Empresas se unem para fortalecer softwares nacionais para a Copa do MundoAs redes "TIC na Copa", de São Paulo, e "Rio TI Esportes", do Rio de Janeiro, anunciam acordo para fortalecer produtoras de software nacionais.De olho nas oportunidades de negócios que a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 abrirão para o país que as sedia, empresas de software de São Paulo e Rio de Janeiro decidiram unir esforços para desenvolver juntas soluções para os dois maiores eventos esportivos do mundo. A aplicação que acreditam ter mais apelo são aquelas direcionadas para dispositivos móveis.
O acordo de integração entre empresas de software dos dois Estados foi anunciado na Futurecom 2010, que abre oficialmente esta noite em São Paulo. A união envolve associados das redes TIC na Copa (SP), lançada pelo Instituto de Tecnologia de Software e Serviços (ITS) e Rio TI Esportes (RJ), criada pela Riosoft. Juntas, elas contam com 80 produtoras nacionais de software.
Segundo o diretor-executivo do ITS, José Vidal Bellinetti, o objetivo da integração é tornar as empresas brasileiras mais fortes para disputar as oportunidades que serão exploradas também por companhias de outros países. A intenção é criar uma agenda comum de trabalho, atrair outros participantes e também iniciar a integração com os grandes fornecedores mundiais de soluções para grandes eventos.
"Queremos estimular fusões e parcerias comerciais com a combinação de produtos e serviços", afirma o coordenador da rede Rio TI Esportes, Alberto Broies. Ele diz que há muito espaço para as companhias desenvolverem soluções para os dois megaeventos, tanto na área de serviços para os torcedores dos estádios quanto em volta dos locais dos jogos. Entre elas, aplicações para hotéis, logística e segurança.
Broies diz, entretanto, que as aplicações com maior potencial são as dirigidas aos usuários finais, que ofereçam interatividade através dos dispositivos móveis. Ele lembra que na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, não havia tanto aparato para esse tipo de aplicação. O executivo comenta que em 2014 haverá mais infraestrutura para processamento das aplicações pelo celular, o que abre espaço para as empresas que investirem em soluções inovadoras.
O coordenador da Riosoft dá exemplo das aplicações de mobile commerce para venda de camisetas nos estádios e uma série de serviços, já que os torcedores ficarão seis horas, em média, nos locais dos jogos. Haverá espaço também para as aplicações para orientação dos turistas estrangeiros, como dicas de restaurantes e locais para visitação.
O diretor do ITS, Jaime Stabil acrescenta que em um mês os turistas de fora do Brasil vão gastar apenas 10% do tempo nos estádios e que os 90% restantes estarão em busca de atividades. Para isso, as aplicações terão de ser em inglês.
“Nosso intuito é fortalecer a empresa nacional de tecnologia ou a multinacional que tem operações em nosso país, de modo a favorecer a geração de emprego e renda no Brasil”, afirma José Vidal Bellinetti, diretor Executivo do ITS.
“Promover um salto qualitativo em direção à interatividade e à mobilidade também permitirá consolidar o Brasil como fornecedor privilegiado de TI para grandes eventos em escala mundial, além de deixar uma plataforma que alavancará os negócios em torno dos eventos locais”, completa.
O mercado nacional de grandes eventos deve passar por um boom nos próximos anos. Além da melhor relação cambial, apenas o Rio de Janeiro tem uma agenda de pelo menos um grande evento de esportes ou meio ambiente por ano entre 2012 e 2016.
“Queremos evitar que se repita aqui o que aconteceu na África do Sul na última Copa do Mundo, para a qual foi instalada uma parafernália tecnológica que, após o evento, foi retirada sem deixar benefícios para o país”, lembra Vidal.
http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2010/10/26/empresas-se-unem-para-fortalecer-softwares-nacionais-para-a-copa-do-mundo/