Sim, claro. Eu não uso de dois pesos e duas medidas. Se erraram conscientemente no passado, é justo que paguem. Na realidade, eu agradeço a Deus que lhes dá a chance de resgatarem as suas faltas. Melhor do que a condenação eterna ou o perdão gratuito, que seria humilhante (ao menos para mim).
Aliás eu, como espírita convicto que sou, não espero só filhos superiores, mas considero a possibilidade de algum dos meus filhos (ou até todos eles) se tratar de um espírito inferior ou até mesmo mau. Eu aceito os espíritos que Deus me manda e estou muito bem preparado psicologicamente para o fato de algum deles porventura ter que sofrer bastante na vida, por eventualmente ter algumas tendências inferiores e/ou expiações a cumprir.
E se algum deles algum dia for arrastado para o alto de um morro e queimado vivo por traficantes, por exemplo, sim, eu vou considerar que expiaram por algum mal feito no passado. E, após tudo acabado, vou ficar bastante satisfeito de a dívida já ter sido paga e de ele ter se livrado de um peso passado que maculava a sua felicidade no mundo dos espíritos. E ao mesmo tempo vou lamentar o pobre diabo que fizer isso com ele, por saber que ele também terá que sofrer tudo em igual proporção no futuro, porque Deus é bom, mas também é justo e bastante severo na aplicação de sua justiça, mais severo do que os homens.
Ainda em se tratando dos meus filhos, eu lhes sondo as idéias e as tendências a fim de identificar qualquer traço de inferioridade moral (violência, egoísmo, crueldade, preconceito, etc...), e tentar moldá-los enquanto ainda são pequenos e maleáveis, porque depois que crescerem se tornarão independentes e a mente deles se tornará de mais difícil acesso. Essa, aliás, é a obrigação dos pais: contribuir para a melhoria dos filhos. Se for um galho torto, espero ter a capacidade de identificar isso para tentar endireitá-lo. Entretanto, dependendo do grau de inferioridade, o máximo que se pode fazer é melhorá-los, e não necessariamente torná-los bons. Nesse caso eu me sentiria bastante satisfeito se conseguisse contribuir em algo para que eles deixassem essa vida ao menos bem melhores do que nela entraram, ou seja, se eu não puder evitar que sejam maus, ao menos contribuir para que saiam desse mundo menos maus.
Um abraço.