Casa Branca aceita princípios democratas sobre 'plano Paulson'A Casa Branca aceitou nesta quinta-feira os quatro princípios básicos que os democratas do Congresso querem acrescentar ao plano de resgate dos bancos apresentado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, para resolver a crise financeira, anunciou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
Desde quinta-feira passada, está claro para a administração Bush que os quatro princípios são: a indulgência com os proprietários de imóveis insolventes, a transparência, a igualdade e a indenização dos dirigentes de empresas financeiras", enumerou Pelosi.
"O presidente as aceitou ontem à noite, e é portanto um progresso", comentou à imprensa na sede do Congresso.
Encontro de candidatosOs candidatos presidenciais americanos John McCain e Barack Obama se encontrarão nesta quinta-feira com o presidente George W. Bush na Casa Branca para uma reunião de emergência sobre a crise econômica do país.
Bush alertou que a economia do país está ameaçada, e que se nada for feito a situação poderá se agravar ainda mais.
O presidente americano tem se empenhado em tentar convencer o Congresso a aprovar o mais rápido possível um pacote de US$ 700 bilhões para resgatar empresas financeiras com dificuldades.
McCain suspendeu sua campanha eleitoral por causa da crise, mas Obama disse que os eleitores deveriam poder ouvir o que os candidatos têm a dizer sobre o assunto.
Ambos participarão de um encontro entre representantes do governo e do Congresso na manhã desta quinta-feira que tentará mediar um acordo para a aprovação de um pacote aceito por ambas as partes (governo e Congresso).
Em um comunicado conjunto, Obama e McCain descreveram o plano de Bush como "defeituoso", mas disseram que não devem ser poupados esforços para proteger a economia.
Os dois candidatos discordaram entretanto, quanto ao adiamento do primeiro debate televisivo da campanha, marcado para esta sexta-feira.
McCain anunciou que suspendeu sua campanha por causa da crise e propôs a Obama que o debate fosse adiado.
Falando sobre a proposta após as declarações de McCain, Obama disse que prefere realizar o debate - apesar de não ter deixado claro se pretende ir ao evento na cidade de Oxford, no Estado do Mississippi, mesmo que o republicano não vá.
"O que estou planejando fazer agora é debater na sexta-feira", disse o democrata.
"Eu acredito que este é o momento em que o povo americano deve ouvir a pessoa que em aproximadamente 40 dias vai ser responsável por lidar com esta bagunça", afirmou.
A Comissão de Debates Presidenciais dos EUA divulgou um comunicado na noite desta quarta-feira onde confirmou que o primeiro debate entre os candidatos acontecerá na sexta-feira na Universidade do Mississippi, como planejado.
PronunciamentoBush, fez na noite de quarta-feira o primeiro pronunciamento à nação desde o agravamento da atual crise econômica, há pouco mais de uma semana. No discurso, ele pediu que os americanos apóiem o pacote de US$ 700 bilhões anunciado na última sexta-feira pelo governo.
Em pronunciamento, Bush pede apoio aos americanos / ReutersBush reiterou que o pacote, que espera aprovação no Congresso, não servirá para "salvar companhias individuais, mas para proteger toda a economia dos EUA".
O presidente dos EUA afirmou que normalmente não concordaria com uma intervenção do Estado na economia, mas que desta vez o país " não está em circunstâncias normais, o mercado não está funcionando adequadamente".
"Não temos outra opção a não ser intervir (no mercado)", afirmou.
Se o pacote do governo não for aprovado, disse o presidente americano no discurso, "mais bancos podem quebrar, bolsas irão cair ainda mais, faltará crédito para consumidores e muitos americanos poderão perder seus empregos".
"O país pode cair em uma grande recessão. O custo para os americanos será muito maior", disse o presidente durante o discurso na Casa Branca.
O presidente norte-americano também afirmou ter convidado os dois candidatos à sua sucessão, o democrata Barack Obama e o republicano Joh McCain, para um encontro com congressistas dos dois partidos para discutir a crise, em Washington, nesta quinta-feira.
CríticasO plano de salvamento tem sido alvo de críticas e dúvidas. Uma das questões é se será criado ou não algum tipo de mecanismo para avaliar e regular a implementação do plano.
O temor é de que o Tesouro americano concentre muito poder para gastar os US$ 700 bilhões.
Outro ponto em discussão é sobre como usar os recursos. O plano do governo americano prevê a compra de títulos podres dos bancos para, segundo Paulson, "desintoxicar" seus balanços, evitar que quebrem e permitir que voltem a emprestar para o mercado em geral.
De acordo com o Fed, a intenção é que esses títulos de má qualidade sejam comprados pelo seu "valor de maturação" e não pelo seu valor de mercado.
Isso significa, segundo especialistas, que os bancos que venderem seus títulos ao Tesouro vão ter um grande lucro com os papéis e não terão que dar nada em troca pela ajuda.
No Congresso, também há a preocupação de que os profissionais que encabeçaram as perdas não sejam beneficiados pelo resgate, e congressistas querem a limitação de salários de diretores das empresas a serem resgatadas.
Parte dos congressistas também defende alguma forma de apoio direto aos americanos que podem perder suas casas por causa da crise hipotecária.
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/casa_branca_aceita_principios_democratas_sobre_plano_paulson_1937870.html
Congresso dos EUA chega a acordo sobre "plano Paulson"WASHINGTON - Os congressistas democratas e republicanos chegaram, nesta quinta-feira, a um acordo sobre o conteúdo de um plano de resgate do sistema financeiro dos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo senador democrata Chris Dodd, ao lado de legisladores republicanos.
Dodd, presidente da comissão bancária do Senado, declarou que, depois de três horas de discussão cruciais entres parlamentares democratas e republicanos, os negociadores dos dois partidos resolveram submeter o texto de seu acordo aos responsáveis do departamento do Tesouro.
"Chegamos a um acordo fundamental sobre uma série de princípios", declarou Dodd, acrescentando que isso dará ao secretário do Tesouro, Henry Paulson, "a autoridade e as verbas que pediu para agir".
Agora, os legisladores devem se encontrar com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, para detalhar as medidas. Segundo o senador republicano Barney Frank o congresso está "a caminho" da aprovação do pacote.
O plano de salvamento do sistema financeiro norte-americano deverá passar por algumas transformações para ser aprovado pelo congressos dos EUA. Os legisladores concordam em permitir o uso de US$ 700 bilhões para a operação, mas querem liberar os recursos em parcelas, sendo que US$ 250 bilhões seriam disponibilizados imediatamente.
A proposta dos congressistas também prevê limites para a remuneração de executivos dos bancos ajudados pelo pacote, além do direito de participação acionária para o governo nas instituições que receberem recursos.
O acordo foi fechado em um encontro que reuniu cerca de dez congressistas influentes dos dois partidos e será apresentado ainda nesta quinta-feira aos demais legisladores. Depois disso, os partidos pretendem levar o plano revisado para apreciação do secretário do Tesouro, Henry Paulson, e para o presidente George W. Bush.
Ainda hoje, o presidente George W. Bush deverá se reunir com lideranças dos dois partidos e com os candidatos à sua sucessão, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain, para tratar da crise.
Ontem, Bush intensificou os esforços para conseguir que o Congresso aprove o pacote. O governo precisa correr porque deputados e senadores entram em recesso na sexta-feira por causa da eleição presidencial, em 4 de novembro.
Bush reiterou que o pacote, que espera aprovação no Congresso, não servirá para "salvar companhias individuais, mas para proteger toda a economia dos EUA".
CríticasO plano de salvamento tem sido alvo de críticas e dúvidas. Uma das questões é se será criado ou não algum tipo de mecanismo para avaliar e regular a implementação do plano.
O temor é de que o Tesouro americano concentre muito poder para gastar os US$ 700 bilhões.
Outro ponto em discussão é sobre como usar os recursos. O plano do governo americano prevê a compra de títulos podres dos bancos para, segundo Paulson, "desintoxicar" seus balanços, evitar que quebrem e permitir que voltem a emprestar para o mercado em geral.
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/congresso_nos_eua_chega_a_acordo_sobre_plano_paulson_1937763.html
Contribuintes americanos protestam contra plano de resgate dos bancosEFE - Pelo menos 150 protestos foram convocados nos Estados Unidos em rejeição ao plano de resgate dos bancos, contra o qual a população também se mobilizou enviando milhares de e-mails aos congressistas.
Em Nova York, um grupo prevê cobrir hoje de lixo uma escultura de bronze de um touro perto de Wall Street, a qual se transformou em uma representação visual do dinamismo dos mercados quando a economia estava crescendo.
A ação simboliza a irritação de muitos cidadãos comuns pelo desastre causado pelos magnatas financeiros do país e reflete a falta de vontade que têm de colocar sobre a mesa US$ 700 bilhões de dinheiro público para resgatar entidades financeiras, como propõe o plano do Governo.
As manifestações realizadas até agora, a maioria convocada por grupos de esquerda, não foram muito grandes. No entanto, é possível que a participação aumente se for confirmado o acordo anunciado hoje pelo democrata Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado, sobre os princípios do plano de resgate financeiro que o Governo negocia com o Congresso.
Enquanto isso, a população não esconde sua irritação. "Meus telefones tocam sem parar e são quase 100 (ligações) a uma sobre isso", disse hoje o senador republicano Jim DeMint, da Carolina do Sul, em entrevista ao canal de televisão "Fox News". "As pessoas que pagaram suas contas e trabalharam duramente acreditam que não deveriam ser punidas pelo que outros fizeram", acrescentou. Já o congressista Jim McDermott, do estado de Washington, teve a mesma experiência. "As pessoas dizem: Proteja-nos, e não Wall Street", disse Lambert.
Ele destacou que uma das cláusulas que têm que aparecer no projeto de lei é um limite aos salários dos diretores de empresas que se beneficiem da ajuda. "No Japão, eles teriam se suicidado", ressaltou McDermott.
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/25/contribuintes_americanos_protestam_contra_plano_de_resgate_dos_bancos_1938187.html
Se nem os masters do universo sabem estimar o buraco, investidor tem mesmo que puxar o carroEstimam-se em US$ 62 tri os ativos de risco, enquanto contratos que os originam somam apenas US$ 2,4 triA vidraça rachou no sistema financeiro mais desenvolvido do mundo – e desta vez não há digitais do Brasil, como de nenhuma economia emergente, os suspeitos de sempre de toda crise econômica desde o final da II Grande Guerra. Muita gente bem-pensante torceu o nariz para a puxada de orelha nos especuladores aplicada pelo presidente Lula ao abrir a assembléia geral das Nações Unidas em Nova York, o que ele fez, no entanto, com elegância e precisão.
“O ônus da cobiça desenfreada de alguns”, disse, “não pode recair impunemente sobre os ombros de todos. A economia é séria demais para ficar nas mãos de especuladores. A ética deve valer também na economia”. O que Lula expressou é o que o Congresso dos EUA começa a repercutir ao discutir o projeto do fundo de resgate dos títulos sem liquidez engolfados pela banca, patrocinado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente do Fed, Ben Bernanke.
“Uma crise de tais proporções”, refletiu o presidente, “não será superada com medidas paliativas”. À mesma conclusão chegam não só os políticos dos EUA, como os economistas, a maioria retardatária na compreensão do problema – inepta até pelo Tesouro e o Fed.
Paulson começou a desembrulhar o pacote de socorro aos bancos dos EUA na última sexta-feira, falando em US$ 500 bilhões de gastos na compra dos papéis apodrecidos pela desconfiança do investidor – e dos bancos em geral. Boi preto conhece boi preto, como já disse o deputado Clodovil Hernandes. No domingo, ao divulgar uma minuta do projeto, o valor já estava elevado para US$ 700 bilhões, prevendo a aquisição, mas sem dizer como e as condições, apenas de títulos relacionados com a securitização de financiamentos hipotecários.
Na segunda, Paulson passou a admitir a extensão do guarda-chuva a outros tipos de papéis securitizados, como os derivados de fluxos de cartões de crédito e financimentos a estudantes e automóveis. O valor do fundo passou a ser estimado em US$ 1 trilhão, o dobro da provisão inicial cogitada por Paulson e Bernanke. Se nem eles, os
masters do universo, como caçoam os críticos, conseguem estimar a extensão do buraco, entende-se por que o investidor puxou o carro.
Os mercados à derivaComo Lula disse na ONU, “são necessários mecanismos de prevenção e controle, e total transparência das atividades financeiras.” Se as medidas prudenciais estivessem em pleno vigor nos EUA, a crise bancária não teria chegado na soleira da quebradeira sistêmica.
E ainda que existissem os podres, naturais a ambientes de competição extremada a que a desregulamentação dos serviços financeiros levou as casas bancárias, o banco central no comando da situação saberia o que fazer ao se romper a bolha das hipotecas em 2007. Já se sabe que o Federal Reserve subestimou o que estava para enfrentar.
Sacada de boi pretoPrimeiro, repetiu a fórmula de antecessor de Ben Bernanke, Alan Grennspan, usada nas crises financeiras anteriores, ministrando reduções regulares dos juros básicos, equivalentes à nossa Selic, hoje lá em 2%. O Fed avaliou o início da crise, portanto, como um problema de liquidez. Era de confiança.
Os “bois pretos” intuiram que o sistema de secutização das hipotecas seria desmontado com a
debacle dos preços dos imóveis, contaminando todas as modalidades de papéis derivativos de fluxos de caixa. Só o Fed não viu.
Cemitério de riquezaDepois, avaliou os
defaults do Countrywide e do Bear Stearns como insolvências pontuais, e eram a ponta do enorme iceberg oculto sob a capa dos balanços fiscalizados da banca. Aliás, grande parte dos derivativos nem auditado era, tratados à margem da rede sujeita a regulamentos - entre bancos de investimento e fundos de
hedge e as estranhíssimas sociedades de propósito especial, SIVs, em inglês.
Várias são extensão de bancos, inclusive comerciais, formadas para a prática da alavancagem sem observância dos multiplos de crédito definidos pelo “Acordo de Basiléia”, cidade suíça que sedia o BIS, entidade conhecida como o banco central dos bancos centrais.
Os papéis derivativos sob a sigla CDS,
credit default swaps, que correspondem à proteção contra risco de inadimplência (vejam só!), é estimada em US$ 62 trilhões, enquanto os financiamentos que os originam totalizavam US$ 2,4 trilhões no fim de 2007. A falta de proporção entre tais valores sugere que a maioria das aplicações é dinheiro morto. Nem o fundo de Paulson-Bernanke vai ressuscitá-lo.
Risco de desperdícioÉ pressão de desesperado a articulação sobre o Congresso para que a dotação do fundo de socorro à banca seja ampliada. O Tesouro e o Fed já sabem, agora, em que a banca desregulada dos EUA se meteu. A perda da riqueza financeira é fato. Discute-se a sua extensão.
A idéia é que o resgate parcial dos papéis podres pela falta de quem lhes dê fé recupere a confiança, reabrindo os mercados, única forma de diminuir as perdas. Para tal os papéis precisam de preço.
Hoje, nada valem. Se o preço de aquisição for baixo, sanciona o
default da banca. O risco de depressão da economia aumenta, e se desperdiça dinheiro do contribuinte. Se for alto, ela é premiada, e o dinheiro do público, também desperdiçado. A aposta é de risco.
http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45423-1.html