Que discussão maluca!
Essa idéia de que os profissionais do Direito ganham mais do que os profissionais da educação por algum motivo "artificial" é muito obtusa!
O que determina os rendimentos de qualquer profissão é nada mais e nada menos do que a oferta e demanda. Não existe nada "político", ideológico ou "artificial" na determinação dos salários desses profissionais. Não existe (ao que eu saiba) nenhuma lei ou sindicato que tenha estabelecido que advogados devam ganhar mais do que os professores, eles ganham mais simplesmente porque as pessoas estão mais dispostas a pagar mais por eles do que pelos professores.
Alguém não imagina o porquê ainda?
É muito simples: qual dessas 3 coisas a quase totalidade das pessoas considera mais importante, desejável ou indispensável?
liberdade, patrimônio ou conhecimento?
99% das pessoas dão muito mais prioridade à liberdade e ao patrimônio do que ao conhecimento (até eu, acho
). Ou seja, estão dispostas a pagar muito mais às pessoas que lhe ajudam a obter, manter ou recuperar a liberdade e o patrimônio (advogados) do que às pessoas que lhes ajudam a ter mais conhecimento (professores).
Podemos citar outros exemplos de coisas consideradas bem mais prioritárias do que o conhecimento para as pessoas: saúde e segurança. Os médicos costumam ganhar bem, mas e os seguranças/policiais, porque ganham mal se a segurança é algo tão imprescindível?
A resposta está na
oferta de pessoas capacitadas a prestar esse serviço: é muito mais fácil achar ou preparar pessoas para prestarem serviços de segurança do que serviços médicos ou advocatícios.
Por isso os profissionais da segurança não ganham tão bem, apesar de também prestarem um serviço altamente essencial e prioritário.
E os professores? Quais entre eles ganham mais?
Ganham mais os professores de cursos pré-vestibular. Por quê? Porque nesse caso existe algo que é considerado altamente útil e prioritário pela esmagadora maioria das pessoas: passar no vestibular para universidades públicas e concorridas. No caso, as pessoas não estão pagando bem ao professor do curso pré-vestibular pelo "conhecimento", "cidadania" ou o que seja, mas por um ganho
patrimonial direto (não pagar faculdade) e indireto (formar-se em um bom curso, possibilitando melhor colocação profissional futura).