Mas essas coisas têm qualquer relevância? Digamos que você montasse de propósito uma situação onde todo o hardware é o ideal para esse tipo de transmissão. E, dando mais desconto ainda, o "vírus" que você desenvolve não precisa se limitar ao ultrassom, pode usar qualquer freqüência que for mais conveniente.
Não precisaria ainda haver algo no sistema aguardando uma entrada de dados por essa origem? E projetado para isso, em vez de "acidentalmente" realizar algo tão sofisticado? Pode haver mesmo essa entrada e processamento acidentais?
A analogia com "sons" de internet e dados em fita cassete a mim parece mais coisa daquelas explicações que dão em filmes com algum jargão e conexão mínima com coisas da realidade só para dar uma explicação qualquer, em vez de apenas dar o "efeito" como fato inexplicado.
Mesmo que os dados de computador possam ter sons, se você "tocar" eles em algo que "entenda" a codificação como sons, simplesmente não são os sons em si que têm o código relevante ao computador, e todo o lado "sonoro" passa batido.
Você pode de forma similar, jogar esse código de computador em alguma entrada de vídeo "crua", o que deve resultar num "chuvisco" correlato com a informação do código, e "mostrar" esse chuvisco de cara para a câmera do computador, que a reação dele será só, "ok, é uma imagem, como qualquer outra", e não espontaneamente decodificar aquilo e começar a executar feito um doido.
Me parece uma lógica meio como, achar que interferência de sinais de TV vai de repente fazer aparecerem no disco rígido arquivos wmv, avi, dos programas de TV que o monitor "pegou".
Na verdade, interferência por rádio seria um mecanismo mais plausível até, para um vírus. Porque, sem uma parte do sistema ativamente esperando por esses sons e os convertendo em dados e comandos, o que teria que acontecer seria o som ter a propriedade física de interferir e se reorganizar os sinais elétricos no processador, BIOS ou o que for, o que nem sei se sequer existe. É sequer fisicamente possível usar sons para gerar interferência eletromagnética, mesmo que sem quaquer código tão preciso a ponto de conseguir operar o computador?
A única forma que me parece plausível de um vírus mais ou menos assim existir seria ter "vírus assistentes," mais ordinários que previamente criassem essa "interface", que fizesse o sistema esperar pelos dados do microfone e os interpretasse de acordo, criando essa "rede paralela". Apenas não vejo utilidade nisso, seus efeitos estariam limitados ao que o vírus fizesse ordinariamente, essa rede de comunicação secreta entre os vírus não faria nada que o vírus em si não fizesse, e mesmo a comunicação entre eles seria mais eficiente se feita de forma mais ordinária.