Autor Tópico: Estatais nos EUA  (Lida 17518 vezes)

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #150 Online: 30 de Setembro de 2008, 17:18:33 »
Meirelles diz que crise é séria, mas rejeita atitudes "precipitadas"

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a afirmar na tarde desta terça-feira que a crise financeira internacional "é séria", mas que o país tem condições de agir com serenidade e não adotar "medidas precipitadas, tomadas no calor dos acontecimentos".

Para Meirelles, atitudes desse tipo tendem a se mostrar "equivocadas". "A situação é severa, é grave. Ontem, a percepção de gravidade era maior do que hoje. Amanhã, vamos ver", reforçou.

Segundo Meirelles, embora a situação cotidiana seja "impactante", é preciso ter calma porque as perspectivas quanto aos resultados da crise estão oscilando com muita força. Para ele, o mais importante no momento é olhar para a frente e verificar em que pontos a crise americana pode sugerir movimentos e ajustes de política econômica.

Meirelles também avaliou que o pacote de socorro ao setor financeiro proposto pelo governo dos EUA, de US$ 700 bilhões, é relevante para que seja possível estabelecer um piso para a desvalorização dos ativos hipotecários. Segundo ele, se esses ativos continuarem caindo, vai haver cada vez mais "instabilidade".

Ele considerou que a dificuldade política de aprovação do plano pelo Congresso americano acentuou o estresse dos agentes, o que resultou em maiores saques em mercados mais líquidos, devido ao aumento da aversão a risco. "O impacto da crise no setor real da economia começa agora a ser medido", disse Meirelles, após palestrar em evento na capital paulista.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/09/30/meirelles_diz_que_crise_e_seria_mas_rejeita_atitudes_precipitadas_1946100.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #151 Online: 30 de Setembro de 2008, 19:10:32 »
Fracasso do pacote de resgate mostra falta de liderança política

WASHINGTON – O colapso do plano de resgate para o sistema financeiro foi resultado de um fracasso maior – o de liderança política em Washigton – em um momento em que o mundo está esperando que os Estados Unidos contenham a crise econômica.

Da Casa Branca ao Congresso e à campanha presidencial, os principais personagens não conseguiram os votos que precisavam no Congresso. Eles pareceram não compreender ou não tratar de forma convincente a intensa oposição ao acordo entre os congressistas. Eles permitiram que o partidarismo político prevalecesse em momentos sensíveis.

Se havia alguma dúvida de que o presidente Bush tem sido politicamente impotente diante dos problemas dos últimos anos com seu status de indefeso, ela foi solucionada na segunda-feira quando, a despeito de seus pedidos e do forte lobby feito pela Casa Branca, grande parte dos republicanos abandonou o plano.

Apesar dos legisladores que se opunham ao mérito do pacote – e dado que ninguém havia enfrentado uma situação como esta antes, de forma que não há um caminho claro a ser seguido – porções substanciais de ambas as partes, cientes de que as eleições estão a cinco semanas de distância, julgaram que aprovar o pacote de resgate seria colocar suas ambições políticas em perigo.

Mas os líderes de ambos os partidos falharam, concordam muitos analistas, por trazer a medida para o Congresso sem saber ao certo se contava com os votos necessários para sua aprovação – uma atitude ruim em qualquer momento, mas especialmente nesta crise dado os riscos de uma péssima reação por parte dos mercados e do já enfraquecido sistema financeiro.

Deputado John Boehner, líder republicano do Congresso, implorou de forma emocionada que seu partido aprovasse o pacote. Depois que dois terços de seus partidários votaram contra, tentou culpar o discurso partidário da presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi antes da votação.

Pelosi convenceu os democratas como prometeu, mas não conseguiu os votos suficientes para evitar um fracasso que poderá ser lembrado por muito tempo.

Os candidatos à presidência dos EUA, os senadores John McCain e Barack Obama, estavam longe de Washington e foram insignificantes na resolução da crise que um deles irá herdar.

Mesmo que temporário, o fracasso dramatizou as dificuldades em lidar com emergências que desdobram rapidamente em um sistema legislativo lento e inerentemente político. E apesar de um raro acordo bipartidário entre líderes dos partidos neste caso, o abismo entre o que os legisladores estavam ouvindo em Washington e o que eles estavam ouvindo em casa se provou grande demais, principalmente para os republicanos. 

Cinco semanas para as eleições presidenciais

Ao analisar seu estilo de liderança, o papel de John McCain, o candidato republicano à presidência, não fez a ele nenhum bem político. Depois de suspender sua campanha semana passada e prometer trabalhar com os republicanos até ter uma resolução em mãos, McCain fez campanha em Ohio na segunda-feira ao lado de sua companheira de chapa, a governadora Sarah Palin, enquanto a votação no congresso começava.  Lá, ele implicitamente assumiu o crédito pelo acordo acertado no fim de semana e pela aprovação do pacote de ajuda, ao mesmo tempo em que esse mesmo pacote era derrotado na votação

Em seu avião antes de ir para Iowa, McCain falou por telefone com o secretário do Tesouro Henry M. Paulson Jr. E o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke. Sem se responsabilizar pelo fracasso da medida, ele criticou Obama, seu rival democrata, e adicionou, "agora não é hora de atribui culpa".

Mesmo antes da votação, os congressistas republicanos tiveram problema em apontar as contribuições de McCain nas decisões deles desde a semana passada, quando eles e McCain forçaram as autoridades do governo e os líderes do Congresso a reabrirem as negociações e alterarem o pacote, impondo algumas salvaguardas aos bilhões dos contribuintes.

Obama, em campanha no Colorado, foi pego de surpresa da mesma foram que McCain. Ele rapidamente revisou seu discurso, que anunciava o acordo bipartidário, e ligou para o Congresso para “que o pacote fosse aprovado.” Apesar de Obama ter apoiado o pacote de maneira contida e manter contato diário com Paulson e líderes congressistas, seus assessores disseram que ele não pressionou os democratas para que eles apoiassem a medida.

Na Casa Branca, assessores descreveram o presidente como trabalhando assiduamente ao telefone para tentar fazer lobby junto às dúzias de legisladores. O vice-presidente Dick Cheney, ex-vice-líder republicano na Câmara, também fez o mesmo, sem conseguir melhores resultados. “Eu acho que todo mundo que tem um telefone está ligando para ver se consegue convencer um membro que se mantém cético diante da proposta”, disse Tony Fratto, vice-secretário de imprensa da Casa Branca. 

Mas vários outros republicanos, incluindo legisladores e veteranos de administrações passadas, queixavam-se que era muito pouco e tarde demais. Disseram que Bush deveria ter se reunido com os legisladores na Casa Branca e ido ao Capitólio pessoalmente para defender o caso – como fizeram outros presidentes, incluindo Bush, em outros casos para venderem seus maiores prioridades. “Reagan fez isso!” alguém disse.

http://ultimosegundo.ig.com.br/new_york_times/2008/09/30/fracasso_do_pacote_de_resgate_mostra_falta_de_lideranca_politica_1945255.html


Bush, presidenciáveis e congressistas se mobilizam para salvar novo pacote

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, os candidatos à Casa Branca e os líderes do Congresso participam hoje de uma maratona de contatos para salvar o pacote do governo reprovado segunda-feira pela Câmara de Representantes.

Em um gesto de compromisso, pelo segundo dia consecutivo Bush convocou a imprensa para assegurar aos "cidadãos no mundo todo" que a derrota do plano de resgate "não representa o fim do processo no Legislativo".

No entanto, o chefe de Estado pediu ao Congresso que chegue a um acordo, lembrando que o momento é "crítico" para a economia americana e é necessária uma ação "urgente", uma vez que, se as autoridades não atuarem "agora, a situação piorará dia após dia".

O fracasso do projeto de lei teve como conseqüência a derrubada das principais bolsas mundiais, com destaque para a desvalorização do Ibovespa, de quase 10%, e do Dow Jones industrial, cuja queda em pontos foi recorde.

Apesar da rejeição de muitos contribuintes ao plano, motivada pelos gastos previstos de até US$ 700 bilhões na compra de títulos "podres" em poder dos bancos, o presidente voltou a destacar hoje que essa quantia é pequena se comparada com o prejuízo de aproximadamente US$ 1 trilhão registrado ontem em Wall Street.

Conversa com os candidatos

Nesta terça, o presidente conversou com os dois candidatos à Casa Branca, o democrata Barack Obama e o republicano John McCain, que concordam que "é preciso solucionar este assunto fundamental".

Por sua vez, os líderes do Congresso prosseguem com os contatos para tentar convencer os legisladores a encontrar uma solução.

Em discurso no Senado, o líder da maioria democrata, Harry Reid, afirmou que é necessário "deixar de lado as críticas e avançar no que é necessário" para o país. Já o líder da minoria republicana, Mitch McConnell, afirmou: "Resolveremos o assunto nesta mesma semana".

As partes têm se empenhado muito, pois sabem que do plano de resgate depende a saúde do sistema financeiro e também o prestígio de cada setor envolvido nas negociações.

O presidente americano, que pensou que seus mandatos ficariam lembrados pelo conflito no Iraque, viu a economia ganhar relevância a quatro meses de deixar o cargo.

Legado de Bush

Bush, que chegou à Casa Branca como o primeiro chefe de Estado com mestrado em administração de negócios, encontra dificuldades para exercer sua capacidade de influência, tanto por sua baixa popularidade, que atingiu 27% - o pior nível desde que assumiu -, como pelo pouco tempo que lhe resta no poder.

Porém, solucionando a crise, ele recuperaria um pouco de prestígio e salvaria seu legado.

Obama e McCain, por outro lado, aproveitam o tema para se projetarem ainda mais na campanha eleitoral. Ambos multiplicaram suas declarações sobre a crise para tentar convencer os eleitores de que são a pessoa mais preparada para tratar do problema.

McCain, em Iowa, pediu hoje ao Departamento do Tesouro que intervenha do modo "mais criativo" possível para limitar os danos ao sistema financeiro. Além disso, assegurou que o Congresso terá que tomar medidas, ainda que impopulares, pelo bem do país. "A inatividade não é uma opção", disse o candidato republicano.

Obama, ciente de que a crise o fez subir nas pesquisas, declarou que, diante da tempestade que se aproxima nos mercados financeiros, "a falta de ação pode ser catastrófica" para a economia e as famílias. O candidato democrata pediu ao Legislativo que não retome as negociações do começo e com um novo projeto de lei.

De olho nas eleições

Os legisladores são outros que têm se dedicado muito à questão, e muitos votaram contra o pacote do governo de olho nas eleições de 4 de novembro, quando a Câmara de Representantes também será renovada.

As pesquisas indicam que a maioria dos eleitores é contra o plano, que, do ponto de vista deles, obriga os contribuintes a desembolsar milhares de dólares por pessoa para compensar os excessos cometidos em Wall Street.

Tanto McConnell como Reid mantiveram hoje contato com a Casa Branca, os candidatos e outros representantes do Congresso. Nesta terça, não haverá votação no Capitólio, que está fechado por ocasião do Ano Novo judaico, mas está sendo cogitada a possibilidade de o pacote voltar a ser avaliado na quinta-feira.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/09/30/bush_presidenciaveis_e_congressistas_se_mobilizam_para_salvar_novo_pacote_1946282.html

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Offline Luis Dantas

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #152 Online: 30 de Setembro de 2008, 19:17:07 »
This just in:

Citação de: Newsfromme.com
Hocking Tomorrow...

Some numbers to keep in mind...

With no fanfare and little notice, the national debt has grown by more than $4 trillion during George W. Bush’s presidency. It’s the biggest increase under any president in U.S history.

On the day President Bush took office, the national debt stood at $5.727 trillion. The latest number from the Treasury Department shows the national debt now stands at more than $9.849 trillion. That’s a 71.9 percent increase on Mr. Bush’s watch.

And this is before we pay for the big bailouts...

Fonte: http://www.newsfromme.com/archives/2008_09_30.html#015935
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #153 Online: 30 de Setembro de 2008, 19:27:21 »
Li em algum lugar: os grandes impérios frequentemente caem de forma parecida. Numa junçao de dívidas & guerra.

Ah, lembrei da fonte:

Citar
The fate of empires is very often sealed by the interaction of war and debt. That was true of the British Empire, whose finances deteriorated from the First World War onwards, and of the Soviet Union. Defeat in Afghanistan and the economic burden of trying to respond to Reagan's technically flawed but politically extremely effective Star Wars programme were vital factors in triggering the Soviet collapse. Despite its insistent exceptionalism, America is no different. The Iraq War and the credit bubble have fatally undermined America's economic primacy. The US will continue to be the world's largest economy for a while longer, but it will be the new rising powers that, once the crisis is over, buy up what remains intact in the wreckage of America's financial system.

http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2008/sep/28/usforeignpolicy.useconomicgrowth
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #154 Online: 30 de Setembro de 2008, 19:40:15 »

Fracasso do pacote de resgate mostra falta de liderança política

Os legisladores são outros que têm se dedicado muito à questão, e muitos votaram contra o pacote do governo de olho nas eleições de 4 de novembro, quando a Câmara de Representantes também será renovada.

As pesquisas indicam que a maioria dos eleitores é contra o plano, que, do ponto de vista deles, obriga os contribuintes a desembolsar milhares de dólares por pessoa para compensar os excessos cometidos em Wall Street.    


O povão americano parece que não  sabe que vai se ferrar  caso o governo americano não  possa intervir fortemente salvando o mercado.

Não é apenas banqueiros que vão perder dinheiro ! Isso é um enorme engano !   :susto:    Uma depressão econômica  atinge milhões de pessoas.     :susto:

.

Offline Herf

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #155 Online: 01 de Outubro de 2008, 01:36:39 »
http://www.buymyshitpile.com/

Buy my shitpile, Henry!

With our economy in crisis, the US Government is scrambling to rescue our banks by purchasing their "distressed assets", i.e., assets that no one else wants to buy from them. We figured that instead of protesting this plan, we'd give regular Americans the same opportunity to sell their bad assets to the government. We need your help and you need the Government's help!

Use the form below to submit bad assets you'd like the government to take off your hands. And remember, when estimating the value of your 1997 limited edition Hanson single CD "MMMbop", it's not what you can sell these items for that matters, it's what you think they are worth. The fact that you think they are worth more than anyone will buy them for is what makes them bad assets.


:hehe:

Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #156 Online: 01 de Outubro de 2008, 10:11:27 »

Wolf: Congresso decide que vale a pena correr o risco de outra depressão

Martin Wolf
Colunista do Financial Times


http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/10/01/ult5365u41.jhtm[/b]]http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/10/01/ult5365u41.jhtm     


Faz mais de setenta anos que ocorreu a Grande Depressão. A julgar pela rejeição ao plano apresentado por Hank Paulson, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, o Congresso acredita que é hora de correr o risco de outra.

Aquela recessão talvez tenha sido a maior catástrofe do século 20: ela foi, entre outras coisas, responsável pelos eventos que levaram à Segunda Guerra Mundial - entre eles a ascensão de Hitler. Só é possível imaginar que horrores uma depressão poderia trazer agora.
 Investment grade ajuda Brasil na crise, diz Fitch
 Crise financeira ameaça comércio mundial, diz OMC
 BCE injeta US$ 50 bi no setor financeiro

Maus presságios como esses podem parecer exagerados. Eu espero que sejam. Mas um resultado tão sombrio não é mais impossível, não por uma recessão ser inevitável, longe disso, mas porque é necessário ação para impedir uma.

Nós estamos assistindo a desintegração do sistema financeiro. As finanças são a teia de intermediação que liga os agentes econômicos uns aos outros, no tempo e espaço. Sem elas, nenhuma economia moderna pode sobreviver. Mas agora isso está ameaçado, com o colapso em andamento da confiança e a fuga para segurança. Nós realmente podemos realizar essa experiência. Mas porque quereríamos?

Mesmo antes de o Congresso rejeitar o plano, o spread em dólares entre a taxa interbancária oferecida em Londres e as taxas oficiais esperadas (como mostrado nos swaps indexados overnight) atingiu mais de 2 pontos percentuais, para um período tão curto quanto três meses. Antes do início da crise, em agosto de 2007, o spread era irrisório. Mas não se limita a ele: na segunda-feira, o rendimento de curto prazo dos títulos do Tesouro estava abaixo de 1%; os spreads dos swaps de crédito (CDSs) nas instituições financeiras atingiram níveis excepcionais e os spreads de crédito de títulos de maior risco estavam aumentando rapidamente. Após a rejeição do plano, tudo isso provavelmente piorará. O S&P 500 também caiu em 8,8% na segunda-feira, seu pior dia desde 19 de outubro de 1987. Nada pode demonstrar melhor quão absurdo é acreditar que é possível punir Wall Street sem prejudicar o varejo. Ambos estão interligados.

Se o sistema financeiro deixar de funcionar apropriadamente e várias instituições financeiras quebrarem, todos serão prejudicados, à medida que empresas e lares ficarem carentes de crédito. O que está ocorrendo agora é um mergulho em parafuso de pânico no qual instituições financeiras sem liquidez se desfazem de ativos, enfraquecendo a si mesmas e a outras, particularmente agora que seus balancetes estão cotados ao preço diário do mercado. Isso reduz sua capacidade de emprestar e também mina os preços dos ativos e ainda mais a economia, prejudicando a qualidade dos ativos.

Isso, então, é a "revulsão" - o estágio final de uma bolha, quando, como argumentou o falecido Hyman Minsky, os investidores estão tão apavorados que não mais conseguem participar no mercado. Infelizmente, entre os atuais investidores tomados pelo pânico estão os bancos. Eles até mesmo não querem emprestar uns aos outros. Como notei na semana passada ("Por que o plano de Paulson não foi uma verdadeira solução para a crise"), as obrigações brutas do setor financeiro americano saltaram de apenas 21% do produto interno bruto, em 1980, para 116%, em 2007. Grande parte dessa dívida imensa deve ser de uma firma financeira para outra. Se o crédito não for ampliado, o colapso se seguirá. Este é o motivo para o setor de banco de investimento ter desaparecido em um intervalo de semanas.

Tendo este cenário sombrio de fundo, o que concluir do fracasso do Congresso em ratificar o plano? É tanto compreensível quanto um erro crasso.

É compreensível porque o uso do dinheiro do contribuinte para comprar os chamados papéis "tóxicos" apoiados por hipotecas de posse dos tolos gananciosos, que criaram esta crise, é difícil de tolerar. Também é compreensível - até mesmo louvável - que os republicanos hostis ao "socialismo" não queiram socorrer ricos que não mereçam, pelo menos antes de uma eleição. Também é compreensível porque, por motivos que apresentei na semana passada, o plano não é convincente. Ele visa lidar com um problema de falta de liquidez quando parece certo que se trata de uma crescente crise de insolvência, particularmente à medida que os preços dos imóveis caem e a economia continua a enfraquecer.

Mas a rejeição é um grave erro, porque a ruína resultante prejudicará os fracos e destruirá a legitimidade da economia de mercado. O plano é realmente falho. Mas o fracasso em ratificá-lo dificilmente convencerá alguém de que algo melhor virá a seguir. Ele convencerá as pessoas que os Estados Unidos estão optando pela impotência. Em um momento de tamanha fragilidade, quando o seguro oferecido pelo governo é mais indispensável, essa é a pior mensagem possível. É uma pena que Paulson não tenha escolhido outro plano. Também é uma pena que um ex-titã das altas finanças esteja encarregado de resgatar Wall Street. Mas ainda assim foi um erro rejeitar o plano. Era necessário, isso sim, aprimorá-lo.

E agora? O primeiro esforço deve ser encontrar um plano que o Congresso possa aprovar. É bem possível encontrar um que proteja melhor os interesses do contribuinte, ao insistir em reembolso pleno, após as empresas auxiliadas recuperarem sua saúde. Comprar ações preferenciais, como fez Warren Buffett no Goldman Sachs, seria um bom modo de fazer isso.

Segundo, parece provável que várias instituições financeiras importantes terão dificuldade de financiar a si mesmas nos próximos dias, por causa da queda de preço de suas ações e do congelamento do empréstimo interbancário. Os bancos centrais devem fazer qualquer esforço imaginável - e também alguns inimagináveis - para assegurar a manutenção plena da liquidez necessária durante este período. O Federal Reserve (o banco central americano) poderá se ver obrigado a resgatar instituições adicionais. Que assim seja.

Terceiro, os europeus (entre os quais eu incluo os britânicos) devem reconhecer que estão no mesmo barco. Em tempos de tamanho perigo, mesmo uma pequena redução dos juros pelo Banco Central Europeu e pelo Banco da Inglaterra enviaria um sinal esperançoso. Neste momento, dificilmente provaria ser inflacionário.

Nada do que está acontecendo é facilmente palatável. A necessidade de resgate é difícil de engolir. O surgimento de gigantes financeiros ainda maiores e mais complexos - todos grandes demais para falir - é um prenúncio de uma crise. Mas apesar da necessidade de se considerar as implicações a longo prazo de como uma crise é resolvida, é preciso resolvê-la primeiro.

Franklin Delano Roosevelt disse famosamente que "a única coisa da qual devemos ter medo é do medo em si". Os processos econômicos provocados pelo estouro das bolhas de crédito e imobiliária são reais. Mas o medo também é um perigo. Quando a confiança desaparece, uma economia de mercado não pode funcionar. Ela precisa ser restaurada.

O problema não é falta de conhecimento sobre como fazer isso: nós sabemos como recapitalizar e reestruturar sistemas financeiros danificados. O problema é a falta de vontade. O governo deve começar a mostrar que está no controle dos eventos. No crepúsculo de um governo americano fracassado, pode parecer que isso é pedir demais. Winston Churchill, o parceiro de Roosevelt, disse: "Os Estados Unidos invariavelmente fazem a coisa certa, após terem esgotado todas as outras alternativas". As alternativas agora estão esgotadas. É hora dos políticos fazerem a coisa certa.


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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #157 Online: 01 de Outubro de 2008, 16:46:23 »
Entenda a nova proposta de pacote em votação nos EUA

Uma nova proposta para um pacote de US$ 700 bilhões em ajuda a empresas afetadas pela crise econômica dos Estados Unidos está tramitando pelo Congresso americano, após a versão anterior do plano ter sido rejeitada na Câmara dos Representantes na última segunda-feira. A proposta deve ser votada ainda nesta quarta-feira no Senado e, se aprovada, seguiria na quinta-feira para nova votação na Câmara.

Se for aprovado, o pacote abrirá caminho para a maior intervenção do Estado na economia americana desde a crise de 1929.

A BBC preparou uma série de perguntas e respostas para ajudar você a entender o pacote e a disputa política por trás dele.

Quais são as principais propostas do pacote?
O pacote de ajuda ao mercado financeiro tem cinco pontos principais.

1. US$ 700 bilhões serão liberados em parcelas para a compra de papéis podres em poder de bancos e outras empresas em dificuldades financeiras.
2. O pacote prevê restrições nos pagamentos feitos a executivos das instituições beneficiadas pela ajuda;
3. O governo terá participação em empresas que forem ajudadas;
4. A implementação do pacote será supervisionada por uma comissão;
5. O Tesouro terá que estabelecer um programa de seguros para garantir os ativos das empresas que estão com problemas.

Quais são as principais diferenças entre o pacote que foi rejeitado na Câmara dos Representantes e a versão atual?
As mudanças procuram garantir que o contribuinte americano ganhe mais com a adoção do plano.

A principal alteração diz respeito ao aumento do limite de depósitos bancários que passam a ser garantidos pelo governo - que passa de US$ 100 mil para US$ 250 mil.

Também foram incluídos descontos nos impostos para promover o uso de fontes de energia renováveis por empresas, no total de quase US$ 80 bilhões, e a prorrogação e ampliação de outras reduções nos impostos para pessoas físicas e empresas.

De acordo com o jornal americano The New York Times, foram adicionadas mudanças como a extensão de "créditos tributários para empresas que investirem em pesquisas e desenvolvimento" e "descontos nos impostos para vítimas de recentes enchentes, tornados e tempestades".

Segundo analistas, ao incluir as mudanças no pacote, os líderes do Senado esperam ganhar o voto de republicanos que ainda relutam em apoiá-lo, mas há o risco de que isso desagrade democratas da casa.

Como o pacote deve funcionar?
Depois da aprovação da proposta pelo Legislativo e pelo Executivo americanos, os US$ 700 bilhões devem ser desembolsados em três parcelas: primeiro, US$ 250 bilhões serão liberados imediatamente após a aprovação do pacote. Depois, se o presidente americano pedir, mais US$ 100 bilhões. A segunda metade dependerá de uma nova aprovação do Congresso.

Com o dinheiro, o governo ajudará as instituições com problemas, comprando os papéis podres, em troca de ações das empresas. Dessa forma, se o banco se recuperar, os contribuintes vão lucrar com os dividendos dos papéis.

Passará a haver restrições aos pagamentos dos executivos dos bancos, que deixarão de ter os chamados "pára-quedas dourados" - imensos pagamentos destinados a banqueiros que estão deixando suas instituições.

O governo vai cancelar deduções de impostos a empresas que pagarem mais de US$ 500 mil por ano a seus executivos.

O Tesouro também lançará um programa de seguros para garantir os ativos dos bancos em dificuldade. Os prêmios seriam pagos pelas próprias instituições financeiras socorridas.

Por fim, será criado o comitê que ficará encarregado de supervisionar a aplicação do dinheiro do pacote. Entre as autoridades que farão parte desse comitê estão os presidentes do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke, e da Comissão de Mercado de Valores (órgão que regulamenta o mercado de ações, semelhante à Comissão de Valores Mobiliários brasileira), Chris Cox.

O que são papéis podres?
Papéis podres são títulos com possibilidade de não serem pagos a seus detentores. Ou seja, têm alto potencial de prejuízo, apesar de o volume das perdas que eles representam ser incerto.

Isso acontece porque eles estão atrelados a financiamentos imobiliários.

A atual crise foi desencadeada pelo aumento da inadimplência de pessoas que contraíram hipotecas, mas não se sabe ao certo quais conseguirão honrar seus compromissos ou não.

Por que a compra desses papéis deve ajudar os bancos com problemas?
A proposta em votação no Congresso é que os papéis sejam comprados pelo valor de maturação, muito superior ao valor de mercado.

Com isso, as empresas em dificuldades receberiam uma grande injeção de capital, melhorando suas contas.

Isso, por sua vez, aumentaria a liquidez do mercado - já que os bancos ganhariam mais segurança para emprestar recursos uns ao outros.

Por que o projeto original foi rejeitado na Câmara?
O projeto é bastante impopular nos Estados Unidos. Uma pesquisa realizada pelo jornal americano USA Today, antes das mudanças atuais no plano, revelou que apenas 22% dos eleitores o apoiavam.

Muitos americanos consideram o pacote uma proposta de ajuda aos banqueiros e, em um ano de eleições legislativas (além da presidencial), muitos congressistas que são candidatos à reeleição consideraram politicamente arriscado demais votar a favor da proposta.

Também pesou o fator ideológico. Muitos republicanos conservadores são, por princípio, contrários a uma intervenção do Estado na economia.

A maior parte dos republicanos - do mesmo partido do presidente George W. Bush, que era a favor da proposta - votou contra o plano.

Como deve ser a votação da nova proposta no Congresso?
Líderes do Senado, onde ela será votada primeiro, dizem acreditar que a proposta tem mais apoio na casa do que na Câmara. Mas, mesmo assim, não há garantia de que ela seja aprovada.

Apenas um terço dos senadores busca a reeleição neste ano. Na Câmara, todas as cadeiras estão sendo renovadas. Por isso, acredita-se que o Senado seja menos vulnerável à pressão do eleitorado para derrubar a medida.

Os candidatos dos partidos democrata e republicano à Casa Branca, os senadores Barack Obama e John McCain, apóiam o pacote e prometem estar presentes na votação.

Simpatizantes do plano avaliam que uma aprovação do pacote por uma boa margem no Senado vai ampliar a pressão sobre a Câmara para que também o aprove.

Mas o projeto que for aprovado pelo Senado pode ser mudado significativamente na Câmara. Se isso acontecer, ele teria que passar por uma comissão formada por membros das duas casas, o que poderia causar mais atrasos no processo.

O que pode acontecer se o projeto não for aprovado?
Os mais pessimistas prevêem conseqüências nefastas para o mercado financeiro.

Mais instituições financeiras quebrariam, e os Estados Unidos entrariam em uma grande recessão com desdobramentos profundos na economia global.

Depois da rejeição na Câmara, as bolsas de valores de todo o mundo sofreram quedas significativas. O índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, registrou na segunda-feira sua maior queda em pontos (mais de 770) em todos os tempos.

Outro fator que atingiu muitos investidores foi a queda no preço do barril do petróleo e na cotação do dólar.

Mas analistas dizem que o principal problema é que, sem o pacote, continuaria a incerteza sobre o futuro do setor financeiro.

O mercado de crédito permaneceria praticamente paralisado, já que os bancos continuariam com receio de emprestar dinheiro uns aos outros.

Indivíduos e empresas interessadas em obter financiamentos também continuariam a ter dificuldade em obter dinheiro.

http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2008/10/01/entenda_a_nova_proposta_de_pacote_em_votacao_nos_eua_1955904.html


Senado dos EUA deverá votar nesta noite plano de resgate financeiro

WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos votará na noite desta quinta-feira a nova proposta para o plano de resgate financeiro de US$ 700 bilhões proposto pelo governo do presidente americano, George W. Bush, disseram os dirigentes do Congresso. A votação deve ocorrer às 20h30 (horário de Brasília). Depois da rejeição do plano original pela Câmara norte-americana, na última segunda-feira, a nova versão da proposta passará pelo Senado e depois será reenviado para a Câmara, onde pode sofrer novas alterações antes da aprovação final.

O líder da maioria democrata, Harry Reid, de Nevada, e o líder da minoria republicana, Mitch McConnel, do Kentucky, que anunciaram a votação, disseram que o plano incluirá uma cláusula sobre reduções tributárias rejeitada na segunda-feira pela Câmara de Representantes.

Também determinará que os seguros federais aplicados sobre os depósitos de até US$ 100 mil passarão a abranger montantes de até US$ 250 mil. Segundo Reid e McConnell, a redução tributária poderia ajudar a conseguir o voto dos republicanos.

Na segunda-feira, a Câmara de Representantes rejeitou por 225 votos a 208 uma versão do resgate financeiro que os dirigentes do Congresso e a Administração Bush tinham negociado durante o fim de semana.

A rejeição de contribuintes teve grande peso para a decisão dos deputados de não aprovarem o plano de resgate. A maior parte dos votos contra o pacote partiu do Partido Republicano, o mesmo do presidente George W. Bush, que está em final de mandato. Por isso, a nova versão do pacote de ajuda ao sistema financeiro trouxe mudanças que pretendem atender aos contribuintes - e eleitores.

A principal alteração diz respeito ao aumento do limite de depósitos bancários que passam a ser garantidos pelo governo - que passa de US$ 100 mil para US$ 250 mil. Também foram incluídos descontos nos impostos para promover o uso de fontes de energia renováveis por empresas, no total de quase US$ 80 bilhões, e a prorrogação e ampliação de outras reduções nos impostos para pessoas físicas e empresas.

Fontes legislativas disseram que Reid havia recebido apoio dos membros de seu partido para votar amanhã o plano que, segundo Bush reiterou ontem, é absolutamente necessário para evitar uma grave recessão.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/10/01/senado_dos_eua_pode_votar_esta_noite_plano_de_resgate_financeiro_1947412.html

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #158 Online: 01 de Outubro de 2008, 17:00:42 »
Congresso dos EUA tira Wall Street do pedestal, quer reformar a economia e cria incertezas

Ocaso da ciranda deve ceder lugar a um modelo mais focado na produção até por sobrevivência

A crise bancária dos EUA, que já arrasta sem apelação os bancos europeus e mesmo aqui provoca escoriações no mercado de crédito, vai redesenhar o panorama econômico global. O que virá é incerto. Nos EUA, o Congresso avocou a tutela dos mercados financeiros, até hoje tocados por agências públicas ou entregues à autoregulação, e quer mais que o resgate da banca, que recusou. Quer outra economia por cima dos escombros da banca, confundindo vendeta com realismo.

A Wall Street orgulhosa e autosuficiente acabou, pelo menos por agora. E terá de se esforçar muito para recuperar a cumplicidade política nos EUA e a influência espalhada pelo mundo. Banqueiros nunca desfrutaram de simpatia popular em lugar algum no mundo. Lá não era diferente, a ponto de Nova York, para muita gente do meio-oeste americano, ser considerada um enclave estrangeiro no mapa.

Os salários milionários. Os altos bônus dos executivos. Os muitos excessos dos banqueiros de investimentos e dos corretores na bolsa resolvidos com dinheiro do contribuinte. A obsessão do curto prazo do lucro trimestral, espada sobre a cabeça de todo administrador.

A exportação de fábricas e empregos correspondentes para lugares onde a mão-de-obra se vende a salários vis. A tributação esbanjada em guerras e intervenções militares em locais distantes, sem apoio das populações supostamente protegidas. A dependência externa dos dinheiros de países que se fizeram exportando para os EUA os bens cujas fábricas as multinacionais levaram embora, o caso da China.

Essa sequência de enganos a sociedade americana aceitou, usufruiu e apoiou enquanto tudo ia bem - enquanto o Wal-Mart e equivalentes vendiam mercadorias importadas da Ásia a preços de banana. Imóveis suntuosos foram vendidos a prazos longos, juros baixos, prestações módicas, sobre os quais ainda se podia alargar o limite de crédito no cartão hipotecando a casa, na presunção da valorização futura, para financiar o consumo conspícuo - carros, viagens, bugigangas.

Parecia tolerável, diante dessas facilidades enganadoras, passar mais de vinte anos sem aumento real do salário médio, a realidade que começou a pesar sobre os americanos já antes da crise bancária com a inflação do petróleo e alimentos. O desemprego vai piorar.

As mazelas da educação e da saúde públicas - outrora motivos de orgulho nacional e exemplos para o mundo -, foram realçadas com o descolamento da riqueza financeira do mundo real. Tais aberrações explicam a aversão dos americanos ao pacote de ajuda aos bancos - e a reticência do Congresso em aprová-lo, ainda mais em período de eleições parlamentares e sucessão presidencial.

“Pesadelo americano”

O sentimento de frustração do “sonho americano” transformado em pesadelo, azedado pelo governo Bush com a truculência militar que angariou a hostilidade até de antigos aliados da Europa e Ásia, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, não sacou ao propor o fundo de US$ 700 bilhões para comprar papéis podres da banca sem exigir nada em troca dos atrevidos banqueiros.

Paulson queria carta branca para agir e imunidade contra quaisquer ônus, além de não prever nenhum alívio à multidão de endividados com hipotecas. No way.

Ex-chairman do Goldman Sachs, simbolo heráldico de Wall Street, Paulson e Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, encarnam o último sopro de uma economia afogada em dívidas, dobrada à lógica do lucro realizado sem produção, vivendo de papéis exportados em troca de importações, razão primeira da fraqueza da maior potência econômica do mundo e das distorções da banca. Que não haveria não fosse a supremacia do dólar, agora questionada, como moeda global.

Freios no Tesouro-Fed

Do tecnocrático projeto aviado em três páginas e meia por Paulson ao minucioso documento de 110 páginas consensado pelos líderes dos democratas, maioria em ambas as Casas legislativas, e republicanos do presidente Bush, o plano não manteve nada da intenção original.

Ele pôs freios no Tesouro e no Fed; contingenciou a liberação dos recursos do fundo de US$ 700 bilhões, que Paulson queria de uma só vez; condicionou a compra de papéis aos bancos que cedessem ações equivalentes e limitassem a remuneração de seus executivos. Wall Street caiu do pedestal. Mas é pouco: parte dos políticos discorda da ajuda aos bancos e quer outra economia. E isso por ora é muito. O governo perdeu a liderança do processo. Agora é o imponderável.

Ajuste será profundo

As mudanças nos usos e costumes financeiros dos EUA serão enormes e terão repercussões econômicas por longo tempo. Antes, até que se complete a purificação do sistema, muitos vão tombar.

Na Europa do euro, cujo afastamento da ciranda do dólar era só desinformação, bancos da Inglaterra, Bélgica, Holanda, Alemanha e Dinamarca foram ou estão indo para o ralo. No Japão, o banco central há semanas vitamina os bancos locais. Com economia siamesa à dos EUA, a China ainda é uma incógnita, mas todos os indicadores indicam retração.

Tais movimentos são amplos demais para se restringir a mudanças pontuais. O ocaso da ciranda nos EUA deve ceder lugar a um modelo mais focado na produção até por sobrevivência. O financiamento de seus déficits externos encolheu e já se limita aos bancos centrais de poucos países, inclusive o Brasil. As implicações do ajuste nos EUA serão econômicas e geopolíticas. Se o pior não entrar em cena.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/45001_46000/45514-1.html

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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #159 Online: 03 de Outubro de 2008, 08:05:44 »
Cienciazinha de décima categoria



O desmascaramento  das farsas da economia americana é uma demonstração cabal de que a economia é uma cienciazinha  de DÉCIMA categoria  e que os economistas são uns enganadores profissionais.   


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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #160 Online: 03 de Outubro de 2008, 08:11:52 »
O povão americano parece que não  sabe que vai se ferrar  caso o governo americano não  possa intervir fortemente salvando o mercado.

Não é apenas banqueiros que vão perder dinheiro ! Isso é um enorme engano !   :susto:    Uma depressão econômica  atinge milhões de pessoas.     :susto:

A questão, Helder, é que essa operação está mais para "pagar pela corrupção e incompetência dos tomadores de decisão" do que para "salvar o mercado" (aliás, essa expressão sequer faz algum sentido).

Infelizmente, nem por isso deixa de ser verdade que as consequências não atingem só banqueiros.  O povo e o congresso americanos tem a obrigação clara de oferecer resistência a essa pizza caríssima paga com dinheiro público, mas sim, no fim gastar dinheiro público nesse esgoto vai acabar sendo um pouco menos destrutivo.  Por ora, pelo menos.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #161 Online: 03 de Outubro de 2008, 08:12:48 »
O desmascaramento  das farsas da economia americana é uma demonstração cabal de que a economia é uma cienciazinha  de DÉCIMA categoria  e que os economistas são uns enganadores profissionais.  

São verdadeiros mestres na arte de mentir e enganar.

Por que você culpa "a economia"?  Parece claro que foram pessoas, e não a economia, que pisaram na bola.
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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #162 Online: 03 de Outubro de 2008, 09:09:54 »
O desmascaramento  das farsas da economia americana é uma demonstração cabal de que a economia é uma cienciazinha  de DÉCIMA categoria  e que os economistas são uns enganadores profissionais.  

São verdadeiros mestres na arte de mentir e enganar.

Por que você culpa "a economia"?  Parece claro que foram pessoas, e não a economia, que pisaram na bola.


Não existe a cienciazinha  economia sem os economistas, ao escrever desta maneira estou usando uma figura de linguagem dizendo  “a economia” ao invés de  “os economistas”.


Certamente  há economistas formados  em grandes e famosas universidades americanas como Chicago e Haward,  trabalhando nestas instituições financeiras  como o  Lehman Brothers, que  se ferrou,  ou  a  AIG, a  Freddie Mac e a Fannie Mae  que  foram  salvas  pela INTERVENÇÂO do governo americano, e também trabalhando no próprio governo americano.   No entanto  os seus  poderosos “conhecimentos técnicos”  não  previram  e nem  evitaram  o buraco  para o qual estavam caminhando.



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« Última modificação: 03 de Outubro de 2008, 09:12:53 por Helder »

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #163 Online: 03 de Outubro de 2008, 09:14:16 »
O que te leva a crer que não previram, em vez de simplesmente não quererem ver?
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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #164 Online: 03 de Outubro de 2008, 09:29:54 »
Se previram e não quiseram ver, então eles próprios  não teriam considerado relevantes seus conhecimentos técnicos.


Mas não acredito que eles tenham previsto, pois prever um desastre  e continuar no caminho do desastre não é nada racional !   :no:


E além do mais já vi diversas vezes  erros  de previsões  de economistas.  Eles são muito bons em errar previsões .   :hihi:
« Última modificação: 03 de Outubro de 2008, 12:03:47 por Helder »

Offline Tupac

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #165 Online: 03 de Outubro de 2008, 10:30:36 »
Bem, prever, previram, isso desde 2001, saiu varios artigos sobre isso, acontece que ninguem levou a sério...
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Minhas afirmações acima foram tiradas do programa Canal Livre do ultimo domingo... que teve como convidados, Stephen Kanitz, um jurista e e um economista que não lembro o nome.
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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #166 Online: 03 de Outubro de 2008, 11:59:51 »
Bem, prever, previram, isso desde 2001, saiu varios artigos sobre isso, acontece que ninguem levou a sério...
^
Minhas afirmações acima foram tiradas do programa Canal Livre do ultimo domingo... que teve como convidados, Stephen Kanitz, um jurista e e um economista que não lembro o nome. 


Previsões vagas e  genéricas  não tem validade científica.    :hihi:


Astrologia , numerologia e coisas semelhantes  também fazem previsões vagas e  genéricas. Quero saber é se alguns dos economistas fodões de Chicago ( ou de outra universidade fodona)  previram  com precisão  quando, como e quais instituições financeiras  iriam se ferrar .
« Última modificação: 03 de Outubro de 2008, 12:20:25 por Helder »

Offline DDV

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #167 Online: 03 de Outubro de 2008, 15:06:27 »
Eu nao chego a partilhar dessa opinião drástica de Helder, principalmente por não esperar tanto da economia quanto ele, mas eu sou obrigado a concordar que a economia ainda não se livrou completamente das garras da política.

Na Idade Média, a filosofia era nada mais do que uma escrava da teologia.Em pleno século XXI, parece que a economia ainda está um pouquinho "politizada". Falo isso me referindo a artigos de economistas sérios, nem cogitei artigos de blogs políticos.   
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #168 Online: 03 de Outubro de 2008, 18:26:01 »
Mas não acredito que eles tenham previsto, pois prever um desastre  e continuar no caminho do desastre não é nada racional !   :no:
60% dos americanos acredita que verão o apocalipse enquanto ainda estiverem vivos. Pra que se preocupar com qualquer coisa?

Offline Pregador

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #169 Online: 06 de Outubro de 2008, 10:54:57 »
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Fiat e GM suspenderão produção   

05/10/2008

Carsale - A indústria automobilística nacional, que até o mês passado festejava quebras sucessivas de recordes de vendas e produção, parece ter encontrado seu primeiro revés de peso, a grave crise financeira norte-americana. Diante dessa situação, dois grandes fabricantes de automóveis, General Motors e Fiat, anunciaram neste sábado (4) que pretendem suspender temporariamente a produção de veículos em suas fábricas no País. A decisão entra em vigor a partir do próximo dia 20 em três unidades da GM.

Cerca de seis mil funcionários da planta de São Caetano do Sul, na região do ABC paulista, devem ficar em casa até o próximo dia 29. Lá, são produzidos os modelos Corsa, Astra e Vectra. Na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo, aproximadamente dois mil trabalhadores entrarão em férias até o dia 2 de novembro. Na unidade da GM de Mogi das Cruzes, também no interior do estado, o quadro de funcionários é formado por 600 pessoas e a paralisação da produção também deve durar 10 dias.

A sede da Fiat, em Betim, região metropolitana de Minas Gerais, que atualmente abriga cerca de 15 mil funcionários, deve dispensar cerca de 10% da força de trabalho a partir de meados deste mês e o período de férias deve variar entre 10 e 30 dias. Com isso, cerca de três mil veículos devem deixar de serem montados no local, ou pouco mais de 10% do volume de unidades fabricadas. As duas montadoras não admitem que a suspensão parcial da produção é uma medida preventiva contra a crise dos Estados Unidos.

Começou a "gripe"... mesmo batendo recordes históricos de vendas, as empresas vão demitir e diminuir a produção...

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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #170 Online: 06 de Outubro de 2008, 13:10:14 »

Deus Mercado está ferradão,  Estados (os demônios) estão fazendo o possível para salvá-lo.


06/10/2008 - 10h09

Medo do efeito dominó da crise na Europa desata sangria financeira

http://economia.uol.com.br/ultnot/afp/2008/10/06/ult35u62807.jhtm 
 
BERLIM, 6 Out 2008 (AFP) - O temor desencadeado pela grande operação de resgate do banco hipotecário alemão Hypo provocou o desabamento das bolsas de todo o mundo e acabou com a ilusão de que as grandes intervenções estatais podem conter rapidamente a crise financeira mundial.

"Todo mundo esperava que, depois da aprovação do pacote nos Estados Unidos e os resgates na Europa, as coisas se acalmariam, mas, na realidade, ainda há fortes temores quanto a um efeito dominó", explicou o analista da ING, Adrian van Tiggelen.
 Alemanha fecha acordo para salvar banco HRE da bancarrota
 Bank of America disposto a gastar US$ 8,4 bi no Countrywide
 Incertezas sobre resgate de banco derrubam Bolsas na Ásia

O resgate do banco alemão Hypo Real Estate por 50 bilhões de euros (68 bilhões de dólares), a compra do banco belga-holandês Fortis pelo francês BNP Paribas e a aprovação do histórico resgate financeiro americano de 700 bilhões de dólares não conseguiram aliviar o crescente sentimento de pânico.

A decisão do governo da Alemanha de garantir os depósitos bancários de particulares aumenta a pressão sobre outros governos europeus para que a mesma coisa, depois dos passos da Irlanda e da Grécia.

Todas as bolsas européias estavam em forte baixa na abertura desta segunda-feira, depois das grandes perdas nos mercados asiáticos.

O índice Footsie 100 da Bolsa de Londres registrava queda de 6,21%, a 4.670,89 pontos, às 10H00 GMT (7H00 de Brasília), seu menor nível desde 1º de novembro de 2004.

O CAC 40 de Paris retrocedia 4,49% e o Dax de Frankfurt registrava queda de 3,97%.

As duas Bolsas de Moscou, Micex, cotada em rublos, e RTS, cotada em dólares, anunciaram nesta segunda-feira a suspensão de suas cotações após quedas superiores a 14% e 15%, respectivamente.

Os preços do barril do petróleo, que até há três meses eram cotados a quase 150 dólares, baixaram até os 85 dólares em Londres e 89 dólares em Nova York, seu menor nível desde fevereiro, por temor a uma queda da demanda de petróleo por causa da crise.

Os dirigentes da União Européia (UE) mantinham cotatos nesta segunda-feira para preparar uma declaração de apoio aos mercados financeiros, segundo fontes próximas ao governo italiano citadas pela imprensa nacional.

O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, por sua vez, se reunirá na sexta-feira, em Paris, com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que ocupa a presidência semestral da União Européia, informou à AFP um porta-voz do governo.

A Espanha, quinta economia européia, não esconde seu mal-estar por não ter sido convidada para a cúpula dos líderes dos membros europeus do G8 - Alemanha, França, Itália e Grã-Bretanha - realizaram no sábado, em Paris, para debater a crise.

Depois de intensas negociações entre o ministério das Finanças alemão, o Bundesbank (banco central), bancos privados e reguladores de mercado, o banco Hypo Real Estate (HRE), o quarto da Alemanha, recebeu no domingo à noite uma capitalização adicional de 15 bilhões de euros que se somaram aos 35 bilhões obtridos na semana passada.

A Alemanha também ofereceu proteção ilimitada às contas bancárias pessoais, garantias que totalizariam 568 bilhões de euros. A garantia vai além e também inclui os depósitos a prazo, que alcançam no país 1,62 trilhão de euros (2,2 trilhões de dólares), segundo o Bundesbank.

O ministro espanhol da Economia, Pedro Solbes, disse que não exclui adotar a mesma medida.

O governo britânico também está considerando capitalizar os bancos em dificuldade com milhões de libras em troca de ações.

Depois de um fim de semana de intensas negociações, o BNP Paribas anunciou que tomará o controle das operações do banco Fortis na Bélgica e Luxemburgo, num acordo que converterá a Bélgica no maior acionista do banco francês.

O acordo deixa aos governos da Bélgica e Luxemburgo com participações reduzidas no Fortis, que foram nacionalizadas parcialmente uma semana antes, em troca de participações no BNP Paribas, que se converte assim no maior banco da Europa em termos de depósitos.


Os bancos centrais continuam injetando milhões nos mercados monetários interbancários, que sobrevivem graças a esta assistência das instituições estatais porque os bancos comerciais estão demasiado assustados para emprestar dinheiro entre si.


O Federal Reserve (Fed, banco central americano), por exemplo, anunciou nesta segunda que aumentará por etapas a linha de refinanciamento oferecida aos bancos a 600 bilhões de dólares para aumentar sua liquidez em outubro e novembro.

O aumento alcançará 600 bilhões de dólares em outubro e novembro de maneira que, no total, 900 billhões de dólares de créditos estejam potencialmente disponíveis antes do fim do ano, acrescenta o comunicado.

Apesar das enormes injeções de efetivo de emergência em curto prazo dos bancos centrais, o dinheiro não está circulando e as taxas de juros a curto prazo, principalmente a taxa LIBOR, dispararam.


Offline Diego

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #171 Online: 06 de Outubro de 2008, 14:31:22 »
A coisa ta piorando a cada dia...
Parece que o poço não tem fundo!

Bovespa caiu mais de 15%, dólar disparando e o Lula falando que a crise não vai chegar no Brasil.

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #172 Online: 06 de Outubro de 2008, 15:33:02 »
A coisa ta piorando a cada dia...
Parece que o poço não tem fundo!

Bovespa caiu mais de 15%, dólar disparando e o Lula falando que a crise não vai chegar no Brasil.

O Lula acha que vai enfrentar a crise com retórica...
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Offline Diegojaf

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #173 Online: 06 de Outubro de 2008, 18:00:05 »
Para os mais entendidos, como está a saúde dos bancos brasileiros hoje? Até onde sei, a legislação limita o uso do dinheiro pelos bancos a 4x1, certo?
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #174 Online: 06 de Outubro de 2008, 21:16:52 »
Só sei que Bradesco, Itaú e Unibanco afirmaram que a partir de hoje não fazem empréstimo pessoal mais até segunda ordem...
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