Eu já lhe expliquei (está no tópico "falseadores potenciais do criacionismo") que o método científico não é uma teoria factual ou um objeto para ser "verificado", mas uma convenção, uma espécie de "regras do jogo" ou "algoritmo" onde, levando-se em conta fatores lógicos e inclusive éticos e tendo como objetivo um conhecimento o mais próximo possível da objetividade, determina os procedimentos necessários para avaliar hipóteses e teorias. Você insiste em dizer isso?
Exato.E por isso ele é metafísico.Ele nâo é uma entidade ou substância física e contudo ele determina imutavelmente o que pode e o que nâo pode ser verdadeiro.
Isso também foi exaustivamente explicado no tópico "falseadores potenciais do criacionismo". Vou postar as partes principais da explicação:
Este é um trabalho para a epistemologia:Prove que o enunciado cpital do positivismo lógico,no qual está fundada a maneira científica de interpretar o mundo,é empiricamente verificável.
Além disso, uma metodologia espistemológica não é algo factual para ser "verificado", trata-se de uma convenção onde se levam em conta fatores lógicos(que indicam o melhor caminho a ser seguido para se chegar a um determinado resultado desejado, no caso, à objetividade) e inclusive éticos (que mostram as possíveis consequências nocivas de não se adotar uma determinada metodologia, no caso do racionalismo crítico, uma consequência possível seria o uso da força bruta como árbitro definitivo de alguma disputa).
E se os objetos externos nâo existem à parte dos sentidos entâo nada existe além dos próprios sentidos,de onde se conclui que nâo há nenhuma realidade extrinseca aos sentidos e que portanto toda percepçâo sensorial acerca de objetos externos é meramente uma projeçâo ilusória dos sentidos.
Onde você viu dizendo que os objetos externos "não existem à parte dos sentidos"?
Mesmo o positivismo não afirmava isso, afirmava apenas que o que não é detectável é inútil por não se poder decidir ou saber de fato sobre sua validade ou existência, ou seja, algo indetectável seria "como se não existisse".
Um critério epistemológico nâo é verificável se um de seus requisitos mínimos requeridos por seu próprio enunciado seja equivocamente distinto da exigência de comprovaçâo experimental e da invalidade de assertivas analíticas.O princípio da nâo contradiçâo nâo está sujeito à sua própria exigência porque seu enunciado cardeal nâo exige a verificaçâo de todo postulado mas sim que o postulado nâo seja auto-contraditório,ou seja ,o princípio da nâo contradiçâo é um teste negativo da verdade enquanto que o Positivismo lógico é um teste positivo da verdade.
Um critério epistemológico não afirma que
para ser verdade é necessário estar condizente com o critério, mas tão somente que
o que está condizente com tal critério é verdade, este segundo enunciado
não implica que não existam outras formas de "captação" de verdades além da forma por ele prescrita, ou seja, o critério não necessariamente deve se submeter a ele lmesmo. Ele é tão somente um instrumento ao nosso alcance para "indicar" verdades, mas não indica necessariamente que não possa haver "verdades" não indicadas por ele. Entre as "verdades não indicadas pelo critério" podem estar, por exemplo, os axiomas da matemática.
Além disso, critério epistemológico é convenção (na verdade ninguém está obrigado a seguir critério nenhum), como eu já disse, é uma espécie de algoritmo que expõe os passos necessários para se chegar a um fim. Ele é formulado, como eu já disse, baseando-se em elementos lógicos e éticos e levando-se em conta o objetivo que é adquirir conhecimento o mais objetivo possível da realidade. A decisão de seguir ou não o critério (ele indica as razões lógicas e éticas para seguí-lo) é uma atitude pessoal.
Todo teste positivo da verdade deve ser positivamente verdadeiro,todo teste objetivo da verdade deve ser objetivamente verdadeiro.Se nâo possui facualidade intrinseca entâo ele nâo cumpre os requisitos básicos para ser caracterizado como um teste positivo da verdade,que visa demonstrar o que é verdadeiro.
Isso gera regressão infinita. Como eu já disse, um critério não é algo factual ( um dado físico da realidade externa), mas uma convenção. Serve o comentário anterior.
A observaçâo nada mais é que o ato de observar através do nosso aparelho ótico natural e portanto a observaçâo é um produto resultante deste aparelho ótico,de onde se conclui que ela é empiricamente verificável.Mas O Positivismo lógico que exige a experimentaçâo e verificaçâo de todo postulado e hipótese nâo é empiricamente verificável e por conseguinte nâo é objetivamente verdadeiro.Pelo seu próprio método ele é invalidado.
Se você disse "observação" como, por exemplo, testar se existem cientistas observando células no microscópio, então ela é testável sim. Mas eu suponho que você falou da "observação" como critério de verdade, e não do ato de observar em si. Neste caso, como falei,
critérios de verdade são convenções... Serve comentário anterior.
Onde você viu dizendo que os objetos externos "não existem à parte dos sentidos"?
Mesmo o positivismo não afirmava isso [que objetos não existem à parte dos sentidos], afirmava apenas que o que não é detectável é inútil por não se poder decidir ou saber de fato sobre sua validade ou existência, ou seja, algo indetectável seria "como se não existisse".
Ora,se o Positivismo destituí de significado e valor todo objeto extrinseco inobservável por condicionar toda realidade à percepçâo sensorial,logo ele concentra toda realidade nos sentidos e nega veementemente que exista alguma realidade extrinseca dotada de existência própria e independente.
Leia de novo o post.
Verdade.Mas os critérios de verdade nâo sâo uniformes.Existem várias categorias nas quais os critérios podem ser enquadrados.Os critérios epistemológicos podem ter a funçâo de demonstrar quais proposiçôes sâo verdadeiras ou ter a funçâo de demonstrar quais proposiçâo sâo internamente coerentes.Um testa objetivamente o que é verdade e o outro serve para descartar o que nâo é verdade.Os métodos positivos devem corresponder à seu prórpio enunciado senâo ele nâo tem existência objetiva e portanto nâo pode ser um critério de mensuraçâo objetiva.
Como assim? Cara, o método epistemológico FOI CRIADO pelas pessoas, como elas podem ter dúvida sobre a sua "existência". O método (repetindo...) NÃO É UM OBJETO FACTUAL EXTERNO, mas uma CONVENÇÃO sobre
COMO ADQUIRIR CONHECIMENTO SOBRE OBJETOS EXTERNOS. Dúvidas podem haver, sim, sobre sua validade. (e não "existência").
Os axiomas da matemática sâo pautados na aplicaçâo lógica dos princípios da identidade,nâo contradiçâo e existência.Sem o respaldo destes princípios nenhum axioma matemático seria aplicável à realidade.Os axiomas matemáticos sâo construçôes abstratas com a finalidade de realizar cálculos sobre a realidade e portanto eles sâo os substituos mentais da estrutura organizada da realidade externa apreendida pelos sentidos.
Concordo. (apesar de não entender por que ou para que você falou isso agora).
Além disso, critério epistemológico é convenção (na verdade ninguém está obrigado a seguir critério nenhum), como eu já disse, é uma espécie de algoritmo que expõe os passos necessários para se chegar a um fim. Ele é formulado, como eu já disse, baseando-se em elementos lógicos e éticos e levando-se em conta o objetivo que é adquirir conhecimento o mais objetivo possível da realidade. A decisão de seguir ou não o critério (ele indica as razões lógicas e éticas para seguí-lo) é uma atitude pessoal.
Para esta tua presunçâo ser verdadeira e significativa ela deve ser nâo contraditória.Logo ela emprega inevitavelmente o princípio da nâo contradiçâo.
O que tem a ver isso que você falou com o que postei? O texto está contraditório? Onde?
Nâo.Pois os testes positivos nâo se baseiam na autenticidade de outros testes positivos mas eles se fundamentam na autenticidade do princípio da existência objetiva,que é incontestável e auto evidente.Nâso é necessária uma regressâo pois o teste da verdade deve coresponder à verdade e nâo à outros testes da verdade.
Ocorre regressão infinita porque, se exigirmos que um teste seja
justificado( não tem nada a ver com ele "existir", pois disso nós, que o criamos, sabemos), deve-se recorrer a outro critério; este outro critério precisa da justificação de outro e por aí vai.
Leia de novo o post.
Já li e continuo com a mesma opiniâo.
Por quê?
Ocorre regressão infinita porque, se exigirmos que um teste seja justificado( não tem nada a ver com ele "existir", pois disso nós, que o criamos, sabemos), deve-se recorrer a outro critério; este outro critério precisa da justificação de outro e por aí vai.
O cerne dos critérios de correspondência à verdade é precisamente sua correspondência à verdade.O critério tem se adequar aos fatos e às evidências e nâo à novos critérios.Isto se o critério em questâo for legítimamente um método objetivo de conhecimento sobre a realidade.
Olha, vou fazer uma tentativa de tornar claro o que eu quis dizer:
SUPONHA que o critério epistemológico de definição do que é verdadeiro seja a observação (eu estou usando uma suposição para ilustrar o que quero dizer, não estou afirmando agora que a observação é o critério de separação verdadeiro-falso). Então, por esse critério,
o que for observado é verdade. Alguém (você, por exemplo) chega então e afirma: para que este critério seja legítimo, ele deve ser aplicado a si mesmo, ou seja, para que o enunciado-critério o que é observado é verdade seja verdadeiro, ele deve "auto aplicar-se" e ser confirmado, ou seja, devemos OBSERVAR que o que é observado é verdade. Porém, espere aí! Para que a observação do critério o confirme e o torne "verdadeiro", eu terei que partir do pressuposto que o que é observado é verdade, mas... não era esse mesmo pressuposto que estava em questão?!
Ou seja, para que a observação torne o critério que afirma que
o que é observado é verdade verdadeiro, tenho que partir do pressuposto de que o que é observado é verdadeiro!
Ou seja, ocorre argumento circular. É a mesma coisa que eu "demonstrar" um postulado da geometria usando o próprio postulado como pressuposto.
Conclui-se que uma exigência de justificação terá que recorrer a outros critérios (para não ser circular). Isto conduz inevitavelmente à uma regressão infinita.