso_convencer_mercados_de_forca_do_pacote_1935825.html

Países não devem fechar fronteiras para frear crise, diz diretor-geral da OMC

GENEBRA - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, discursou nesta quarta-feira contra o protecionismo e pediu aos países-membros que não fechem suas fronteiras como método para frear a crise econômica mundial.

"Espero que as nações que formam a OMC [153 países] não sigam o exemplo dos Estados Unidos nos anos 30, que levantaram barreiras comerciais e elevaram as tarifas de 20 mil produtos", disse Lamy, ao inaugurar o Fórum Público da OMC 2008, em Genebra.

"É uma crise, precisamos que os consumidores empobrecidos tenham mais poder de compra, e a tentação de fechar as fronteiras vai contra isso", acrescentou o diretor-geral.

Em relação às negociações da Rodada de Doha, que fracassaram novamente no fim de semana passado, Lamy disse que é preciso manter a esperança, "porque não há alternativa à OMC".

Argumentou que um acordo pactuado ajudaria a resolver parte de alguns desafios mais importantes no mundo, como a mudança climática e a crise dos alimentos.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/24/paises_nao_devem_fechar_fronteiras_para_frear_crise_diz_diretor_geral_da_omc_1935246.html

BC brasileiro adota primeiras medidas para preservar bancos contra crise externa

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) adotou hoje duas medidas para preservar a liquidez dos bancos brasileiros em função da crise financeira internacional. As regras dão certa flexibilidade, "de caráter pontual" , aos recolhimentos compulsórios das instituições financeiras sobre depósitos à vista, a prazo, poupança e interbancários de leasing, mas sem mudança de alíquotas.
Acordo Ortográfico

A primeira medida triplica de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o valor a ser deduzido do cálculo do compulsório adicional de 8% sobre os depósitos à vista e a prazo. A mesma dedução se aplicará aos depósitos de poupança, cuja alíquota adicional é de 10%.

Esses recursos são recolhidos pelos bancos em títulos públicos federais, remunerados pela autoridade monetária pela taxa básica de juros Selic.

A outra decisão dá folga para as instituições financeiras atingirem a alíquota máxima de 25% do compulsório sobre depósitos interfinanceiros de leasing. Adotada em janeiro deste ano para tentar frear a aceleração do crédito, o BC fixou um escalonamento de prazos para o cumprimento paulatino da regra.

Assim, o prazo original para chegar ao teto de 25% desse compulsório foi adiado para 13 de março de 2009. Antes, a data prevista era 16 de janeiro do ano que vem.

Ainda no compulsório sobre o interfinanceiro das operações de arrendamento mercantil, houve outro adiamento. Os bancos só deverão atingir a alíquota de 20% em 16 de janeiro de 2009. Esse recolhimento tinha sido fixado para 14 de novembro.

Em nota, a autoridade monetária justifica que as medidas têm "o objetivo de preservar o sistema financeiro nacional dos efeitos da restrição de liquidez que vem sendo observada no sistema financeiro internacional".

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/24/bc_brasileiro_adota_primeiras_medidas_para_preservar_bancos_contra_crise_externa_1935513.html

FBI já investiga fraudes com hipotecas. Centenas estão presos. E socorro à banca ainda não saiu

Nada é simples na crise que destrói as entranhas das finanças nos EUA, boa parte pelas regras frouxas

O plano do governo Bush de criar um fundo público de até US$ 700 bilhões para absorver os papéis relativos a hipotecas que corroem os balanços da banca entra numa semana decisiva. Há três entraves. 1º, o Congresso aprovar a proposta. 2º, a maioria acreditar que o plano funcione. 3º, existir compreensão das causas da crise.

Os mercados financeiros globais estão travados pela desconfiança quanto à extensão dos prejuízos da banca e a capacidade de a rede de proteção armada pelo Tesouro e o Federal Reserve funcionarem a tempo de impedir novas quebras. A operação-resgate trouxe alívio e adiou o desastre sistêmico que ameaça os bancos e a economia real.

Os bancos centrais estão com a lingua de fora: injetam dinheiro a rodo nos bancos e a confiança não volta. Ou o Congresso dos EUA dá o sinal de que aprova o fundo ou haverá um sismo financeiro. Sabe-se que em todo o mundo é mal visto ajudar bancos em crise. E pior ainda a 43 dias de eleições gerais, com o mandato de Bush no fim.

O pacote costurado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, é ruim para qualquer político. Não prevê ajuda aos devedores hipotecários – um problema que já virou social. O desemprego cresce pela economia meia bomba. A renda é comida pela inflação dos combustíveis e de alimentos. Em média, 80% da renda familiar estão comprometidas com dívidas.

Parece petulância pedir ajuda ao sistema financeiro sem qualquer condicionalidade e previsão de ajuda ao cidadão encalacrado, como fizeram Paulson e Bernanke. Mais: pedem imunidade contra possíveis ações judiciais pelos prejuízos da banca. A preocupação procede.

Um informe do FBI revela quem até junho já havia 1,4 mil casos de indícios de crimes relacionados com hipotecas. De 1º de março a 18 de junho, 406 pessoas foram presas por fraudes no mercado subprime de hipotecas. O FBI prendeu sob a acusação de enganar investidores dois gerentes do Bear Stearns - o primeiro banco de Wall Street a tombar. Foi absorvido pelo JP Morgan Chase com a ajuda do Fed.

A revista Portfolio revelou também em junho que o FBI investiga políticos de Washington pela suspeita de receberem financiamentos em condições favorecidos do Countrywide, maior banco de hipotecas dos EUA, vendido às pressas ao Bank of America em janeiro passado.

Nada é simples nessa crise que destrói as entranhas dos mercados financeiros nos EUA - em boa parte, como criticou no fim de semana a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, devido às regras frouxas e à resistência do governo Bush em implantar controles mais rígidos.

Má gestão e empáfia

Todos falharam. Mas menos pela ideologia do livre mercado e, sim, pela mistura de excesso de gastos públicos com baixa tributação. É a fonte dos déficits fiscais recorrentes, que se somam à soberba do modelo de financiamento dos rombos nas contas externas dos EUA, bancados pela “exportação” de títulos indexados ao dólar contra a importação de bens industriais consumidos pelos americanos muito acima da capacidade de produção do país.

Isso não tem a ver com o polêmico “neoliberalismo”, mas com má economia e empáfia imperial.

A gênese do desastre

Déficits excessivos, acumulados e mal administrados exigem ativos financeiros para serem rolados. Os EUA “importam” por dia mais de US$ 1 bilhão de poupança do mundo para fechar as contas externas.

Mesmo em se tratando do dólar, capital de giro global, os EUA têm de oferecer uma remuneração razoável, o que deixaram de fazer ao longo da gestão Alan Greenspan à frente do Fed.

Por tempo demais a taxa ficou negativa, até a 1%/ano, para que o desmanche de outras bolhas não impelisse a economia real à recessão. Mas tal taxa não remunerava nem o custo da banca, quanto mais os investidores.

Confiança estuprada

É aí que surge o que foi cunhado de “shadow banking”, um sistema bancário na sombra envolvendo subsidiárias de bancos e uma pletora de fundos de hedge, bancos de investimento, todos sem fiscalização ou com baixos controles.

Tal sistema estuprou a confiança em Wall Street. Nele estão os grandes podres, e fraudes, sem que se saiba a extensão. Estima-se em US$ 62 trilhões em nível global, perto do que o fundo de US$ 700 bilhões é pinto, além de só absorver papéis derivados de hipotecas.

As dúvidas assustam os parlamentares dos EUA, embora estejam sem saída. Ainda assim, o fundo só funciona se o investidor acreditar no plano. Muitos estão com o pé atrás.

O desafio é inglório

A compreensão do que se fez no mercado bancário dos EUA, tema de outra coluna, dá a medida do tamanho do problema. Por ora basta o entendimento de que não só hipotecas, mas todo contrato de dívida era transformado em títulos financeiros. Tais papéis eram vendidos a empresas seguradoras ou a fundos de hedge travestidos como tais, que os agrupavam e revendiam no mercado.

O fluxo de pagamentos de dívidas e aplicações voltava ao banco, e outra vez era emprestado, gerando nova rodada de emissões. O baile parou pela desconfiança dos próprios participantes.

Retomá-lo é a tentativa desesperada do governo Bush. Um desafio inglório. Se uma mesma dívida gerou três, quatro emissões, muito papel jamais será resgatado. É podre.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45400-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #128 Online: 24 de Setembro de 2008, 16:12:04 »
Congresso tem de agir para salvar economia, diz Paulson
 
O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, pediu nesta terça-feira aos congressistas dos Estados Unidos que aprovem rapidamente o plano de resgate econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo na semana passada.

Paulson disse à Comissão dos Bancos do Senado que as economias pessoais dos americanos estão em perigo caso o plano não seja aprovado logo.

"Temos que fazer isto para evitar a continuidade da série de falências em instituições financeiras e o congelamento do mercado de crédito que ameaça o bem-estar financeiro das famílias americanas, a viabilidade de pequenos e grandes negócios e a saúde de nossa economia", afirmou.

"Quando o sistema financeiro não funciona como deveria, as economias pessoais dos americanos e a habilidade do consumidor e de empresas para financiar gastos, investimentos e criação de empregos ficam ameaçadas", acrescentou.

Dúvidas

O secretário americano foi ao Congresso acompanhado de Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano, do Fed, para tentar vencer as resistências à aprovação do megaplano de resgate do sistema financeiro.

Bernanke também foi enfático ao dizer que os Estados Unidos correm o risco de uma recessão caso o plano apresentado pelo governo não seja aprovado.

"Apesar dos esforços do Fed, do Tesouro e de outras agências, os mercados financeiros internacionais estão sob estresse extraordinário (…). É necessária uma ação do Congresso, com urgência, para estabilizar a situação e evitar o que, de outra forma, poderão ser graves conseqüências para nossos mercados financeiros e para nossa economia", afirmou.

Mesmo com a insistência de Paulson e Bernanke, ainda há várias dúvidas e críticas ao plano formulado por eles.

Uma das questões é se será criado ou não algum tipo de mecanismo para avaliar e regular a implementação do plano.

Para alguns congressistas, haverá uma concentração excessiva de poder nas mãos de Paulson caso o plano seja aprovado como está.

O secretário disse nesta terça que apóia a idéia de que haja supervisão sobre seu trabalho, mas não está claro como isso ocorria.

Outro ponto de discórdia é sobre como os recursos de US$ 700 bilhões serão usados.

A intenção principal é comprar títulos podres dos bancos para, segundo Paulson, “desintoxicar” seus balanços, evitar que quebrem e permitir que voltem a emprestar para ao mercado em geral.

Durante a apresentação desta terça, o presidente do Fed disse que a intenção é que esses títulos de má qualidade sejam comprados pelo seu “valor de maturação” e não pelo seu valor de mercado.

Segundo o editor de economia da BBC Robert Peston, “isso significa que os bancos que venderem seus títulos ao Tesouro (dos EUA) devem receber em dinheiro o equivalente a algo como duas vezes o valor pelo qual esses títulos estão registrados em seus balanços”.

Caso essa estratégia seja aprovada, os bancos terão lucro ao vender os títulos podres.

Para Peston, “(a estratégia) vai representar uma grande injeção de capital novo no sistema bancário americano, pelo qual os contribuintes americanos não vão receber nada em retorno, com exceção da garantia de Paulson e Bernanke de que seu sistema financeiro não vai entrar em colapso”.

No Congresso também há a preocupação que os profissionais que encabeçaram as perdas não sejam beneficiados pelo resgate e alguns congressistas querem a limitação de salários de diretores das empresas a serem resgatadas.

Eles querem também alguma forma de apoio direto aos americanos que podem perder suas casas por causa da crise hipotecária.

Pressão

Ainda não está claro quão efetiva será a pressão feita pelos representantes do governo Bush no Congresso.

Por um lado, vários congressistas admitem que devem agir rapidamente – desde que segunda-feira os mercados de ações em todo o mundo voltaram a cair por causa das dúvidas em torno do resgate.

Mas há quem argumente que agir com muita rapidez é muito arriscado.

“Eu entendo que velocidade é importante, mas eu estou muito mais preocupado se nós vamos ou não acertar”, disse o senador democrata Chris Dodd, que preside o Comitê em que Paulson e Bernanke falaram.

“Não há segundo ato par isso. Não há idéia alternativa com recursos suficientes se este plano não funcionar.”

Além da pressão para agir rapidamente por causa da crise, os membros do Congresso tem um motivo extra para agir rapidamente: eles devem entram em recesso no fim desta semana ou da semana que vem por causa das eleições americanas.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080923_paulsonsenadofn.shtml

FBI 'investiga empresas afetadas por crise'
 
O FBI iniciou uma investigação sobre as quatro grandes instituições dos Estados Unidos mais afetadas pela atual crise financeira, segundo a imprensa americana.

Os investigadores examinam a possibilidade de fraude cometida pelas firmas de hipoteca Fannie Mae e Freddie Mac, o banco de investimentos Lehman Brothers e a empresa de seguros AIG.

Segundo a imprensa americana, os chefes dessas empresas também estão sendo investigados.

No último ano, à medida que o mercado imobiliário americano começou a apresentar problemas, o FBI iniciou uma ampla investigação no setor financeiro.

A investigação foi gerada por preocupações sobre a forma como hipotecas de alto risco estavam sendo vendidas.

O FBI está, por exemplo, investigando empresas que fizeram empréstimos a compradores com rendas baixas ou instáveis e também bancos de investimento que transformaram esses empréstimos em outros tipos de papéis e os colocaram no mercado.

Concordata

A ABC News, citando fontes não identificadas, disse que um dos objetivo da investigação é descobrir se os funcionários dessas empresas sistematicamente enganaram investidores sobre o vigor financeiro de suas instituições.

A crise no mercado imobiliário americano causou perdas de bilhões de dólares para esses bancos e gerou a atual turbulência nos setores de crédito ao redor do mundo.

Freddie Mac, Fannie Mae e AIG receberam ajuda do governo americano em meio a temores de que poderiam ir à falência.

Lehamn Brothers, o quarto maior banco de investimento do país, entrou com pedido de concordata.

Na semana passada, o diretor do FBI, Robert Mueller, disse que mais de 20 grandes empresas financeiras já estão sob investigação.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080924_freediemacfbi_mp.shtml

Enquanto houver reserva parruda, a economia global arder em febre, não vale bulir no câmbio

BC enfrenta especulação com dólares, que voltam a cair no mundo pela desconfiança no plano de Bush

Enfim, o Banco Central agiu contra a correria do dólar em cima do real, um descalabro já que o país não está à míngua de reservas em moeda forte, retomando os leilões simultâneos de compra e venda de divisas. O último fora em fevereiro de 2003. O primeiro desta nova leva foi na sexta-feira, com oferta de US$ 500 milhões.

Os leilões serão tantos quanto necessários, embora o presidente do BC, Henrique Meirelles, que estava em Nova York para avaliar a crise que castiga os mercados financeiros no mundo, tenha repisado o mantra de que o objetivo não seja influenciar a taxa cambial.

Ok, a gente sabe: o BC só tem meta para a inflação. Saneadora, a medida foi anunciada quando o dólar chegava a RS$ 1,96, longe do mínimo de R$ 1,56 atingido em agosto. Depois do leilão, recuou a R$ 1,83, também refletindo o plano de resgate dos bancos nos EUA.

Nesta segunda-feira, fechou a R$ 1,79. Mas com o dólar atacado em nível global por meio das bolsas de commodities, sinal da pouca confiança dos mercados nos planos do governo Bush para socorrer os bancos americanos em crise. O preço do petróleo disparou, voltando a US$ 120,92 por barril na bolsa de futuros de Nova York - a maior alta em um único dia de todos os tempos: 15,66%. O euro fechou valendo US$ 1,478.

No Brasil, a ação do BC foi um aviso de que o governo está alerta e vai agir sempre que a situação ameaçar fugir de controle. O câmbio era vítima, simultânea, da apressada desalavancagem dos fundos internacionais aplicados em ativos brasileiros, e aflitos para vendê-los e voltar com seus capitais para cobrir as perdas em seus países, e da banca comprada em dólares e no comando da situação. A procura atiçada e a oferta controlada só podiam redundar em mercado destrambelhado.

O BC interveio até com algum atraso, já que deveria ter entrado em campo entre segunda e terça-feira, quando a situação desandou de vez nos EUA e desestabilizou quem dormia no ponto, como Rússia e Coréia do Sul, alvos de ataques cambiais mais graves que os da grande crise de 1998. Aqui, o dólar já flertava com a taxa de R$ 2, que seria ultrapassada segunda-feira sem a ação do BC.

A providência é inteligente. Na prática, assegura uma linha de crédito em dólares por trinta dias, sem desfalcar as reservas de divisas do BC, que estavam em US$ 208,7 bilhões no dia 18. O que foi leiloado sexta-feira será entregue nesta segunda e devolvido em 23 de outubro, com a taxa de venda definida com a de compra.

Em vez de venda final, o BC financia o mercado, tirando com isso o poder de arbitragem dos que formaram posições especulativas para escalpelar os investidores externos em busca de liquidez - mas à custa da instabilidade da economia. Mesmo conhecidos defensores do câmbio depreciado para impulsionar exportações, caso do economista Julio Sérgio Gomes de Almeida, não desaprovaram a ação do BC.

“Câmbio depreciado é uma decisão política planejada, não reação a movimentos de especuladores e a situações de pânico”, diz.

Histeria sem causa

O primeiro aviso está dado: o câmbio não tem meta. Mas, como não há pressão de demanda no mercado físico que justifique histeria do dólar, um chamariz para outras crises - como a falsa “sensação de fuga dos estrangeiros”, conforme o alerta do diretor da corretora NGO, Sidnei Moura Nehme -, firmou-se uma espécie de acórdão do BC: enquanto o país tiver reservas parrudas é proibido saçaricar com o câmbio.

Se o recado não for bem aceito, o BC pode espremer a turma recalcitrante, reduzindo a alavancagem cambial dos operadores, até mesmo desarmar operações na BM&F. Só não pode ficar passivo.

Aposta contra o real

Em sua análise, Nehme fala de um “discreto ataque especulativo” pelo que chama de “estrangeiros”, assim, entre aspas. Elevaram os volumes comprados em dólar futuro de US$ 800 milhões, por aí, para US$ 8 bilhões, o que “corresponde, diretamente, a apostar contra o real” diz Nehme.

“É um jogo arriscado, que pode superdimensionar as fragilidades do país exatamente onde elas são maiores no momento”, argumenta ele, referindo-se aos déficits no balanço de pagamentos em conta corrente. O jogo envolve o desmonte das operações no mercado futuro de câmbio no ambiente da Bovespa-BM&F por fundos ligados a bancos estrangeiros. É o que está por traz da depressão das ações.

Só ganha o esperto

Os fundos estrangeiros compram dólares e se desfazem de reais, o que puxa a taxa cambial, até agora dada apenas pela banca nacional à revelia da posição folgada das reservas do BC, e, sobretudo, sem que haja qualquer problema de fluxo de recursos para o país.

O tombo é duplo. O país perde o diferencial de autonomia externa quando mais precisa desse reconhecimento. E o pato escaldado pelas crises cambiais do passado se retrai, suspendendo investimentos. A convergência da inflação também fica em risco. Só ganha o esperto.

Do limão à limonada

Do falso problema cambial o BC pode livrar-se. Para a retração ou aumento de custo das linhas de financiamento do comércio exterior, que secaram devido à desconfiança geral nos mercados globais, não há ainda saída.

Duas idéias são possíveis.

Uma está na mão: passar dos atuais 4,3% do PIB para 5% o superávit primário e destinar a diferença para o BNDES aplicar nestas linhas. De prazo curto e com baixo risco, serviria mais ao país que estacionar tal poupança em papéis do Tesouro.

Outra idéia é mais elaborada: o governo firmar acordo de proteção de investimento com países superavitários e com fundos soberanos, de modo a atraí-los para o financiamento de exportações e aplicações na carteira de projetos do BNDES. O momento é agora.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45385-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #129 Online: 25 de Setembro de 2008, 16:38:24 »
Casa Branca aceita princípios democratas sobre 'plano Paulson'

A Casa Branca aceitou nesta quinta-feira os quatro princípios básicos que os democratas do Congresso querem acrescentar ao plano de resgate dos bancos apresentado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, para resolver a crise financeira, anunciou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Desde quinta-feira passada, está claro para a administração Bush que os quatro princípios são: a indulgência com os proprietários de imóveis insolventes, a transparência, a igualdade e a indenização dos dirigentes de empresas financeiras", enumerou Pelosi.

"O presidente as aceitou ontem à noite, e é portanto um progresso", comentou à imprensa na sede do Congresso.

Encontro de candidatos

Os candidatos presidenciais americanos John McCain e Barack Obama se encontrarão nesta quinta-feira com o presidente George W. Bush na Casa Branca para uma reunião de emergência sobre a crise econômica do país.

Bush alertou que a economia do país está ameaçada, e que se nada for feito a situação poderá se agravar ainda mais.

O presidente americano tem se empenhado em tentar convencer o Congresso a aprovar o mais rápido possível um pacote de US$ 700 bilhões para resgatar empresas financeiras com dificuldades.

McCain suspendeu sua campanha eleitoral por causa da crise, mas Obama disse que os eleitores deveriam poder ouvir o que os candidatos têm a dizer sobre o assunto.

Ambos participarão de um encontro entre representantes do governo e do Congresso na manhã desta quinta-feira que tentará mediar um acordo para a aprovação de um pacote aceito por ambas as partes (governo e Congresso).

Em um comunicado conjunto, Obama e McCain descreveram o plano de Bush como "defeituoso", mas disseram que não devem ser poupados esforços para proteger a economia.

Os dois candidatos discordaram entretanto, quanto ao adiamento do primeiro debate televisivo da campanha, marcado para esta sexta-feira.

McCain anunciou que suspendeu sua campanha por causa da crise e propôs a Obama que o debate fosse adiado.

Falando sobre a proposta após as declarações de McCain, Obama disse que prefere realizar o debate - apesar de não ter deixado claro se pretende ir ao evento na cidade de Oxford, no Estado do Mississippi, mesmo que o republicano não vá.

"O que estou planejando fazer agora é debater na sexta-feira", disse o democrata.

"Eu acredito que este é o momento em que o povo americano deve ouvir a pessoa que em aproximadamente 40 dias vai ser responsável por lidar com esta bagunça", afirmou.

A Comissão de Debates Presidenciais dos EUA divulgou um comunicado na noite desta quarta-feira onde confirmou que o primeiro debate entre os candidatos acontecerá na sexta-feira na Universidade do Mississippi, como planejado.

Pronunciamento

Bush, fez na noite de quarta-feira o primeiro pronunciamento à nação desde o agravamento da atual crise econômica, há pouco mais de uma semana. No discurso, ele pediu que os americanos apóiem o pacote de US$ 700 bilhões anunciado na última sexta-feira pelo governo.


Em pronunciamento, Bush pede apoio aos americanos / Reuters

Bush reiterou que o pacote, que espera aprovação no Congresso, não servirá para "salvar companhias individuais, mas para proteger toda a economia dos EUA".

O presidente dos EUA afirmou que normalmente não concordaria com uma intervenção do Estado na economia, mas que desta vez o país " não está em circunstâncias normais, o mercado não está funcionando adequadamente".

"Não temos outra opção a não ser intervir (no mercado)", afirmou.

Se o pacote do governo não for aprovado, disse o presidente americano no discurso, "mais bancos podem quebrar, bolsas irão cair ainda mais, faltará crédito para consumidores e muitos americanos poderão perder seus empregos".

"O país pode cair em uma grande recessão. O custo para os americanos será muito maior", disse o presidente durante o discurso na Casa Branca.

O presidente norte-americano também afirmou ter convidado os dois candidatos à sua sucessão, o democrata Barack Obama e o republicano Joh McCain, para um encontro com congressistas dos dois partidos para discutir a crise, em Washington, nesta quinta-feira.

Críticas

O plano de salvamento tem sido alvo de críticas e dúvidas. Uma das questões é se será criado ou não algum tipo de mecanismo para avaliar e regular a implementação do plano.

O temor é de que o Tesouro americano concentre muito poder para gastar os US$ 700 bilhões.

Outro ponto em discussão é sobre como usar os recursos. O plano do governo americano prevê a compra de títulos podres dos bancos para, segundo Paulson, "desintoxicar" seus balanços, evitar que quebrem e permitir que voltem a emprestar para o mercado em geral.

De acordo com o Fed, a intenção é que esses títulos de má qualidade sejam comprados pelo seu "valor de maturação" e não pelo seu valor de mercado.

Isso significa, segundo especialistas, que os bancos que venderem seus títulos ao Tesouro vão ter um grande lucro com os papéis e não terão que dar nada em troca pela ajuda.

No Congresso, também há a preocupação de que os profissionais que encabeçaram as perdas não sejam beneficiados pelo resgate, e congressistas querem a limitação de salários de diretores das empresas a serem resgatadas.

Parte dos congressistas também defende alguma forma de apoio direto aos americanos que podem perder suas casas por causa da crise hipotecária.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/casa_branca_aceita_principios_democratas_sobre_plano_paulson_1937870.html

Congresso dos EUA chega a acordo sobre "plano Paulson"

WASHINGTON - Os congressistas democratas e republicanos chegaram, nesta quinta-feira, a um acordo sobre o conteúdo de um plano de resgate do sistema financeiro dos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo senador democrata Chris Dodd, ao lado de legisladores republicanos.

Dodd, presidente da comissão bancária do Senado, declarou que, depois de três horas de discussão cruciais entres parlamentares democratas e republicanos, os negociadores dos dois partidos resolveram submeter o texto de seu acordo aos responsáveis do departamento do Tesouro.

"Chegamos a um acordo fundamental sobre uma série de princípios", declarou Dodd, acrescentando que isso dará ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, "a autoridade e as verbas que pediu para agir".

Agora, os legisladores devem se encontrar com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, para detalhar as medidas. Segundo o senador republicano Barney Frank o congresso está "a caminho" da aprovação do pacote.

O plano de salvamento do sistema financeiro norte-americano deverá passar por algumas transformações para ser aprovado pelo congressos dos EUA. Os legisladores concordam em permitir o uso de US$ 700 bilhões para a operação, mas querem liberar os recursos em parcelas, sendo que US$ 250 bilhões seriam disponibilizados imediatamente.

A proposta dos congressistas também prevê limites para a remuneração de executivos dos bancos ajudados pelo pacote, além do direito de participação acionária para o governo nas instituições que receberem recursos.

O acordo foi fechado em um encontro que reuniu cerca de dez congressistas influentes dos dois partidos e será apresentado ainda nesta quinta-feira aos demais legisladores. Depois disso, os partidos pretendem levar o plano revisado para apreciação do secretário do Tesouro, Henry Paulson, e para o presidente George W. Bush.

Ainda hoje, o presidente George W. Bush deverá se reunir com lideranças dos dois partidos e com os candidatos à sua sucessão, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain, para tratar da crise.

Ontem, Bush intensificou os esforços para conseguir que o Congresso aprove o pacote. O governo precisa correr porque deputados e senadores entram em recesso na sexta-feira por causa da eleição presidencial, em 4 de novembro.

Bush reiterou que o pacote, que espera aprovação no Congresso, não servirá para "salvar companhias individuais, mas para proteger toda a economia dos EUA".

Críticas

O plano de salvamento tem sido alvo de críticas e dúvidas. Uma das questões é se será criado ou não algum tipo de mecanismo para avaliar e regular a implementação do plano.

O temor é de que o Tesouro americano concentre muito poder para gastar os US$ 700 bilhões.

Outro ponto em discussão é sobre como usar os recursos. O plano do governo americano prevê a compra de títulos podres dos bancos para, segundo Paulson, "desintoxicar" seus balanços, evitar que quebrem e permitir que voltem a emprestar para o mercado em geral.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/congresso_nos_eua_chega_a_acordo_sobre_plano_paulson_1937763.html

Contribuintes americanos protestam contra plano de resgate dos bancos

EFE - Pelo menos 150 protestos foram convocados nos Estados Unidos em rejeição ao plano de resgate dos bancos, contra o qual a população também se mobilizou enviando milhares de e-mails aos congressistas.

Em Nova York, um grupo prevê cobrir hoje de lixo uma escultura de bronze de um touro perto de Wall Street, a qual se transformou em uma representação visual do dinamismo dos mercados quando a economia estava crescendo.

A ação simboliza a irritação de muitos cidadãos comuns pelo desastre causado pelos magnatas financeiros do país e reflete a falta de vontade que têm de colocar sobre a mesa US$ 700 bilhões de dinheiro público para resgatar entidades financeiras, como propõe o plano do Governo.

As manifestações realizadas até agora, a maioria convocada por grupos de esquerda, não foram muito grandes. No entanto, é possível que a participação aumente se for confirmado o acordo anunciado hoje pelo democrata Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado, sobre os princípios do plano de resgate financeiro que o Governo negocia com o Congresso.

Enquanto isso, a população não esconde sua irritação. "Meus telefones tocam sem parar e são quase 100 (ligações) a uma sobre isso", disse hoje o senador republicano Jim DeMint, da Carolina do Sul, em entrevista ao canal de televisão "Fox News". "As pessoas que pagaram suas contas e trabalharam duramente acreditam que não deveriam ser punidas pelo que outros fizeram", acrescentou. Já o congressista Jim McDermott, do estado de Washington, teve a mesma experiência. "As pessoas dizem: Proteja-nos, e não Wall Street", disse Lambert.

Ele destacou que uma das cláusulas que têm que aparecer no projeto de lei é um limite aos salários dos diretores de empresas que se beneficiem da ajuda. "No Japão, eles teriam se suicidado", ressaltou McDermott.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/contribuintes_americanos_protestam_contra_plano_de_resgate_dos_bancos_1938187.html

Se nem os masters do universo sabem estimar o buraco, investidor tem mesmo que puxar o carro

Estimam-se em US$ 62 tri os ativos de risco, enquanto contratos que os originam somam apenas US$ 2,4 tri

A vidraça rachou no sistema financeiro mais desenvolvido do mundo – e desta vez não há digitais do Brasil, como de nenhuma economia emergente, os suspeitos de sempre de toda crise econômica desde o final da II Grande Guerra. Muita gente bem-pensante torceu o nariz para a puxada de orelha nos especuladores aplicada pelo presidente Lula ao abrir a assembléia geral das Nações Unidas em Nova York, o que ele fez, no entanto, com elegância e precisão.

“O ônus da cobiça desenfreada de alguns”, disse, “não pode recair impunemente sobre os ombros de todos. A economia é séria demais para ficar nas mãos de especuladores. A ética deve valer também na economia”. O que Lula expressou é o que o Congresso dos EUA começa a repercutir ao discutir o projeto do fundo de resgate dos títulos sem liquidez engolfados pela banca, patrocinado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente do Fed, Ben Bernanke.

“Uma crise de tais proporções”, refletiu o presidente, “não será superada com medidas paliativas”. À mesma conclusão chegam não só os políticos dos EUA, como os economistas, a maioria retardatária na compreensão do problema – inepta até pelo Tesouro e o Fed.

Paulson começou a desembrulhar o pacote de socorro aos bancos dos EUA na última sexta-feira, falando em US$ 500 bilhões de gastos na compra dos papéis apodrecidos pela desconfiança do investidor – e dos bancos em geral. Boi preto conhece boi preto, como já disse o deputado Clodovil Hernandes. No domingo, ao divulgar uma minuta do projeto, o valor já estava elevado para US$ 700 bilhões, prevendo a aquisição, mas sem dizer como e as condições, apenas de títulos relacionados com a securitização de financiamentos hipotecários.

Na segunda, Paulson passou a admitir a extensão do guarda-chuva a outros tipos de papéis securitizados, como os derivados de fluxos de cartões de crédito e financimentos a estudantes e automóveis. O valor do fundo passou a ser estimado em US$ 1 trilhão, o dobro da provisão inicial cogitada por Paulson e Bernanke. Se nem eles, os masters do universo, como caçoam os críticos, conseguem estimar a extensão do buraco, entende-se por que o investidor puxou o carro.

Os mercados à deriva

Como Lula disse na ONU, “são necessários mecanismos de prevenção e controle, e total transparência das atividades financeiras.” Se as medidas prudenciais estivessem em pleno vigor nos EUA, a crise bancária não teria chegado na soleira da quebradeira sistêmica.

E ainda que existissem os podres, naturais a ambientes de competição extremada a que a desregulamentação dos serviços financeiros levou as casas bancárias, o banco central no comando da situação saberia o que fazer ao se romper a bolha das hipotecas em 2007. Já se sabe que o Federal Reserve subestimou o que estava para enfrentar.

Sacada de boi preto

Primeiro, repetiu a fórmula de antecessor de Ben Bernanke, Alan Grennspan, usada nas crises financeiras anteriores, ministrando reduções regulares dos juros básicos, equivalentes à nossa Selic, hoje lá em 2%. O Fed avaliou o início da crise, portanto, como um problema de liquidez. Era de confiança.

Os “bois pretos” intuiram que o sistema de secutização das hipotecas seria desmontado com a debacle dos preços dos imóveis, contaminando todas as modalidades de papéis derivativos de fluxos de caixa. Só o Fed não viu.

Cemitério de riqueza

Depois, avaliou os defaults do Countrywide e do Bear Stearns como insolvências pontuais, e eram a ponta do enorme iceberg oculto sob a capa dos balanços fiscalizados da banca. Aliás, grande parte dos derivativos nem auditado era, tratados à margem da rede sujeita a regulamentos - entre bancos de investimento e fundos de hedge e as estranhíssimas sociedades de propósito especial, SIVs, em inglês.

Várias são extensão de bancos, inclusive comerciais, formadas para a prática da alavancagem sem observância dos multiplos de crédito definidos pelo “Acordo de Basiléia”, cidade suíça que sedia o BIS, entidade conhecida como o banco central dos bancos centrais.

Os papéis derivativos sob a sigla CDS, credit default swaps, que correspondem à proteção contra risco de inadimplência (vejam só!), é estimada em US$ 62 trilhões, enquanto os financiamentos que os originam totalizavam US$ 2,4 trilhões no fim de 2007. A falta de proporção entre tais valores sugere que a maioria das aplicações é dinheiro morto. Nem o fundo de Paulson-Bernanke vai ressuscitá-lo.

Risco de desperdício

É pressão de desesperado a articulação sobre o Congresso para que a dotação do fundo de socorro à banca seja ampliada. O Tesouro e o Fed já sabem, agora, em que a banca desregulada dos EUA se meteu. A perda da riqueza financeira é fato. Discute-se a sua extensão.

A idéia é que o resgate parcial dos papéis podres pela falta de quem lhes dê fé recupere a confiança, reabrindo os mercados, única forma de diminuir as perdas. Para tal os papéis precisam de preço.

Hoje, nada valem. Se o preço de aquisição for baixo, sanciona o default da banca. O risco de depressão da economia aumenta, e se desperdiça dinheiro do contribuinte. Se for alto, ela é premiada, e o dinheiro do público, também desperdiçado. A aposta é de risco.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45423-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #130 Online: 25 de Setembro de 2008, 16:40:35 »
Crise externa veio em bom momento para o Brasil, diz FT

A crise externa pode ter chegado em um bom momento para o Brasil, afirmou o jornal britânico Financial Times em sua edição desta quinta-feira. Segundo o periódico, o cenário turbulento dos Estados Unidos e outras economias desenvolvidas deve ajudar a esfriar a economia nacional, sem deixar o crescimento econômico ficar muito longe do potencial do País.

A reportagem também diz que o Brasil está mais preparado para enfrentar a atual crise externa, mesmo não tendo se descolado totalmente do restante do mundo.

O FT reconhece que os investidores estrangeiros já retiraram US$ 9,3 bilhões do mercado brasileiro desde o início do ano. Mas, ao contrário do que ocorreu no passado, a turbulência externa não foi amplificada no território nacional.

O jornal lembra que em 1982 os juros elevados nos EUA levaram o Brasil à inadimplência (default) e a economia ficou "de joelhos". Em 1998, com a crise da Rússia e da Ásia, o País teve de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, ao contrário, há otimismo. "Desta vez é diferente. Pelo menos, por enquanto", diz o FT.

"Uma década de estabilidade econômica resultou na criação de empregos e no crédito mais barato, enquanto políticas sociais bem direcionadas levaram milhares de pobres ao mercado consumidor." A preocupação que ainda recai sobre o Brasil, afirma o FT, é doméstica: o nível elevado dos gastos públicos.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/ft_crise_externa_veio_em_bom_momento_para_o_brasil_1937485.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #131 Online: 25 de Setembro de 2008, 17:46:54 »
Entenda as polêmicas sobre o pacote dos EUA
 
Os congressistas americanos estão tentando fechar um acordo sobre o pacote de resgate à economia americana.

Desde o anúncio sobre o plano para salvar o mercado financeiro do país, na sexta-feira 19, surgiram muitas dúvidas e críticas ao documento de três páginas elaborado pelo Tesouro americano para definir o plano.

A BBC Brasil destaca algum dos pontos mais polêmicos sobre o plano, que pode chegar a US$ 700 bilhões.

O pacote é necessário?

O presidente americano, George W. Bush, e seus principais assessores na área econômica afirmam que a economia americana pode enfrentar problemas muito sérios se nada for feito.

Em um discurso na Casa Branca, o presidente americano disse que, sem um pacote de ajuda, “o país pode cair em uma grande recessão” e que o “custo para os americanos será muito maior".

A maioria dos economistas, mesmo os críticos ao plano apresentado pelo governo Bush, concordam que algo deve ser feito. Entre os motivos apontados para intervir estão o fato de a crise estar afetando os mercados de crédito em todo o mundo, o risco de novas empresas financeiras falirem e o impacto negativo no valor das ações das empresas.

Apesar de certo consenso sobre a necessidade de ação, há muita discordância sobre o que deve ser feito.

O que o governo propôs?

O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, foi um dos principais autores do documento inicial sobre o plano de resgate ao mercado financeiro. O plano foi anunciado com um valor de US$ 700 bilhões e com o objetivo principal de retirar do mercado os “créditos podres” ligados à crise de hipotecas que estão em poder do mercado financeiro nos Estados Unidos.

Isso significa que o governo propôs comprar esses papeis para retirá-los da mão das empresas, fazendo com isso que sua situação financeira melhore, diminuindo o risco de falência e, em tese, aumentando o volume de dinheiro e crédito à disposição do mercado em geral.

Depois do anúncio inicial sobre o pacote, Ben Bernanke, o presidente do Fed, o banco central americano, esclareceu que a intenção era comprar os títulos de má qualidade pelo seu “valor de maturação” e não pelo seu valor de mercado. Ou seja, por um valor bem maior do que eles possuem atualmente.

O plano inicial também previa que todo o controle sobre a administração dos US$ 700 bilhões ficaria a cargo do Tesouro, sem influência externa.

Há dúvidas sobre o ponto principal do pacote, a compra de créditos podres?

Sim. Pra fazer sentido, o governo terá que comprar esses títulos por um valor muito maior do que eles têm atualmente, com a expectativa que no futuro esses papéis voltem a ter valor.

Segundo o editor de economia da BBC Robert Peston, “isso significa que os bancos que venderem seus títulos ao Tesouro (dos EUA) devem receber em dinheiro o equivalente a algo como duas vezes o valor pelo qual esses títulos estão registrados em seus balanços”.

Para Peston, a estratégia representaria uma grande injeção de capital novo no sistema bancário americano, pelo qual os contribuintes americanos não receberiam nada em troca.

O secretário Paulson e a equipe econômica do governo defendem que essa seria a maneira mais eficaz de devolver a confiança ao mercado financeiro e permitir o retorno do crédito.

Para alguns economistas, como o megainvestidor George Soros, o plano não só seria injusto com o contribuinte, mas também ineficaz. Ele argumenta que embora muito grande, o pacote pode se mostrar insuficiente para sanar um mercado – o de hipotecas – de US$ 11 trilhões. Para ele, seria mais eficiente investir nas empresas com problemas, injetando capital e recebendo ações em troca. Algo que o governo de certa forma já fez com algumas empresas desde o começo da crise.

Quais são os outros principais pontos de discórdia?

Desde que o plano foi apresentado, uma das primeiras críticas foi a de que muito poder ficaria concentrado na mão do secretário do Tesouro Henry Paulson. Políticos de todos os matizes defendem que haja uma supervisão externa sobre como os fundos serão gastos e geridos.

O pagamento de executivos de empresas ajudadas também entrou no debate. Os democratas, por exemplo, defenderam desde o primeiro anúncio que fosse criado um limite sobre o ganho dos executivos que trabalham nas companhias com problemas.

Outro ponto de polêmica é se o plano deve ajudar diretamente àqueles que têm hipotecas e estão tendo problemas para pagá-las e não se concentrar apenas em ajudar os bancos.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080925_entenda_crise_ep.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #132 Online: 25 de Setembro de 2008, 21:32:49 »
O principal argumento utilizado pelos ultra-liberais é o de que as crises são originadas por criação excessiva de moeda e crédito pelos bancos centrais, ou seja, é a propria intervenção estatal a origem da crise que depois tenta combater com mais intervenção estatal.

Eu achei perfeitamente razoável e verossímel esse argumento, porém me lembrei de algo que já tinha lido em economia mas que eu andava meio esquecido - o efeito multiplicador dos meios de pagamentos (dêem uma pesquisada sobre o efeito multiplicador dos meios de pagamento/moeda antes de prosseguirem).

O efeito multiplicador é um mecanismo que leva naturalmente e automaticamente a uma expansão dos meios de pagamentos disponíveis. Quando um depósito de 100 reais é feito, os bancos (baseados em dados estatísticos sobre a quantidade que as pessoas mantêm normalmente em depósito) emprestam digamos... 70 reais. Esse empréstimo é utilizado pelo tomador para fazer pagamentos, os que recebem esse pagamento por sua vez podem depositar no banco, de modo que o banco terá um adicional para conceder mais empréstimos, e esse efeito continua, sendo limitado espontaneamente apenas pela "drenagem", que são os ativos que não retornam para depósito.

No caso, o papel do Estado através do banco central é conter essa expansão natural através do chamado depósito compulsório ou encaixe bancário, ou seja, uma determinada fração dos depósitos bancários é obrigatoriamente depositada no BC (no Brasil essa taxa não é menor que 70%) para conter a expansão natural dos meios de pagamento através do efeito multiplicador.

Em outras palavras, a atuação do Banco Central propicia menos meios de pagamento disponível na economia, e não mais, como dizem os ultra-liberais. Se os Bancos Centrais deixassem de atuar, parando de recolher essa fração dos depósitos bancários, a situação de excessiva liquidez (ocasinando inflação e preparando futuras crises de crédito) seria muito pior, e não melhor como defendem os ultra-liberais.
 
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #133 Online: 26 de Setembro de 2008, 09:16:40 »
O Washinton Mutual quebrou... Está sendo agora comprado em parte pelo JP Morgan por uma bagatela...
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Luis Dantas

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #134 Online: 26 de Setembro de 2008, 10:36:39 »
Em outras palavras, a atuação do Banco Central propicia menos meios de pagamento disponível na economia, e não mais, como dizem os ultra-liberais. Se os Bancos Centrais deixassem de atuar, parando de recolher essa fração dos depósitos bancários, a situação de excessiva liquidez (ocasionando inflação e preparando futuras crises de crédito) seria muito pior, e não melhor como defendem os ultra-liberais.

Não tenho tanta certeza de que sem Bancos Centrais os meios de compra se multiplicariam descontroladamente; um bom argumento pode ser feito no sentido de que é PORQUE HÁ Bancos Centrais que os meios de compra se multiplicam de alguma forma significativa, pois sem eles haveria muito menos da confiança necessária para permitir essa multiplicação.

De qualquer forma, o fato é que os Bancos Centrais, como você bem disse, definem a taxa de encaixe.  E portanto são responsáveis pelo grau de confiança do mercado no encaixe.  Esteja você certo ou não na afirmação acima, o fato claro é que as decisões sobre o grau de encaixe tem profundo impacto na economia.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline DDV

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #135 Online: 26 de Setembro de 2008, 14:19:41 »
Luis Dantas, se os bancos disporem livremente de todos os depósitos bancários feitos, a quantidade de moeda e crédito seria MUITO maior do que a que normalmente se dispõe. se ainda tiver dúvida, tente calcular usando a fórmula dada no texto abaixo. Eu ainda não calculei, mas pela magnitude do efeito e pelas taxas de encaixe normalmente praticadas pelos BCs (dificilmente é menor do que 70%, ou seja, de cada 1000 reais que é depositado em um banco, 700 lhe fica indisponível), a quantidade é IMENSA.

Portanto, essa idéia de que sem a atuação dos BCs a disponibilidade de moeda e crédito seria menor é simplesmente falsa (juntamente com qualquer outra idéia que tenha esta como base).



Aqui vai um texto com uma explicação sucinta do efeito multiplicador dos meios de pagamento.


Fonte: http://www.dearaujo.ecn.br/cgi-bin/asp/moedaebancos.asp


4.1) Moeda Bancária

Os bancos são responsáveis pela criação de um outro tipo de moeda, qual seja: a moeda escritural ou bancária. A moeda escritural ou bancária corresponde ao total de depósitos à vista em todo o sistema bancário de um determinado país.

Como representam exigibilidades imediatas junto aos bancos, esses depósitos representam um meio de pagamento semelhante ao dinheiro em cédulas ou moedas (moeda manual) que a população dispõe. Através de transferências bancárias online ou via cartões de débito ou mesmo da emissão de cheques, débitos podem ser liqüidados tão eficientemente como se se tratasse de uma movimentação material de dinheiro entre as partes envolvidas. Atualmente mais de 80% do meio circulante de um país.

Conquanto não possam mais emitir notas de banco de curso livre ou forçado, as instituições bancárias têm a faculdade de "criar" moeda através do processo de multiplicação dos depósitos bancários.
4.2) A Multiplicação dos Depósitos Bancários

Os empréstimos concedidos pelos bancos dão origem a novos depósitos. Baseados em dados estatísticos de qual o percentual das contas as pessoas mantêm em bancos, esses, quando permitidos, geram créditos sobre os depósitos à vista. Ocorre que os recebedores dos empréstimos, realizam pagamentos a outros, que por sua vez colocam parte deles de volta nos bancos, sob a forma de depósitos, os quais servem de base para a concessão de novos créditos.

Essa capacidade dos bancos denomina-se de Sistema de Reservas Fracionárias, ou seja: os bancos têm a faculdade de manter em caixa apenas uma fração de seus depósitos totais. Em decorrência a capacidade do sistema bancário criar moeda depende de seu montante de Reservas Fracionárias e da quantidade de dinheiro que - ao sair do sistema bancário - não retorna (drenagem).

Até tão recentemente como os anos 70 e 80, o Banco Central mantinha como política o estabelecimento de depósitos compulsórios sobre os depósitos à vista que variavam entre 27% para 33% para manutenção da Taxa de Reserva Obrigatória (depósito compulsório) sobre os depósitos à vista dos bancos comerciais (vide Resolução 375 do Banco Central).

Com Uma reserva de 33% e uma taxa de drenagem de 7%, o que ocorre com a capacidade de criação de moeda dos bancos?

Processo de Expansão da Moeda Bancária

BANCO         DEPÓSITO        RESERVA                 EMPRÉSTIMOS   DRENAGEM      VOLTA PARA O SISTEMA
                              (DEPÓSITO COMPULSÓRIO)                                                     BANCÁRIO
                                   
Banco A    1.000,00    330,00                       670,00            70,00                      600,00
Banco B    600,00             198,00                402,00             42,00                       360,00
Banco C    360,00             118,80                241,20             25,20                       216,00
Banco D    216,00             71,28                        144,72              15,12                129,60
Banco E    129,60             42,77                         86,83                9,07                  77,76
Banco F    77,76              25,66                 52,10                   5,44                      46,66
Banco ...       ...                   ...                        ...                  ...                        ...
TOTAL         2500,00       825,00                      1675,00             175,00            1500,00

O efeito multiplicador (k) do depósito original (do) se esgota quando o valor acumulado de (r) mais o valor acumulado de (d) alcançam esse valor. No caso (r + d = do) --> ($825,00 + $175,00 = $1.000,00).

(*)k = 1 / (r + d), onde:

k = Multiplicador
r = Taxa de Reserva (Depósito Compulsório)
d = Drenagem

Substituindo os valores:

k = 1 / (0,33 + 0,07) = 1 / 0,4 = 2,5

Com um multiplicador de 2,5 os $1.000,00 iniciais em depósitos se transformam em $2.500,00.

Com uma Taxa de Reserva de 100% (igual a 1) não existe a possibilidade de multiplicação dos depósitos bancários. Desde a implantação do Plano Real a política monetária do governo brasileiro tem sido de manter o Depósito Compulsório em 100% sobre os saldos dos depósitos à vista, como medida anti-inflacionária.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #136 Online: 26 de Setembro de 2008, 14:25:27 »
Claro, a não ser que o BC americano mantenha um encaixe de 0% e ainda crie mais moeda e crédito. Pesquisemos para confirmar ou não isso.
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Offline DDV

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #137 Online: 26 de Setembro de 2008, 14:41:40 »
http://en.wikipedia.org/wiki/Reserve_requirement


Na maioria dos países, o encaixe bancário é bem menor que o brasileiro. No caso dos EUA, o encaixe máximo é de 10%. Mesmo com esse encaixe relativamente baixo, é sem dúvida uma quantidade gigantesca de meios de pagamento e crédito que deixam de entrar na economia devido ao BC, ainda mais se considerarmos que a percentagem do dinheiro circulante que fica em depósitos bancários deve ser bem maior nos EUA do que no Brasil.
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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #138 Online: 26 de Setembro de 2008, 15:53:48 »
25/09/2008

Os  liberais absolutos estão cobertos de razão

Fontes altamente secretas  informam  que após  11 setembro de 2001 o governo americano,  através  da  CIA,  obrigou  vários banqueiros  a  especular com os preços dos imóveis,  pois caso não fizessem suas famílias poderiam sofrer acidentes.  Os banqueiros não tiveram opção e então começaram a especular com os preços dos imóveis  e daí formou-se  a bolha no mercado imobiliário.

Conforme essas fontes altamente secretas, os liberais absolutos estão cobertos de razão: Foi o governo americano que causou a bolha no mercado imobiliário.


Fonte: altamente secreta,

link:  altamente secreto.


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« Última modificação: 26 de Setembro de 2008, 16:01:53 por Helder »

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #139 Online: 27 de Setembro de 2008, 19:05:49 »
Custo final do pacote de ajuda nos EUA será menor, diz Bush

WASHINGTON - O presidente George W. Bush procurou acalmar neste sábado as preocupações sobre o plano de ajuda de US$ 700 bilhões, dizendo que o custo final do pacote será muito menor, porque o valor dos ativos podres adquiridos pelo governo vai aumentar com o tempo.

Bush disse que estava confiante de que o plano em negociação no Congresso durante o final de semana vai ser aprovado "logo" e que existes pontos de consenso entre os lados em discussão na maioria dos aspectos do pacote.

"Nós precisamos liberar o fluxo de crédito para os consumidores e para as empresas reduzindo o risco apresentado por esses ativos podres", disse Bush em seu discurso semanal no rádio. "Nós devemos garantir que os contribuintes sejam protegidos, que os executivos falidos não se aproveitem dos impostos pagos e que haja um quadro bipartidário para a supervisão desses esforços."

O presidente dos EUA procurou diminuir a ansiedade sobre o alto valor do pacote. "O custo final desse plano será bem menor que 700 bilhões", disse. "Muitos dos ativos que o governo deve comprar tendem a aumentar de valor com o tempo. Isso significa que o governo poderá recuperar muito, se não tudo, da despesa original", acrescentou.

Bush repetiu suas advertências de que a falência do sistema financeiro pode colocar a economia em perigo e no caminho em direção a uma "profunda e dolorosa recessão".

Frustração de americanos

Bush disse ainda que compreende que os americanos talvez não queiram pagar a conta do plano de resgate do sistema financeiro, mas argumentou que ele é necessário para salvar a economia do país.

"Muitos americanos estão ansiosos por suas finanças e seu futuro. Sei que muitos dos que estão me escutando nesta manhã estão frustrados com a situação", afirmou. "Vocês fazem sacrifícios diários para pagar suas hipotecas e ter as contas em dia. Não parece justo que o governo lhes peça para pagar pelos erros de Wall Street. Eu entendo".

"E se fosse possível deixar que qualquer das irresponsáveis companhias de Wall Street quebrasse sem que vocês e suas famílias fossem afetados, eu teria feito isso. Mas isso não é possível", disse Bush.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/27/custo_final_do_pacote_de_ajuda_nos_eua_sera_menor_diz_bush_1941169.html

Mérito do fundo de socorro à banca nos EUA é dar valor a papel podre que ameaça a economia

Projeto subiu ao telhado, mas alguma coisa será aprovada. Sem a ajuda, o poço da crise não terá fundo

Agora vai? Para a depressão econômica nos EUA, com desdobramento global, com quase certeza não mais. Recessão localizada, com muito sangue ainda rolando entre os bancos, é o mais provável. Tudo por arte do suado acordo nos EUA entre o governo Bush, republicano e em melancólico fim de mandato, e o Congresso de maioria democrata.

As resistências ao fundo de US$ 700 bilhões, idéia do secretário do Tesouro, Henry Paulson, e do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, para resgatar parte dos títulos de alto risco encostados como lixo nos balanços da banca, cessaram depois que o presidente George W. Bush foi à TV declarar, com vez pausada, grave, que “sem ação imediata do Congresso” os EUA afundam em “pânico profundo”.

É o que estava previsto. Estava. Bush entregou a pá de coveiro da economia ao Congresso, que não a aceitou, obviamente. Não contava é de seu próprio partido surgisse uma oposição que fez o programa de ajuda subir ao telhado.

Consciente de sua baixa credibilidade entre os americanos e da percepção de que o fundo salvador só serve para doar dinheiro bom do contribuinte a banqueiros falidos, ele convidou à Casa Branca os candidatos Barack Obama e John McCain e os líderes democratas e republicanos, na Câmara e no Senado, para avalizar a proposta. Seu legado de crises não o habilita a decidir mais nada.

O encontro foi um fiasco. McCain impôs restrições ao que propunha a dupla P&B, Paulson-Bernanke, Obama, em princípio favorável, saiu fora e as negociações voltaram à estaca zero. Cenas menores de uma crise encavalada com campanha eleitoral.

O acordo surge com atraso de pelo menos uma década para estender a normalidade ao sistema financeiro crescido à margem dos bancos clássicos, que aceitam depósitos do público ao contrário do resto, capitalizado com empréstimos, depois de um ano de patética omissão do Federal Reserve e Tesouro sobre a lambança geral.

O que virá não será capaz de refundar os alicerces do dólar, mas pode sustar a crise. A qualidade do resgate é ruim. Mudou pouco na mão dos políticos, mais preocupados em inserir no projeto medidas para torná-lo menos antipático ao eleitor-contribuinte. Está longe de resolver os graves problemas da economia americana, deixados à nova administração, depois de novembro. Só que não apareceu nada melhor para resolver o problema, nem mesmo parcialmente.

O medo da depressão

“Nossas lideranças dizem: `Confiem em nós´”, analisa o presidente da Cumberland, uma firma de consultoria, David Kotok. “Deveríamos confiar? A resposta é não. Deveríamos aprovar os US$ 700 bilhões? A resposta é sim.”

Suas premissas: a recuperação dos papéis seja zero ao Tesouro dos EUA. O custo médio de carregamento seja de 5% ao ano e nunca seja pago. Para o PIB de US$ 14 trilhões dos EUA, implicaria uma carga anual de juros de US$ 35 bilhões ao longo de trinta anos, quando seria absorvido pelo crescimento da economia.

“Parece-me que US$ 35 bilhões ao ano seja um preço muito baixo a pagar, se a depressão puder ser evitada”, diz Kotok, como também repercutiu o economista Rich Karlgaard, prestigiado colunista da revista Forbes, segundo o qual o fundo de US$ 700 bilhões equivale a 3% da capitalização de mercado total das empresas americanas. Um grão de areia comparado ao potencial de perda da riqueza dos EUA.

Ajuda será bem maior

A avaliação segura da capacidade do plano Paulson-Bernanke só vai ser possível quando se conhecer sua operacionalidade. A que preço os títulos ilíquidos serão absorvidos pelo Tesouro? Paulson queria ao par, o que representa um prêmio à banca. Tais papéis estão sem preço.

O Tesouro recebê-los com desconto ou em troca de ações dos bancos socorridos implica em qualquer caso um deságio. De quanto? Não se sabe. Hoje valem zero. O mérito do fundo é dar valor aos papéis, sendo esta a sua dimensão mais relevante, não a dotação.

Se o valor for descontado, os balanços da banca sofrerão deságio, o que Paulson quer evitar, para não sobrecarregar a necessidade de recapitalização do sistema. Sem deságio implica premiar o fracasso alcançado pela especulação.

Em regra, acha-se que a US$ 0,20 seria uma troca mais justa. Nesse valor, a dotação de US$ 700 bilhões do fundo equivaleria, na prática, a US$ 3,5 trilhões. Dinheiro mais que suficiente, que se adiciona ao US$ 1 trilhão já desembolsado.

Respingos no Brasil

Os desdobramentos da crise financeira não são o único aspecto da crise americana a considerar ao se pôr o Brasil em perspectiva. O que o pacote deve tirar da frente é a ameaça da ruptura financeira global. O risco de recessão brava continua.

Outros atos aprovados pelo Congresso também sugerem intervenções que terão repercussões aqui. Caiu, por exemplo, o veto à exploração de petróleo no mar, o que aumentará a disputa por equipamentos escassos para o pré-sal.

Plataformas de exploração são alugadas, não compradas. Há poucas disponíveis no mundo, razão pela qual o aumento das atividades no mar tornou este negócio mais rentável que o próprio petróleo. Elas custavam US$ 125 mil/dia quatro anos atrás. A Petrobras as aluga hoje por até US$ 650 mil/dia.

Capitalismo dirigista

A fase inicial do pré-sal exigirá 40 desses equipamentos. Doze estão contratados. Com os EUA também na disputa, faltará plataforma, o custo vai multiplicar-se, sem falar que o sucesso lá e aqui tenderá a baixar o preço do petróleo.

A volta do dirigismo aos EUA à custa do liberalismo vem merecendo comentários irônicos de expoentes da esquerda. Curioso. Se pegarem as rédeas da economia, os EUA se tornarão um competidor poderoso. Pegue-se outra decisão do Congresso: emprestar US$ 25 bilhões com juros subsidiados às combalidas GM, Ford e Chrysler. É capitalismo em sua versão mais bruta. E profissional. Amadores são os outros.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45466-1.html

Confira os argumentos pró e contra o plano de resgate

Enquanto prosseguem em Washington as negociações para a aprovação de um resgate econômico de US$ 700 bilhões apresentado pelo governo de George W. Bush, a BBC News preparou uma lista de argumentos a favor e contra a proposta.

Pró-resgate

- Estabilidade financeira global - O plano tem o objetivo de acalmar um sistema financeiro global extremamente volátil. As nações mais ricas do mundo que formam o G7 afirmam que o pacote irá "proteger a integridade do sistema financeiro internacional.

- Bem-estar dos investidores - Investidores ao redor do mundo precisam de um estímulo para recuperar a confiança. Na opinião do investidor bilionário Warren Buffett, o plano é "absolutamente necessário" para ajudar a tirar o sistema financeiro de um "Pearl Harbour" econômico.

- Desaceleração global - Todos os lados concordam que é preciso evitar a recessão nas maiores economias do mundo e o efeito que isso terá para países que dependem nos Estados Unidos para comércio.

- Segurança de empregos - O plano poderia ajudar a garantir empregos em todos os setores da economia americana e evitar falências que "ameaçam o bem-estar financeiro de famílias americanas", segundo o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson.

- Congelamento de crédito - Manter dinheiro fluindo pelos mercados para que as instituições financeiras continuem a emprestar entre elas, à empresas e consumidores, é vital para o funcionamento de qualquer economia.

- Lucros podres - O custo de US$ 700 bilhões para sanear os bancos livrando-os de papéis podres pode parecer alto, mas quando as autoridades venderem esses títulos no futuro, o valor obtido pode ter subido o suficiente para que gerar lucro.

Contra o resgate
- Carga para o contribuinte - O governo planeja comprar os papéis em seu valor de vencimento, o que é bem acima do valor de mercado. Se o valor desses papéis não melhorar nos próximos anos, o resgate pode custar caro aos contribuintes.

- Inflando a dívida do Estado - Alguns economistas afirmam que o plano poderia aumentar o déficit orçamentário, o que poderia, por sua vez, aumentar a inflação. Paulson pediu que o montante autorizado para endividamento do Estado aumente de US$ 10,6 trilhões para US$ 11,3 trilhões.

- O verdadeiro custo do plano - Já que as autoridades teriam o poder de comprar quase todo tipo de papel a qualquer preço e vender esse títulos no futuro, é quase impossível calcular o custo real do plano.

- Altos salários no sistema financeiro - Muitos questionam se não deveria haver um controle sobre os altos salários dos chefes dentro das instituições que estão sendo beneficiadas pelo resgate, já que acredita-se que foi Wall Street "que criou essa confusão".

- O poder fenomenal do secretário do Tesouro americano, Henry Paulson - A proposta de resgate é criação de Paulson e ele vai controlar como os US$ 700 bilhões serão gastos.

- Muita exposição - Alguns congressistas afirmam que o governo deveria ter o direito de ter uma participação em qualquer instituição que esteja recebendo ajuda financeira, o que daria ao Estado o direito de comprar ações dessas empresas no futuro.

- Controle - A proposta prevê que seja elaborado um relatório duas vezes ao ano, mas os críticos insistem que haja um acompanhamento maior.

- Cidadãos comuns -Alguns defendem que esse pacote deveria ser estendido para ajudar os americanos comuns que correm o risco de perder suas casas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2008/09/26/confira_os_argumentos_pro_e_contra_o_plano_de_resgate_1939541.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #140 Online: 27 de Setembro de 2008, 20:14:29 »
Republicanos da Câmara apresentam contrapropostas sobre o plano Paulson

O chefe da bancada republicana no Câmara dos Representantes, John Boehner, apresentou nesta sexta-feira à presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, uma carta com as contrapropostas dos republicanos ao plano de resgate dos bancos elaborado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson.

O líder republicano da Câmara pediu a Pelosi que dê às idéias republicanas "a atenção que merecem".

"Assim como você, os republicanos da Câmara pensam que é necessário responder à crise rapidamente, na perspectiva de proteger as famílias, os idosos, as pequenas empresas e os contribuintes", diz a missiva.

Estas contrapropostas foram apresentadas na noite de quinta-feira durante uma reunião na Casa Branca, para a surpresa do governo e dos parlamentares democratas, que já haviam anunciado a conclusão de um acordo.

"Dissemos à imprensa e aos democratas que este acordo não inclui os republicanos da Câmara", afirmaram os republicanos sua carta.

O plano dos republicanos da Câmara insiste no fato de que "cabe a Wall Street, e não aos contribuintes" arcar com os custos do plano Paulson.

"Qualquer plano de resgate deve incluir um dispositivo que garanta o reembolso das obrigações indexadas a créditos hipotecários", afirmaram os republicanos da Câmara no resumo de seus trabalhos transmitido por Boehner a Pelosi.

A bancada republicana também pediu que capitais privados, e não o dinheiro dos contribuintes, sejam injetados nos mercados. "Muitos capitais privados não estão sendo utilizados para resolver esta crise, e chegou a hora de desbloqueá-los", afirmou o grupo, que também defendeu "transparência imediata, vigilância e uma reforma dos mercados".

"A proposta também significa que a SEC (o órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos) terá que reexaminar os resultados das agências de notação, e a capacidade das mesmas em avaliar os riscos com precisão", finalizaram.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/26/republicanos_da_camara_apresentam_contrapropostas_sobre_o_plano_paulson_1940070.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #141 Online: 29 de Setembro de 2008, 02:49:57 »
Democratas e republicanos fecham acordo sobre plano de resgate financeiro

Washington - Legisladores republicanos e democratas dos EUA se puseram neste domingo de acordo sobre as linhas gerais de um plano de resgate financeiro, embora não tenham anunciado um pacto final até tê-lo por escrito.

Segundo informações do site da rede de TV americana CNN, a líder da Câmara Baixa, Nancy Pelosi, os congressistas chegaram a um esboço do acordo.

"Temos que colocá-lo por escrito para alcançar um acordo formalmente", disse Nancy Pelosi, ao término de uma reunião no Congresso.

A líder da Câmara baixa também afirmou que espera que o acordo esteja pronto neste domingo, ainda antes da abertura das bolsas asiáticas.

O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, permaneceu ao lado de Pelosi durante as declarações.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/28/democratas_e_republicanos_fecham_acordo_sobre_plano_de_resgate_financeiro_1941800.html

Congresso dos EUA muda pacote para proteger contribuinte

Os congressistas americanos conseguiram incluir medidas importantes no pacote de resgate do sistema financeiro dos Estados Unidos que não constavam no plano original. O objetivo foi dar mais transparência e controle sobre o andamento do pacote, além de proteger os contribuintes.
Uma das alterações relevantes foi o parcelamento dos US$ 700 bilhões em três vezes, ao contrário da proposta inicial do secretário do Tesouro Henry Paulson. A primeira será liberada imediatamente, a segunda deverá ser requerida pelo presidente Gerge W. Bush e a terceira dependerá de novas movimentações do Congresso, que vai avaliar a condução do pacote e os efeitos no sistema financeiro.

Outra conquista dos negociadores foi a imposição de limites nas compensações dos executivos de instituições que serão socorridas pelo pacote. Além disso, o plano prevê a possibilidade de o governo elevar os impostos para companhias que paguem seus executivos acima de US$ 500 mil por ano.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/28/congresso_dos_eua_muda_pacote_para_proteger_contribuinte_1942596.html

Congresso dos EUA divulga projeto de lei sobre resgate financeiro

Washington - O Congresso dos Estados Unidos divulgou hoje o projeto de lei sobre o plano de resgate financeiro de US$ 700 bilhões com o qual o Governo americano pretende combater a desordem nos mercados.

O projeto, de 106 páginas, foi redigido às pressas durante a noite e a manhã de hoje, depois que os líderes do Congresso chegaram a um acordo, sobre as linhas gerais, pouco após a meia-noite.

Em comparação, a proposta inicial apresentada ao Congresso pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, há uma semana tinha apenas três páginas.

A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse que deixará um período de análise público de 24 horas após a divulgação do documento, o que significa que o voto nessa câmara acontecerá a partir da segunda-feira à tarde.

Depois, o projeto será submetido à votação no Senado. Se não há obstáculos, segue para a Casa Branca, a fim de receber a assinatura do presidente americano, George W. Bush.

O texto mantém o objetivo central do programa do Governo: o uso de um máximo de US$ 700 bilhões para comprar dívida de má qualidade.

No entanto, inclui novas cláusulas negociadas pelos legisladores de ambos os partidos.

Em vez de colocar à disposição do Departamento do Tesouro os US$ 700 bilhões de uma vez, o montante será fracionado.

O Governo poderá usar US$ 250 bilhões imediatamente e outros US$ 100 bilhões, se Bush determinar que é necessário. O Congresso pode reter os outros US$ 350 bilhões se não estiver satisfeito com o desempenho do programa.

Os democratas também conseguiram introduzir cláusulas para a proteção do contribuinte.

O projeto estabelece um conselho de supervisão do programa, que incluirá o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, e o presidente da Securities and Exchange Commission (SEC, comissão de valores mobiliários), Chris Cox, entre outros altos funcionários.

Além disso, os contribuintes receberão direitos de compra de ações (warrants), e com isso se beneficiarão se as empresas que receberem a ajuda se recuperarem.

O Governo também limitará a renda dos diretores das companhias participantes do programa. Os chefes de empresas em quebra não poderão receber benefícios multimilionários quando forem despedidos.

O Governo também elevará os impostos a empresas que pagarem a seus diretores acima de US$ 500.000 por ano.

O secretário do Tesouro poderá renegociar os termos das hipotecas adquiridas para ajudar os proprietários de casas com problemas para pagar as dívidas, a fim de evitar o despejo de inquilino.

O projeto também inclui uma cláusula exigida pelos republicanos da Câmara, os mais reticentes em apoiar o programa.

Essa disposição dá ao secretário do Tesouro a opção de requerer que os bancos comprem seguros para cobrir sua carteira de títulos vinculados às hipotecas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/28/congresso_dos_eua_divulga_projeto_de_lei_sobre_resgate_financeiro_1942424.html

Bush diz que pacote evitará que economia dos EUA quebre

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste domingo que o pacote de resgate de 700 bilhões de dólares a Wall Street que está sendo finalizado pelo Congresso fornece as ferramentas e os recursos para proteger a economia do país de uma quebra geral. Bush comemorou e expressou confiança de que o plano será aprovado rapidamente. Em Tóquio, a Bolsa reagiu bem ao anúncio do plano e abriu em alta.

"Esse plano envia um forte sinal ao mundo de que os EUA estão agindo seriamente na restauração da confiança e da estabilidade do nosso sistema financeiro", disse Bush em comunicado.

"Sem o plano de resgate, os custos para a economia norte-americana seriam desastrosos."

Secretário pessimista

Não há em vista um fim próximo para a turbulêncua dos mercados financeiros que atingiu os Estados Unidos e o restante do mundo, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, em entrevista transmitida no domingo. Na entrevista gravada para o programa "60 Minutes" da CBS, Paulson disse que a melhor esperança para a estabilização dos mercados recai sobre o pacote de ajuda de 700 bilhões de dólares que está tramitando no Congresso.

Paulson preferiu não especular sobre o que aconteceria se o pacote não for aprovado. "Vamos fazer isso funcionar e faremos o que for necessário para funcionar", afirmou ele.

"Teremos turbulência no nosso sistema financeiro por algum tempo, mas eu acredito que vai funcionar."

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/28/bush_diz_que_pacote_evitara_que_economia_dos_eua_quebre_1942601.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #142 Online: 29 de Setembro de 2008, 15:10:23 »
Acionaram o circuit break na bolsa para não quebrar de vez:

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29/09/2008 - 15h03
Câmara dos EUA rejeita pacote; Bovespa interrompe atividade
São Paulo - A Câmara dos Estados Unidos rejeitou o pacote de socorro a bancos, de US$ 700 bilhões. No mercado financeiro, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York ampliou as perdas para 4,58%. Na Bolsa de Valores de São Paulo, o índice Bovespa caiu mais de 10% e foi acionado o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de ações por um período.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #143 Online: 29 de Setembro de 2008, 16:50:14 »
Deputados americanos votam contra projeto de resgate de US$ 700 bi

SÃO PAULO - O plano de US$ 700 bilhões proposto pelo governo Bush para resgatar o sistema financeiro americano da crise foi rejeitado na votação pelos deputados. O placar foi de 205 votos a favor e 228 contra a iniciativa que previa permissão para o Tesouro comprar títulos podres hoje em poder dos bancos.

Com isso, não há mais negociação e um novo projeto deve ser apresentado. As lideranças republicanas devem se reunir para decidir o que será feito.

A derrota ocorreu apesar dos líderes da Câmara terem mantido a votação aberta além do limite de tempo de 15 minutos, com os defensores do plano incapazes de convencer um número suficiente de deputados de ambos os partidos a mudarem seus votos contrários.

A derrota é um importante revés para a administração Bush, especificamente o Departamento do Tesouro, assim como para os legisladores que trabalharam durante a última semana para viabilizar o pacote, concebido como resultado do colapso do Lehman Brothers Holdings Inc, socorro do governo para a gigante American International Group Inc (AIG) e tomada do controle das agências hipotecária Fannie Mae e Freddie Mac.

A apuração preliminar tinha apontado 226 votos contrários à proposta e 207 favoráveis. Depois disso, os líderes partidários tiveram tempo para convencer outros congressistas a mudar de opinião. Apenas dois mudaram, e passaram do voto favorável para o contrário.

A maior parte dos votos contra o pacote partiu do Partido Republicano, o mesmo do presidente George W. Bush, que está em final de mandato.

Declaração de Bush

O presidente George W. Bush está muito decepcionado com a derrota do plano de resgate financeiro sofrida na votação desta segunda-feira na câmara de deputados e pediu a seus assessores que avaliem os próximos passos a serem dados, informou a Casa Branca.

"Obviamente estamos muito desapontados com o resultado desta tarde", afirmou Tony Fratto à imprensa depois que o projeto foi rejeitado.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/29/deputados_americanos_votam_contra_projeto_de_resgate_de_us_700_bi_1944024.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #144 Online: 29 de Setembro de 2008, 17:32:24 »
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29/09/2008 - 17h10
Mantega diz que pacote será aprovado nos EUA e vê situação "normal" no Brasil
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EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse estar confiante na aprovação do pacote de ajuda à economia dos EUA no Congresso do país em uma segunda votação do projeto, que foi rejeitado na tarde de hoje pelos deputados americanos.

"Eu acredito que o Congresso americano ainda vai aprovar esse pacote de socorro e, tão logo isso aconteça, nós teremos uma distensão da situação internacional. Nós vamos ter uma recomposição do crédito, em bases inferiores a anteriormente, porém, não vai haver o estresse que nós estamos vivendo no dia de hoje", afirmou.

Apesar da queda de mais de 10% que interrompeu as negociações hoje na Bolsa de Valores e da falta de crédito para as empresas investirem no Brasil, o ministro disse que a economia está funcionando normalmente.

Mantega voltou afirmar que a economia brasileira está em uma situação favorável e citou os números do superávit primário divulgados hoje pelo Tesouro.

"Estamos com uma situação fiscal bastante sólida, a inflação está sob controle, dentro do limite superior da meta, então estamos com uma situação favorável para enfrentarmos essa situação internacional maior", disse.

Reunião de emergência

O ministro esteve reunido hoje pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento e com o presidente do Banco Central para analisar a crise.

O governo reconheceu que faltam dólares para garantir linhas de crédito para exportações, mas diz que a ação do BC, que já vendeu US$ 1 bilhão ao mercado nesse mês, garantiu o funcionamento desse mercado.

Mantega afirmou também que poderá haver falta de recursos para a agricultura, mas que será possível resolver isso mais adiante. O ministro também disse que houve uma diminuição do crédito por parte dos bancos privados, e citou mais uma vez a ação do BC, que reduziu os depósitos compulsórios para evitar problemas de liquidez no sistema.

"Embora haja esses problemas que eu mencionei, a economia está funcionando normalmente, o mercado doméstico está bem, as empresas estão sólidas, os bancos brasileiros estão sólidos e o governo estará pronto para responder aos problemas na medida em que eles se colocarem", disse o ministro.

Algo me diz que isso é mentira da grossa...

Algo me diz que eles estão começando a entrar em pânico...

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #145 Online: 29 de Setembro de 2008, 19:28:08 »
Entenda o pacote econômico de US$ 700 bi proposto nos EUA
 
A Câmara dos Estados Unidos rejeitou em uma primeira votação o megapacote econômico de US$ 700 bilhões apresentado pelo governo para socorrer instituições financeiras afetadas pela crise econômica no país.

Apesar do resultado, autoridades do governo e congressistas afirmam que novas negociações serão realizadas em busca de um acordo que garanta a aprovação do pacote em uma nova votação nos próximos dias.

Se a proposta de 106 páginas for aprovada, os Estados Unidos vão testemunhar a maior intervenção do governo na economia desde a crise de 1929.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas para ajudar você a entender o que está sendo proposto.

Quais são as principais propostas do pacote?

O pacote de ajuda ao mercado financeiro tem cinco pontos principais.

1. US$ 700 bilhões serão liberados em parcelas para a compra de papéis podres em poder de bancos e outras empresas em dificuldades financeiras.

Esse é considerado o ponto mais polêmico do plano. Para muitos americanos, trata-se de um proposta de "socorro a banqueiros" paga com o dinheiro do contribuinte.

Com isso em mente, parlamentares democratas exigiram mudanças na proposta original - mais há sinais de que nem todos estão satisfeitos com o plano atual.

Por sua vez, alguns membros do Partido Republicano, o mesmo do presidente George W. Bush, são por princípio contra a intervenção do Estado no mercado e por isso resistem à idéia.

2. O pacote prevê restrições nos pagamentos feitos a executivos das instituições beneficiadas pela ajuda;

3. O governo terá participação em empresas que forem ajudadas;

4. A implementação do pacote será supervisionada por uma comissão;

5. O Tesouro terá que estabelecer um programa de seguros para garantir os ativos das empresas que estão com problemas.

Como o pacote deve funcionar?

Depois da aprovação da proposta pelo Legislativo e pelo Executivo americanos, os US$ 700 bilhões devem ser desembolsados em três parcelas: primeiro, US$ 250 bilhões serão liberados imediatamente após a aprovação do pacote. Depois, se o presidente americano pedir, mais US$ 100 bilhões. A segunda metade dependerá de uma nova aprovação do Congresso.

Com o dinheiro, o governo ajudará as instituições com problemas, comprando os papéis podres, em troca de ações das empresas. Dessa forma, se o banco se recuperar, os contribuintes vão lucrar com os dividendos dos papéis.

Passará a haver restrições aos pagamentos dos executivos dos bancos, que deixarão de ter os chamados "pára-quedas dourados" – imensos pagamentos destinados a banqueiros que estão deixando suas instituições.

O governo vai cancelar deduções de impostos a empresas que pagarem mais de US$ 500 mil por ano a seus executivos.

O Tesouro também lançará um programa de seguros para garantir os ativos dos bancos em dificuldade. Os prêmios seriam pagos pelas próprias instituições financeiras socorridas.

Por fim, será criado o comitê que ficará encarregado de supervisionar a aplicação do dinheiro do pacote. Entre as autoridades que farão parte desse comitê estão os presidentes do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, e da Comissão de Mercado de Valores (órgão que regulamenta o mercado de ações, semelhante à Comissão de Valores Mobiliários brasileira), Chris Cox.

O que são papéis podres?

Papéis podres são títulos com possibilidade de não serem pagos a seus detentores. Ou seja, têm alto potencial de prejuízo, apesar de o volume das perdas que eles representam ser incerto.

Isso acontece porque eles estão atrelados a financiamentos imobiliários.

A atual crise foi desencadeada pelo aumento da inadimplência de pessoas que contraíram hipotecas, mas não se sabe ao certo quais conseguirão honrar seus compromissos ou não.

Por que a compra desses papéis deve ajudar os bancos com problemas?

A proposta em votação no Congresso é que os papéis sejam comprados pelo valor de maturação, muito superior ao valor de mercado.

Com isso, as empresas em dificuldades receberiam uma grande injeção de capital, melhorando suas contas.

Isso, por sua vez, aumentaria a liquidez do mercado – já que os bancos ganhariam mais segurança para emprestar recursos uns ao outros.

Quando o pacote deve ser aprovado?

Depois de dias de negociações, congressistas democratas e republicanos anunciaram em 28 de setembro um acordo sobre a proposta, mas não existia nenhuma garantia de que o pacote seria aprovado logo.

A incerteza foi comprovada no dia seguinte, com a rejeição do pacote na primeira votação realizada na Câmara dos Representantes.

Mesmo assim, existe a expectativa de que o pacote ganhe o respaldo do Congresso nos próximos dias devido ao forte apoio ao plano – inclusive por parte dos candidatos republicano e democrata à Presidência dos Estados Unidos, John McCain e Barack Obama.

Os parlamentares podem propor modificações à proposta, o que poderia estender as negociações.

Depois de aprovado no Congresso, o pacote ainda precisaria da sanção do presidente George W. Bush – que poderia vetar alguns pontos negociados pelos congressistas.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080929_qanda_pacoterg.shtml

Plano 'não salvará economia', dizem jornais dos EUA
 
Os principais jornais americanos afirmam nesta segunda-feira que o acordo fechado pelo Congresso em torno do plano de resgate econômico proposto pelo governo George W. Bush não será suficiente para salvar a economia.

Uma análise publicada no Wall Street Journal afirma que o pacote pode ajudar a curar os mercados financeiros, mas a ameaça de recessão ainda persiste à medida que “os pilares do crescimento continuam a erodir”.

“Os principais sustentáculos do crescimento da economia - gastos dos consumidores, empresas e governo e as exportações continuam se esfarelando”, afirma o diário.

“A demanda externa por bens americanos, que ajudou o setor industrial a evitar uma desaceleração mais profunda este ano, deve secar à medida que as maiores economias mundiais flertam com a recessão e nações de rápida expansão como China e Índia perdem o pulso”.

O texto destaca que o pacote de US$ 700 bilhões não resolverá o problema fundamental da crise do setor imobiliário e acredita que o preço dos imóveis continuará caindo.

Analistas ouvidos pelo jornal prevêem que “na melhor das circunstâncias é esperada uma recessão que resultará no aumento da taxa de desemprego no país de 6,1% para 8%”.

Incertezas

O jornal Washington Post acredita que o pacote “não vai dissipar as incertezas” e ainda não está claro se investidores terão a paciência suficiente para esperar os efeitos do plano.

“Com o processo político quase completo, o trabalho para ajudar os mercados financeiros apenas começou. A decisão mais crítica que deverá ser tomada pelo Tesouro é como fazer para comprar os títulos podres ligados a hipotecas”, diz o diário.

“Autoridades dizem que o departamento deverá usar diferentes estratégias para tipos diferentes de papéis em vez de seguir uma fórmula uniforme”.

Ainda para o diário americano, se o plano for bem-sucedido, as somas pagas pelo governo se tornarão um novo padrão de mercado, preenchendo o vácuo entre os altos preços procurados pelos bancos e os baixos preços oferecidos pelos investidores.

Uma análise publicada pelo New York Times afirma que o plano é um passo “significativo e caro” para prevenir uma calamidade econômica, mas “não deve ser último”.

Especialistas ouvidos pelo jornal estimam que outras medidas ainda serão necessárias e haverá muito trabalho a ser feito pelo próximo governo.

Simon Johnson, pesquisador sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ao NY Times que o conserto da economia vai dominar a agenda do novo presidente pelos próximos dois anos.

Segundo o especialista, o próximo líder dos EUA terá não só de supervisionar a execução do plano, como também guiar a contração e recapitalização da indústria bancária, assistir proprietários que enfrentarem dificuldades com os pagamentos de empréstimos imobiliários e “moldar novas políticas para uma nação que será menos acostumada com o crédito fácil e gastos além do limite”.

Para o diário financeiro britânico Financial Times, o pacote de resgate americano poderá “calçar os mercados de capitais ao redor do mundo, mas a confiança do investidor permanecerá frágil”.

O diário afirma que um acordo trará certa estabilidade, mas em âmbito mais amplo, os mercados ainda ficarão contagiados pelas dificuldades da economia americana e um retorno às condições normais “ainda vai levar tempo”.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080929_presspacoteua_fp.shtml

Plano é importante demais para fracassar, diz Paulson
 
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, disse que continuará a trabalhar com líderes no Congresso com o objetivo de aprovar "um plano abrangente que estabilize o sistema financeiro e limite as perspectivas de deteriorização da economia".

A declaração foi feita depois de a Câmara ter rejeitado, nesta seguda-feira, o pacote de ajuda de 700 bilhões a instituições financeiras.

"Nós temos muito trabalho a fazer", disse Paulson. "Isto é muito importante para deixar fracassar."

O secretário afirmou que continuará a usar todas as ferramentas disponíveis para proteger o sistema financeiro e a economia.

Mas Paulson acrescentou que não dispõe de todas os poderes necessários para enfrentar a situação e que isso depende do Congresso. "Nosso conjunto de ferramentas é substancial, mas insuficiente", disse.

Questionado sobre quanto tempo a economia do país levará para entrar em recessão se um plano de ajuda não for aprovado, Paulson disse que algo tem de ser feito "o mais rápido possível".

Ele afirmou que o pacote rejeitado pelo Congresso "daria as ferramantes necessárias para proteger os mercados financeiro e o povo americano".

"Para onde vamos agora é algo que teremos de trabalhar com os líderes do Congresso, porque precisamos fazer algo e vamos trabalhar duro nisso."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080929_paulson_pacote.shtml

Cautela ajuda França a resistir à crise financeira
 
Ao contrário de Estados Unidos, Grã-Bretanha e vários outros países desenvolvidos, a França parece não estar vivendo grandes problemas com a crise financeira global.

Isso talvez possa se explicar pelas características do sistema financeiro francês, que poderia ser descrito como “cauteloso”.

Os bancos franceses tomam muito cuidado em relação a quem eles emprestam dinheiro e, para limitar riscos, dividem seus investimentos de maneira muito mais ampla do que as instituições nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

Só 25% da atividade bancária está ligada a investimentos e atividades de negociadores e corretoras - o resto está ligado ao atendimento direto aos clientes, ou varejo.

Isto significa que quando a crise de retração de crédito começou, os bancos franceses foram atingidos de maneira muito menos dura do que os de vários outros países.

E essa prudência não é só em relação a bancos de investimento - este país como um todo parece gostar de correr menos riscos.

Não é que tentação do consumo não exista na França. A sedução do consumo no país é tão forte quanto nos outros lugares, mas nele é muito difícil gastar dinheiro que não se tem.

Os cartões de crédito franceses são quase como cartões de débito, então não há como comprar artigos de luxo na expectativa de saldar a dívida mais tarde. Na França, se você não tem dinheiro suficiente na sua conta, o seu banco vai bloquear a transação imediatamente.

Hábitos de consumo

No abonado subúrbio parisiense de Germain-en-Laye, conversei com François Artignan, um banqueiro que viveu na Grã-Bretanha. Ele fala da diferença dos hábitos de consumo dos povos dos dois lados do Canal da Mancha.

"As pessoas aqui (na França) não acreditam que você pode simplesmente juntar suas dívidas e conseguir um refinanciamento. Mas em Londres é como se riqueza fosse algo que você consegue no banco. Parece que as pessoas acreditam em um tipo de milagre."

"Parece-me que as pessoas lá estão muito ansiosas para gastar todo o dinheiro que possuem, e isso é preocupante quando você imagina como as pessoas vão ter dinheiro para a aposentadoria, por exemplo", afirmou Artignan.

O economista-chefe da empresa de análise de mercado Xerfi, Alexander Law, comparou o padrão de gastos entre França e Grã-Bretanha.

Law acredita que os franceses são prudentes por natureza e isso os salvou do desastre.

"Geralmente na França você gasta o que tem e nada mais", explicou ele.

"Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a economia vem sendo guiada pelo endividamento privado, o consumo é guiado pelo crédito. (Isso acontece) muito menos na França, então é por isso que quando houve períodos de expansão a França cresceu muito mais devagar do que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos mas, da mesma forma, quando (o crescimento) está desacelerando, ele desacelera de uma forma mais moderada."

O ritmo de crescimento da França é muito lento - neste ano parece que vai ficar em torno de apenas 1%, indicando que provavelmente o país ficará longe de cumprir a meta que prometeu à União Européia de controlar o seu déficit orçamentário até 2012.

Mas, embora sua economia menos dinâmica não seja invejável para o resto do mundo, sua relutância em atrelá-la ao mercado imobiliário da mesma forma que fizeram os Estados Unidos também implica que quando o mercado subprime americano entrou em colapso, ele não arrastou consigo o mercado francês.

Há muito menos proprietários de imóveis na França do que na Grã-Bretanha - cerca de 57% dos franceses compraram imóveis, em comparação a 70% dos britânicos.

Embora Artignan tenha uma renda alta, só aos 43 anos de idade ele conseguiu comprar pela primeira vez uma casa porque na França, se você não tiver um grande depósito, não adianta implorar aos bancos por um empréstimo grande.

Sarkozy

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, está tentando fazer com que seu país se torne uma nação de proprietários de suas residências por meio da construção de milhares de casas novas baratas.

Mas a França ainda acredita em normas e regulamentos rigorosos, disse a ministra das Finanças, Christine Lagarde.

"Espere duas condições: um depósito inicial de 20% do valor da casa e um empréstimo que não ultrapasse 30% dos rendimentos."

"Você já tem uma rede de segurança muito boa aqui e claramente nenhum financiamento de propriedade semelhante ao mercado subprime que existia nos Estados Unidos e que feriu tanto o sistema financeiro", afirmou Lagarde.

Há muito tempo a França vem se ressentindo do aumento global do preço de alimentos e combustíveis, e muitas pessoas aqui reclamam que seu poder aquisitivo está diminuindo rapidamente.

Na França, 46% das pessoas preferiram ficar em casa nas férias de verão este ano em vez de gastar dinheiro em viagens caras, e muita gente está gastando menos jantando fora - tanto que cerca de 3 mil restaurantes e cafés faliram nos primeiros três meses deste ano.

Gastos

Menos gasto significa menos crescimento - mas será que outros países deveriam seguir a receita francesa?

"Eu não estou sugerindo que eu tenho os princípios básicos corretos, eu não estou sugerindo que nós podemos ensinar lições ao mundo", disse Lagarde.

"Mas eu acho que caberá a cada categoria - reguladores, negociadores, supervisores - examinar o que eles fizeram, o que eles deveriam ter feito e o que eles deverão fazer no futuro para que o sistema tenha um pouco mais de moralidade", afirmou.

"Eu acho que nós temos de deixar esse mundo de fantasia e encarar a realidade. Tem de existir mais princípios, mais disciplina e um pouco mais de realidade", disse a ministra.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080926_francecrisis.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #146 Online: 30 de Setembro de 2008, 13:16:05 »
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #147 Online: 30 de Setembro de 2008, 15:22:44 »
Sem ação do Congresso, danos serão 'dolorosos e duradouros', afirma Bush

WASHINGTON - O presidente do Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ter ficado decepcionado com o resultado da votação no Congresso do pacote de resgate econômico proposto pela Casa Branca.

"O Congresso deve agir. Se a nação continuar neste curso, os danos econômicos serão dolorosos e duradouros", afirmou Bush em pronunciamento na manhã desta terça-feirana Casa Branca.

Bush afirmou que, caso o Congresso não aja rapidamente, os danos à economia dos EUA serão "dolorosos e duradouros".

"A queda do índice Dow Jones registrada na última segunda-feira representa trilhões de dólares em prejuízos para a população americana", disse Bush.

Segundo Bush, o governo deve voltar ainda hoje a negociar com líderes do Congresso para dar prosseguimento a um novo plano para acalmar os mercados. "Nossa economia depende de ação decisiva do Congresso. Quanto mais rápido resolvermos o problema, mais rápido vamos voltar a criar empregos", afirmou Bush.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/30/o_congresso_deve_agir_afirma_george_w_bush_1944595.html


Entenda o que acontece com o fracasso do pacote

O pacote de US$ 700 bilhões para salvar instituições americanas financeiras em crise foi rejeitado pela Câmara dos Representantes. Caso o plano tivesse sido aprovado, ele seria a maior intervenção de um governo na economia desde a Grande Depressão, dos anos 30. Agora, no entanto, os legisladores estão planejando o próximo passo.

1. Quais são os resultados prováveis do fracasso do pacote?
A repercussão imediata acontece nas bolsas de valores. O Dow Jones perdeu 770 pontos - a maior queda em um só dia em toda a história. O índice Nasdaq desabou 9,1%. Mercados na Ásia, na Europa e na América Latina acompanharam a tendência.

Os preços do petróleo e do dólar também caíram, provocando dor de cabeça em alguns dos investidores. O fracasso também levanta dúvidas sobre como o setor financeiro vai se recuperar.

Os mercados de crédito devem ficar praticamente congelados, com bancos relutando em emprestar para outros bancos. Isso significa que está mais caro e difícil para indivíduos, pequenas empresas e grandes firmas conseguirem empréstimos bancários.

2. O fracasso do pacote era esperado?
Alguns parlamentares dos dois partidos americanos se manifestaram contra o pacote. Na semana passada, políticos americanos anunciaram que firmaram um pacto, mas em seguida derrubaram o acordo.

Na segunda-feira, as chances de fracasso eram bem menores, já que o governo e os dois partidos redigiram um acordo bastante detalhado.

Mas com a maioria do eleitorado vendo o pacote como um resgate injusto a banqueiros gananciosos, muitos políticos se sentiram impedidos de apoiar o pacote.

3. Então o plano de resgate morreu agora?
O secretário do Tesouro, Henry Paulson, vai consultar o presidente americano, George W. Bush, o diretor do Federal Reserve, Bem Bernanke, e os líderes do Congresso, para discutir os próximos passos.

Dado o grande apoio ao acordo - que foi aprovado pelos candidatos à Casa Branca Barack Obama e John McCain - é provável que algum tipo de pacote seja aprovado.

A reação negativa dos mercados financeiros deve pôr mais pressão sob os políticos. Mas qualquer medida só deve voltar à pauta a partir de quinta-feira.

4. Por que bancos ricos precisam de um resgate?
Os mercados financeiros mundiais estão em dificuldade, porque muitos investiram demais no mercado de hipotecas. Quando a bolha imobiliária americana estourou, os bancos ficaram sem saber quais dos seus empréstimos seriam repagos e quais sofreriam calote.

O que começou como um pequeno problema agora tomou conta de todo o mundo. Os bancos não sabem mais quanto seus investimentos valem. Isso faz com que esses papéis se tornem mais difíceis de se vender. E também faz com que alguns bancos sólidos fiquem sem dinheiro.

Além disso, os bancos não confiam um no outro. Eles não sabem quais bancos podem entrar em crise e se recusam a emprestar entre si.

Isso levou o sistema financeiro a um impasse, com taxas de juros subindo e atingindo consumidores e empresários. A crise já resultou no colapso de vários bancos grandes nos Estados Unidos e na Europa.

5. Como o pacote deveria funcionar?
O secretário do Tesouro disse que usaria o dinheiro para comprar papéis ruins de hipotecas.

Em retorno, os contribuintes americanos ganhariam uma participação nos bancos que são resgatados. No caso de os bancos se recuperarem, os contribuintes poderiam até ter lucro.

No entanto, se os contribuintes perderem dinheiro, o resto da indústria de serviços financeiros teria de arcar com o custo do pacote.

Os dirigentes de bancos que faliram teriam limites nas suas remunerações e não teriam direito aos "pára-quedas dourados" - os grandes pagamentos a banqueiros que deixam as instituições.

Além disso, instituições financeiras teriam que adquirir apólices de seguro contra perdas futuras em negócios hipotecários. Quatro agências monitorariam o fluxo do dinheiro.

6. Como o pacote afetaria os indivíduos?
Para quem mora nos Estados Unidos, calcula-se que cada contribuinte teria cerca de US$ 2,3 mil de participação no bolo das perdas financeiras.

Sem o pacote, a crise econômica pode piorar. No pior dos cenários, os bancos de diversos países do mundo poderiam quebrar.

Isso não só sobrecarregaria os sistemas que protegem os poupadores e investidores, como daria início a uma crise econômica global, com milhões de companhias falindo e dezenas de milhões de empregos perdidos.

Se alguma solução for encontrada, o pior da crise poderia ser evitado. Mas é pouco provável que o cenário volte completamente ao normal.

http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2008/09/30/entenda_o_que_acontece_com_o_fracasso_do_pacote_1945379.html


Crise pode afetar projetos de infra-estrutura e exportações, diz especialista

A crise nos mercados internacionais, que levou a Bovespa a fechar em queda de mais de 9% nesta segunda-feira e o dólar a subir 6%, pode afetar o financiamento externo, o que pode ter impacto em grandes projetos de infra-estrutura, e as exportações brasileiras, que podem sofrer com uma menor demanda por parte dos Estados Unidos. A opinião é do professor André Biancareli, do Instituto de Economia da Unicamp.

Para o especialista, o efeito no Brasil da crise que começou nos Estados Unidos tem sido brando. "Em outros momentos uma crise dessas proporções teria levado o dólar a níveis ainda maiores", diz Biancareli. "O Brasil está menos vulnerável do que na segunda metade dos anos 90, por exemplo", diz ele.

O economista afirma, porém, que a aversão ao risco dos investidores internacionais, que devem cada vez mais procurar investir em ativos mais seguros, como os em dólar, euro e iene, deve fazer com que haja menos financiamento externo ao Brasil nos próximos meses ou até anos. Com isso, diz Biancareli, pode haver problemas para financiar grandes projetos de infra-estrutura.

Exportações

O economista diz que outro setor que deve sentir o peso da crise internacional é o de exportação, já que os Estados Unidos vinham sendo o grande consumidor mundial, financiando a "gastança" com déficits em conta corrente. Com a crise, o País deve reduzir sua demanda de produtos internacionais e o comércio internacional em geral deve sofrer, diz o professor, o que acabará por atingir o Brasil.

"Isso pode ter impacto na economia em geral, já que as exportações têm sido um dos importantes motores do crescimento do PIB", diz Biancareli.

Crédito

Para Biancareli, a aversão ao risco dos mercados deve encarecer o crédito em geral, mesmo no Brasil, apesar de os bancos locais não estarem expostos às perdas do chamado subprime. "O crescimento neste ano já está dado, vai ser alto, mas no ano que vem deve ser um pouco menor", diz ele.

Marcelo Gonella, professor da Universidade Anhembi Morumbi, também acredita em uma desaceleração "natural" na economia mundial e no Brasil. Para ele, o que aconteceu hoje nos mercados brasileiros foi um pânico sistêmico, causado pela falta de confiança dos investidores no governo Bush.

Para Gonella, deve haver menor liquidez no mercado mundial nos próximos meses, mas os mercados devem se tranquilizar após as eleições nos Estados Unidos. "O governo Bush está sem credibilidade junto ao Congresso, aos eleitores e principalmente junto ao mercado. Com a definição do próximo presidente, em novembro, não deve haver tanto pânico", diz ele.

Empresas brasileiras

Gonella acredita que, além das quedas nas Bolsas mundias por conta da não-aprovação do pacote de ajuda nos EUA, a Bolsa brasileira caiu também por conta das notícias de que empresas brasileiras perderam com a exposição a derivativos. A Sadia, por exemplo, disse na semana passada que perdeu R$ 760 milhões devido a apostas em instrumentos financeiros complexos.

"Isso não tem porque acontecer, as empresas não deveriam ter 'brincado' com esses derivativos", diz o especialista.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/29/crise_pode_afetar_projetos_de_infra_estrutura_e_exportacoes_diz_especialista_1944551.html


Rolo global chega ao país, já pega câmbio e crédito, e será pior se o governo demorar a agir

Não precisa bola de cristal para adivinhar 2009. Nem acompanhar a tragédia de Wall Street. Ano será ruim

O que se vai constatando à medida que avança e se propaga a crise financeira dos EUA é o seu caráter democrático e socialista: não exclui ninguém e distribui entre todos os prejuízos. Se mais para uns que para outros, é questão em aberto. Mas todos devem perder.

Hoje, luta-se bravamente em Washington para salvar os dedos, já tendo sido perdidos muitos anéis valiosos, como os bancos Merrill Lynch e Lehman Brothers, o que embaça a visão do cenário seguinte.
É nele que se travará o jogo decisivo para as economias reais, com o corte abrupto das linhas de financiamento externo às exportações significando a primeira pancada efetiva sentida no Brasil.

Os efeitos da crise financeira são transmitidos pela contração do crédito e pelas perdas patrimoniais, maciças nos EUA, como explica análise da MCM Consultores. O crédito é insumo de produção para as empresas e alavanca para o consumo pessoal. Como o sangue, irriga toda a economia, e onde falta, pode até necrosar a parte afetada.

Sua redução influencia a demanda e a produção. Maior economia do mundo, com um quarto do PIB global, cerca de um terço da produção industrial, importador número 1 do planeta, com o canal financeiro conectado a tudo, o dólar como capital de giro internacional, uma crise brava nos EUA desmonta teoria, negócio, logística, riqueza.

A “nova geografia comercial” de que tanto fala o presidente Lula como metáfora para a diversificação das exportações para países do antigo Terceiro Mundo em tal ambiente equivale a achar que a Terra é quadrada. A liquidez apertada criará é uma onda de inadimplência entre os países pobres e emergentes, e protecionismo nos ricos.

Uma crise moderada nos EUA confirmaria a tese do descolamento das economias emergentes, como China e Brasil, do que vai pelos países industrializados. Se arrasa-quarteirão, faltará marquise para dar abrigo a todo mundo.

A própria China, em cuja pujança econômica se deposita as expectativas do mundo, pode ser a mais exposta, já que aportou boa parte de sua riqueza financeira em títulos do Tesouro dos EUA, além da relação de superdependência de sua indústria com o mercado consumidor americano. O que vai ser?

Risco de imobilismo

Tais diagnósticos são de orelha de livro, mas sem sua compreensão provavelmente serão tomadas medidas inadequadas, afora o risco de imobilismo - habitual em tempos de tensão. A contração do canal do crédito e a perda de riqueza privada já ocorrem, e vão acentuar-se segundo a análise da MCM, acelerando a queda do consumo, produção, investimento e emprego na economia mundial.

Um quadro escabroso, e atente que ele considera aprovado o plano de resgate da banca nos EUA. Sem isso será pior, com colapso bancário e Deus sabe o quê.

“Tais quedas não deverão ser nada triviais nem passageiras”, diz a análise. A resultante positiva sugere o fim do ciclo de inflação no mundo. A negativa é o que a provocará: a reversão da espiral de alta dos preços das commodities. Todas estão em queda nos últimos três meses, assim como matérias-primas não negociadas em bolsas de futuros. O dinamismo exportador do país depende desses produtos.

Fuga da realidade

É da psique humana achar que o que está bom será melhor, e o pior, se vier, pegará os outros. Nos EUA, achava-se que o preço de casas nunca cairia. Foi verdade por um século. Não é mais. Aqui, aposta-se que as reservas de US$ 208 bilhões seguram qualquer onda, que o real só evolui para mais, nunca para baixo.

E o que acontece? Nem bem a crise financeira chegou ao clímax nos EUA e já faltam linhas de crédito para exportações, o dólar se valoriza à custa do real e se “descobre” que as commodities podem ruir a solidez das contas externas.

Assusta que, afora o Banco Central, a maioria no governo esteja atrasada quanto à compreensão dos riscos que se avizinham.

O melhor já é ruim

Não é preciso bola de cristal para adivinhar 2009. Nem seguir em tempo real a tragédia de Wall Street. Bastam os números oficiais e fazer contas. O economista Fernando Montero pegou as projeções do BC para as contas externas em 2008 e 2009, que ainda não captam os efeitos mais agudos da crise global.

Se o PIB crescer 3,5% em 2009 - e o governo ainda fala em mínimo de 4,5% -, com déficit externo de US$ 33 bilhões, a expansão do mercado interno terá de vir de 8% este ano para 4,2% no próximo.

Uma retração com pinta de recessão, sem nenhuma ajuda das exportações. E esse seria o quadro otimista.

Viés da propaganda

Governos não podem se fiar apenas no melhor cenário, nem conduzir as políticas com viés da propaganda e de sua popularidade. Já era sabido que com ou sem débâcle bancária nos EUA a economia mundial seria mais difícil em 2009.

E o governo? Continuou dando aumentos generosos de salários ao funcionalismo e contratando. Desperdiçou a folga fiscal, que tende a apertar, deixou o consumo se alargar à custa do investimento, bancado cada vez mais com poupança externa, e comprometeu o Tesouro com gastos incompressíveis.

A popularidade presidencial recorde é a outra face do desequilíbrio, ou riscos, a que estará exposta a economia, com seqüelas sociais, se a crise se agravar. E já não vale culpar o neoliberalismo. O termo gastou.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45487-1.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #148 Online: 30 de Setembro de 2008, 15:40:16 »
Ideologia e eleições levam a colapso de pacote nos EUA
 
A rejeição pela Câmara do megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano tem raízes tanto ideológicas como eleitorais.

A maior parte dos que congressistas que rejeitaram o projeto é formada pelos republicanos do presidente George W. Bush, a despeito de todos os apelos do líder americano para que a proposta fosse aprovada em caráter de urgência.

A proposta havia sido submetida a um série de mudanças nos últimos dias, após discussões entre lideranças dos dois partidos e parecia caminhar para a aprovação.

Mas acabou sendo derrubada na tarde desta segunda-feira por 228 votos contra 205. Era necessário um total de 218 votos para ratificar o projeto.

Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários. Ao todo, 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.

Socialismo

A ala mais conservadora do Partido Republicano é radicalmente contrária à intervenção do Estado na economia e julga que o pacote seria um "cheque em branco" para o sistema financeiro às custas do contribuinte americano.

A maior parte da cifra bilionária do pacote seria gerada por meio de impostos.

Os congressistas contam estar recebebendo milhares de telefonemas de seus eleitores, pedindo que eles não votem por uma proposta que auxiliaria grandes instituições financeiras em detrimento do cidadão comum.

Em entrevista ao jornal The New York Times, o parlamentar Jeb Hensarling, do Estado do Texas, resumiu o estado de espírito da facção mais à direita dos republicanos.

"Nos pediram para escolher entre o caos financeiro e a falência do contribuinte, de um lado, e a estrada para o socialismo, do outro", afirmou Hensarling. "E tínhamos que fazer isso em 24 horas."

Além disso, muitos representantes do Congresso são candidatos à reeleição, e a aprovação da proposta econômica, impopular junto a muitos eleitores, poderia prejudicar suas possibilidades nas urnas.

O fato de a aprovação do pacote estar sendo pressionada por um presidente cujo índice de aprovação é inferior a 30% também influenciou a decisão de parlamentares que não querem ser identificados com o impopular líder republicano.

Objeções

Os congressistas republicanos levantaram objeções tanto quanto ao conteúdo do pacote como à pressa com que o documento de mais de 100 páginas foi colocado em votação.

No fim de semana, líderes partidários haviam chegado a um acordo em relação a pontos polêmicos, como mecanismos de supervisão do mercado financeiro, proteção para os contribuintes e limites aos salários de executivos de instituições financeiras.

As concessões, porém, não foram suficientes para convencer boa parte dos congressistas a seguir a orientação dos líderes no plenário.

Depois da votação, líderes republicanos sugeriram que a culpa era dos democratas, que não teriam conseguido mobilizar sua maioria na Câmara.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080929_pacoteideologiabg.shtml


Análise: Por que o pacote foi rejeitado?
 
Por alguns instantes na segunda-feira, entre o último voto no Congresso americano e o anúncio de que o pacote de US$ 700 bilhões havia sido rejeitado, o mundo da política americana parece ter congelado.

Os votos na Câmara dos Representantes não são oficiais até que o martelo do presidente da Câmara seja baixado. Ao final da votação, o martelo ficou suspenso no ar – por um período que parecia uma eternidade.

Boatos começaram a circular pela Casa de que algumas congressistas ainda estavam tentando mudar a opinião daqueles que votaram contra o pacote.

Seria um passo extraordinário em uma democracia pedir a um integrante do Congresso para simplesmente reverter o voto em um assunto tão vital para o interesse nacional, sem um debate mais profundo.

Ganância e incompetência

Os boatos mostram o clima de tensão que o Congresso viveu diante do fracasso do pacote. Naquele momento, a Câmara parecia absorver muito lentamente a magnitude da decisão que havia sido tomada.

Os integrantes rejeitaram que o Tesouro e o Federal Reserve haviam insistido ser vital para a estabilidade e a viabilidade do sistema financeiro americano – e para o sistema financeiro mundial.

O governo Bush argumentou que, sem o pacote e o dinheiro previsto no projeto, a economia americana começaria a emperrar até parar.

Todos sabiam que existia grande insatisfação entre republicanos e democratas com a natureza do plano do governo americano, mas poucos – ou talvez ninguém – previram que esse sentimento seria tão forte para provocar uma revolta deste tamanho.

Parlamentares vêm lidando com duas forças opostas na última semana.

A primeira é uma pressão cruel da Casa Branca: o argumento de que o país enfrenta uma crise tão profunda que, sem a aprovação do plano do governo, o capitalismo americano fracassaria, com a forte redução do fluxo de dinheiro entre bancos.

Mas a segunda pressão, muito mais difícil de medir, veio dos eleitores comuns, que escreveram cartas ou e-mails para seus parlamentares, exigindo que eles rejeitassem o plano, visto universalmente entre eles como um resgate de banqueiros de Wall Street.

Os banqueiros são vistos como gananciosos e incompetentes que criaram esta crise para si mesmos, e que agora estão recebendo a permissão para bater a carteira dos eleitores americanos para resolver o problema.

Pior momento

A maioria dos democratas apoiou a lei, apesar das dúvidas sobre propostas de recuperar bancos irresponsáveis, em vez de correntistas e mutuários.

O problema de verdade começou no lado republicano, onde a grande maioria considerou que o plano seria uma medida antiamericana, contra as regras básicas do capitalismo.

Para piorar tudo, isso veio no pior momento do ciclo político americano, quando as instituições poderosas geralmente não estão em plena posse das ferramentas de persuasão.

O presidente George W. Bush, com pouca autoridade devido à queda de sua popularidade, está no período do "pato manco", próximo dos últimos dias de sua presidência.

Ele simplesmente não tem os recursos para dar conta da tarefa.

Parlamentares não estão enfrentando apenas a abstrata necessidade de convencer seus eleitores – que é inerente a função de qualquer congressista. O problema é imediato: eles estão em campanha para serem reeleitos já em novembro.

E políticos se esquivam de decisões difíceis e impopulares, na melhor das hipóteses.

A pergunta mais freqüente em um momento como este é "o que acontecerá agora?". A resposta mais curta para isso é que o governo Bush, auxiliado pelos líderes dos dois partidos, terá de tentar novamente.

Eles podem oferecer concessões individuais para mudar a opinião de alguns parlamentares e eles certamente terão de reescrever partes da legislação – mas o governo americano nitidamente não poderá desistir.

Chilique

Antes que uma busca por uma negociação bipartidária seja retomada, pode-se esperar um pouco de "sangramento" político.

Alguns republicanos estão dizendo que estavam preparados para votar "sim" até ouvirem o fim do discurso da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, que criticou a ética da economia republicana, provocando-os a mudar de opinião na última hora.

Democratas rejeitam a idéia de que legisladores mergulhariam o sistema financeiro em caos só por um chilique.

A busca por uma solução já está em curso, mas podemos ter certeza que isso vai acontecer em um cenário de quedas generalizadas nas bolsas do mundo.

É possível que a sensação de uma crise global possa – perversamente – abrir caminho para uma saída.

Eleitores americanos não encararam esta crise como algo que afeta as suas vidas normais – eles vêem como um pacote de bem-estar social para plutocratas humilhados de Wall Street.

Se os problemas se aprofundam e as pessoas repentinamente vêem o desemprego aumentando, já que as empresas não conseguem dinheiro dos bancos para pagarem suas contas e honrarem suas folhas de pagamento.

Isso é uma avaliação otimista – de que os legisladores americanos e os eleitores, tendo percebido a dor e a ira, eventualmente vão ceder e entregar ao Tesouro o dinheiro que ele precisa.

A avaliação pessimista é quase assustadora demais para se pensar.

Nesse caso, a maioria dos congressistas, apoiados por seus eleitores, simplesmente não acreditaria que o plano poderia salvar o sistema financeiro, por causa dos seus problemas estruturais.

Se os alertas do secretário do Tesouro americano, Hank Paulson, forem verdade, uma decisão dessas daria início a uma era de catástrofe.

A resposta sobre qual desses cenários se confirmará será dada nos próximos dias, quando o Congresso voltar a decidir entre o "sim" e o "não".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080930_pacote_analise_dg.shtml


Fim de festa no Primeiro Mundo

Que o mundo desenvolvido, ou simplesmente Primeiro Mundo, tem um padrão de riqueza muito maior do que o resto dos países é óbvio. Mas, para entender o que o colapso dos mercados financeiros representa nesta parte do mundo, em termos de estilo de vida, vale a pena lembrar como foi a última década nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

Deste lado do Atlântico, por muitos anos tanto o então primeiro-ministro Tony Blair como o então chanceler do Erário, ou ministro das Finanças, Gordon Brown, se gabaram dos números mágicos da economia britânica. Seguidamente os dois citavam dados que pareciam ter sido obtidos num passe de mágica: menores juros em décadas, menor taxa de inflação do Pós-Guerra e menor taxa de desemprego em sabe-se lá quanto tempo. Inflação baixa com juros também baixos? E emprego sobrando? Seria possível? Brown, hoje primeiro-ministro, dizia ter reinventado as leis da economia. Em 2004, um dado assustou o país, apenas para ser rapidamente ignorado: a dívida pessoal dos britânicos, em hipotecas, prestações de carro novo e cartões de crédito havia ultrapassado 1 trilhão de libras. Quase o total do PIB nacional.

Até pouco tempo atrás, um britânico de classe média, sem nenhum dinheiro guardado e apenas com um emprego mediano, podia levar uma vida bastante confortável. Viajava de avião para a Itália por 1 libra (promoções em tempos de petróleo quase de graça), obtinha uma hipoteca no valor total do imóvel a ser adquirido e acumulava uma dívida de umas 5 mil libras no cartão de crédito. Isso em apenas um dos cartões, porque nada o impedia de ter vários. Tudo conseqüência da varinha de condão de Gordon Brown, que fazia de todo e qualquer cidadão britânico um milionário em potencial. Aqueles que já estavam bem ficaram melhores ainda: no final do ano, a City (centro financeiro de Londres) dava bilhões de libras apenas em bônus aos seus funcionários.

Poucos ousam chamar essa política daquilo a que ela realmente se assemelha: um esquema de pirâmide. Na edição passada da revista New Yorker, Nick Paumgarten não mediu palavras: segundo ele, Wall Street foi pega "em um esquema de pirâmide criado por ela mesma". A alegoria é simples: todo mundo parecia estar ficando "rico", aqui na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, com o dinheiro dos outros. Comprava-se uma casa em Londres por 150 mil libras, e dois ou três anos depois ela já valia 250 mil. O proprietário vendia o imóvel e ou embolsava o lucro ou subia mais um degrau na chamada "property ladder", a escada do mercado imobiliário, adquirindo um imóvel maior e mais caro. Aquele que comprou sua casa esperava fazer o mesmo: contava com a valorização do imóvel para que outro cidadão viesse e alimentasse o sistema, comprando a sua casa. Enquanto isso, o mercado financeiro usava o dinheiro em circulação para gerar mais riqueza, sem que ninguém soubesse exatamente de onde ela vinha. Como escreveu Paumgarten, sobre o mercado americano: "Foi um período extraordinariamente criativo - um modernismo do dinheiro, com uma equivalente tendência à abstração". Ele acrescenta: "Era o que antropólogos e psicólogos chamam de pensamento mágico - a tendência de acreditar que desejar algo faz com que esse algo aconteça".

No mercado imobiliário, parecia claro que um dia o último da fila olharia para trás e, à espera de um novo comprador, não encontraria ninguém. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos e, conseqüentemente, aqui na Grã-Bretanha. A fonte secou. A conta de mais de dez anos de riqueza crescente finalmente veio, de uma vez só. O mercado mostrou não ter dinheiro para pagar pelos exageros. Como disseram nos últimos dias muitas figuras políticas, entre elas a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi: "A festa acabou". A mágica não funciona mais.

http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/2008/09/fim_de_festa_no_primeiro_mundo.shtml

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #149 Online: 30 de Setembro de 2008, 16:59:34 »
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