Certo Quando agente sabe o que procura, os livros acabam contando. Repare só:
“[...] Se anteriormente homens e mulheres cristãos sentavam-se juntos no culto, em meados do século II – precisamente na época dessas contendas com os cristãos gnósticos - as comunidades ortodoxas passaram a adotar o costume das sinagogas, onde as mulheres eram segregadas dos homens. [...]” (PAGELS, p. 90).
“Resta, no referente ao século IV, a admirável floração, função dos Padres da Igreja, tanto gregos como latinos. Não haverá inconvenientes em encará-los agora, e sob o ângulo da literatura. Sem dúvida, eles escrevem, alguns com grande abundância, e ouvintes atentos estenografam freqüentemente suas próprias palavras a fim de assegurarem a publicação. [...]. Não há vida sem luta:nos s éculos II e III os primeiros escritores cristãos tiveram de polemizar contra os inimigos exteriores: após o triunfo, coube-lhes defender a fé contra a heresia e, ao mesmo tempo, instruir seus fies e guiá-los numa vida terrena semeada de emboscadas. O dogma, o ensino, a moral, eis os objetos de seus tratados doutrinais, de seus sermões e suas cartas.” (AYMARD; AUBOYER, 1974, p. 62)
“O meio século que vai de 150 a 200 marca assim um momento decisivo do cristianismo. Continua precária a situação jurídica dos cristãos. Importuna-nos as calúnias populares. Perseguições abrem novas brechas. Romperam, no entanto, o gueto em que os quiseram encerrar. Daqui por diante não mais se pensará ver neles uma pequena seita oriental. Como dirá Tertuliano, enchem o fórum, os banhos, os mercados, as escolas. Não têm motivos para se desvincularem de uma civilização que apreciam. Dela recusam apenas as perversões. As violências do apocalipse judeu-cristão, os exageros do encratismo não estão inteiramente apagados. Pertencem no entanto aos assuntos do passado. Novo tipo de cristão surgiu e esse pretende unir os valores do helenismo e a fé do cristão. Está fadado a suscitar as grandes figuras do início do III século.” (DANIÉLOU; MARROU, 1966, p. 151)