Aqui está uma postagem minha da época em que eu ainda participava de discussões como essa (evolução X criação). Talvez ajude no debate sobre os falseadores potenciais da TE.
Os seres humanos que morrem por doenças provocadas por esses organismos parasitas, ou por predadores, o que eles desfrutaram?
Se o Projetista segue a lógica do "antes só alguns desfrutarem do que ninguém desfrutar nada", qual o critério que ele utiliza para selecionar os sortudos que irão desfrutar do mundo que ele cuidou para não se superpovoar e os infelizes que irão padecer por alguma doença até morrerem para não superpovoarem o mundo? A forma como você fala dos seres humanos, nesses termos de "superpopulação" e de alguns morrerem por essas doenças terríveis pura e simplesmente para "evitar a superpopulação" é contraditória com a idéia criacionista ( religiosa) de que o ser humano é o objetivo maior de toda a criação e um fim em si mesmo, ao invés de apenas meios, tais como o são os demais animais; as pessoas que padecem e morrem dessas doenças não seriam "humanas" como as demais e, portanto, não teriam os mesmos direitos de desfrutar do mundo?
Estes questionamentos só fazem sentido para um ateu, por que vê o mundo material como um fim em si mesmo.Mas os criacionistas vêem o mundo apenas como uma experiência de aprendizado.Já que nós como espiritos vivemos em um mundo imutável e fora do tempo, precisamos ter a experiência de viver em um mundo mutável e dentro do tempo.Para podermos conhecer sentimentos e experiências que nunca conheceríamos.Os riscos fazem parte do aprendizado.
Você contesta a TE e só tem isso para apresentar?! Uma explicação dependente de uma "visão de mundo"?!
Ok. Se sua resposta às perguntas for essa sua "cosmovisão", então poderia por favor apresentar as predições falseáveis dessa sua cosmovisão que foram corroboradas?
Além disso (supondo já satisfatoriamente respondida a primeira pergunta). o Projetista não teria maneiras mais "humanas" e menos cruéis para controlar a população humana? Por exemplo: fazendo as mulheres entrarem na menopausa aos 25 ou 30 anos, fazendo os homens ficarem estéreis aos 35 ou 40 anos, etc.
Novamente Deus como babá.Alguém é obrigado a reproduzir ?
!!!!!!!!
Sem comentários.
Ausência de respostas falseáveis a essas perguntas nos dá muito mais motivos para achar que não há nada de especial nos seres humanos em relação aos demais seres (um corolário da TE) do que todos os seres terem sido criados tendo o ser humano como diretriz ou guia para as suas configurações.
Primeiro, a evolução também não é falseável.
De onde você tirou isso? Fazer afirmações "secas", sem nenhuma explicação ou fonte apoiando-a pode ser chamado de "mentira". Está por acaso falando mentirinha avulsa?
Falseadores potenciais da teoria da descendência comum dos seres vivos:
Seres vivoss dos mais diversos tipos são descobertos e catalogados o tempo todo, novos genomas são sequenciados e metabolismos deescritos. A TE será falseada se forem encontrados:
1a - Seres vivos com um código genético significativante diferente do que atualmente ocorre em todos os demais, ou seja, dos 64 códons, se uma quantidade significativa (metade, todo, 40%, etc) deles codificar outros aminoácidos, ou então se houver genomas que utilizem outros tipos de ácidos nucléicos que não o DNA ou o RNA, ou diferentes bases nitrogenadas além de A, T, G, C e U, ou se codificarem mais ou menos aminoácidos do que os 20 atuais, ou se codificarem a mesma quantidade, porém com outros tipos de aminoácidos além dos 20 atuais ( poderia ser uma proteção à transmissão interespecífica de vírus). Tudo isso falsearia a teoria “macroevolutiva”.
1b - Espécies com o metabolismo da glicólise, oxidação fosforilativa, ciclo do ácido cítrico e outros metabolismos celulares básicos significativamente diferentes dos atuais, seja na sequência, seja nos polímeros utilizados, seja na quiralidade dos polímeros. Há milhares de vias metabólicas possíveis termodinamicamente equivalentes às atuais.
1c - Moléculas diferentes do ATP (CTP, UTP, TTP, etc)como fonte principal de energia para os processos metabólicos básicos.
2- Seres vivos com características incompatíveis com a árvore filogenética, por exemplo: seres vivos pecilotermos e com glândulas mamárias, seres vivos com penas e glândulas mamárias, seres vivos com respiração branquial e que nadam com movimentos verticais da coluna vertebral, etc etc
Essa parte eu expliquei melhor naquele post que faz a analogia com as casas e que você não soube responder.
3- Seqüência genética incompatível com a árvore filogenética baseada na morfologia. Em outras palavras, se for possível construir árvores filogenéticas a partir da seqüência genética (incluindo os pseudogenes e transposons), ou da variação de nucleotídios dentro de um gene altamente comum (como o do citocromo c) que difiram significativamente da árvore filogenética morfológica, a TE é refutada.
Similaridades genéticas e bioquímicas levam à similaridades funcionais, mas a recíproca não é verdadeira: similaridades funcionais não necessariamente devem derivar de similaridades genéticas e bioquímicas, tal como dois programas de computador com a mesma função não necessariamente devem ter a mesma linguagem de programação.
4- Fósseis com características intermediárias aos de filos, classes e ordens atuais que sejam incompatíveis com a árvore filogenética. Exemplo: intermediário peixe-mamífero, ave-mamífero, anfíbio-mamífero, peixe-réptil, etc
5- Fósseis encontrados “fora de ordem”, sejam ou não intermediários. Exemplo: mamíferos no Cambriano, plantas com flores no Devoniano, etc,
6- Estruturas vestigiais incompatíveis com a árvore filogenética: Ex: mamífero com penas vestigiais, primatas com chifres ou asas vestigiais, artrópodes com espinha dorsal vestigial, etc Ou então se for encontrado em uma espécie alguma estrutura vestigial (que não faça nenhuma diferença em sua sobrevivência) que não possua nenhum correspondente plenamente funcional e vital em algum antepassado seu, segundo a árvore filogenética.
7- Atavismos (reaparecimento de alguma característica de um antepassado, tal como cavalos com mais dedos, humanos com caudas, baleias ou cobras com patas, etc) incompatíveis com a árvore filogenética. Ex: nascer alguma cobra com asa.
8- Genes vestigiais (sequências não codificantes similares a seqüências funcionais em outras espécies) incompatíveis com a árvore filogenética. Ex: pseudogenes para cloroplastos em animais, ou pseudogenes para veneno de cascavel em peixes. Ou então se não encontrarmos nenhum pseudogene em uma espécie para alguma estrutura ou função presente em seus ancestrais segundo a árvore filogenética: Ex: pseudogene para a enzima que sintetiza a vitamina C em humanos, seqüência gênica essa que é funcional nos demais mamíferos excetuando os primatas.
9- Estruturas embriológicas incompatíveis com a árvore filogenética. Ex: embriões de peixes com pernas ou patas, embriões de mamíferos com escamas, etc.
10- Distribuição geográfica das espécies incompatíveis com a história evolutiva das mesmas. Ex: elefantes em alguma ilha do Pacífico, anfíbios em ilhas remotas, cactos na Austrália, etc
Estas espécies vivem muito bem nestes habitats “proibidos”, como mostram as introduções feitas pelo homem. Se as descobertas futuras mostrarem um padrão de distribuição geográfica das espécies aleatório, baseado no “melhor habitat”, ao invés do “parentesco e descendência”, a TE é refutada.
11- Distribuição de fósseis incompatíveis com a árvore filogenética, ou história evolutiva. Ex: fósseis de elefantes ou hominídios nas Américas, fósseis de cavalos Epyhippus ou Merychippus na América do Sul em alguma era antes da junção do istmo do Panamá (12 milhões de anos atrás), ou então tais fósseis na Austrália ou Antártica em qualquer era, ou então fósseis de Australophitecus na Sibéria, América ou Austrália. Etc.
12- Qualquer animal ou fóssil cujas estruturas sejam totalmente incompatíveis com as de seus ancestrais segundo a árvore filogenética, ou seja, alguma espécie ou fóssil cuja estrutura anatômica não possa ser razoavelmente derivável de uma estrutura homóloga em seus ancestrais, ou que não tenha nenhuma estrutura de onde se derivar em um ancestral próximo. Ex: um “Pégasus”. (é apenas um exemplo ilustrativo)
Ou então uma seqüência cronológica de fósseis incompatíveis com a árvore filogenética: Ex: uma seqüência em que uma asa aviária é gradualmente transformada em uma pata reptiliana.
13- Proteínas que exercem funções mais específicas ou “evoluídas” que não possuam similaridades estatisticamente significativas com moléculas mais básicas ou “antigas” que estão presentes em todos os seres vivos ou nos ancestrais do grupo taxonômico, segundo a árvore filogenética, de tal forma que tal molécula não possa razoavelmente ser derivável gradualmente da outra mais “antiga”; tal similaridade pode ser a seqüência de aminoácidos ou a estrutura tridimensional. Ou então qualquer proteína “recente” que estejam enraizadas mais profundamente na árvore filogenética do que uma mais básica ou “antiga”. Ex: uma proteína envolvida na lactação que esteja presente em todos os mamíferos enquanto uma molécula envolvida na coagulação sanguínea só esteja presente nas ordens mais recentes, segundo a árvore filogenética, de mamíferos.
Há muito mais falseadores potenciais além destes, só que estou com preguiça de descrevê-los. Estão no talkorigins para quem quiser dar uma olhada.
Agora, poderia citar alguns falseadores potenciais do criacionismo?
Segundo, por que se dá preferência a verificações falseadoras em detrimento das corroboradoras?
Já leu sobre o método científico?
Uma hipótese é corroborada quando uma previsão
falseável da mesma é confirmada pela experiência. Não há essa disjunção entre corroboração e falseamento como você parece sugerir na sua pergunta: uma teoria só é corroborada se a previsão da mesma, que foi confirmada, for falseável.
Quanto mais falseável for uma previsão, maior será o grau de corroboração que a teoria ganhará caso esta previsão se confirme.
Você provavelmente quis dizer previsões "verificadoras", e não corroboradoras. Neste caso, é impossível logicamente haver uma verificação definitiva para qualquer teoria que afirme algo universalmente: Por exemplo: se uma teoria diz "todo p é q" sem especificar nenhuma região espaço-temporal de validade, então por mais p que achemos e que seja igual a q, não poderemos estar certos de que todo p é q. Porém,
basta apenas um p que seja diferente de q, e teremos uma refutação à teoria. Por isso a ciência procura falsear, e não confirmar as hipóteses, pois o falseamento é logicamente conclusivo. Quanto mais intensamente se procurar falsear as teorias, mais facilmente serão encontrados os erros, e quanto mais os erros são encontrados, mais teorias falsas são eliminadas e mais próximo da verdade chegamos.
Sobre a sua pergunta sobre o porquê de se privilegiar "verificaçõe" falseadoras, a resposta é simples: qualquer teoria ou hipótese pode ser formulada de um jeito que seja sempre "confirmada". A psicanálise de Freud é um exemplo: ela explica tudo! Se o paciente tiver com uma situação clínica A, a teoria explica, se tiver com uma oposta a A, a teoria explica; qualquer situação clínica imaginável é possível de acontecer sob a teoria de Freud; ela não "proíbe" nada!
Com o criacionismo temos algo parecido (a não ser que você mostre o contrário): qualquer situação empírica imaginável em relação aos seres vivos, aos fósseis, à estratigrafia, etc é compatível com o craicionismo. Aqueles falseadores potenciais que eu citei: o criacionismo se ajusta à eles através de inúmeras hipóteses ad hoc (não testáveis independentemente, tais como as várias que você citou sobre "aprendizados" ou "dinossauros para produzirem petróleo") e ao mesmo tempo se ajusta às situações opostas. É como a frase "vai chover ou não vai chover amanhã". Para o criacionismo, os fósseis podem ou não estar ordenados, pode ou não haver homologia, a distribuição biogeográfica pode ou não ser aleatória, etc.
Faça um esforço e responda para si mesmo: o que o criacionismo afirma de diferente da evolução? O que poderemos e o que não poderemos encontrar na natureza se o criacionismo estiver certo? Após isso, é só citá-los.
Ora, isto nem sempre acontece, conquanto seja esta uma das regras propostas pelo falsificacionismo. Por exemplo, tanto a teoria da relatividade, quanto a mecânica quântica são teorias físicas amplamente aceitas, graças a terem sido corroboradas por previsões que se confirmaram;
Só um lembrete: todas essas previsões corroboradas eram falseáveis.
e pouco valor se deu a um grande número de testes que as falsearam.
Bom, aqui você terá que citar as fontes.
Só uma dica: as refutações e corroborações nunca são baseadas em experimentos isolados, mas em experimentos repetidos utilizando diversos métodos por diversas pessoas. Essa repetição é feita justamente para falsear a hipótese de que o experimento foi mal feito ou mal controlado.
Por outro lado, estas duas teorias são, concomitantemente, aceitas pelos físicos, conquanto existam fortes argumentos a "provar" que cada uma destas duas teorias falseia a outra, e ambas falseiam a teoria de Maxwell, que também é aceita como verdadeira.
Certos ou errados, neste caso, os físicos modernos, dentre os quais se inclui Popper, fizeram uma opção contrária à norma falsificacionista, e não há como criticá-los por essa conduta
Uma teoria pode ser utilizada para aplicações práticas mesmo quando se sabe que ela não é válida
em todas as situações conhecidas no universo, tal como as leis de Newton a velocidades maiores do que 10% da velocidade da luz, na presença de fortes campos gravitacionais ou no mundo subatômico; ou a teoria de Maxwell na escala subatômica. Elas continuam perfeitamente válidas nas situações em que foram elaboradas, só que agora são consideradas apenas aproximações das teorias mais amplas, e não universalmente válidas. A variação da gravidade com o quadrado da distância e F=ma continuam verdadeiras. Ninguém afirma qua as leis de Newton e de Maxwell são
universalmente válidas.
a menos que se pretenda atribuir ao falsificacionismo uma qualidade que ele não possui: a de estabelecer critérios absolutos de veracidade
Conforme Dante já explicou, o racionalismo crítico não estabelece critérios de veracidade, mas de
cientificidade.