Autor Tópico: Estatais nos EUA  (Lida 17519 vezes)

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Offline Luis Dantas

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #175 Online: 06 de Outubro de 2008, 23:36:43 »
Começou a crise do crédito.

O bom disso é que quem quer amortizar os empréstimos que já tem deve conseguir condições melhores.  Espero...
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Partiti

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #176 Online: 07 de Outubro de 2008, 20:51:08 »
Só sei que Bradesco, Itaú e Unibanco afirmaram que a partir de hoje não fazem empréstimo pessoal mais até segunda ordem...

Fontes?
"Trully, if there's evil in this world, it lies within the hearts of mankind" - Edward D. Morrison

Offline Diegojaf

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #177 Online: 07 de Outubro de 2008, 21:06:59 »
No caso do Itaú, aqueles empréstimos que ficam sendo oferecidos no caixa eletrônico sumiram pra mim.

E eu que até ia pegar uns R$20.000,00 naqueles juros baixíssimos de bancos... ::)
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Partiti

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #178 Online: 07 de Outubro de 2008, 21:15:13 »
Vou me informar, mas eu trabalho com CRM de financeiras, inclusive a Taií, e não vi isso. Talvez só algumas modalidades de empréstimos.
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Offline Diegojaf

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #179 Online: 07 de Outubro de 2008, 21:33:18 »
É aquela mensagem de: "Olá, fulano, você tem R$xxxxx disponíveis para empréstimo sem burocracia, pressione a tecla e saiba mais" que aparece quando se insere o cartão.
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Offline Moro

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #180 Online: 07 de Outubro de 2008, 21:37:28 »

Deus Mercado está ferradão,  Estados (os demônios) estão fazendo o possível para salvá-lo.


Bom Helder, países "super neo-liberais" como França, Alemanha, Suécia, Islândia estão tendo que reestruturar seus bancos, em algum caso com a proposta de nacionalizar o setor financeiro como um todo.

Opções, não mutuamente exclusivas:

1 - EUA se ferraram por ser neoliberais e não intervirem no mercado,
2- Países Europeus estão ferrados por não serem neoliberais e intervirem no mercado,
3- A causa de 1 é bullshit (não intervirem no mercado)
4- A causa de 2 é bullshit (intervirem no mercado)
5- Na verdade, nada é preto no branco. EUA fazem intervenção, são liberais em algumas questões, Europa também
6- Todo mundo, pessoas comuns, investidores, e estados, ganharam MUITA grana e jogaram MUITA coisa para debaixo do tapete

“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline Herf

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #181 Online: 07 de Outubro de 2008, 22:12:54 »
Bom, eis aqui mais dois artigos bem esclarecedores para quem se recusa a enxergar o óbvio e ataca os inimigos errados: não há e nem houve livre mercado no setor imobiliário americano.

Este de http://www.ocapitalista.com/2008/03/capitalismo-em-crise.html
Citar
[...]
Um contrato de empréstimo envolve a incerteza de que quem tomou o dinheiro emprestado será capaz de pagar sua dívida. Alguns conseguirão pagar sua dívida, outros não. Quem empresta dinheiro no Capitalismo, portanto, precisa incluir nas taxas que pratica uma margem para cobrir este risco. Este “extra” cobre as perdas com os inadimplentes. Quanto mais incerto o pagamento, maior a taxa praticada.

Assim, em uma economia Capitalista, o custo de tomar dinheiro emprestado é diretamente relacionado com o risco de não conseguir pagar. No caso de financiamento imobiliário o próprio imóvel é usado como garantia de pagamento, este risco é significativamente reduzido. Caso o devedor não consiga pagar, o credor pode tomar o imóvel para cobrir toda ou parte da dívida.

Esta relação entre risco e custo do empréstimo existe, portanto, porque quem empresta o dinheiro está correndo o risco de não recebê-lo de volta. Se o financiador subestimar o nível de inadimplência, terá prejuízo. Em um ambiente Capitalista, cada um corre os riscos que quiser com sua propriedade – e arca sozinho com as conseqüências dos seus erros.

A crise imobiliária

Nos Estados Unidos, no entanto, não é isto que acontece. O governo americano, através de mecanismos de incentivo à habitação, provê empréstimos a milhões de americanos a taxas abaixo do mercado. Menos do que o real custo financeiro do empréstimo somado ao valor adicional que teria de ser cobrado para cobrir o risco de não pagamento da dívida.

O governo só pode fazer isto por ter uma fonte de riqueza que independe de seu sucesso em recuperar o dinheiro que empresta: os impostos. Em outras palavras, o governo americano toma à força dinheiro de cidadãos inocentes e usa para oferecer a outros americanos empréstimos imobiliários a preços que não garantem o retorno do dinheiro investido.

Oferecer empréstimos artificialmente baratos através de programas de incentivo não é a única coisa que o governo americano faz com a riqueza que toma de seus cidadãos. Como os grandes bancos e empresas de financiamento imobiliário são “essenciais para o país”, o governo se coloca como garantidor destas instituições – estando sempre pronto a salvá-las quando se encontram em dificuldade.

Por exemplo, foram colocados à disposição do grupo JP Morgan 30 bilhões de dólares do governo para cobrir eventuais perdas com a recente compra da Bear Sterns, falida por seus negócios no mercado de financiamento imobiliário.

Se o governo oferece empréstimos abaixo de seu real custo mais pessoas buscarão estes empréstimos – assim como quando se abaixa o preço de qualquer outro produto ou serviço. É evidente também que esta demanda adicional por empréstimos é de pessoas que têm maior risco de não pagar suas obrigações. São exatamente aquelas pessoas para quem, sem a intervenção do governo, o empréstimo seria caro demais.

O ciclo vicioso

Esta demanda adicional tem efeitos imediatos e efeitos de longo prazo. O efeito imediato é aumentar a demanda por imóveis. Todo o contingente adicional que passa a ter acesso a financiamento imobiliário pela intervenção do governo vai buscar casas para comprar, o que necessariamente eleva o preço dos imóveis.

Como os próprios imóveis são a garantia dos empréstimos, quem empresta dinheiro enxerga esta valorização como uma redução de risco. Afinal se o devedor não pagar, ele poderá tomar o imóvel valorizado como pagamento.

O aumento do preço dos imóveis, causado pelo dinheiro fácil do governo, faz com que todo o mercado de empréstimo reduza sua percepção de risco. Esta redução diminui ainda mais o custo dos empréstimos, o que aumenta mais a demanda por imóveis e aumenta ainda mais seus preços.

Este é o mecanismo da chamada “bolha imobiliária”. Se o governo não estivesse continuamente injetando no mercado dinheiro roubado, não existiria a demanda artificial que sustenta o ciclo vicioso. Sem a fonte milagrosa de dinheiro fácil que são os impostos, o ciclo nunca teria começado. Como se pode ver, a bolha não resulta do Capitalismo, resulta da falta de respeito ao direito de propriedade. Da falta de Capitalismo.

Mas o problema não pára aí. Como o governo americano, além de tudo, está sempre pronto para salvar os grandes bancos e financeiras “para o bem de todos”, estas empresas têm um enorme incentivo a correr riscos. Enquanto a bolha persiste, elas ganham fortunas, quando a bolha estoura o governo as salva através de empréstimos de “pai para filho” de centenas de bilhões de dólares.

O estouro da bolha

A crise atual se iniciou quando as condições de mercado levaram a uma queda dos valores de imóveis, apesar de toda a interferência governamental no sentido contrário. Os financiadores, que contavam com a valorização dos imóveis em suas estimativas de risco, aumentaram suas taxas. Este aumento de taxas levou a um aumento da inadimplência, e conseqüentemente mais imóveis sendo retomados para saldar as dívidas. Ao serem colocados no mercado, estes imóveis retomados contribuem para baixar mais os preços.

Em resumo, quando o mercado percebeu que a bolha existia, o ciclo passou a operar na outra direção – desvalorização dos imóveis, aumento das taxas, mais devedores inadimplentes levando à execução de dívidas e mais desvalorização dos imóveis.



Este do Ordem Livre. Artigo completo: http://www.ordemlivre.org/node/371
Citar
Carta aberta aos meus amigos de esquerda
[...]
Chamar a crise do crédito e da habitação de falha do livre mercado ou produto da cobiça exagerada é ignorar diversas regulamentações governamentais, políticas e discursos políticos que reduziram a “liberdade” desse mercado e que canalizaram o interesse próprio de maneiras que produziram conseqüências desastrosas, intencionalmente ou não. Deixem-me recapitular rapidamente o papel do governo nessa pequena novela.

Em primeiro lugar, Fannie Mae e Freddie Mac foram empreendimentos “patrocinados pelo governo”. Embora fossem, tecnicamente, propriedade privada, possuíam privilégios especiais, garantidos pelo governo, eram supervisionados pelo Congresso e, o que é mais importante, sempre trabalharam com a promessa de que receberiam ajuda financeira caso tivessem problemas. Nada parecido com o “livre mercado”. Todos os participantes do mercado de financiamentos imobiliários sabiam disso desde o início. No começo dos anos 1990, o Congresso afrouxou as exigências para empréstimos de Fannie e Freddie (para um quarto do capital exigido pelos bancos comerciais comuns) a fim de aumentar a sua capacidade de conceder empréstimos em áreas pobres. O Congresso criou também uma agência regulatória para supervisioná-los, mas essa agência também deveria recredenciar-se junto ao Congresso anualmente para obter o seu orçamento (nenhuma outra agência reguladora faz o mesmo), certificando-se que diria ao Congresso exatamente o que ele gostaria de ouvir: “as coisas estão indo bem.” Em 1995, foi concedida a Fannie e Freddie uma permissão para entrar no mercado subprime e os reguladores começaram a agir contra os bancos que não realizavam empréstimos suficientes em áreas com problemas de crédito. Foram feitas inúmeras tentativas de controlar Fannie e Freddie, mas o Congresso não tinha votos suficientes para fazer isso, especialmente com as duas organizações fazendo contribuições significativas a membros de ambos os partidos. Em 1999, até mesmo o New York Times percebeu exatamente o que poderia acontecer graças a esse mercado nem um pouco livre, advertindo sobre a necessidade de ajudar Fannie e Freddie caso o mercado imobiliário entrasse em crise.

O que complicou ainda mais as coisas foi a revisão, realizada em 1994, da Lei de Reinvestimento Comunidário (CRA), de 1971. A CRA exige que bancos concedam uma determinada porcentagem de seus empréstimos às comunidades locais, principalmente aquelas menos favorecidas economicamente. Além disso, o Congresso explicitamente incentivou Fannie e Freddie a expandir seu nível de empréstimos a mutuários com “crédito marginal” como forma de popularizar a casa própria. O resultado da soma de todos esses fatores foi a criação de enormes lucros e incentivos políticos para os bancos e a concessão cada vez maior de empréstimos de alto risco a mutuários de baixa renda por Fannie e Freedie. Apesar de bem intencionada, a tentativa de transformar mais americanos em proprietários de imóveis, obrigando bancos a tomar parte nela e reduzindo artificialmente os custos dessa ação, é parte considerável do embaraço em que nos encontramos agora.

Ao mesmo tempo, os preços dos imóveis subiam, fazendo com que aqueles que tinham conseguido empréstimos altos com pagamentos suaves sentissem que poderiam pagá-los, e inspirando uma grande variedade de “instrumentos de financiamento”. O que é mais interessante é que o aumento nos preços afetou mais decisivamente as cidades com regulamentações mais estritas em relação ao uso da terra, o que também explica o fato de que nem todas as cidades foram afetadas pelo mesmo nível de aumento no preço de imóveis. Essas regulamentações evitaram que alguns tipos de espaço fossem utilizados para a construção de moradias, empurrando a crescente demanda por habitação (turbinadas pelas considerações acima) para uma oferta de terras que respondia lentamente aos estímulos. O resultado foi um rápido aumento nos preços. Naquelas áreas com regulamentações menos exigentes em relação ao uso da terra, o efeito da explosão no preço dos imóveis foi muito menor. Repetindo, foi a regulamentação, não o livre mercado, que guiou a busca pelo lucro e foi um fator importante para o aumento do preço dos imóveis que alimentou a farra dos empréstimos.

Enquanto isso tudo acontecia, o Fed (o Banco Central), nominalmente privado, mas que tem grandes privilégios monopolísticos garantidos pelo governo, inflava o crédito e reduzia seguidamente a taxa de juros. Esse influxo de crédito alimentou ainda mais os empréstimos desenfreados. Com uma abundante disponibilidade de fundos, graças ao monopólio gente-boa do banco central (nada a ver com o livre mercado), os bancos podiam continuar a conceder empréstimos cada vez mais arriscados.

O que acontece no ultimo capítulo dessa história é que em 2004 e 2005, logo após os escândalos contábeis de Freddie, ambas as empresas se penitenciaram por seus erros no Congresso concordando em expandir seu nível de empréstimos a consumidores de baixa renda. Ambas concordaram em adquirir quantidades maiores de subprime e empréstimos Alt-A, dando sinal verde para os bancos concederem-nos. De 2004 a 2006, a porcentagem de empréstimos das categorias de maior risco cresceu de 8% para 20% de todos os empréstimos concedidos nos Estados Unidos. E a qualidade desses empréstimos também caía: o número de quitações antecipadas caía progressivamente e um número cada vez maior de empréstimos possuía uma pequena taxa de juros no início, mas que seriam corrigidas mais tarde. Os bancos aceitavam mutuários de risco, mas sabiam que Fannie e Freddie comprariam, seguramente, esses empréstimos; garantidos – claro – por nós, que pagamos impostos. Sim, os bancos foram gananciosos na busca de novos clientes e da concessão de empréstimos mais arriscados, mas eles estavam respondendo a incentivos criados pelas bem intencionadas, mas equivocadas, intervenções governamentais. No fim das contas, essas intervenções são as responsáveis pelos empréstimos arriscados que foram mal sucedidos e que estão no centro da crise atual – não o “livre mercado.”

Assim, a confusão em que estamos está irremediavelmente ligada à interferência governamental sobre o livre mercado, do fomento do Fed à CRA e às regulamentações sobre o uso do solo, até Fannie e Freddie criando um mercado artificial de financiamentos de risco para satisfazer as demandas do Congresso de aumentar as oportunidades de as famílias de baixa renda adquirirem um imóvel. Graças a essa intervenção, muitas dessas famílias não apenas perderam suas casas, mas também a poupança que poderiam ter guardado por mais alguns anos e que talvez lhe ajudassem a contrair um empréstimo menos arriscado ou encontrar uma casa mais barata. Todas essas intervenções no mercado criaram o incentivo e os meios para os bancos lucrarem com a concessão de empréstimos que nunca teriam existido em um mercado verdadeiramente livre.

Vale a pena notar que essas políticas, regulamentações e intervenções foram, em geral, totalmente apoiadas pelos interesses dos indivíduos envolvidos. Fannie e Freddie ganharam bilhões enquanto o preço das casas subia e seus CEOs recebiam generosos salários. O mesmo aconteceu com vários bancos e outros intermediários no mercado de financiamentos que ajudaram a espalhar o risco que estava em jogo, inclusive aqueles que desenvolveram diversos tipos de instrumentos financeiros novos, criados para lidar com o elevado risco de inadimplência que a intervenção gerou. Estavam participando de um jogo maravilhoso e o mercado financeiro estava feliz em ter Fannie e Freddie como compradores vorazes de seus empréstimos de risco, sabendo que os dólares dos contribuintes americanos estariam sempre lá que precisassem. A história das regulamentações comerciais nos Estados Unidos é a história das empresas utilizando as regulamentações para seus próprios propósitos, independentemente da aura de interesse público que lhes envolve. Foi exatamente isso que aconteceu no mercado imobiliário. E é também por isso que os clamores por mais regulamentações e mais intervenções são tão equivocados: elas não funcionaram antes e não funcionarão novamente porque aqueles que têm os lucros em risco são os mesmo que possuem os recursos e o acesso ao poder necessários para garantir que o jogo seja manipulado a seu favor.

Meus amigos, sei que vocês estão preocupados com o poder das corporações. Eu também estou. Como também estão muitos dos meus colegas, economistas, defensores do livre mercado. Nós simplesmente acreditamos, e acho que a história está do nosso lado, que a melhor arma contra o poder das corporações é o mercado competitivo e o poder dos dólares dos consumidores (limitado, claro, pela proibição legal do uso da força e da fraude). A competição faz as corporações sujas e más competirem umas com as outras para nos servirem. Sim, elas ainda têm poder, mas os seus poderes negativos são reduzidos. É quando as corporações podem utilizar o Estado para manipular as regras a seu favor que os efeitos negativos de seu poder se tornam exagerados, precisamente porque elas têm a força do Estado a lhes dar cobertura. A confusão atual demonstra isso como nunca antes, uma vez compreendido o grande papel que o Estado desempenhou. Se você realmente deseja reduzir o poder das corporações, não lhes conceda acesso ao Estado, expandindo seus poderes regulatórios. É exatamente isso que elas querem, como a batalha pelos 700 bilhões de dólares demonstra claramente.

É por isso que tantos entre nós, defensores do livre mercado, se opõem ao socorro financeiro governamental. Esse é mais um exemplo de uma longa história do setor privado tentando enriquecer através do Estado. Quando isso acontece, não há benefícios para nós, diferentemente do que acontece quando as empresas tentam enriquecer no mercado competitivo. Além disso, essas mesmas empresas se beneficiaram enormemente das intervenções regulatórias que elas apoiaram e que nos causaram tantos danos. O eventual estouro da bolha e suas perdas subseqüentes são, para muitos de nós, um prêmio justo para aqueles que manipularam o jogo e no fim das contas acabaram sendo pegos. Recompensá-los novamente por terem manipulado o jogo não é apenas moralmente injusto, é também uma política econômica muito ruim, já que envia uma mensagem para outros possíveis manipuladores, que eles também serão recompensados por destruírem a economia americana. Haverá problemas em curto prazo se não socorrermos essas empresas, mas essa é a ressaca que teremos depois 15 anos ou mais de empréstimos desenfreados. O socorro proposto não poderá evitar as dores da ressaca; poderá apenas ocultá-las, espalhando as dores entre os contribuintes e uma economia enfraquecida pelos empréstimos, pelos impostos e/ou pela inflação necessárias para de pagar os US$ 700 bilhões. É melhor que enfrentemos logo nossa dor em curto prazo e limpemos assim os erros causados por nossos exageros, e então voltemos às negociações no livre mercado, sem criarmos um poder executivo monstruoso, tentando “salvar” aqueles que mais lucraram com aqueles mesmos exageros, além de causar danos aos pagadores de impostos nesse processo.

O que eu peço a vocês, meus amigos da esquerda, não é apenas continuar a trabalhar junto conosco na oposição a esse ou a qualquer outro bailout, mas que considerem atenciosamente se vocês realmente desejam confiar à mesma entidade, que é a causa predominante dessa crise, o poder de tentar curá-la. Novos poderes regulatórios podem parecer ser a solução, mas foi exatamente isso que as pessoas disseram quando a CRA foi aprovada, ou quando foram dados novos mandatos à Fannie e Freddie. E as próprias empresas que serão reguladas serão as primeiras na fila para determinar como essas regulamentações serão escritas e aplicadas. Vocês podem apostar em como o jogo vai ser manipulado.

Eu sei que vocês tendem a pensar que os problemas com essas regulamentações são culpa dos indivíduos que as formulam. Você pensa que se Obama pudesse vencer, se nós pudéssemos nos livrar dos republicanos corruptos e colocássemos pessoas éticas e bem intencionadas em seu lugar, tudo ficaria bem. Mas pense novamente. Em primeiro lugar, quase toda intervenção governamental que serviu de base para essa crise foi implementada com os democratas na presidência ou no controle do Congresso. Mesmo quando os republicanos controlavam o Congresso, o presidente Clinton conseguiu mudar as regras para permitir que Fannie e Freddie entrassem no mercado de empréstimos de alto risco. O que defendo aqui não é colocar a culpa da crise atual nos democratas. Essa culpa deve ser dividida igualmente. O que estou dizendo é que esperar que se as “pessoas certas” evitarão esses problemas ao assumir o poder é, além de ingenuidade, uma cegueira histórica. Em relação ao interesses corporativos, eles foram ajudados, talvez sem querer, por tentativas bem intencionadas de pessoas boas de fazer o bem. O problema é que havia um grande número de conseqüências indesejáveis, a maioria delas previsíveis e já previstas. Não importa qual partido esteja comandando o navio: as regulamentações trazem consigo conseqüências inesperadas e sempre tenderão a ser capturadas pelos interesses daqueles que têm mais a perder. E a história está cheia de casos em que aqueles que têm propósitos morais ou ideológicos alinham-se politicamente com aqueles cujos interesses materiais estão em risco, mesmo que os dois grupos, em geral, coloquem-se em lados distintos. Esse é o famoso fenômeno dos “contrabandistas e batistas”.

Se vocês chegaram até aqui, já estou satisfeito. Aceitando ou não todos os argumentos que escrevi, peço-lhes uma coisa: a história que contei no começo, sobre o papel da intervenção governamental nessa confusão, é verdadeira, seja quais forem as suas grandes conclusões sobre suas causas e curas. Mesmo que vocês não concordem com meu argumento de que mais regulamentação não seria a cura, a atribuição dessa crise ao “livre mercado” deveria soar para vocês como uma mentira evidente e eu esperaria que vocês parassem de fazer essa afirmação ao falar ou escrever sobre os acontecimentos das últimas duas semanas. Podemos discordar de boa fé sobre o que fazer agora, e podemos discordar de boa fé sobre até que ponto as intervenções governamentais causaram os problemas, mas é injusto culpar um inexistente livre mercado por uma crise que foi de certa forma resultado das sistemáticas intervenções governamentais no mercado. Então, caso não tenha conseguido persuadi-los de nada mais, espero sinceramente que eu tenha-lhes persuadido nesse ponto.

No fim das contas, tudo que lhes peço é que continuem pensando nisso. Utilizar a cobiça para explicar essa crise não levará muito longe, já que a cobiça, como a gravidade, é constante no mundo. A explicação da crise como uma falha do mercado confrontará uma verdade óbvia: que esses mercados estavam longe de estar livres da influência governamental. Considerem que vocês possam estar enganados. Considerem que talvez a intervenção governamental, e não o livre mercado, tenha levado aqueles que buscam o lucro a exercer atividades que causam danos à economia. Considerem que a intervenção governamental pode ter levado bancos e outras organizações a assumir riscos que nunca deveriam ter assumido. Considerem que os bancos centrais governamentais são as únicas organizações capazes de alimentar esse fogo com o excesso de crédito. E considerem que as diversas regulamentações podem ter forçado os bancos a fazerem maus empréstimos e aumentado artificialmente o preço dos imóveis. Por fim, considerem que os atores do setor privado estão felizes, apoiando intervenções e regulamentações como essas, por serem lucrativas.

Nós, que apoiamos o livre mercado, não somos os seus inimigos agora. O problema real aqui é o casamento entre o poder corporativo e o poder estatal. Esse é o corporativismo ao qual nós dois nos opomos. Eu só lhes peço que considerem se esse corporativismo não seria a causa real dessa crise, e que depois vocês reconsiderem se o livre mercado seria a sua causa e se o aumento da regulamentação seria a sua solução.
« Última modificação: 08 de Outubro de 2008, 12:50:54 por Herf »

Offline Partiti

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #182 Online: 07 de Outubro de 2008, 22:59:53 »
É aquela mensagem de: "Olá, fulano, você tem R$xxxxx disponíveis para empréstimo sem burocracia, pressione a tecla e saiba mais" que aparece quando se insere o cartão.


Sim, é o warning, isso depende do cliente e da estratégia no momento, mas nem sempre ele aparece. Eu não estranharia se resolvessem tirar o pé das ofertas, mas duvidaria que não fizessem um empréstimo se você ligasse na central e tivesse pré-aprovado no crédito.
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Offline FxF

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #183 Online: 08 de Outubro de 2008, 00:24:29 »
Opções, não mutuamente exclusivas:

1 - EUA se ferraram por ser neoliberais e não intervirem no mercado,
2- Países Europeus estão ferrados por não serem neoliberais e intervirem no mercado,
3- A causa de 1 é bullshit (não intervirem no mercado)
4- A causa de 2 é bullshit (intervirem no mercado)
5- Na verdade, nada é preto no branco. EUA fazem intervenção, são liberais em algumas questões, Europa também
6- Todo mundo, pessoas comuns, investidores, e estados, ganharam MUITA grana e jogaram MUITA coisa para debaixo do tapete
Na verdade, a discussão de quem foi a culpa pode continuar eternamente.
A diferença desse alvoroço anti-capitalista aqui é que como a gente vive no Brasil, aí as fontes de informação das pessoas são... fontes brasileiras, mídia brasileira.

Seja como for, agora eu entendo muito menos a esquerda... durante toda a história, o argumento da direita era o fracasso econômico do socialismo, e a esquerda sempre usou como sub-refúgio "não é socialismo de verdade"...
Agora que ouve uma crise nos EUA, simplesmente acham normal dizer que "não é capitalismo de verdade" é falácia do escocês.

Mas se bem lembrarem, foi a esquerda que antes afirmava que os EUA usavam de alta intervenção, e isso garantiu seu sucesso...

Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #184 Online: 08 de Outubro de 2008, 08:24:19 »
Mais uma grande FARSA  de  economistas  enganadores cai por terra.



Nos últimos anos vários economistas afirmaram que a nossa economia estava no rumo certo e que tinha bons fundamentos,  já que entre outras coisas,  não controla a entrada e a saída de capitais.

A entrada e a saída de capitais é   LIVRE    no melhor estilo  neoliberal .


Agora em poucos dias o Real desvalorizou  44%!! Uma Máxis desvalorização   !! :susto:


Se o Real estivesse escorado numa economia de sólidos fundamentos como eles pregavam, tal desvalorização não teria ocorrido.


Eu nunca acreditei nessa enganação grotesca desses economistas, sempre considerei uma  farsa .  A realidade está falsificando no melhor estilo Popperiano  as proposições   desses economistas . 


Esses economistas são tão confiáveis como políticos, são farinha podre do mesmo saco.


.
« Última modificação: 08 de Outubro de 2008, 08:34:57 por Helder »

Offline Diego

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #185 Online: 08 de Outubro de 2008, 08:38:45 »
Só eu que to de saco cheio dos posts do Helder?

Não entendo como alguém vê a coisa indo pro buraco (com ele indo junto) e ainda sim comemorando o suposto fracasso do capitalismo.

Offline Pregador

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #186 Online: 08 de Outubro de 2008, 09:29:47 »
E o efeito dominó parace que vai se espalhar. A Rússia é o primeiro emergente a sucumbir. Quem será o próximo?


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08/10/2008 - 07h54

Bolsas despencam pelo mundo; Paris e Moscou suspendem negócios

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da Folha Online

As Bolsas européias vivem um novo dia de quedas expressivas, puxadas para baixo pelo temor de uma crise econômica global --o mesmo que fez a Bolsa de Tóquio cair ao nível mais baixo desde 1987. Em Hong Kong, investidores foram protestar em frente à sede do Bank of China exigindo retirar o dinheiro que perderam em investimentos ligados ao banco americano Lehman Brothers (que quebrou no dia 15 de setembro). Mesmo a ajuda de 50 bilhões de libras (cerca de US$ 87 bilhões) do governo britânico ao sistema financeiro não bastou para impedir que os negócios em Moscou e em Paris fossem suspensos --no caso da Bolsa russa, por dois dias.

Às 7h36 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em queda de 2,90% no índice FTSE 100, indo para 4.471,48 pontos; a Bolsa de Paris caía 3,87% no índice CAC 40, indo para 3.587,72 pontos; a Bolsa de Frankfurt caía 4,90% no índice DAX, operando com 5.065,55 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha queda de 4,81% no índice AEX General, que estava com 294,56 pontos; a Bolsa de Milão caía 3,99% no índice MIBTel, que ia para 17.101 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em baixa de 3,52%, com 6.200,75 pontos no índice Swiss Market.

Logo após a abertura, a Bolsa russa caiu 14%, para o menor nível em mais de três anos e o pregão foi suspenso; os investidores no país ignoraram a injeção de US$ 36 bilhões feita ontem pelo governo do presidente russo, Dmitry Medvedev, a fim de tentar evitar uma crise de oferta de dinheiro no país. A Bolsa deve reabrir apenas na sexta-feira (10).

O governo britânico, na tentativa de evitar que a onda de problemas vista nas instituições americanas no mês passado se repita no Reino Unido, anunciou um plano de resgate de 50 bilhões de libras (cerca de US$ 87 bilhões) para estabilizar o sistema financeiro do país. Também com pouco efeito para animar os investidores a permanecer no mercado. O ministro das Finanças, Alistair Darling, afirmou que os principais alvos da ação são os bancos em crise --entre eles o RBS (Royal Bank of Scotland).

Os papéis do setor bancário estiveram entre as maiores perdas, com destaque para os do Credit Suisse, BNP Paribas e Société Générale.

Na Bolsa de Paris, os negócios também foram brevemente suspensos, depois que o excesso de ordens de venda de ações inundou o sistema, provocando uma queda de mais de 8%; as ordens de venda ultrapassaram a marca de 35% do valor total das ações que formam o índice CAC 40, disparando a trava automática das negociações.

No Japão, o governo tenta encontrar uma forma de lidar com a crise que fez o Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio --a principal da Ásia-- caiu 9,38%, aos 9.203,32 pontos, no pior resultado desde 1987. "Isso não é normal", disse hoje o premiê japonês, Taro Aso. Uma queda assim nos preços das ações "está verdadeiramente além da nossa imaginação", afirmou. Ele pediu uma resposta efetiva para a escassez de crédito que ameaça dar início a uma recessão global.

A Bolsa registrou o resultado negativo de hoje depois de um outro dia ruim: o Nikkei 225 chegou a perder mais de 5% durante o dia, ficando abaixo dos 10 mil pontos. Em Hong Kong, a polícia teve de intervir no protesto dos manifestantes em frente ao Bank of China; os investidores tentaram romper uma barreira da polícia em frente ao banco, segundo a agência de notícias France Presse.

O Lehman Brothers quebrou no dia 15 do mês passado, depois de tentar encontrar um comprador e de obter financiamento para honrar seus compromissos junto a outras instituições privadas. Mesmo o governo americano não ofereceu ajuda. Com a quebra do Lehman, teve início a onda de desconfiança que limitou ainda mais a oferta mundial de crédito e deu novo fôlego a uma crise financeira que já tem mais de um ano.

Os principais bancos centrais do mundo já ofereceram bilhões de dólares em injeções de recursos no sistema financeiro, a fim de oferecer liquidez ao mercado e evitar novas quebras. Mesmo assim, instituições como Merrill Lynch, AIG, Hypo Real Estate, Bradford & Bingley, Fortis, Dexia entre outras tiveram sérios problemas e acabaram precisando de ajuda dos governos.
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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #187 Online: 08 de Outubro de 2008, 09:30:23 »
Só sei que Bradesco, Itaú e Unibanco afirmaram que a partir de hoje não fazem empréstimo pessoal mais até segunda ordem...

Fontes?

Lí no jornal. Tanto no UOL como na Gazeta do Povo aqui do Paraná.
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Offline Moro

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #188 Online: 08 de Outubro de 2008, 10:49:45 »
Só eu que to de saco cheio dos posts do Helder?

Não entendo como alguém vê a coisa indo pro buraco (com ele indo junto) e ainda sim comemorando o suposto fracasso do capitalismo.


Eu também to de saco cheio dos posts dele.

Até porque paises que não são neo-liberais estão indo para o saco também, até porque o pais que ele fala que deixa o mercado definir as regras é um dos países mais regulados do mundo (SOX, etc..), e vai ser ainda mais depois da crise

Eu acho puro non-sense os posts dele...
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Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #189 Online: 08 de Outubro de 2008, 11:26:28 »
Só eu que to de saco cheio dos posts do Helder?

Não entendo como alguém vê a coisa indo pro buraco (com ele indo junto) e ainda sim comemorando o suposto fracasso do capitalismo.   


Eu não estou comemorando o suposto fracasso do capitalismo. Só estou apontando contradições entre o que vários economistas falavam  e os fenômenos  econômicos  atuais .


Os fenômenos  são os supremos  juízes  que apontam  a  verdade ou falsidade de uma proposição.


Até porque paises que não são neo-liberais estão indo para o saco também, até porque o pais que ele fala que deixa o mercado definir as regras é um dos países mais regulados do mundo (SOX, etc..), e vai ser ainda mais depois da crise   



Eu não  afirmei que os EUA são um país que deixa o mercado definir  (totalmente) as regras da economia.  E esse é um dos motivos pelos quais os considero uns hipócritas de 1° categoria.


O que já afirmei é que eles  são grandes apologistas  do liberalismo econômico,  e  que  gostam de empurrar o liberalismo econômico  para cima dos outros quando isso é vantajoso para eles.

« Última modificação: 08 de Outubro de 2008, 11:39:27 por Helder »

Offline FxF

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #190 Online: 08 de Outubro de 2008, 12:11:32 »
Helder, os EUA são governados por políticos também. Falar que são hipócritas, interesseiros, sabe-se lá o que, é o mesmo que querer se rebelar contra as formigas carregando folhas...
Esses economistas são tão confiáveis como políticos, são farinha podre do mesmo saco.
Os econimistas não (ou ao menos não dá pra afirmar), a mídia que serve de intermediária!

Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #191 Online: 08 de Outubro de 2008, 12:35:43 »
Demônio alemão ajuda salvar  empresa privada



 http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u452581.shtml    



05/10/2008 - 19h39

Governo alemão e bancos concedem US$ 69 bilhões a banco
da Efe, em Berlim



O governo alemão e bancos privados fecharam neste domingo um novo pacote de ajuda ao banco hipotecário alemão Hypo Real Estate (HRE) no valor de 50 bilhões de euros (cerca de US$ 69 bilhões ou R$ 141,3 bilhões), informaram fontes das negociações.

Veja os efeitos sobre a Europa da crise financeira nos EUA.

Segundo o Ministério de Finanças alemão, os bancos se comprometeram a conceder um crédito adicional de 15 bilhões de euros que se soma aos 35 bilhões de euros acordados por Estado e bancos há uma semana.
Com a medida, espera-se devolver ao banco a liquidez necessária e recuperar a estabilidade dos mercados financeiros, informaram as fontes.

O acordo contempla que em até um montante total de 14 bilhões de euros, o Estado assuma 40% e os bancos, 60%, dos riscos que seriam derivados se o HRE tivesse que usar os créditos.

A instituição financeira alemã comemorou o acordo e, em uma primeira reação, em sua sede em Munique, um porta-voz disse que o banco analisará agora os detalhes do acordo.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro das Finanças, Peer Steinbrück, tinham rejeitado antes uma nacionalização do banco, como tinham algumas instituições haviam reivindicado.

As negociações se tornaram necessárias depois que os bancos privados decidiram se retirar do pacote de resgate estipulado com o governo após ser anunciado que as necessidades econômicas do banco eram superiores ao informado há uma semana.

05/10/2008 - 16h58

Governo alemão tenta impedir que crise de banco hipotecário se espalhe
da Efe, em Berlim


A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou neste domingo que seu governo está determinado a impedir que a crise do banco hipotecário alemão Hypo Real Estate contagie todo o sistema financeiro.
Merkel disse que seu Executivo está trabalhando a todo vapor em um novo plano de resgate para o banco.

"A mensagem do governo hoje é a de que não permitiremos que a crise de uma instituição financeira coloque em perigo todo o sistema. Por isso, estamos trabalhando a todo vapor para salvar o Hypo Real Estate", disse Merkel.
A chanceler ressaltou que os cidadãos não têm que temer por suas economias e afirmou que será feito todo o possível para responsabilizar pessoalmente os culpados pela má gestão. "Eles devem aos contribuintes", afirmou.
Merkel fez estas declarações à imprensa por ocasião da reunião sobre a crise realizada pelo governo com o Bundesbank (banco central alemão) e a Autoridade de Supervisão Financeira Federal (BaFin, em alemão).
O objetivo do encontro era buscar com urgência uma solução para a citada entidade hipotecária, após a retirada dos bancos privados da operação de resgate anunciada na segunda-feira.

Novo plano

O Hypo Real Estate anunciou sábado à noite o fracasso da operação e destacou que o grupo de bancos privados que tinha se comprometido a participar, juntamente com o Estado, em um empréstimo imediato de 15 bilhões de euros tinha retirado sua oferta.

Fontes do governo disseram que uma das possíveis soluções consistiria em ampliar o raio de entidades a participarem do pacote de resgate às seguradoras, com o que os encargos ficariam divididos entre o Estado, os bancos e as companhias de seguros.

A primeira operação de ajuda previa o mencionado empréstimo imediato, além de um segundo lance de 20 bilhões de euros por parte do Estado até meados de 2009.


Do total de 35 bilhões de euros de crédito, o governo tinha se comprometido a assegurar 26,5 bilhões de euros com o aval do Estado.


No entanto, um relatório do Deutsche Bank tinha chegado à conclusão de que o banco em crise precisa de 50 bilhões de euros até o final do ano, e pelo menos entre 70 bilhões e 100 bilhões de euros até o final de 2009.
Isto, aparentemente, foi o estopim para que os bancos retirassem sua oferta.

Liquidez

Um porta-voz do Hypo Real Estate não quis confirmar estes números, mas reconheceu que os problemas de liquidez de sua filial Depfa Bank, estabelecida na Irlanda, aumentaram desde o anúncio da operação de resgate.
"Não há dúvida que a liquidez do Depfa Bank piorou ao longo da semana desde que se começou a especular com a possibilidade de uma possível liquidação do Hypo Real Estate Group", disse o porta-voz.

O ministro das Finanças alemão, Peer Steinbrück, disse estar "horrorizado" com a má gestão do Hypo Real Estate e a "aparição de um novo buraco de liquidez de dimensões milionárias inimagináveis".

"O governo rejeita que esta instituição tente se fazer co-responsável" de sua situação, disse Steinbrück.
Segundo o porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha, Torsten Albig, também está em andamento uma reunião entre representantes do governo, do Bundesbank, e da Bafin, encontro no qual se somarão à tarde líderes de bancos privados.

O objetivo é encontrar ainda hoje uma solução para evitar um colapso quando o mercado financeiro abrir nesta segunda-feira.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u452480.shtml



O Estados demônios estão soltos  interferindo maleficamente na vontade do Deus Mercadão, Santo Hayek tem que tomar alguma providência !!!!!!!!!!!!


Santo Hayek,  salve-nos dos Estados  maléficos !!!!!!!!   


 :biglol:


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« Última modificação: 08 de Outubro de 2008, 13:11:43 por Helder »

Offline Diego

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #192 Online: 08 de Outubro de 2008, 12:43:49 »
Helder, oq incomoda é seus comentários de troll que não acrescentam nada ao tópico.

Denunciado a moderação por trollismo

Offline Pregador

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #193 Online: 08 de Outubro de 2008, 12:56:24 »
Helder: Se não cessar o seu comportamento troll, inconveniente, e seus comentários de boteco, será punido com cartão amarelo.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline JJ

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #194 Online: 08 de Outubro de 2008, 13:07:16 »

Certo,  mas  o que é exatamente um comportamento troll ??


 

Offline Diego

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #195 Online: 08 de Outubro de 2008, 13:28:15 »

Certo,  mas  o que é exatamente um comportamento troll ??


http://pt.wikipedia.org/wiki/Troll_(informática)

Offline Fenrir

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #196 Online: 08 de Outubro de 2008, 14:02:10 »
Porque esta torcida da esquerda com a crise nos EUA?
Suponho que deve ter acontecido coisa parecida na direita quando a URSS sucumbiu.

Fica parecendo briga de torcidas rivais de futebol: chupa!

Sera que nao tem ninguem que possa analisar friamente, de forma imparcial os
méritos e deméritos de cada sistema? Que possa ler e analisar Marx e Adam Smith, Bakunin e von Mises sem este viés ideológico???

É o 8 ou 80 em ação na política e na economia...

E voces sabem muito bem que isto é falacioso.
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Offline FxF

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #197 Online: 08 de Outubro de 2008, 18:12:19 »
Porque esta torcida da esquerda com a crise nos EUA?
É que nem pobre que quando ganha algum dinheiro pela primeira vez na vida sai gastando tudo de uma vez.

Offline DDV

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #198 Online: 08 de Outubro de 2008, 22:19:28 »
Há algo que ainda não compreendo totalmente nos textos que Herf postou. Vou apresentá-los, e gostaria que alguém mais versado em economia esclarecesse melhor.

1- Os textos afirmam basicamente que há um excesso de moeda e crédito na economia, criados de forma artificial pelo estado e levando a um incremento também "artificial" da demanda global;

2- Porém, quando a situação 1 ocorre, o que normalmente temos é uma elevada inflação, com os preços disparando ao invés de caindo. O fato do preço dos imóveis estar caindo denota haver um excesso de imóveis sobre o de moeda, e não o contrário como diz o texto.

3- A situação atual é um quadro típico de  depressão econômica, e não de inflação. Em depressões, há um excesso de produção sobre a demanda efetiva, e não o contrário. No entanto, os textos afirmam que a causa da crise é um excesso de demanda provocado pela intervenção governamental.

4- Sendo a crise provocada por excesso de moeda e crédito, como diz os textos, a solução lógica seria reduzir a quantidade de moeda e crédito, e não injetar mais moeda na economia como todos os governos normalmente fazem nessa situação.

Enfim, eu estou meio confuso em relação ao que esses textos falam, e gostaria que alguém mais versado em economia lançasse uma luz sobre essa questão.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Moro

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Re: Estatais nos EUA
« Resposta #199 Online: 08 de Outubro de 2008, 22:48:11 »
DNV, não complica, o Helder quer malhar os EUA e os Economistas...

Ele acha que se existisse o socialismo ou se houvesse mais intervenção não estaria tendo esta quebradeira toda...

Helder

Você mais uma vez disse que os EUA são hipócritas. Me diga quem cara, um país não pode ser hipócrita. Me diga quem você está acusando de hipocrisia e o porque.
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