Autor Tópico: Copa 2014  (Lida 127561 vezes)

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Offline Diegojaf

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #350 Online: 03 de Março de 2012, 18:04:07 »
Agora que a galera já encheu os bolsos, eles podem dar um pé na Copa e largar as obras no passo em que estiverem...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #351 Online: 03 de Março de 2012, 18:29:10 »
Lula e Dilma lutaram muito para conquistar essa honra ao Brasil e ao povo brasileiro, e agora estamos prestes a ver tudo arruinado por sabotagem do PSDB e dos demais partidos que não estiverem coligados ao PT no momento.

Offline _Juca_

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #352 Online: 03 de Março de 2012, 19:57:23 »
A FIFA não contava com a Dilma... O pessoal do governo e os deputados da base estão putos da vida com as exigências da FIFA desde antes da copa da África e o tratamento que se tem dado à Copa no Brasil. O Lula não foi à final da última Copa, como era praxe. A coisa piorou depois da rasteira no antigo ministro dos esportes, que endureceu com a FIFA. Existe uma guerra aí, agora foi a vez do troco em Ricardo Teixeira, que era o bambambam da Copa, recentemente deu declarações de quem se achava acima de todos os poderes, que iria se vingar, e dificultar as coisas para seus inimigos na Copa, blábláblá, e agora está prestes a renunciar e sair por baixo. A FIFA não vai conseguir aprovar muita coisa que gostaria, de modo a encher ainda mais os burros de seus dirigentes e patrocinadores, além dela própria. Pra mim, eles estavam achando que levar a Copa para países em desenvolvimento teriam mais poderes para fazer valer apenas seus interesses, mas estão quebrando a cara com a força política que existe por aqui,  com uma presidenta quase sem rejeição.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #353 Online: 03 de Março de 2012, 20:26:21 »
E o que mais há a dizer sobre as obras que nem sairam do papel? Culpa das briguinhas entre os dirigentes da Fifa e nossos deputados ou pura desorganização e corrupção brasileira?


Offline Fabrício

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #354 Online: 03 de Março de 2012, 20:36:23 »
A FIFA pode não ser a mais simpática das instituições, mas neste caso está coberta de razão... pode ser que algumas exigências tenham sido feitas agora, mas a maioria já era conhecida de outras copas. Além do que, quem vai negar que as obras estão tremendamente atrasada, a roubalheira está comendo e vai comer solta mais ainda, sem falar nos aeroportos, estacionamentos, e outras obras de infraestrutura.

No artigo postado pelo Di o cara fala que a FIFA pode tirar a Copa do Brasil. E quem sabe, a Copa sendo tirada do Brasil, a Olimpíada vai junto  :P. Vamos torcer... :hihi:
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Offline HSette

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #355 Online: 03 de Março de 2012, 20:53:24 »
Agora que a galera já encheu os bolsos, eles podem dar um pé na Copa e largar as obras no passo em que estiverem...

Tem muita carne ainda nesse osso.

Aliás, o filé ainda está para ser servido.

Essa conversa desse cara é só para aparecer, mostrar serviço.

A FIFA sabe a mina de ouro que o Brasil representa para ela, e ainda por cima está vendo a UFC crescendo velozmente por aqui, não vai querer correr riscos de matar a galinha dos ovos de ouro.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
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Chaves

Offline Geotecton

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #356 Online: 03 de Março de 2012, 20:59:04 »
Eu "partiria o bico" de tanto dar risada se a FIFA levasse o campeonato de 2014 para outro país, de preferência um europeu.
« Última modificação: 09 de Junho de 2012, 13:56:13 por Geotecton »
Foto USGS

Offline Dodo

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #357 Online: 03 de Março de 2012, 21:32:21 »
Eu "partiria o bico" de tanto dar risada se a FIFA levasse o campeonato de 2014 para outro país, de preferência um europeu.

Te garanto que isso não acontece... o governo passa por cima da CF, da lei de licitações e faz o que a FIFA quiser. Vão escutar caso façam isso? Claro que vão... mas iriam escutar bem mais se deixassem a Copa ir embora.
« Última modificação: 09 de Junho de 2012, 13:56:40 por Geotecton »
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline Luiz Souto

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #358 Online: 03 de Março de 2012, 21:42:08 »
Vale a pena analisar o que a FIFA quer no Brasil vendo como foi na África do Sul.

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A Copa do Cabo ao Rio

Numa época em que futebol e televisão viraram uma coisa só, o que a África do Sul ganhou e perdeu com a Copa – e o que o Brasil pretende fazer até 2014

por Daniela Pinheiro


Cerca de 130 mil pessoas moram no subúrbio de Athlone, a 10 quilômetros da Cidade do Cabo. A maioria delas é pobre, desempregada e negra. Numa paisagem baldia e repleta de favelas, uma das poucas atrações é o estádio de futebol, com capacidade para 30 mil torcedores, palco das finais do campeonato regional. Encarregados de selecionar os locais dos jogos da Copa do Mundo na cidade, onde no próximo dia 6 de julho será disputada a semifinal, a prefeitura e o governo da província sugeriram Athlone. As autoridades vislumbraram a possibilidade de, finalmente, criar empregos na periferia da segunda maior cidade do país. A ideia era aproveitar o evento para pavimentar avenidas, construir novas casas, reformar as antigas, incrementar o transporte público.

Há três anos, uma comitiva da Fifa, a Federação Internacional de Futebol, visitou os estádios selecionados pelos sul-africanos. Na Cidade do Cabo, ela foi informada da importância da escolha de Athlone para o incremento da área e a melhoria da vida de milhares de pessoas que moram ali. Ao visitar o estádio, no entanto, a comitiva estava mais interessada no público global da Copa do que na particularidade nacional. "Os bilhões de espectadores não querem ver favelas e pobreza pela televisão", disse um dos inspetores da Fifa ao jornal Mail & Guardian.

O governo regional e a prefeitura logo mudaram de opinião. O então presidente Thabo Mbeki também tomou posição, dizendo que "a Fifa tinha o direito de exigir o mais alto padrão possível e a África do Sul deveria ter o bom-senso de seguir a indicação". Quatro meses depois, com o argumento oficial de que a semifinal precisava de um estádio maior, Athlone foi dispensada. Anunciou-se a construção de um novo estádio, com 68 mil lugares, num dos bairros mais ricos da Cidade do Cabo.

O estádio Green Point foi erguido entre o mar e a Table Mountain, o cartão postal da cidade. Ele está a cinco minutos a pé do luxuoso centro comercial Victoria & Alfred Waterfront e faz fronteira com um campo de golfe. A área, que era uma das poucas reservas verdes da cidade, foi substituída pela faraônica arena em forma de banheira e estacionamentos a perder de vista. Financiada com dinheiro público, a obra custou 1,1 bilhão de reais, quase quatro vezes mais do que o previsto. "Ou era isso ou não tinha Copa", argumentou o vice-prefeito Ian Nielson, quando o estádio foi licitado.

Fundada em 1904, a Fédération Internationale de Football Association tem uma estrutura pequena. Na sede da entidade, em Zurique, na Suíça, trabalham 310 funcionários. Nos 208 países que a integram, pouco mais de mil pessoas estão na sua folha de pagamentos. Já na onu, com 192 nações filiadas, trabalham mais de 40 mil pessoas. A burocracia enxuta é replicada pelas seis confederações regionais que estão sob sua égide. A que reúne as seleções das Américas do Norte e Central e o Caribe tem quarenta funcionários. E a Confederação Brasileira de Futebol ocupa apenas um andar na Barra da Tijuca, no Rio, onde trabalham cinquenta pessoas.

Ainda assim, como escreveu o escritor uruguaio Eduardo Galeano, "a Fifa é o fmi do futebol". Poucas instituições internacionais são tão poderosas, ricas e fechadas quanto a que organiza os campeonatos de futebol mundo afora. Ela é responsável pela comercialização de qualquer produto ligado ao futebol profissional, patrocínios e direitos televisivos. Está no centro de um mercado que movimenta 250 bilhões de dólares anualmente. No ano passado, faturou 1 bilhão de dólares com um lucro líquido de quase 200 milhões de dólares. Só com a Copa da África do Sul, ganhou 3,8 bilhões de dólares.

Os 24 membros do comitê executivo da entidade gastam seu tempo viajando pelo mundo, inspecionando estádios e times, negociando com Estados e multinacionais, articulando alianças com lideranças locais e nacionais. Além de hotéis cinco estrelas, passagens de primeira classe, Mercedes pretas com motoristas, eles têm despesas autorizadas de até 500 euros diários. Avalia-se que recebam honorários próximos de 50 mil dólares, enquanto o salário do secretário-geral chegaria ao dobro. Os ganhos e despesas do presidente da Fifa nunca foram divulgados. A renovação no comitê é baixíssima. A maioria dos cartolas está no cargo há pelo menos quinze anos.

Um país que queira sediar a Copa do Mundo tem que aceitar todas as exigências listadas no chamado "Cadernos de Encargos" da Fifa. Se necessário, a legislação nacional é modificada. O Caderno especifica o tamanho dos estádios e das suas cadeiras, o tempo em que deve ser esvaziado em caso de emergência, a quantidade de banheiros, o número de minutos que se leva para ir dos centros de imprensa aos estádios, a dimensão das salas para acolher 14 500 convidados vip e vvip (chefes de Estado, de governo e celebridades) e até a intensidade da luz em caso de apagão.

Também obriga o anfitrião a conceder vistos de trabalho ao pessoal estrangeiro (mesmo que não haja acordos diplomáticos entre os dois países), dar isenção de taxas alfandegárias para todo o material relacionado ao evento, garantir a livre transferência de divisas e bancar a infraestrutura necessária para transportes e telecomunicações.

O Parlamento da África do Sul concedeu à Copa, em 2006, o status de "evento protegido" por uma legislação específica. No Brasil, as negociações para aprovar uma lei fiscal e uma geral que regulamentarão o mundial de 2014 já estão em negociação entre a Presidência da República, o Ministério do Esporte e a Fifa.

Um dos problemas à vista é a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e em áreas de seu entorno, o que é proibido no Brasil, mas que é capital durante os jogos da Copa: a Budweiser e a AmBev estão entre os maiores patrocinadores. "Isso será discutido mais para frente", disse o advogado Francisco Müssnich em um café da manhã, no Rio. "Durante a Copa, não há briga de torcida nem confusão como em jogos de campeonatos nacionais, o que motivou a proibição da venda de bebida no estádio." Müssnich é responsável por toda a parte jurídica do Comitê Organizador no Brasil.

A Federação também exige que o país-sede assine um termo reconhecendo o direito exclusivo da entidade para a exploração comercial dos jogos, o que inclui publicidade, marketing, licenciamento, direitos de transmissão e até o controle das vizinhanças dos estádios. A Fifa tem soberania no raio de um quilômetro em volta do local dos jogos. Nesse perímetro, até a circulação de cachorros é controlada pela entidade. Ali, só podem ser comercializados serviços e mercadorias dos patrocinadores oficiais. E um percentual de tudo o que vendem vai automaticamente para os cofres da Fifa.

Se um bar ou restaurante quiser exibir os jogos da Copa em televisões ou telões, terá que pagar direitos autorais à emissora que os transmite, a qual destina uma parte deles à Federação. Pagará também diretamente à Fifa uma licença de venda de bebida alcoólica. Na África do Sul, pela mesma lei, um camelô que mencione a expressão "Copa do Mundo" ou até "2010" na hora de vender seus cacarecos corre o risco de ser preso pela polícia.

"São demandas infindáveis e, algumas, inconstitucionais", disse-me a deputada Patricia de Lille, do partido Democratas Independentes, em seu gabinete parlamentar na Cidade do Cabo. Em um país com índice de desemprego beirando os 40%, onde metade da população vive com menos de 1 dólar por dia, De Lille acredita que os sul-africanos deveriam ter sido informados e consultados sobre o uso de verbas públicas nas obras para o mundial de futebol.

"É uma Copa elitista, que não se preocupou com o grosso dos fãs do esporte, o povo negro e desassistido, nem com o público das outras nações africanas, incapazes de pagar os preços dos ingressos e da acomodação que têm sido cobrados", disse a deputada, uma veterana da luta contra o apartheid. Menos de 2% dos ingressos foram vendidos para africanos fora da África do Sul.

O Parque Kruger, no nordeste do país, é a maior reserva natural da África. Em 2006, um consórcio ganhou a licitação para a construção de um estádio na entrada do Kruger, na cidade de Nelspruit. Entre as exigências do grupo, estava a de que engenheiros e trabalhadores especializados fossem instalados em locais onde a luz e os aparelhos de ar-condicionado estivessem garantidos. A única edificação em condições era uma escola primária de uma favela perto da obra. O governo da província não teve dúvida: há três anos a escola abriga o alojamento dos trabalhadores. As crianças foram transferidas para salas de aula provisórias, em contêineres de alumínio sem ventilação ou janelas.

Com colunas cor de laranja que lembram girafas gigantes, o estádio de Nelspruit custou 140 milhões de dólares. Palco de quatro dos 64 jogos, ele será usado por apenas seis horas durante a Copa. E dificilmente conseguirá depois lotar seus 46 mil lugares. Sua construção foi acompanhada por um escarcéu de suspeitas de corrupção, superfaturamento e desvio de verbas.

A contragosto, o governo formou uma comissão de inquérito para apurar as denúncias. Uma semana antes de ser convocado a prestar depoimento, o porta-voz de uma comunidade pobre da região, Jimmy Mohala, foi assassinado em frente à sua casa por homens encapuzados. No início do ano, Sammy Mpatlanyane, vice-diretor do Departamento de Esportes, Cultura e Recreação, também foi morto a tiros.

A Fifa rechaça a pecha de elitismo. Argumenta ter reservado 174 mil ingressos a serem distribuídos entre jovens pobres e operários que trabalharam nas obras da Copa. E cita os estádios de Ellis Park e o de Pretória, na proximidade de grandes favelas, como exemplos de ajuda a áreas miseráveis.

Apesar das entradas financeiras milionárias, a Federação é considerada, legalmente, uma entidade sem fins lucrativos. Seus gastos se resumem à organização de campeonatos, viagens de cartolas, repasses para times e confederações e prêmios para jogadores e seleções. Ela distribuirá nesse ano 420 milhões de dólares em prêmios e ajuda aos 32 times do mundial. É quase o dobro pago na Copa da Alemanha, em 2006. A seleção campeã ganhará 30 milhões de dólares; a vice, 24 milhões.

Para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o comitê organizador local receberá um aporte de 100 milhões de dólares. Caberá ao comitê, em associação com os administradores locais (clubes, governadores e prefeitos), iniciar obras de infraestrutura nas cidades-sede e de reforma de estádios.

A Fifa nunca perde dinheiro. Mesmo que o evento seja um fracasso, não há prejuízo. Ela sempre faz um seguro para se garantir contra qualquer eventualidade. Para as Copas de 2010 e 2014, bateu o recorde: 650 milhões de dólares de cobertura para o caso de algo sair errado.

Nas últimas décadas, as grandes competições esportivas passaram a ser vistas como uma oportunidade de recuperação de cidades. Haveria, de um lado, o aspecto material: a obrigação de organizar o torneio num período determinado e curto levaria os políticos locais a planejar a intervenção urbana, de modo a bem aproveitar os investimentos externos e internos, aumentar o turismo e gerar empregos.

De outro, existiria o aspecto imaterial: durante os dias de campeonato, a cidade ou país teriam a imagem difundida para uma plateia globalizada, o que supostamente aumentaria a chamada autoestima da população local e, numa suposição mais tênue ainda, atrairia mais investimento e turistas no futuro.

Na carta de intenções enviada à Fifa pleiteando a candidatura sul-africana, o presidente Thabo Mbeki escreveu que a aprovação do país significava o "renascimento africano". Argumentou que os jogos trariam crescimento econômico e orgulho nacional, deixando para trás "séculos de conflitos e pobreza". O arcebispo emérito Desmond Tutu disse que o mundial teria um impacto tão forte para os negros da África do Sul quanto a eleição de Barack Obama nos Estados Unidos. Uma estatística recente mostrou que 74% da população acredita que a Copa do Mundo trará benefícios sociais e econômicos.

O governo previa gastar cerca de 450 milhões de dólares na empreitada. Até agora, porém, gastou mais de 6 bilhões. Em seis anos, foram construídos cinco estádios e outros cinco foram reformados. O de Durban, que tem um bondinho que atravessa toda sua cobertura, foi planejado com a intenção de se transformar em um marco urbanístico da cidade, assim como a Ópera de Sydney ou o museu Guggenheim, em Bilbao.

Um novo aeroporto foi erguido e sete passaram por remodelações que os igualaram aos terminais europeus. Surgiram 35 novos grandes hotéis e o projeto de um trem de alta velocidade ligando Pretória a Joanesburgo saiu do papel (mas apenas o trecho entre o aeroporto e o bairro de Sandton estará pronto a tempo para o mundial). Só nas cerimônias de abertura e encerramento serão gastos 18 milhões de dólares.

"O mundo inteiro estará olhando para nós", disse Moloto Mothapo, porta-voz do Congresso Nacional Africano, o partido que está há dezesseis anos no poder. "Durante um mês, 15 mil jornalistas vão escrever e falar sobre a África do Sul. São mais de 400 emissoras de rádio e televisão. Isso é uma exposição que não tem preço."

O poder da divulgação de imagens fez com que o emir Hamad al-Thani, um dos homens mais ricos do mundo, negociasse com a Fifa bancar sozinho os 4,5 bilhões de dólares previstos para a organização da Copa de 2022* no seu país, o Catar.

Durante cinco anos, baseado nas experiências de países que sediaram campeonatos esportivos internacionais, um grupo de pesquisadores estudou os possíveis impactos da Copa na economia, na sociedade e na configuração urbana da África do Sul. O resultado da pesquisa está no livro Desenvolvimento e Sonhos: o Legado Urbano da Copa do Mundo de 2010, publicado no ano passado. A conclusão geral é que os benefícios materiais da Copa são decepcionantes.

Os textos mostram que as previsões costumam ser totalmente desmentidas pelos fatos. Os estudiosos sustentam que os países-sede têm de arcar com os prejuízos e com a manutenção de obras, mas elas quase nunca são reaproveitadas depois que a festa acaba. É praticamente impossível, dizem, recuperar os investimentos feitos para preparar o campeonato.

No aspecto imaterial, as perspectivas são melhores. Os dezoito ensaios afirmam que os maiores legados para as nações que organizam megaeventos esportivos são a exposição midiática, a melhoria na imagem internacional e o aumento da autoestima popular. As três heranças seriam maiores nos países em desenvolvimento. Seria o caso da China, que investiu 38 bilhões de dólares na Olimpíada de 2008 e conseguiu com que os jogos solidificassem, em todo o planeta, a nova imagem do país: capitalista, pujante, organizado e ditatorial.

Outro estudo, feito pelos americanos Robert Baade e Victor Matheson, do Lake Forest College, em Illinois, comparou o crescimento econômico, entre 1970 e 2000, de treze cidades que sediaram copas. Chegaram à conclusão que o desenvolvimento acompanhou as oscilações da economia mundial no período.

Em 2002, a Fifa previu que um milhão de turistas desembarcaria no Japão e na Coreia do Sul para assistir aos jogos da Copa, que foram divididos entre os dois países. O Japão atraiu 30 mil turistas a mais e a Coreia do Sul registrou o mesmo número de visitantes do ano anterior. A maioria dos estádios construídos continua sem uso. Em 2007, os gastos da União, estado e do município do Rio de Janeiro nos Jogos Pan-Americanos foram calculados em 409 milhões de reais, mas o evento custou 3,7 bilhões. O número de turistas foi o mesmo de anos anteriores e o Pan deixou como herança dois elefantes brancos, o Velódromo da Barra e o Parque Aquático Maria Lenk. O Brasil e o Rio desperdiçaram dinheiro com os Jogos. Só ganharam os espertalhões de sempre: políticos, atravessadores, empreiteiros.

Mesmo entre os países que dizem ter faturado com o mundial, há controvérsias em torno das estatísticas. Na Copa do Mundo de 2006, a Alemanha investiu 5 bilhões de dólares e, ao final da temporada, anunciou um ganho de 170 milhões. Boa parte do dinheiro, contudo, resultou apenas na transferência de investimentos e lucros de um setor para outro da economia. Seria o caso de um alemão de Hamburgo que, em vez de ir ao cinema ou a um restaurante na sua cidade, foi assistir a uma partida em Berlim.

Quando se compara o total de dinheiro que entrou na Alemanha, via turistas estrangeiros, com o que foi gasto na organização, a Copa teria dado prejuízo. Isto porque o número de visitantes do exterior permaneceu o mesmo entre 2000 e 2007. Quem de fato lucrou foram setores de pouco peso na economia alemã, como cervejarias, casas de câmbio, companhias aéreas regionais e fabricantes dos produtos licenciados para a Copa.

O maior ganho foi, novamente, intangível: a impressão geral deixada pelo povo alemão, que se mostrou acolhedor e hospitaleiro, serviu para exorcizar resquícios da imagem autoritária associada ao nazismo. Foi um efeito equiparável ao das Olimpíadas de Tóquio, de 1964, quando os jogos serviram para mostrar ao mundo um Japão oposto ao da Segunda Guerra Mundial: aberto ao exterior, moderno, uma potência tecnológica, mas pacífica.

Os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, são considerados o grande exemplo de um evento esportivo bem-sucedido, tanto no aspecto material como imaterial. Barcelona recebeu uma injeção de 6 bilhões de dólares em investimentos que mudaram a fisionomia da cidade.

O transporte urbano, sobretudo a circulação de carros, foi completamente alterado, o metrô foi ampliado e modernizado, a construção da Vila Olímpica levou moradores para perto do mar. Tudo isso fez com que a cidade passasse por uma revitalização urbana e um crescimento econômico acelerados, opostos ao que ocorria no resto da Espanha e na Europa. Barcelona tomou o lugar de Madri como metrópole da península ibérica e aprofundou sua vocação turística.

Mas persiste a dúvida se a cidade poderia ter feito o mesmo sem o pretexto dos Jogos Olímpicos. Para o economista Stefan Szymanski e o jornalista Simon Kuper, autores de Soccernomics, escrito depois da Copa da Alemanha, a resposta é sim. Eles defendem que, mesmo que haja um adicional econômico ao Produto Interno Bruto, ele não é comparável ao gasto com as obras de infraestrutura. Ou seja: sai mais barato construir as obras de que o país precisa do que gastar bilhões em um evento cujo objetivo é beneficiar patrocinadores e organizadores.

Como a maioria dos trabalhadores é terceirizada e tem contratos temporários, quando a Copa sul-africana terminar, no final de julho, 150 mil operários estarão desempregados. "Os empregos são temporários, a cerveja à venda nos estádios não é sul-africana e muito menos os produtos licenciados, que são todos importados da China, de empresas que usam trabalho escravo e crianças", disse-me Patrick Craven, porta-voz da Cosatu, a maior central sindical sul-africana. O dono da empresa responsável pela importação dos produtos chineses é um deputado do Congresso Nacional Africano.

Um estudo de pesquisadores ligados ao governo da província do Cabo Ocidental (agora nas mãos da Aliança Democrática, o maior partido de oposição) demonstrou ser impossível que o estádio de Green Point venha a se autofinanciar. Mesmo que o campeonato de rúgbi seja transferido para o estádio, e que abrigue todos os anos sete jogos nacionais, sete concertos, dezenas de conferências, palestras e eventos, ainda assim haverá um custo de manutenção de 3 milhões de dólares. A conta terá que ser paga pelo governo, o que pode significar aumento de impostos para a população.

Continua...

Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline _Juca_

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #359 Online: 05 de Março de 2012, 12:32:04 »
Da série, "Eles não contavam com a Dilma..." !!!

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Apesar das duras criticas dirigidas ao Brasil nos últimos dias, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, poupou Ricardo Teixeira e, com isso, levantou suspeitas dentro da própria entidade de que a ofensiva não passaria de uma espécie de retaliação contra o governo pela forma que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem sido alvo de investigações e acusações.


Planato trabalha para abafar Valcke, principal aliado de Ricardo Teixeira dentro da Fifa
Segundo fontes na Fifa que não fazem parte do grupo de aliados de Valcke, por trás de declarações aparentemente explosivas está uma manobra política orquestrada para escancarar ao mundo a ineficiência das autoridades brasileiras. Em contrapartida, Teixeira, pivô de escândalos de suspeitas de corrupção no Brasil, é blindado das críticas lançadas pela Fifa.

"Teixeira teve o apoio de diferentes federações (estaduais brasileiras)'', declarou Valcke no fim de semana ao ser questionado sobre a posição da entidade em relação a seu interlocutor na preparação para a Copa. "Por enquanto, ele é o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local. Talvez tome uma decisão sobre seu futuro nos próximos dias. Mas minha principal preocupação é de que as coisas não estão se movendo rapidamente.''

Na semana passada, Teixeira comandou uma assembleia na CBF e avisou aos presidentes de federações de que vai continuar no cargo. No entanto, são significativos os indícios de que irá licenciar-se do cargo brevemente, para cuidar de sua saúde - anda às voltas com uma diverticulite.

No sábado, Ricardo Teixeira foi um dos poucos, no Brasil, a não responder a Valcke com indignação. Ao contrário, apresentou-se como aquele que vai resolver os problemas. Em nota, garantiu que as obras da Copa serão concluídas e que Valcke pode ficar "tranquilo''.

Se Teixeira é persona non grata entre o círculo de amigos do presidente da Fifa, Joseph Blatter, sua relação com o secretário-geral é de amizade. Em várias ocasiões, Valcke e Blatter já deram declarações desencontradas sobre a situação no Brasil. No ano passado, quando o presidente da entidade disse ao Estado que queria a abertura da Copa no Maracanã, Valcke reagiu irritado.

Para observadores na Fifa consultados agora pelo Estado, as declarações de Valcke - na sexta-feira disse que o Brasil precisava levar um "chute no traseiro'' e começar a trabalhar efetivamente para viabilizar o Mundial e no sábado classificou a reação do governo federal como um "pouco pueril'' - servem como um recado direto ao governo de que ele mantém seu apoio a Teixeira.

Grupo. Não foi por ofensa à pátria, portanto, que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, agiu rapidamente para isolar o cartola francês. A decisão do governo de pedir o afastamento de Valcke das negociações com o Brasil também seria uma forma que o Palácio do Planalto encontrou para reduzir ainda mais o poder do grupo de apoio de Teixeira dentro da estrutura da Copa.

A presidente Dilma Rousseff já deixou claro que não recebe Teixeira. Agora, espera abafar seu principal aliado dentro da Fifa, o francês Jérôme Valcke.

Na Fifa essa opção dificilmente vingaria, pois todas as decisões passam por dois homens: Valcke e Blatter, que centralizam o poder. Blatter, porém, não tem qualquer interesse em passar seus dias negociando cada detalhe da organização de um Mundial, um trabalho que tradicionalmente é do secretário-geral.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,valcke-bate-no-governo-para-poupar-ricardo-teixeira,844086,0.htm

Offline Geotecton

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #360 Online: 05 de Março de 2012, 13:18:07 »
Da série, "Eles não contavam com a Dilma..." !!!

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[...]
A presidente Dilma Rousseff já deixou claro que não recebe Teixeira. Agora, espera abafar seu principal aliado dentro da Fifa, o francês Jérôme Valcke.

Na Fifa essa opção dificilmente vingaria, pois todas as decisões passam por dois homens: Valcke e Blatter, que centralizam o poder. Blatter, porém, não tem qualquer interesse em passar seus dias negociando cada detalhe da organização de um Mundial, um trabalho que tradicionalmente é do secretário-geral.

Eu duvido.

Aposto que a Dilma (e todo o governo) já está no esquema da FIFA.

Isto é "blá-blá-blá" para 'inglês ver'.
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Offline Derfel

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #361 Online: 05 de Março de 2012, 19:09:18 »
Para contribuição ao debate:

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Brasil deve se impor à Fifa na Copa, diz Jennings
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, jornalista escocês que denunciou escândalos na federação mundial de futebol e na CBF diz que o Brasil não precisa se curvar às exigências feitas que ferem a sua soberania

POR EDUARDO MILITÃO | 27/10/2011 06:00
CATEGORIA(S): COPA DO MUNDO DE 2014, MANCHETES, NOTÍCIAS, QUESTÃO DE FOCO
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"Mandem eles tomar no ..." Essa é a sugestão de Andrew Jennings para o Brasil com relação às exigências da Fifa
A Copa do Mundo é nossa, e não da Fifa. Assim se pode resumir a opinião do jornalista escocês Andrew Jennings sobre o campeonato mundial de futebol que o Brasil sediará em 2014. Para Jennings, o Brasil deve aproveitar o momento de fragilidade da Federação Internacional de Futebol Associação (Fifa) para impor suas atuais leis e não admitir nenhuma retirada de direitos, como prevê o projeto de Lei Geral da Copa. Jornalista da rede de televisão britânica BBC, Andrew Jennings tem sido uma dor de cabeça constante para a Fifa. Autor do livro Jogo Sujo – o mundo secreto da Fifa, ele denunciou esquemas de corrupção na federação de futebol, que resvalaram também na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e em seu presidente, Ricardo Teixeira. Na quarta-feira (27), esteve na Comissão de Educação e Desporto do Senado para uma audiência pública. No mesmo dia, concedeu uma entrevista exclusiva ao Congresso em Foco. Segundo ele, a Fifa não tem escolha: ou faz a Copa no Brasil ou não faz em lugar nenhum devido ao pouco tempo que resta para o Mundial de 2014. Some-se isso à crise financeira européia e norte-americana e à falta de estrutura de países como Rússia e Catar. O apelo turístico do Brasil é infinitamente maior, asseverou Jennings.

“São dois anos e meio. O tempo é curto, e você está apertado por ela para fazer a Copa de qualquer forma. A essa altura, ninguém além do Brasil pode ou gostaria [de sediar a Copa]”, afirmou ele. O momento não poderia ser melhor para o Brasil impor suas condições, disse o jornalista. “Na guerra, você ataca quando o inimigo está fraco”. Ele acha que a presidenta Dilma Rousseff está com a posse da bola. “Este é o melhor momento para a presidenta Dilma dizer: ‘Nós adoramos a Copa, nós vamos fazer o máximo para ganhar a Copa do Mundo, mas nós governamos este país’.”

Jennings disse que os congressistas também devem endurecer com a Fifa porque ela está “na mão” do Brasil. Para ele, os parlamentares que analisam o projeto da Lei Geral da Copa no Congresso não devem aceitar as imposições da Fifa que afrontam as normas brasileiras, como o fim da meia-entrada para estudantes, a permissão para venda de bebidas alcoólicas nos estádios, o comércio exclusivo da Fifa ao redor das arenas e a transferência de responsabilidades sobre os problemas que acontecerem para o governo federal (o Estatuto do Torcedor exige que o organizador do evento seja responsável por qualquer problema durante as partidas).

Ele criticou o fato de os brasileiros não protestarem contra a isenção de impostos já aceita pelo Congresso. Lembrou que a Holanda rejeitou essa proposta quando disputou a sede de uma Copa – mas ficou sem o Mundial.

“Bandido e ladrão”

Na entrevista com o site, Jennings também não poupou o presidente da CBF, Riscardo Teixeira. Os adjetivos usados por ele para qualificar Teixeira são fortes: “bandido” e “ladrão”. Para Jennings, Teixeira deveria ser retirado do comando da organização da Copa de 2014. Sobraram críticas pesadas também para o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e para o ex-chefão da entidade João Havelange, ex-sogro de Teixeira.

Andrew Jennings é um dos mais conhecidos repórteres investigativos britânicos. Hoje, ele comanda a revista “Panorama”, da BBC de Londres, programa de TV no qual noticiou que Teixeira, Havelange e outros cartolas do futebol internacional admitiram à Justiça terem recebido subornos nos anos 90. Essa é apenas uma das suas reportagens polêmicas. Em 1989, ele denunciou a Scotland Yard, agência de investigação da Inglaterra, no livro Sctoland Yard’s Cocaine Connection (A Conexão Scotland Yard da Cocaína). Os organizadores dos Jogos Olímpicos foram seus alvos em dois livros, The Lord of The Rings, Power, Money and Drugs in the Modern Olympics (O Senhor dos Anéis, Poder, Dinheiro e Drogas nos Jogos Olímpicos Modernos) e The New Lords of The Rings (Os Novos Senhores dos Anéis).

Sobre as denúncias contra a Fifa, o jornalista afirma acreditar que em no máximo um ano a Suprema Corte da Suíça vai dar ganho de causa à rede de televisão e liberar investigação policial sigilosa que contém mais detalhes dos fatos já noticiados. Leia abaixo o que disse Andrew Jennings ao Congresso em Foco:

Congresso em Foco – De acordo com suas reportagens, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, admitiu à Justiça suíça ter recebido subornos. No que isso pode atrapalhar a organização da Copa do Mundo de 2014?
Andrew Jennings – Pode atrapalhar em várias coisas. Um bandido profissional não pára de roubar. Não é apenas uma ocasião em que ele recebeu várias propinas. Aqui no Brasil vocês têm uma série de evidências que estão sendo investigadas. Não há dúvida nenhuma de que ele é um corrupto. Um excelente trabalho do jornalista Juca Kfouri descobriu que contratos sigilosos foram feitos pela CBF (ele é a CBF) que utilizam dinheiro público e a CBF recebe uma parte dos lucros. O problema para o Brasil agora é vocês têm a Copa do Mundo. Há uma atenção internacional muito maior sobre Teixeira e sobre o Brasil do que jamais houve no passado. O nome dele agora é presença constante nos noticiários mundiais, seja pelas histórias originadas aqui no Brasil e também por histórias que têm a ver com as investigações que a Fifa sofre no momento. O escândalo está em todas as partes. Desde o relatório do senador Álvaro Dias em 2001 [Jennings refere-se à CPI do Futebol]. E também têm as histórias que vêm da Suíça, onde a Fifa está sendo investigada com essas histórias de propina.

O que falta saber?
Quando você está falando de ladrão, existe a possibilidade de existirem crimes dos quais a gente ainda não sabe. Mas o que vai acontecer com certeza é a publicidade que vai ser dada à investigação que corre na Justiça suíça. Para lembrar: existe esse relatório da polícia, que é confidencial, no qual o Teixeira e o Havelange admitiram ter recebido suborno. Esse relatório é confidencial até o momento, mas ele vai ter que ser tornado público. A BBC tomou as iniciativas legais. Tem muita mídia suíça envolvida. Nós já ganhamos o primeiro round desse processo. Teixeira apelou, entrou com recurso. Nós vamos ganhar a sentença na próxima instância. Nós esperamos que isso vá à Suprema Corte. Os advogados da BBC disseram que vamos ganhar, mas que pode levar até 12 meses para a Suprema Corte suíça decidir. Há jurisprudência. A Corte da Suíça já declarou que é um assunto de interesse público. Então, é certeza que isso vai acontecer.

Aqui no Brasil há um projeto de Lei Geral da Copa, feita em acordo com a Fifa, o Ricardo Teixeira e o Ministério do Esporte. O projeto encontra-se em discussão no Congresso. Entre as medidas, há várias coisas que contrariam normas brasileiras para os eventos esportivos locais, como o repasse da responsabilidade do organizador do evento para o governo federal, a permissão de venda de bebidas alcoólicas nos estádios. A Inglaterra aceitaria isso? A Alemanha aceitou isso?
A Inglaterra aceitou alguns dos termos. Mas o governo jamais vai dizer para a população o que eles aceitaram e o que eles não aceitaram. A Holanda, quando estava disputando com a Bélgica, publicou todos os documentos. E foi um sentimento de comoção pública. Eu fui fazer uma filmagem na Holanda e conversei com um professor de direito tributário lá. O professor me disse: “Você pensa que os paraísos fiscais estão no Caribe, mas a Fifa está tentando criar paraísos fiscais dentro do meu próprio país”.

A Holanda aceitou os termos da Fifa?
Não. As exigências tributárias deles afetavam a União Européia.

A Alemanha aceitou alguma coisa na área tributária?
Acho que sim. Não sei os detalhes na Alemanha. A questão é simples aqui: quem governa este país é a Fifa ou o governo federal?

Mas o problema é o risco de o país, ao não ceder, perder a chance de sediar a Copa do Mundo.
Não há nenhuma chance de isso acontecer. Nenhuma chance. Primeiro: qual outro país poderia sediar?

Os Estados Unidos.
Se o Brasil não aceitasse seria por não ter aceitado a corrupção e as imposições da Fifa contra a sua soberania. O Brasil não aceita essas condições e os Estados Unidos aceitam? Então, o Brasil não aceita porque existe corrupção na Fifa e os Estados Unidos vão aceitar? Não acho que isso seja provável.

Argentina, Peru, Colômbia…
Tem uma outra razão. Eles têm bilhões de dólares? São dez homens corruptos no comando da Fifa na Suíça. Três desses dez são latinoamericanos. O mundo ama o Brasil. Vocês não declaram guerra a ninguém, vocês não invadem ninguém, vocês têm o melhor futebol do mundo, uma cultura fenomenal, o clima é ótimo. Blatter falaria alto, mas na hora jamais faria isso. O mundo diria: “Porque o Brasil não aceitou Ricardo Teixeira no comando da CBF, não aceitou as mudanças na legislação tributária, vocês tiram a Copa de lá?”

O Brasil aceitou as mudanças na lei tributária. O que está em jogo agora são outras mudanças.
Não deveriam ter aceito as mudanças na legislação tributária. E deveriam estar criticando isso porque vocês são um país soberano. E fica aí outra razão pela qual os Estados Unidos não aceitariam. Lá, a estrutura tributária é estadual. Na Inglaterra, você tem uma legislação tributária para o país inteiro. Nos EUA, são 50 estados e cada um tem sua legislação. Não chegariam a um acordo único como no Brasil. Se você olhar nas avaliações para a Copa de 2022, o Catar falou “ok” para tudo, porque eles não são um país democrático, eles estão preparados para comprar a Copa do Mundo.

Então? Catar, Rússia, México, não assumiriam isso?
México não poderia. Eles não têm o dinheiro. E você não vai a um país onde 25 pessoas levam um tiro por dia.

A violência no Brasil é alta.
No México, é diferente. O México teria que construir estádios. O México não poderia fazer e os EUA não gostariam.

Absolutamente nenhum país teria condições e o desejo de assumir uma Copa além do Brasil?
Nós vamos tolerar os corruptos e assumir o Teixeira?

E se eu for um país de corruptos?
Você sabe quanto custa? Nenhum país europeu aceitaria. E o resto do mundo não pode pagar.

Alemanha?
Os alemães ficariam malucos com essa possibilidade. Quem são os maiores críticos da Fifa hoje? Os alemães. Custa muito dinheiro. Você perde turistas. Eles falam essa grande mentira. “Todas essas pessoas vão vir pro seu país”. Tem alguma verdade nisso. Mas os turistas não vêm. Imagine que você é um estrangeiro, vindo para o país não exatamente para a Copa. Você gostaria de visitar os lugares turísticos do Brasil. Você gostaria de encontrar um milhão de torcedores de futebol bêbados? Aeroportos cheios deles? Você ganha nos fãs, mas perde nos turistas. E tem muitos estudos acerca disso. Nós estamos falando de uma grande quantia de dinheiro, num tempo de recessão mundial. Eu não sei a situação do Brasil, mas a Europa… A Alemanha está brigando com o [Sílvio] Berlusconi [presidente da Itália] porque não querem pagar para eles, a Espanha… Nós não temos dinheiro.

O senhor recomendaria que os deputados e senadores do Brasil endurecessem com a Fifa porque eles têm a Fifa “na mão”?
Eles têm, porque é muito tarde para irem embora. Realmente, eles têm a Fifa na mão. Temos 2012, 2013 e metade de 2014. São dois anos e meio, e você está pressionado para tudo ficar pronto de qualquer forma. Mas ninguém mais pode. Pode ou gostaria. Veja a situação dos EUA, cortando investimentos públicos. Vai gastar num jogo de futebol?

O que se tem em jogo é: liberar bebida nos estádios, proibir a meia-entrada para estudantes, repassar as responsabilidades para o governo federal e fechar o comércio ao redor dos estádio exclusivamente para a Fifa…
Manda eles tomar no rabo [mostra o dedo médio]!

Considerando tudo isso, é a hora de “enfiar a faca no pescoço” da Fifa?
Na guerra, você ataca quando o inimigo está fraco. Não quando ele está forte. Esse é o melhor momento para a presidenta Dilma dizer: “Nós adoramos a Copa, nós vamos fazer o máximo para ganhar a Copa do Mundo, mas nós governamos esse país”. Vocês têm um governo eleito, eleições livres, ninguém vai dizer o que vocês têm que fazer. A Copa do Mundo no Brasil celebra várias coisas. Celebra o Brasil, celebra a emergência como uma potência econômica mundial, celebra que vocês, apesar de ainda estarem construindo instituições, vieram de um longo período de ditadura militar. Lula foi preso, Dilma foi presa e outros muitos. Vocês saíram dessa situação. Eu sei que vocês têm problemas com corrupção, leva tempo para restaurar a democracia após o período ditatorial. Mas vocês estão indo nesse caminho. E como vamos chamar o Teixeira. Ele é um brasileiro orgulhoso? Ou ele é um invasor da Fifa que quer se meter com tudo? Na Inglaterra, nós banimos os hoolingans [torcedores violentos]. Se você for condenado numa corte inglesa por ser um hoolingan, que é contra o interesse público, você nunca mais vai a um jogo de futebol. Você é banido dos estádios. Tudo o que o Ricardo Teixeira está fazendo é contra os interesses do Brasil. Por que não baní-lo da Copa do Mundo? Como um estrangeiro, eu não preciso convencer você ou ninguém do Brasil. Vocês sabiam disso antes de eu vir aqui. Eu pego notícias do mundo inteiro que envolvem a mesma coisa que eu estou dizendo. E não tem ninguém dizendo que eu estou errado. “Não, senhor Jennings, Ricardo Teixeira é um homem honesto”. Por que não pega a lógica disso pra frente, tira ele, a filha dele, o advogado. Você sabe mais do que eu. Eu só sei isso. O mundo inteiro sabe o que eu sei.

Tudo sobre a Copa do Mundo
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/brasil-deve-se-impor-a-fifa-na-copa-diz-jennings/

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Re:Copa 2014
« Resposta #362 Online: 06 de Março de 2012, 13:46:09 »
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Fifa e COL iniciam nova vistoria por estádios em meio a embate governo x Valcke

Dirigente chegará ao país no próximo domingo para também inspecionar algumas cidades

A partir desta terça-feira, 6 de março, em São Paulo, integrantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) vão começar uma nova etapa das vistorias nos estádios para a Copa do Mundo de 2014. Até o dia 12 deste mês, eles visitarão outras cinco cidades - Porto Alegre (7/3), Curitiba (8/3), Cuiabá (9/3), Manaus (10/3) e Natal (12/3) - para saber o andamento das obras.

No entanto, o que era para ser uma inspeção "tranquila" transformou-se em turbulência desde a última sexta-feira, quando o secretário-geral da Fifa, Jèrôme Valcke, afirmou que o Brasil precisa de um "chute no traseiro" para acelerar as reformas ao Mundial. E o dirigente chegará ao país no próximo domingo para também vistoriar algumas cidades.

Por causa disso, o governo federal - através do ministro do Esporte, Aldo Rebelo - já pediu à entidade máxima do futebol mundial que tire Valcke do cargo de interlocutor com a organização da Copa de 2014. A reclamação pelo termo utilizado por Valcke rendeu até comentário forte do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que o chamou de "vagabundo".

O secretário da Fifa, em um primeiro momento, chamou a reclamação brasileira de "infantil", mas nesta segunda-feira afirmou ter havido um erro de tradução da expressão francesa 'se donner un coup de pied aux fesses', que significaria apenas 'acelerar o ritmo'. "Infelizmente, essa expressão foi traduzida para o português usando palavras muito mais fortes", defendeu-se o dirigente.

Na visita ao Brasil na próxima semana, Jèrôme Valcke espera ser recebido pelo governo federal, algo que pode ter mudado depois da famigerada expressão. A presidenta Dilma Rousseff e Aldo Rebelo não estariam dispostos a realizar o encontro com o secretário da Fifa, mas o pedido de desculpas poderia demovê-los da ideia.

Sobre a inspeção nos estádios para a Copa de 2014, Fifa e COL vão encontrar um cenário pouco mais otimista em São Paulo, Cuiabá, Manaus e Natal. Em Porto Alegre, o Beira-Rio está com suas obras há mais de 250 dias por causa do impasse envolvendo a construtora Andrade Gutierrez, que não apresentou as garantias financeiras ao Banrisul para pegar o empréstimo junto ao BNDES.

Já em Curitiba, a Arena da Baixada também tem atraso nas reformas, mas as interferências no estádio do Atlético-PR são menores com relação a outras sedes.

http://esportes.br.msn.com/futebol/fifa-e-col-iniciam-nova-vistoria-por-est%c3%a1dios-em-meio-a-embate-governo-x-valcke
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Lei Geral da Copa: meia-entrada e venda de bebidas entram em votação

A comissão especial que analisa a Lei Geral da Copa (PL 2330/11) se reúne nesta terça-feira (6) para votar novamente o parecer do relator e deputado Vicente Candido (PT-SP).

O texto, que foi aprovado na última terça-feira (28), deverá ser votado novamente para evitar questionamentos jurídicos, pois, na primeira votação, os trabalhos do Plenário e do colegiado coincidiram, o que não é permitido pelo regimento interno.

A comissão também deverá analisar os destaques apresentados no texto, entre eles, a permissão para a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014.

De acordo com a Agência Câmara, o parecer de Candido autoriza a venda de bebidas durante a Copa, enquanto três destaques – apresentados pelo PPS, pelo PSC e pelo PCdoB – pedem a retirada do texto essa permissão.

Outros assuntos que devem gerar bastante discussão durante a votação são a previsão de meia-entrada para idosos e a reserva de 300 mil ingressos populares para estudantes e beneficiários de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Os ingressos populares poderão ser vendidos a US$ 25, cerca de R$ 43.

Visto eletrônico

Apresentado pelo PSDB, um destaque pede que o visto eletrônico seja estendido para estrangeiros a outros eventos desportivos, já que o relatório autoriza um processo simplificado de visto, pela internet, caso o estrangeiro venha ao País para assistir aos jogos da Copa.

Além disso, o partido quer ampliar as organizações estudantis autorizadas a expedir carteiras de estudante, seguindo as legislações estaduais.

Desistência

O PSDB também pretende retirar a proibição da propaganda de marcas não patrocinadoras do evento nas imediações dos estádios e mudar o trecho que prevê multa para o consumidor, no caso de desistência da compra do ingresso. O argumento é de que a desistência é garantida pelo CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Apesar disso, Candido afirma que a desistência da compra não se aplica a eventos como jogos de futebol, uma vez que eles têm data marcada e dependem de organização prévia. “As entidades de defesa do consumidor não conseguiram demonstrar quais partes da Lei Geral da Copa feririam o Código de Defesa do Consumidor, fizeram apenas ‘alertas gerais’. Achamos que os direitos estão garantidos”, completa.

Depois de aprovado pela comissão, o projeto deverá ser analisado pelo Plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado. O governo quer votar a proposta em Plenário entre os dias 13 e 15 deste mês.

Relação conturbada

A votação se dá em meio à polêmica relação entre o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Depois de Valcke fazer duras críticas aos atrasos na organização do Mundial no Brasil, Rebelo pediu à Fifa a troca de interlocutor entre a entidade e o governo federal.

“Recebemos com espanto as inapropriadas declarações do senhor Jérôme Valcke nos últimos dias à imprensa internacional. A forma e o conteúdo das declarações escaparam aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária, como a Fifa”, diz Rebelo na carta, segundo publicado pelo Agência Brasil.

Após o Brasil oficializar o pedido de mudança de interlocutor, Valcke enviou um pedido de desculpas ao ministro. Ele disse que lamenta “profundamente” a interpretação incorreta de suas declarações. Segundo o secretário-geral da Fifa, em francês, a expressão "um chute no traseiro" significa “apenas acelerar o ritmo”.

http://dinheiro.br.msn.com/suascontas/lei-geral-da-copa-meia-entrada-e-venda-de-bebidas-entram-em-vota%c3%a7%c3%a3o?page=0

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Re:Fecha o tempo entre Brasil e FIFA.
« Resposta #363 Online: 06 de Março de 2012, 18:47:22 »
Ótimo texto de Milton Neves (ou do seu filho Fábio Lucas):

Bronca de Valcke revelou como somos hipócritas

Vivemos no “país do jeitinho”.

Furamos fila, até do transplante de órgãos, sem vergonha alguma.

Atrasamos contas e, mesmo assim, nos assustamos com o tamanho da multa.

Desconfiamos da polícia, somos mal tratados em delegacias, vivemos presos em casa com os bandidos soltos por aí.

Achamos um absurdo quando nos pedem para respeitar uma regra, como, por exemplo, não estacionar nas vagas exclusivas para idosos e deficientes físicos.

Afinal, burlamos essa lei todo santo dia.

No domingo, acompanhamos o Fantástico com a certeza absoluta que um novo caso de corrupção será divulgado.

Consideramos uma atitude normal pagar “algum por fora” para um funcionário “quebrar o galho” nas mais diversas situações.

Usamos relógio por mera curiosidade de saber que horas são, porque nunca respeitamos os horários dos nossos compromissos.

Somos indolentes, deixamos tudo para última hora, e ainda achamos graça.

Somos mal-educados ao jogar, de papel de bala e bituca de cigarro na rua, a sofá nos rios e córregos.

Em vez de não beber antes de dirigir, criamos sites e blogs para alertar onde estão as blitzes.

Reclamamos da falta de educação no trânsito, mas somos capazes de cuspir nas costas de um trabalhador em um estádio de futebol.

Nos nossos ginásios de vôlei, jogadores são chamados de “bicha” e “macaco”, sem pudor, nem punição.

Temos como ídolo da maior torcida do Brasil um “falso malandro” como Ronaldinho Gaúcho, a reinvenção dentuça e milionária de Vampeta no Flamengo.

Pagamos impostos por educação, saúde e segurança pública, mas os que podem recorrem a empresas particulares devido ao caos instalado nas instituições públicas.

Vivemos em um país que não incrimina ninguém pela morte de uma garota de três anos, vítima de um jet ski desgovernado, na praia.

Vivemos em um país que os donos de postos de combustíveis de São Paulo sobem imediatamente os preços por causa de uma crise de abastecimento no setor.

Somos cordeiros, aceitamos tudo passivamente, nos identificamos com a música “Vida de Gado”, de Zé Ramalho.

Nossos gritos de indignação e socorro são virtuais, acontecem pelo Twitter e Facebook.

Nosso poder de mobilização, ultimamente, tem sido verificado em eventos “alternativos”, como Parada Gay, Marcha da Maconha e festas rave.

Somos representados no Congresso Nacional por políticos vagabundos, que vivem às nossas custas sem nos dar nada em troca.

Temos o desejo oculto de chutar a bunda de cada um desses sanguessugas, que nada mais são do que o espelho da nossa sociedade.

Ao criticar o francês Jérôme Valcke, o (detestável e arrogante) secretário-geral da Fifa, damos uma aula de hipocrisia.

Porque nós, brasileiros, estamos longe de ser orgulhosos.

Se fôssemos, viveríamos em outra realidade e a bronca histórica e justa do cartolão estrangeiro não teria acontecido.

Notas

- Valcke errou obviamente na forma, mas acertou no conteúdo.

- A Fifa não colocou uma arma na cabeça de Ricardo Teixeira e Lula para levar a Copa do Mundo ao Brasil.

- Pelo contrário, o País se comprometeu a cumprir as exigências da entidade e, desde então, só enrolou.

- Nem um compromisso com o maior evento do esporte mundial, somos capazes de atender.

- Por fim: se você não é o brasileiro típico, e se sentiu ofendido pelas palavras do francês, merece uma salva de palmas.


http://blogmiltonneves.bol.uol.com.br/blog/2012/03/06/bronca-de-valcke-revelou-como-somos-hipocritas/
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

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Re:Copa 2014
« Resposta #364 Online: 07 de Março de 2012, 13:24:37 »
Ao telefone, Joseph Blatter e Aldo Rebelo pregam harmonia entre Fifa e Brasil

Presidente da Fifa quer encontro com Dilma na próxima semana, mas ministro do Esporte não confirmou se a ideia foi aceita

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, conversou pelo telefone nesta terça-feira com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e ambos prometeram que buscarão assegurar a harmonia na relação entre o governo brasileiro e a entidade que comanda o futebol mundial, informou o Ministério do Esporte.

O contato telefônico entre Aldo e Blatter acontece após um tensionamento público das relações entre a Fifa e o governo por conta da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil.

Os atritos tiveram início com as declarações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que criticou atrasos em obras para o Mundial e disse que os organizadores precisavam levar um "chute no traseiro" para fazer a Copa acontecer.

A declaração levou Aldo a anunciar o veto do governo a Valcke como interlocutor para a preparação do Mundial. Essa decisão, por sua vez, fez tanto Valcke quanto Blatter enviarem cartas com pedidos de desculpas ao governo brasileiro.

"Aldo Rebelo reafirmou a determinação do governo federal de manter um ambiente de cooperação e harmonia com a Fifa nos preparativos da Copa, mas novamente lamentou o episódio envolvendo o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke", disse o ministério em nota em que informa da conversa telefônica.

"O presidente da Fifa garantiu ao ministro que o fato não se repetirá e que a intenção da entidade é trabalhar conjuntamente com o governo, para garantir que a Copa em 2014 seja um sucesso."

Em sua carta endereçada a Aldo, divulgada pelo ministério nesta terça, Blatter pede uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff e Aldo na semana que vem, quando Valcke também tem uma visita ao país agendada. O Ministério do Esporte, no entanto, não informou se a possibilidade desse encontro foi discutida na conversa telefônica entre o ministro e o presidente da Fifa.

http://esportes.br.msn.com/futebol/ao-telefone-joseph-blatter-e-aldo-rebelo-pregam-harmonia-entre-fifa-e-brasil

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #365 Online: 07 de Março de 2012, 20:37:52 »
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O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, conversou pelo telefone nesta terça-feira com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e ambos prometeram que buscarão assegurar a harmonia na relação entre o governo brasileiro e a entidade que comanda o futebol mundial

Aposto que enquanto se falavam cada um fazia gestos abscenos com o dedo para o outro. :lol:

Offline Lakatos

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Re:Copa 2014
« Resposta #366 Online: 07 de Março de 2012, 21:49:13 »
Fato do dia: a Fifa já está ficando sem bolas de jogo de tanto que o Messi anda levando pra casa...

Offline J Ricardo

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Re:Copa 2014
« Resposta #367 Online: 08 de Março de 2012, 17:21:00 »
O valor sugerido para os ingressos da 1ª Fase foi de $20, e os mais caros seriam $900, seguindo o 'padrão-FIFA'.

O total de ingressos da Copa é de 3.3 milhões, sendo que estimam a procura dos ingressos por 10 milhões de torcedores.

Começariam as vendas ano que vem, 2° semestre - 2013.

 :arrow: Mais alguém aqui é contra a meia-entrada dos estudantes e idosos? Pra quê eles precisam ter este benefício? O gosto pelo futebol independe de classe ou idade, ou qqr outra coisa. O próprio idoso já tem assegurado em lei prioridade em atendimento ao público, já não tá legal ficar em primeiro na fila? E o estudante? Aposto que vai ter gente se matriculando só pra ter esse direito. Isso se não tiver gente tentando ficar velho à força tbm! É aquele jeitinho brasileiro hehehe



 :!: Porque eles tem esses direitos e os indígenas não, por exemplo?
« Última modificação: 08 de Março de 2012, 17:23:36 por José Ricardo »

Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #368 Online: 08 de Março de 2012, 17:29:14 »
Porque uma quantidade relevante dos Senadores fará jus a esse direito...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Derfel

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Re:Copa 2014
« Resposta #369 Online: 08 de Março de 2012, 17:44:47 »
O problema não é eles terem esses direitos, mas que eles existem na legislação e devem ser aplicados. A legislação não deve ser mudada ou ser exceção apenas por causa de um evento esportivo.

Offline _Juca_

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Re:Copa 2014
« Resposta #370 Online: 08 de Março de 2012, 17:48:17 »
O problema não é eles terem esses direitos, mas que eles existem na legislação e devem ser aplicados. A legislação não deve ser mudada ou ser exceção apenas por causa de um evento esportivo.

Esse é o debate.

Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #371 Online: 08 de Março de 2012, 17:51:21 »
O problema não é eles terem esses direitos, mas que eles existem na legislação e devem ser aplicados. A legislação não deve ser mudada ou ser exceção apenas por causa de um evento esportivo.
Com relação ao meio passe, ainda não tenho opinião formada.

Mas com relação à liberação de bebidas, apesar de a retirada delas dos estádios ter reduzido a violência em mais de 70%, acabei concordando, partindo do pressuposto de que o público que irá comparecer ao evento não será composto pelos baderneiros de sempre.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Derfel

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Re:Copa 2014
« Resposta #372 Online: 08 de Março de 2012, 17:55:10 »
ou você imagina que sim. Lembre-se que no entorno do estádio deve ter um telão transmitindo a partida.

Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #373 Online: 08 de Março de 2012, 18:14:53 »
ou você imagina que sim. Lembre-se que no entorno do estádio deve ter um telão transmitindo a partida.

Mas fora nos jogos do Brasil, não consigo imaginar a torcida revoltada com a arbitragem de um jogo Coréia do Sul X Chile, por exemplo. E nos jogos onde torcidas historicamente problemáticas (como a inglesa), reforço no policiamento para os peraltas...

Além disso, imagino que o ambiente de copa do mundo seja bem mais "familiar". A presença de torcidas organizadas em casos como esse seria bem improvável.

A não ser a Gaviões, que deve adotar algum time só pra poder "torcer" como eles sabem...
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Offline Geotecton

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Re:Copa 2014
« Resposta #374 Online: 08 de Março de 2012, 18:18:17 »
O problema não é eles terem esses direitos, mas que eles existem na legislação e devem ser aplicados. A legislação não deve ser mudada ou ser exceção apenas por causa de um evento esportivo.

Pelo contrário. Este é o exato momento de mudar esta legislação tosca, que não passa de um anacronismo assistencialista.
Foto USGS

 

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