Autor Tópico: Problemas do SUS  (Lida 155211 vezes)

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Offline Sergiomgbr

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2050 Online: 05 de Junho de 2015, 20:48:57 »
Proponho que se use a palavra 'pobrema' para caracterizar o SUS como problema insolúvel crônico. Ficaria assim: O SUS tem pobrema.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2051 Online: 05 de Junho de 2015, 22:52:26 »
Nossa! Sério!?! Tem gente que morre no SUS por falta de vagas?!?  Não sabia!!!1111!!!

:stunned:

Faz assim: ofereça 50 hot dogs pra 300 crianças numa festa e veja o que acontece...

Hipótese 1. Todas brigarão e as mais fortes ficarão com os sanduíches.

Hipótese 2. Todas constatam que não dará para cada uma comer um sanduíche. Então todas dividem os sanduíches e cada uma fica com 1/6 de cada 'sanduba'.
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Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2052 Online: 05 de Junho de 2015, 22:55:21 »
Nossa! Sério!?! Tem gente que morre no SUS por falta de vagas?!?  Não sabia!!!1111!!!

:stunned:

Faz assim: ofereça 50 hot dogs pra 300 crianças numa festa e veja o que acontece...

 :stunned:



Entregam 50 hot dogs com o preço de 3550, deixam 600 apodrecer e pedem mais dinheiro para comprar mais hot dogs..  assim que é bicho.. e você FINGE que não entende...

Compram 50 pelo preço de 5.000, desviam 4.950 para os 'amigos e compadres', pedem mais dinheiro para uma nova aquisição superfaturada e acusam os outros de serem ingratos e insensíveis com as criancinhas.

Para a distribuição dos 50 sanduíches são contratadas 200 pessoas, das quais 198 ficam em casa e as duas, que comparecem, não tem a menor ideia do que estão fazendo por lá.
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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2053 Online: 05 de Junho de 2015, 23:24:12 »
Depois colocam na cabeça de milhares de pessoas que o correto a fazer é contratar mais 300 pessoas, 8000 salsichas que ficarão estocadas até estragar.. E não fazer a coisa funcionar corretamente. Essa gente irá defender o corporativismo ou sua ideologia ao custo da morte de crianças e velhos.. e que se dane.. eu preciso de mais dinheiro para provar que minha ideologia está correta e/ou não terminar meu corporativismo

#editado
« Última modificação: 06 de Junho de 2015, 00:13:19 por Bahadur »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2054 Online: 06 de Junho de 2015, 00:16:32 »
Pensando aqui... Barriga para cima.. Olhei o número de páginas deste tópico, quase 90, de gente assim olhando para uma bosta no tapete e tentando dizer que não é uma bosta, pedindo para definir bosta, relativizar bosta.. E olhando os posts a coisa fica bizarra pois pessoas que defendem o SUS provavelmente defenderão o PT e em todos os casos te convidarão a filosofar sobre o sentido da bosta, uma análise comparativa da bosta ou a própria semântica da bosta.

É tudo muito louco... Parece sonho mas deve ser efeito da caipirinha.

e voltando ao ponto onde começou
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2055 Online: 06 de Junho de 2015, 12:11:14 »
Depois colocam na cabeça de milhares de pessoas que o correto a fazer é contratar mais 300 pessoas, 8000 salsichas que ficarão estocadas até estragar.. E não fazer a coisa funcionar corretamente. Essa gente irá defender o corporativismo ou sua ideologia ao custo da morte de crianças e velhos.. e que se dane.. eu preciso de mais dinheiro para provar que minha ideologia está correta e/ou não terminar meu corporativismo

#editado

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/03/mp-aponta-falhas-na-marcacao-de-consultas-pelo-sus-em-porto-alegre.html


Citar
Tempo de espera para consulta com ortopedista, média de 17 meses, algumas pessoas esperam há quatro anos por uma cirurgia


Maravilha de atendimento, o cara espera 17 meses pela consulta, supondo que não precisará entrar na fila de alguns exames que demorarão mais alguns meses e depois espera só quatro anos pela cirurgia.

Dá quanto? Uns 7 anos de espera na fila?





Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2056 Online: 06 de Junho de 2015, 14:03:52 »
Mas os ingleses estão piores e invejam nosso sistema
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Offline Pasteur

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2057 Online: 06 de Junho de 2015, 16:13:11 »
Você está se referindo ao Dawkins?

Offline Lorentz

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2058 Online: 09 de Junho de 2015, 10:22:32 »
Mas os ingleses estão piores e invejam nosso sistema

Você está se referindo ao Dawkins?

É um absurdo você ser famoso e não ter atendimento prioritário.

Lá é assim:
http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/modelo-kate-moss-e-expulsa-de-voo-por-causar-tumulto
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Gabarito

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2059 Online: 10 de Junho de 2015, 11:05:36 »
Os ingleses...

Ah... os ingleses...

Todos eles devem se torcer de inveja da maravilha que temos aqui, e isso todos os dias.
Vamos ver o que andou acontecendo lá no Rio Grande do Norte:


Citar
Mais de 70% dos enfermeiros se sentem inseguros no trabalho
Edição do dia 10/06/2015
Muitos relatam que já foram ofendidos e até agredidos por pacientes e acompanhantes, e maior parte das agressões é por falta de estrutura.



Ao todo, 70% dos enfermeiros no Brasil se sentem inseguros no ambiente de trabalho. Muitos relatam que já foram ofendidos e até agredidos por pacientes e acompanhantes. Os enfermeiros contaram que em muitos casos, o motivo das agressões que eles sofrem de pacientes ou parentes é justamente a falta de estrutura. O atendimento demora por causa da falta de médicos, por exemplo, e as pessoas acabam descontam no enfermeiro. Vários desses casos vão parar na delegacia.

Um capacete foi usado para ferir a cabeça de um enfermeiro, que só queria atender os pacientes de um hospital em Natal, no Rio Grande do Norte. Uma mulher testemunhou a agressão. “Coisa horrível, pessoas correndo, pessoas passando mal. Eu pulei da cama, me escondi debaixo de uma cama. Foi um auê nesse hospital”, conta a testemunha.

Outros pacientes reclamaram que a espera na recepção passava de três horas. Um homem e mais duas pessoas decidiram que era motivo para agredir o profissional de saúde. “A menina agressiva verbalmente, chamou o namorado dela e ele veio me agredir. Levei seis pontos no rosto, estou com trauma no rosto”, conta o enfermeiro agredido.

O mais assustador é que agressões como essa não são raras, são muito frequentes. Elas fazem parte de uma rotina - que os profissionais de enfermagem conhecem há muito tempo - e que uma pesquisa acaba de traduzir em números.

A pesquisa foi feita pelo Conselho Federal de Enfermagem e pela Fundação Oswaldo Cruz para conhecer o perfil de 1,6 milhão de enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem do país. Ao todo, 19% responderam que existe violência nos lugares que trabalham e 71% afirmam que há pouca segurança. Já 66% sofrem algum tipo de desgaste profissional, seja por exposição ao risco de agressão, excesso de trabalho ou falta de estrutura para desempenharem bem suas funções.

“O cidadão já chega com uma representação que ele vai ser mal atendido, que o SUS não é bom, é deficitário, então ele já chega com uma pré-disposição de exigir o melhor possível para o atendimento dele. Ele entende que o direito dele também é chegar com violência na exigência dos seus direitos, e o primeiro a receber esse tipo de reivindicação é o profissional de enfermagem”, afirma o vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, Mauro Dias da Silva.

O conselho acredita que mudanças na profissão e no atendimento público de saúde podem mudar o cenário, mas a longo prazo. Por enquanto, tem certeza de que enfermeiros, técnicos e auxiliares vão continuar sendo vítimas, como uma profissional que tem medo de ser identificada. “Às vezes do nada, a gente leva um soco, um empurrão. Acontece bastante”, diz.

Em janeiro o ano passado, ela foi agredida pela família de um bebê que chorou durante um atendimento. Fez boletim de ocorrência e nada mudou. “O povo continua sendo agressivo, violento. Vão lá muitos com o objetivo de ofensa, de bater, acha que eles pagam o nosso salário, o que a gente escuta direto e reto, então a gente tem mais que fazer o que eles mandam e acabou”, afirma.

Entre aqueles que responderam que já sofreram violência no trabalho, 66% disseram que a violência psicológica é a mais frequente. A pesquisa também mostrou que 84,6% dos profissionais de enfermagem são mulheres.

Entrem na notícia e vejam o vídeo.


Offline Gabarito

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2060 Online: 10 de Junho de 2015, 11:05:52 »
E vamos ler/ouvir as palavras do comentarista:

Citar
'Pessoas se sentem agredidas no seu direito à saúde', diz Alexandre Garcia
Edição do dia 10/06/2015
Comentarista afirma que profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. "São todos vítimas de um mesmo sistema que funciona mal".



A falta de estrutura se transforma em uma rotina estressante para os profissionais da saúde. Muitas vezes o atendimento precário acaba em agressão contra quem tenta trabalhar sem as condições mínimas necessárias. E não são agressões apenas a enfermeiros, mas ao pessoal da portaria e aos médicos também.

As pessoas que procuram o sistema público de saúde se sentem agredidas no seu direito à saúde, que é dever constitucional do Estado, e reagem com agressão física.

Os profissionais de saúde sofrem agressões por estarem na ponta de um sistema mal administrado. Pacientes e seus acompanhantes, desesperados por doenças e emergências e sem ter com quem falar, embora em teoria exista ouvidoria, apelam para a agressão, física ou verbal. Dos dois lados, são todos vítimas de um mesmo sistema que funciona mal.

Médicos e enfermeiros lidam com falta de macas, de leitos, de antibióticos, de algodão, de analgésicos e antipiréticos, de luvas e sondas, de assepsia adequada, de exames, de tempo e excesso de pacientes. Do lado de fora, gente que nasceu no país em que o Estado pode tudo e pouco faz, que chegou ao hospital correndo riscos da falta de segurança pública, no incômodo da falta de transporte, ainda constata que falta atenção à saúde, o que sobra nas falas oficiais. Agride o primeiro avental branco que lhe aparecer na frente, desabafa na pessoa errada, na pessoa que, enfim, pode lhe ajudar a despeito de toda falta de meios e excesso de trabalho.

E os teóricos das mesas de reunião ficam longe do embate. Esses só esgrimem com estatísticas distantes do barulho das emergências.

Offline Diegojaf

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2061 Online: 10 de Junho de 2015, 11:12:56 »
Me identifiquei... :lol:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Osler

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2062 Online: 10 de Junho de 2015, 14:59:06 »
A primeira coisa que deveria ser feita é uma interlocução do Governo com a  população.  O que queremos?  Um sistema de sáude Universal e "Gratuito"?

Se a resposta é sim, como está escrito na constituição, vamos para a segunda parte:  Ok, mas não há dinheiro para TUDO de TODOS.  O orçamento da Saúde é limitado, e as demandas (por definição) são ilimitadas.  Então precisamos:

1- Reconhecer onde o dinheiro pode ser melhor empregado em termos de retorno, isso representa investimento maciço em ações primárias o que vai contra nossa eterna mentalidade de que se investir em saúde é contruir hospitais

2- Reconhecer que todo o centavo conta, é necessário eliminar desperdícios e ineficiências, a gestão tem de ser profissionalizada e transparente, com metas a serem cumpridas e fiscalizadas não só de números mas com marcadores de qualidade também (como se faz em qualquer gerenciamento moderno).  Onde for melhor investir se fará, não importando se para isso seja necessário terceirizar, privatizar ou mesmo utilizar o funcionalismo público mesmo.

3- Reconhecer que com isso deixaremos de atender determinadas patologias e demandas, que diga-se de passagem são verdadeiras, mas que devido ao custo/benefício são inviáveis na prática.  Isso só pode ser feito se o serviço for transparente, impessoal e expresso como política de saúde.

4- Enfrentar o fato de que grande parte dos municípios do Brasil são inviáveis economicamente, existindo apenas para manter a caterva* de políticos e seus apaniguados

5- Responsabilizar civil e criminalmente todo o corpo envolvido no processo, do gestor ao porteiro da UPA.  Aplicar na prática as medidas dos conselhos em termos de garantia de qualidade:  o profissional que admite trabalhar em um ambiente sem as devidas condições aceita tácitamente e pode ser implicado como participante de eventuais eventos culposos


* O termo caterva é de propriedade exclusiva do forista Geotecton, aqui utilizada com respaldo nas leis de Copyright  :hihi:
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2063 Online: 10 de Junho de 2015, 16:42:43 »
...
E os teóricos das mesas de reunião ficam longe do embate. Esses só esgrimem com estatísticas distantes do barulho das emergências.


 :ok: :ok: :woohoo:


Mas... mas.. não é amado por 80% dos brasileiros.. mas.. essa merda não é boa?
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Offline Gaúcho

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2064 Online: 10 de Junho de 2015, 16:46:47 »
O SUS é maravilhoso quando você pega a teoria e ignora a realidade.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Geotecton

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2065 Online: 10 de Junho de 2015, 17:41:23 »
A primeira coisa que deveria ser feita é uma interlocução do Governo com a  população.  O que queremos?  Um sistema de sáude Universal e "Gratuito"?

Se a resposta é sim, como está escrito na constituição, vamos para a segunda parte:  Ok, mas não há dinheiro para TUDO de TODOS.  O orçamento da Saúde é limitado, e as demandas (por definição) são ilimitadas.  Então precisamos:

1- Reconhecer onde o dinheiro pode ser melhor empregado em termos de retorno, isso representa investimento maciço em ações primárias o que vai contra nossa eterna mentalidade de que se investir em saúde é contruir hospitais

2- Reconhecer que todo o centavo conta, é necessário eliminar desperdícios e ineficiências, a gestão tem de ser profissionalizada e transparente, com metas a serem cumpridas e fiscalizadas não só de números mas com marcadores de qualidade também (como se faz em qualquer gerenciamento moderno).  Onde for melhor investir se fará, não importando se para isso seja necessário terceirizar, privatizar ou mesmo utilizar o funcionalismo público mesmo.

3- Reconhecer que com isso deixaremos de atender determinadas patologias e demandas, que diga-se de passagem são verdadeiras, mas que devido ao custo/benefício são inviáveis na prática.  Isso só pode ser feito se o serviço for transparente, impessoal e expresso como política de saúde.

4- Enfrentar o fato de que grande parte dos municípios do Brasil são inviáveis economicamente, existindo apenas para manter a caterva* de políticos e seus apaniguados

5- Responsabilizar civil e criminalmente todo o corpo envolvido no processo, do gestor ao porteiro da UPA.  Aplicar na prática as medidas dos conselhos em termos de garantia de qualidade:  o profissional que admite trabalhar em um ambiente sem as devidas condições aceita tácitamente e pode ser implicado como participante de eventuais eventos culposos


* O termo caterva é de propriedade exclusiva do forista Geotecton, aqui utilizada com respaldo nas leis de Copyright  :hihi:

6) Mudar a Constituição, retirando as palavras 'universal' e 'gratuito'.

7) Mandar os juízes obedecerem contratos particulares, não obrigando os planos de saúde a pagarem tratamentos que não estejam previamente acordados.

« Última modificação: 10 de Junho de 2015, 18:17:04 por Geotecton »
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Offline Barata Tenno

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2066 Online: 10 de Junho de 2015, 18:04:26 »
Eu gosto do sistema japonês, todos os hospitais particulares, todos obrigados a ter plano de saúde e o valor vai de acordo com a renda, pobres pagam bem pouco ou nada, ricos pagam caro e todos tem atendimento igual.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2067 Online: 10 de Junho de 2015, 21:45:13 »
Bem mais justo que o nosso.


Para quem tem bons planos de saúde a sensação é de perda, mas ao final está todo mundo no mesmo barco. Acho que se quiser e puder pagar por mais, deveria ter opção ter planos melhores.

Amigos meus que moram em países da Europa e tinham plano de saúde bom sentiram a perda.
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Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2068 Online: 14 de Junho de 2015, 15:45:46 »
A primeira coisa que deveria ser feita é uma interlocução do Governo com a  população.  O que queremos?  Um sistema de sáude Universal e "Gratuito"?

Se a resposta é sim, como está escrito na constituição, vamos para a segunda parte:  Ok, mas não há dinheiro para TUDO de TODOS.  O orçamento da Saúde é limitado, e as demandas (por definição) são ilimitadas.  Então precisamos:

Concordo. E isso é sabido dentro do MS e pelos técnicos de outras esferas (ao menos na maioria), por isso que foi criada a CONITEC (conitec.gov.br), por isso também está sendo feito um grande investimento na Atenção Primária,  uma priorização das redes de cuidado e um investimento na regionalização.  Também por causa disso precisa-se discutir o financiamento do sistema. Sei que isso provoca urticária em alguns foristas, mas não se consegue fazer saúde sem um financiamento e é importante também por causa de outro post que vou comentar mais embaixo.

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1- Reconhecer onde o dinheiro pode ser melhor empregado em termos de retorno, isso representa investimento maciço em ações primárias o que vai contra nossa eterna mentalidade de que se investir em saúde é contruir hospitais

Isso é uma unanimidade entre as pessoas que estudam os sistemas de saúde e é também a diretriz primária do MS e do SUS hoje. O problema é que os gestores não têm essa noção ou ela ocorre apenas em discurso. Aqui falo em estados e municípios (e deixando bem claro que não são todos os estados e nem todos os municípios,  tenho exemplos de estados e municípios que investem pesado em atenção primária), o estado de São Paulo, por exemplo, não investe em AP e está centrado na média e alta complexidade. Atenção primária não aperece na televisão,  não dá votos e existe uma pressão da população e meios de comunicação por mais hospitais. Outro problema são os profissionais de saúde que não sabem atender em atenção primária e muitas vezes nem sabem do que se trata, mas trabalha lá. Os profissionais hoje são formados para trabalharem em hospitais (e privados). Claro, isso também não é uma generalização e tenho visto esforços na mudança.

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2- Reconhecer que todo o centavo conta, é necessário eliminar desperdícios e ineficiências, a gestão tem de ser profissionalizada e transparente, com metas a serem cumpridas e fiscalizadas não só de números mas com marcadores de qualidade também (como se faz em qualquer gerenciamento moderno).  Onde for melhor investir se fará, não importando se para isso seja necessário terceirizar, privatizar ou mesmo utilizar o funcionalismo público mesmo.

Concordo. E já há algum tempo isso vem sendo encaminhado. Na questão de gestão têm sido criados cursos para formação de profissional, como a graduação de gestão hospitalar, de gestão pública, de engenharia biomédica. Mas vai demorar um pouco para esses profissionais estarem inseridos no mercado. Metas para serem cumpridas já existem tanto de qualidade quanto quantidade. Existe o pmaq na AB com 47 indicadores e avaliação externa, incluindo a satisfação do usuário,  existe o pacto pela saúde, com 67 indicadores, desde 2006, existe o IDSUS, fora uma série de outras metas e indicadores de desempenho.  O problema talvez passasse por uma responsabilização dos gestores e isso é o que pretende o COAP  com seus 67 indicadores,  mas desde 2010 apenas 2 estados o assinaram.
 Experiências de terceirização, privatização e funcionalismo têm sido feitas em vários lugares. O estado de São Paulo,  por exemplo, é quase todo terceirizado ou privatizado. Além dos hospitais conveniados,  eles possuem a rede de Santas Casas (que é privada, ainda que filantrópica) e os hospitais e clínicas administrados por OS. Eles ainda possuem uma rede própria, mas em redução. Até a regulação (e a auditoria, se compreendi bem) é terceirizada. A Bahia, por outro lado, investiu em uma fundação pública.

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3- Reconhecer que com isso deixaremos de atender determinadas patologias e demandas, que diga-se de passagem são verdadeiras, mas que devido ao custo/benefício são inviáveis na prática.  Isso só pode ser feito se o serviço for transparente, impessoal e expresso como política de saúde.

Concordo. E na verdade é o que acontece na prática (às vezes agravada pela justicialização). Mas ainda assim, não significa que não se deva trabalhar para inserir esas demandas com o tempo.

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4- Enfrentar o fato de que grande parte dos municípios do Brasil são inviáveis economicamente, existindo apenas para manter a caterva* de políticos e seus apaniguados

Esse é um problema que é maior devido à municipalização do SUS e do financiamento tripartite. Boa parte dos municípios vive do que é repassado pelo FNS, que não consegue financiar o sistema municipal. A título de exemplo,  em um  município carente, o repasse para uma equipe da ESF é de 10695 reais e, na maioria das vezes, isso não cobre nem o salário do médico, quanto mais o restante da equipe e o custeio. O restante era para ser bancado pelo muncípio e pelo estado. Ele acaba bancando o salário do médico e gasta quase todos seus recursos para isso. Assim, esses municípios cumprem bem acima do gasto obrigatório da saúde.

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5- Responsabilizar civil e criminalmente todo o corpo envolvido no processo, do gestor ao porteiro da UPA.  Aplicar na prática as medidas dos conselhos em termos de garantia de qualidade:  o profissional que admite trabalhar em um ambiente sem as devidas condições aceita tácitamente e pode ser implicado como participante de eventuais eventos culposos

É para isso que serve o COAP. Mas, para além disso, o MP e os órgãos de controle aos poucos têm ido nesse caminho, ainda que não tenha visto o mesmo por parte dos conselhos.

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* O termo caterva é de propriedade exclusiva do forista Geotecton, aqui utilizada com respaldo nas leis de Copyright  :hihi:

Offline Moro

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2069 Online: 14 de Junho de 2015, 16:51:59 »
Derfel porque você diz que financiamento provoca urticária em alguns foristas quando o que provoca urticária é ver da boca de quem se diz entendido em saúde não questionar o roubo e a má gestão, como por algum motivo fosse obrigado a nos cidadãos pagar pelas cagadas monstruosas que funcionários públicos  fazem com nosso dinheiro? Como se o roubo e má gestão fosse inerente ao sistema e pronto?

Não tem urticaria nenhuma desde que se tenha a MÍNIMA descencia com o trato da coisa pública o que gestores atuais não tem, nem em nível de ideias. Isso é repugnante.
« Última modificação: 14 de Junho de 2015, 17:01:13 por Bahadur »
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Offline Derfel

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2070 Online: 14 de Junho de 2015, 16:55:27 »
Eu gosto do sistema japonês, todos os hospitais particulares, todos obrigados a ter plano de saúde e o valor vai de acordo com a renda, pobres pagam bem pouco ou nada, ricos pagam caro e todos tem atendimento igual.

O post do Barata é o que mencionei para fim de discussão da questão do financiamento do SUS. Primeiramente, não tenho nenhuma familiaridade com o sistema de saúde japonês e, motivado por este post, busquei alguma coisa na internet, mas não encontrei nada técnico sobre o assunto (pelo menos não em português) então, Barata, se você ou mais alguém puder dar mais informações a respeito ou me indicar uma literatura em português ou inglês agradeceria. Pelo que li, todos possuem um seguro de saúde subsidiado pelo governo/empresas. Existe o Shakai Hoken, que é associado à previdência,  para empregados de empresas com mais de 5 funcionários.  50% do valor é pago pela empresa e 50% pelo funcionário, sendo que o valor descontado varia de acordo com o salário recebido, girando em torno de 13%. Existe também o Kokumin Kenkou Hoken, que é o seguro do governo para aqueles que não se enquadram no anterior. Ele é subsidiado pelo governo e administrado pelos municípios e pago em 8 parcelas anuais, com base na renda da pessoa. Tanto em um caso quanto em outro cobre apenas 70% das despesas médicas e 30% é pago pelo usuário (crianças e idosos possuem outra relação), isso tanto nos hospitais privados (shiritsu byouin) quanto nos públicos (kouritsu byouin). A diferença entre um e outro parece ser que o privado pode cobrar até 50% mais o valor padrão.
Parece que tanto um seguro quanto o outro não cobre algumas coisas: parto normal (mas a mulher parece receber um auxílio maternidade), aborto ou consequências do aborto, violência urbana e uso de drogas, alimentação quando internado, vacinação (mas um dos sites que consultei, da prefeitura de Toyohashi, fornece vacinação em campanhas e unidades de saúde), acidente de trabalho (para isso existe outro seguro), alguns procedimentos odontológicos e oftalmológicos também não são cobertos. É isso, Barata? Não entendi, porém, se existe uma única empresa seguradora ou várias.

Isso, porém, parece quase como um imposto para financiar a saúde. Qual seria a diferença? Achei interessante porque pode ser uma base para discussão do financiamento do SUS. Ainda assim,  vale lembrar que cada país tem a sua realidade e o que funciona em um lugar não necessariamente funcionaria em outro. As realidades são diferentes. No Japão, a população é basicamente da classe média e não existe uma desigualdade social que existe aqui.

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2071 Online: 14 de Junho de 2015, 17:02:51 »
A diferença mais clara para mim é que o estado brasileiro não pode e nem sabe gerir nada,arruinando o que coloca a mão.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2072 Online: 14 de Junho de 2015, 18:47:26 »
Se eu fosse antenado em teorias da conspiração, eu iria certamente estranhar essas comissões que estão SEMPRE estudando, gerando papel há dezenas de anos sobre o MESMO tema enquanto muita gente continua roubando e se esbaldando sem parar.

Qualquer um defensor do SUS há dez anos atrás poderia responder com o mesmo gerador de lero lero usado pelo Derfel sobre o que está sendo estudado e feito enquanto os pobres continuam a morrer na fila, centenas de milhares humilhados diariamente.

BS total. Jamais saberão como resolver o problema simplesmente porque:
1- Funcionalismo público carece de quadros gestores em quantidade suficiente para fazer a coisa funcionar no médio prazo e longo prazo
2- Acham que a coisa, de alguma maneira, funciona e até é "bom"
3- A visão corporativista é tão grande que preferem aumentar impostos a mexer em grupos de interesse. Se recusam a enxugar, gerir, denunciar.. corporativismo podre em larga escala.
4- A ingestão política piora esse quadro, destruindo também o largo prazo, porque não irão colocar gestores adequados e sim gente que mantenha o status qui


Enfim, tenho certeza e assino com quem quiser apostar, que em 10 ANOS estaremos na mesma merda ou pior, e ainda haverá alguém aqui entupindo com posts sobre teorias e estudos em "andamento". Não existe condições de o SUS ser algo que presta sem que esse status quo seja destruído.

Como "andam" esses estudos...
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re:Problemas do SUS
« Resposta #2074 Online: 14 de Junho de 2015, 22:20:21 »
scholars under schizophrenia
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