Como sou funcionário da educação votaria em qualquer um para impedir que o PSDB, um partido que despreza a educação entrasse, afinal pior poderia VOLTAR a ficar
A USP no governo Serra que o diga….
Gente para terem uma idéia no governo do FHC tínhamos de trabalhar com as luzes apagadas por ameaça de corte (a UFRJ teve sua energia cortada).
Infelizmente nessa eleição não tivemos escolha.
E infelizmente (ou não) para as universidades federais o governo PT fez o mínimo de investimento e se destacou absurdamente do passado.
Só para constar, como funcionário público da educação.
Sobre as greves dou o exemplo da de 1998 (que durou três meses) onde os funcionários através da sua associação (FASUBRA) estava a sete meses, desde os meados de 1997 pedindo abertura de negociações.
Quando levamos ao ministério a decisão de entrar em greve a resposta foi:
- É? ...então até daqui a alguns meses.
E assim foi.
Sobre as greves serem políticas como muitos acusam, só tenho a responder que uma das reivindicações na época mensionada acima, do governo FHC, era que os funcionários recebessem o piso de um salário mínimo (boa parte tinha de receber um complemento para poder chegar a receber um salário mínimo de salário, já que legalmente isso era obrigatório... ainda bem), assim como melhores condições de trabalho e O COMPRIMENTO DA GREVE DO ANO PASSADO (que era o comprimento do acordo da greve do ano retrasado, que era o comprimento do acordo do ano anterior, que era o cumprimento do....).
Já falei de trabalhar no escuro por ameaça de corte de luz (realizado na UFRJ), então imaginem as infraestrutura e a qualidade do material que tínhamos de trabalhar.

O repasse de verbas muitas (e várias) vezes não vinham durante um ou dois meses e quando vinham chegavam no dia 27-29 e ao término do mês tudo que não foi "utilizado" era obrigatoriamente devolvido ao governo (ou seja, tínhamos DOIS DIAS ou nem isso para pagar todas as contas, abrir e fechar auditorias, fazer investimentos, requisitar e consertar equipamentos/ferramentas, pagar terceirizados, etc, já nos preparando para ficar mais de um mês sem verbas).
E durante o período todo das greves haviam as ameaças de corte de salário com sindicância e exoneração para quem participasse das paralizações e mesmo sendo proibido havia sempre uma viatura da PM rondando as assembléias, algumas vezes com pessoas tirando fotos dos participantes.
Sobre se havia possibilidade de privatização ou não das universidades... bom diante desse tratamento e com o histórico de sucatear uma estatal para jogar o valor dela o mais baixo possível (para talvez não onerar os cofres públicos através do BNDS ao fazer o empréstimo aos compradores da referida estatal a juros ridículos) e diante do pensamento (ainda vigente em partidos como o PSDB) de que saúde, segurança e saúde são função da iniciativa privada devendo o governo focar apenas os impostos no legislativo e judiciário (imagino até sacar uma forma de dispensa-lo também), eu pessoalmente não duvidaria, embora olhando para o ensino médio público sucateado e a preferência dos pais e alunos pelas escolas particulares, ache que existe mais de uma forma de "privatização".
Tanto que o a prova para os cursos superiores fomentada pelo ex-ministro Paulo Renato era para corroborar com o discurso do governo de baixa qualidade de ensino (também depois do "esforço" relatado acima

) e demonização do servidor público (quebrou a cara).
Se me lembro bem no ano de 1996 (ou 97) foi negociado o aumento de 0,01% (ZERO virgula ZERO um porcento), mas só no final do ano.
Vimos durante o primeiro semestre o legislativo tendo aumento (e não foi de 0,01%

), o judiciário tendo aumento (se me lembro de quase 10% muito inferior ao do legislativo) e de outros cargos do executivo.
Quando chegou o fim do ano o governo disse que não daria o aumento pois seria uma irresponsabilidade dar tamanho aumento e que desestabilizaria o país.
Quando batemos o pé e cobramos um mínimo de respeito, recebemos um comunicado do governo falando que o referido montante teria ido (se você acredita em fadas) parte para a saúde na compra de remédios geriátricos para hospitais e parte para o ensino alfabetizante, mas se fosse assim ele teria prazer de reverter as verbas novamente para nós (e ficamos imaginando as manchetes nos jornais).
Só posso falar pela pasta de educação, mas lembro que no debate a Dilma falou que encontraram a pasta de Minas e Energia abandonada (o que pode-se até não se levar a sério), e foi corroborada pela Marina que disse ter encontrado setores do Ministério do Meio Ambiente com 5 pessoas para cobrir o Brasil inteiro.
Então como disse que opção eu (e as pessoas, pelo menos as relacionadas a pasta da educação) tínhamos nesse segundo turno? :'(