Eu vou fazer o papel do crítico e lhe pergunto: qual é a sua opinião sobre o caso João Hélio?
Sem chover no molhado, vou direto ao ponto: Minha opinião está em acordo com a DE, porém não afirmo que o que aconteceu foi resgate ou prova. Não sei o que resultou a este infeliz acontecimento, apenas creio que não foi por puro azar, e para mim já basta, não quero especular sobre algo que me foge a competência.
Sobre a pergunta do usuário deste fórum, Shinigami-Ateu , vou responder aqui mesmo, já me desculpando se isto lhe for inconveniente.
A palavra castigo não existe no vocabulário de um espírita, logo minha resposta é : NÃO! Pessoas com retardo mental, pessoas que não são capazes de saberem que estão vivas, simplesmente vegetam, etc,etc....sofrem das limitações causadas por danos nos órgãos responsáveis(NOSSA, ISTO É EVIDENTE!
), mas não como de causa um castigo!
[modo cético on]
Você pareceu-me agora com o boneco pinóquio do Shrek 3, que não podia mentir mas também não queria dizer a verdade, no seguinte diálogo:
- Onde está o Shrek?
- Eu não sei onde ele não está.
- Quer dizer que não sabe onde o Shrek está?
- Não seria inexato achar que não posso não dizer se está ou não parcialmente incorreto.
- Então sabe onde ele está?
- Ao contrário, estou rejeitando mais ou menos, não definitivamente, a ideia de que, de forma alguma, sem nenhuma incerteza...Ora Correio. Segundo a DE, o sofrimento é prova ou é resgate. As outras opções que restam são o acaso, a injustiça ou o descaso divino, e nenhuma dessas opções é aceita pela DE. Não há outra opção. Escolha.
Quanto à palavra castigo, que não existe no vocabulário espírita, em OLE encontramos:
263. O Espírito faz a sua escolha logo depois da morte?
“Não, muitos acreditam na eternidade das penas, o que, como já se vos disse, é um castigo.”
295. Que sentimento anima, depois da morte, aqueles a quem fizemos mal neste mundo?
“Se são bons, eles vos perdoam, segundo o vosso arrependimento. Se maus, é possível que guardem ressentimento do mal que lhes fizestes e vos persigam até, não raro, em outra existência. Deus pode permitir que assim seja, por castigo.”
328. O Espírito daquele que acaba de morrer assiste à reunião de seus herdeiros?
“Quase sempre. Para seu ensinamento e castigo dos culpados, Deus permite que assim aconteça...
337. Pode a união do Espírito a determinado corpo se imposta por Deus?
“Certo, do mesmo modo que as diferentes provas, mormente quando ainda o Espírito não está apto a proceder a uma escolha com conhecimento de causa. Por expiação, pode o Espírito ser constrangido a se unir ao corpo de determinada criança que, pelo seu nascimento e pela posição que venha a ocupar no mundo, se lhe torne instrumento de castigo.”
As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar.
A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos podem esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei.
Assim, o orgulhoso será castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o mau-rico, o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc. (p. 399)
A idéia que, mediante a sabedoria de Suas leis, Deus nos dá de Sua justiça e de Sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau estejam na mesma categoria a Seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia, um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas e recompensas futuras. (p.962)
“Que é o castigo? A conseqüência natural, derivada desse falso movimento; uma certa soma de dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento. O castigo é o aguilhão que estimula a alma, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma e a buscar o porto de salvação. O castigo só tem por fim a reabilitação, a redenção. Querê-lo eterno, por uma falta não eterna, é negar-lhe toda a razão de ser. (p.1009)Há mais referências, mas acho que já chega.
[/modo cético off]
Correio, ou você é um espírita desinformado acerca da doutrina espírita, ou envergonha-se dela. Se é desinformado, sugiro-lhe que se informe um pouco mais antes de se lançar a esses debates, pois um cético mediocremente informado sobre a DE destroça esses teus argumentos. Mas se se envergonha, melhor deixar de ser espírita e passar logo para o outro lado.
Eles vão nos ridicularizar de uma forma ou de outra. Que sejamos então ridicularizados com a verdade sincera, direta e franca. É só neste caso que podemos afirmar que o ridículo que lançam se voltará contra eles mesmos um dia.
Um abraço.