Oi Juca,
Eu sou agnóstico e a Deh, minha esposa, é atéia. Temos um filho de dois anos.
Nós (eu a Deh) entramos em um pequeno conflito com a minha família quando minha mãe e uma das minhas irmãs começaram a insistir para que batizássemos nosso filho e nós não quisemos. Mas felizmente acho que a questão foi superada já que ninguém mais me falou mais nada.
A gente acha que na hora certa ele vai fazer as perguntas que surgirem em sua cabeça, e nós vamos dar as respostas que acreditamos corretas (ou então dizer pra ele que simplesmente não sabemos as respostas. Qual é o problema de não sabermos alguma coisa, não é mesmo?).
Também acho que, se ele quiser procurar alguma religião, não há problema algum nisso. É um direito dele e eu não vou pensar absolutamente nada a mais ou menos por conta disso.
Como o HFC bem falou, o importante é ensinar a criança a ter um espírito crítico com relação a tudo. Isso é uma coisa que vai ser muito útil pra ele durante toda a vida, sendo budista, católico ou pastafarianista.
Na semana passada morreu um cachorro da minha sogra, o Charles Barkley, de quem meu filho gostava muito. Quando ele perguntou do 'Cháles' a gente disse que ele morreu, que foi embora. Ele aceitou, acho que mais ou menos do mesmo jeito que aceitou quando dissemos que os filhotinhos que estavam lá iam pras casas de outras pessoas (adotados). Não sei o que ele imagina, ou se simplesmente desconsidera. Acho que seria bem mais complicado se ele fosse um pouco mais velho - mas também abriria um leque de conversas que hoje não temos condições de ter com ele.
O mais triste é que temos que falar da morte do cachorro pra ele, explicar, enquanto nós mesmos não resolvemos muito bem o que exatamente aconteceu. (Retirei daqui umas divagações metafísicas, pura bobeira).