Autor Tópico: Semana atípica no Rio de Janeiro  (Lida 36889 vezes)

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Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #275 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:09:59 »

Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #276 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:14:04 »
Duas idéias...
1. Por enquanto tem polícia pra carai no lugar. Segurança total. Mas e quando saírem?
2. Talvez os traficantes percebam que não é necessário um aparato de guerra pra traficar. Se eles pulverizarem o negócio e forem um tanto mais discretos, talvez o negócio persista.

Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #277 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:18:43 »
Polícia estima ter apreendido 40 t de maconha e detido 20 neste domingo

Esses 500 carinhas foram pra algum lugar, talvez voltem.

Offline Unknown

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #278 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:31:31 »
Bom, o prefeito já está prometendo vários projetos da prefeitura para o Complexo do Alemão e para a Vila Cruzeiro e alguns capitães afirmam que a operação pode durar meses por lá. Além disso, estão pegando criminosos que tentam sair disfarçados de evangélicos e acreditam que a maioria está fugindo pelos esgotos. Ontem também saiu a notícia de que os traficantes da Rocinha estão achando que são o próximo alvo e por isso estão montando armadilhas, barricadas e etc. Bom, a coisa não deve terminar tão cedo, mas parece que tudo está bem encaminhado.

Tá certo que estão vindo relatos via twitter de que a polícia estaria espancando moradores agora a noite. Não que eu ache que a polícia seja santa, mas vindo de quem vem é bem capaz de chamarem de espancamento o ato de forçar a deitar no chão e algemar quem se recusa a colaborar.

Fotos do dia: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/veja+imagens+da+invasao+do+morro+do+alemao/n1237841538393.html

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Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #279 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:41:57 »
Uma comparação boba,
Sabe quando você acha que fez uma jogada fenomenal no xadrez? Mas de repente...
Estou com essa idéia.

Offline Donatello

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #280 Online: 28 de Novembro de 2010, 21:58:09 »
Duas idéias...
1. Por enquanto tem polícia pra carai no lugar. Segurança total. Mas e quando saírem?
2. Talvez os traficantes percebam que não é necessário um aparato de guerra pra traficar. Se eles pulverizarem o negócio e forem um tanto mais discretos, talvez o negócio persista.
Polícia estima ter apreendido 40 t de maconha e detido 20 neste domingo

Esses 500 carinhas foram pra algum lugar, talvez voltem.

Acho mais provável que eles permaneçam disseminados, que outros pólos de trafico se fortaleçam assim como aliás já ocorreu algumas vezes no passado: quando eu era pequeno, bem criança mesmo, as grandes bases do tráfico carioca eram Acari e Juramento, que tiveram provavelmente os dois traficantes mais famosos dos anos 80 (Cy e Escadinha). Hoje são favelas ainda com tráfico mas sem a mesma importância bélica.

Se operações como esta (não as que sempre se fez: de tiros a esmo, porrada na cara e retirada do arrego no fim de tudo; mas estas, sufocantes, precisas, pontuais e planejadas) forem feitas com uma curta periodicidade em pontos diversos; tipo: hoje no Alemão, daqui a 15 dias na Vila Vintém, mais 20 dias e outra na Rocinha ao mesmo tempo em que uma menor estanca um movimento inicial de ocupação criminosa num bairro que ainda não tivesse controlado por nenhuma quadrilha... Aí sim, acredito que com o passar do tempo, após tantas baixas sucessivas de maconha e cocaína e armas as facções perdessem força.

Se ficar só nesta agora e outra sabe lá deus quando não vai resolver muita coisa: bom, o rapaz lá do Rio Grande disse na coletiva que novas operações serão desencadeadas, citou Vidigal e Rocinha como exemplos (ambas na Zona Sul, uma no Leblon e outra em São Conrado).

Espero que ele lembre de outras regiões da Zona Oeste e Zona Norte: de todas as favelas pacíficadas desde o começo do governo apenas duas são de fato suburbanas (o próprio Alemão e o Batan que foi pacificada após um episódio em que jornalistas foram sequestrados e torturados pelos milicianos): todas as outras foram na Zona Sul ou na Zona Norte mais bem apessoada...

Estas toneladas nos surpreendem mas não acho que seja ainda um golpe tão importante: se no Alemão tinha 40ton imaginem quantas outras têm na Mangueira, no Juramento, no Vidigal, na Vintém, na Pedreira, no Jorge Turco, no Faz Quem Quer, na Serrinha, no São José, no Village, no Coroado, no Dique (ou Dick? sei lá), no Rato Molhado, no Fubá, no Parapedro, na Cidade Alta, no Amarelinho de Irajá... o máximo que pode acontecer neste momento é de a cesta básica de quem acha que não tem nada demais negociar com a máfia inflacionar um pouco, mas se não forem feitas novas e sucessivas tomadas eles tiram o preju rapidinho, com a margem de lucro que têm e quase 100% livre de taxas (exceto pelo arrego)...

Offline Luiz Souto

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #281 Online: 28 de Novembro de 2010, 23:01:23 »
A tomada do Alemão é histórica , não só porque era uma área completamente fora do poder do Estado ( que só comparecia para a politicagem eleitoral  , investidas policiais pontuais e para o arrego dos corruptos ) como pela forma profissional com que foi feita. A amplitude da ação é a coordenação entre as forças estaduais e federais foi inédita.
Discordo um pouco do Donatello já que a tomada das drogas , retirada do território e bloqueio financeiro ( lembrar que foram cumpridos mandados de prisão contra familiares de traficantes e sequestro dos bens junto com a tomada da Vila Cruzeiro e Alemão) enfraquece a capacidade de reação daquela facção.
O mais difícil começa agora , que é consolidar a presença do poder público na área não apenas na forma de presença das forças policiais mas principalmente na reconstrução econômica e social da área para evitar que os fatores que propiciaram o domínio do tráfico retornem.
Embora eu esteja otimista e tenha acompanhado a ação o dia inteiro e torcido pelo resultado ( e não só eu , minha mãe que tem 88 anos foi quem me acordou com um telefonema avisando que a invasão já tinha começado , ela estava ligada na rádio e na TV desde as 5 h da manhã!) modero um pouco meu contentamento pelo pouco que se fala -exceto por alguns comentários en passant de analistas - da questão fundamental que é atacar o fluxo de suprimentos (armas e drogas) para o tráfico. Não adianta somente fazer a ocupação territorial pois a capacidade da bandidagem se adaptar e passar a fazer o tráfico de forma descentralizada e menos concentrada territorialmente é real ; mantida a demanda e o alto lucro associado e garantido que a chegada de armamentos e entorpecentes não sejam afetados o narcotráfico vai se reinventar , é uma questão de tempo.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #282 Online: 28 de Novembro de 2010, 23:08:27 »
Ouvindo a CBN um dia desses, sobre o assunto, alguém da polícia, não lembro quem, era entrevistado. A entrevistadora perguntou algo como, "então essas UPPs poderão ser ampliadas para todo o Rio, com o mesmo sucesso que vêm tendo nessas áreas?", e sem titubear o cara respondeu com um seco "não". Disse que seria necessário um contingente muito maior de policiais e de verbas do que aquele que se dispõe.

Offline Moro

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #283 Online: 28 de Novembro de 2010, 23:10:55 »
Bom ponto luiz, qual será a nova futura face do tráfico? De qualquer modo, creio que essa fase de tornar uma parte do território como feudo é coisa do passado.
Mas interessante que tal atitude, a de dominar um território, é contingente a atividade do tráfico, sendo mais uma facilidade prazerosa para os traficantes.

Mas só a destruiçào dos feudos é fantástica, ninguém duvida que o tráfico seguirá existindo.
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Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #284 Online: 29 de Novembro de 2010, 19:54:27 »

Offline Diegojaf

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #285 Online: 29 de Novembro de 2010, 20:32:48 »
Yeah!

Moradores do Alemão se queixam de casas arrombadas e saqueadas

Fonte: G1
Muito prematuro dizer que só a polícia pode ter invadido ou saqueado as casas.

Várias famílias abandonaram as casas durante o conflito. Nesse meio tempo, os traficantes invadiram várias residências para se esconderem. Acabaram de mostrar a casa de um dos traficantes de onde levaram até as torneiras.
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Offline Rios

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Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #287 Online: 29 de Novembro de 2010, 23:34:04 »

Offline André Luiz

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #288 Online: 30 de Novembro de 2010, 07:30:25 »
Porque o Yeah?

Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #289 Online: 30 de Novembro de 2010, 08:05:14 »
Ironia. Tudo estava indo muito bem. Os traficantes sumiram, um bocado de coisa apreendida, o apoio da população, até agora nenhuma vítima inocente, um otimismo e um entusiasmo que comoveu não só a cidade do Rio, mas parece que o Brasil inteiro... Isso, a meu ver, estava um tanto impossível ou alguém não estava contando alguma coisa.
Por fim, quando ouvi o capitão dizendo que eles iam de casa em casa, entrevi o que até agora ninguém noticiava.

Offline Dbohr

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #290 Online: 30 de Novembro de 2010, 10:34:55 »
Perfeição 100% não existe. De qualquer forma, a maneira como a operação foi realizada -- e até agora, o modo como os equívocos estão sendo tratados -- são exemplares. É só comparar com as operações do passado.

Offline Unknown

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #291 Online: 30 de Novembro de 2010, 13:43:58 »
Yeah!

Moradores do Alemão se queixam de casas arrombadas e saqueadas

Fonte: G1
Muito prematuro dizer que só a polícia pode ter invadido ou saqueado as casas.

Várias famílias abandonaram as casas durante o conflito. Nesse meio tempo, os traficantes invadiram várias residências para se esconderem. Acabaram de mostrar a casa de um dos traficantes de onde levaram até as torneiras.
Fora que a própria polícia já noticiou que quando chegou em uma das "mansões" de traficantes, meio mundo já estava saqueando a casa e caíram fora assim que viram a polícia.

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #292 Online: 30 de Novembro de 2010, 13:48:05 »
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Polícia distribui folhetos pedindo ajuda dos moradores para localizar traficantes, armas e drogas

A Polícia Militar começou a distribuir hoje (29) milhares de folhetos nas comunidades da Vila Cruzeiro, na Penha, e no Complexo do Alemão, solicitando que a população dê informações sobre o paradeiro de traficantes, armas e drogas na região.

'Queridos irmãos da comunidade. Façam parte das tropas de elite. Participem com suas informações. Elas serão totalmente sigilosas. Não há risco para vocês e seus familiares. Nós estamos ao seu lado. Caso tenham conhecimento, informem onde estão armas, drogas e traficantes', diz o texto, que traz ainda os telefones da corporação para a denúncia: 2334-7441 ou 2334-7457.

Hoje, com base em informações de moradores, os policiais do batalhão da Polícia Militar, em Olaria, fizeram uma grande apreensão de armas na localidade conhecida como Vacaria, entre os Complexos do Alemão e a Vila Cruzeiro, na Penha. Foram encontradas 41 granadas, sendo cinco de bocal que podem ser lançadas de fuzil, cinco metralhadoras, três escopetas calibre 12, uma carcaça de fuzil M-6, além de 13 pistolas e cinco revólveres. As armas estavam no piso falso de uma casa.

http://noticias.br.msn.com/especial/artigo-violencia-rio.aspx?cp-documentid=26559985
Citar
Em 2 dias, facção perde R$ 68 milhões

A tomada do Complexo do Alemão pela polícia não significa somente a perda do território mais importante para o Comando Vermelho, mais antiga facção criminosa do Rio. Só nos dois últimos dias de operação, a quadrilha chefiada por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, teve um prejuízo aproximado de R$ 68 milhões, apenas com a apreensão de drogas e armas.

A polícia ainda não sabe onde os chefes da quadrilha que estão soltos vão se restabelecer, mas a aposta é que tentem conquistar alguma favela que compense a perda com a venda de drogas. 'A única em que o movimento se assemelha ao do Alemão é a Rocinha, que pertence a uma facção rival do CV, a Amigos dos Amigos (ADA)', disse um oficial da Inteligência da PM.

Segundo este oficial, até que consigam se reabastecer de armas e munição, os principais chefes do tráfico no local devem se refugiar em outras favelas dominadas pelo CV. Entre as mais importantes estão o Complexo de Manguinhos e a Mangueira, ambas na zona norte. 'Eles vão passar um tempo mais quietos, mas depois vão precisar praticar crimes que capitalizam a quadrilha, como roubo a banco e roubo de carro', disse o policial.

Segundo ele, a saída dos bandidos do território acabou prejudicando o recebimento de informações. 'Alguns deixaram os telefones para trás e não temos como monitorá-los. Além disso, os informantes não estão mais tendo contato com eles.'

A transferência de Marcinho VP da Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, para Porto Velho, em Rondônia, também foi mais um golpe para a rápida rearticulação do CV. 'O VP foi o responsável por determinar os ataques incendiários que levaram à invasão do Alemão. Ele foi transferido e os seus comandados perderam território', diz o oficial.

O prejuízo do Comando Vermelho pode ser ainda maior. Não foram contabilizados nas perdas os revólveres, pistolas e granadas apreendidos. A polícia também tem informação de que os traficantes guardavam dinheiro na favela. Na véspera da invasão, a polícia apreendeu um menor que tentava sair do complexo com US$ 36 mil. Segundo investigações, ele compraria munição para a quadrilha.

Hoje, o governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, inauguram a 13.ª UPP no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Ainda está prevista para este ano a entrega de mais uma unidade no Morro São João, comunidade vizinha ao Macacos. Em outubro do ano passado, durante conflito entre as facções que dominavam essas duas comunidades, um helicóptero da PM foi abatido e três policiais morreram.

Cabral informou que já está pensando nos 'passos seguintes' nas reconquistas dos territórios dominados pelo tráfico. Ele não quis estabelecer datas nem citar comunidades, mas o governador já disse que favelas grandes, como Jacarezinho e os complexos de Manguinhos e Maré, na zona norte, e Rocinha e Vidigal, na zona sul, também serão ocupadas.

'Não vamos dormir nos louros da conquista de ontem (anteontem). Nós acordamos bem cedo com os desafios de hoje e dos próximos dias, semanas e meses, que é a reconquista efetiva dos territórios ainda ocupados pelo poder paralelo', disse Cabral.

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=26562063

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Offline André Luiz

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #293 Online: 30 de Novembro de 2010, 14:50:52 »
Daqui um mes o movimento ta "daquele jeito" novamente

E ainda tem os caças-niqueis, bingos, jogo do bicho, prostituiçao...

Ainda há muito trabalho a ser feito


Offline Südenbauer

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #295 Online: 01 de Dezembro de 2010, 02:29:10 »
28/11/2010 - 18h57
Crianças cantam "Tropa de Elite" para policiais no Complexo do Alemão; veja


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/837546-criancas-cantam-tropa-de-elite-para-policiais-no-complexo-do-alemao-veja.shtml
Os mais antigos do fórum sabem mais, mas eu arriscaria dizer que a essa franquia teve o maior impacto cultural no Brasil.

Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #296 Online: 01 de Dezembro de 2010, 08:33:24 »
Isso é o normal pra mim...

Segurança do Rio apura desvio de armas e drogas

Da folha.com

Citar
A cúpula da Segurança do Rio investiga o envolvimento de policiais no desvio de dinheiro, drogas e armas apreendidas, além de facilitação de fuga de traficantes, informa a reportagem de Diana Brito e Hudson Corrêa publicada na edição desta quarta-feira da Folha e disponível na íntegra para assinantes do jornal e do UOL.

As polícias Militar e Civil, cujos contingentes somam 1.600 homens, não relataram nenhuma apreensão de dinheiro.
A Polícia Federal, que atua com 300 homens, anunciou ter recolhido R$ 39.850, e o Exército, que tem 800 soldados, relatou R$106 mil.
A Folha apurou, porém, que esse valor declarado pelo Exército foi registrado na delegacia da Penha como R$ 75,1 mil.
Suspeita-se que o dinheiro tenha saído das favelas em mochilas, enquanto carros foram usados para levar outros pertences.

Mas pode ser coincidência.

Offline _tiago

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #297 Online: 01 de Dezembro de 2010, 08:36:10 »
28/11/2010 - 18h57
Crianças cantam "Tropa de Elite" para policiais no Complexo do Alemão; veja


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/837546-criancas-cantam-tropa-de-elite-para-policiais-no-complexo-do-alemao-veja.shtml
Os mais antigos do fórum sabem mais, mas eu arriscaria dizer que a essa franquia teve o maior impacto cultural no Brasil.

Daqueles comentários inúteis abaixo das reportagens,

Citar
Os desvios depois das cenas espetaculares promovidas pelos governantes.
Nunca devemos nos esquecer que a criminalidade só existe porque existe
C O R R U P Ç Ã O .
Como ficarão aqueles que recebem suas propinas mensalmente??!!
Será que irão reduzir seus padrões de vida??!! DUVIDO!!!
Como diria um Exmo.Sr.Ministro do STF, o SISTEMA é esse o
que devemos mudar é o SISTEMA!

Offline Dbohr

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #298 Online: 01 de Dezembro de 2010, 09:54:33 »
Que ia ter desvios e abusos todo mundo sabia -- ou pelo menos esperava. Quero ver como vai ser o tratamento dessas coisas.

Offline Unknown

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Re: Semana atípica no Rio de Janeiro
« Resposta #299 Online: 01 de Dezembro de 2010, 17:24:00 »
O que encontraram hoje:



Citar
‘Alguns choravam’, diz pastor que negociou rendição de traficantes

Evangélico que acompanhou líder do AfroReggae no Complexo do Alemão defende anistia como forma de resolver confrontos no Rio

Na véspera da invasão da polícia ao Complexo do Alemão, um grupo de cinco pessoas da ONG AfroReggae decidiu subir o conjunto de 14 favelas na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, e tentar convencer os traficantes a se entregarem. Liderados pelo diretor-executivo da organização, José Junior, eles argumentaram que a polícia venceria um possível confronto e que inocentes seriam as maiores vítimas. Ao lado de Junior estava um dos coordenadores da área social da entidade, Rogério Menezes,  respeitado por traficantes, viciados e detentos do sistema penitenciário do Estado.


José Junior e o pastor Rogério Menezes (de azul) a caminho da favela da Grota, no Complexo do Alemão

Evangelizador da Assembleia de Deus, Rogério é chamado de pastor. Em meio à negociação com os criminosos, no sábado (27), José Junior recorria ao Twitter para mandar informações em tempo real. "Pastor Rogério é o cara que mais salvou vidas que eu conheço. Muitas, inclusive, na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão. Homem de Deus", escreveu o líder do AfroReggae na ocasião.

Ex-viciado, pastor Rogério admite que já traficou drogas, pegou em armas e cometeu crimes. Foi preso. Sobreviveu a duas overdoses de cocaína, até receber um "sinal" e "ser salvo por Jesus”. Hoje, ele diz que sua vida pregressa o permite compreender o que passa pela cabeça de criminosos e apresentar argumentos para tirar muitos da marginalidade. “Já salvei uns 300 que estavam amarrados para morrer”, garante.

Sobre a ação de retomada do Complexo do Alemão pelo Estado, o pastor diz acreditar “que a intenção foi uma das melhores”. Segundo ele, “o governador tem feito um trabalho muito bom”. Contudo, o religioso defende que somente uma anistia aos traficantes será capaz de pôr fim à ameaça de guerra no Rio. “Proponho que essa decisão seja avaliada pelo governo, pelos parlamentares e pela Justiça.”

A seguir, leia mais sobre o que pensa o pastor.

iG: Às vésperas da polícia invadir a favela, no sábado (27), o senhor e o José Junior entraram no Complexo do Alemão para conversar com os traficantes. Na sua avaliação, esse gesto ajudou a evitar derramamento de sangue?

Rogério Menezes –
Sim. Eu e o José Junior estávamos todo o tempo juntos. Ele virava para mim e falava “pô, Rogério, o que a gente pode fazer para ajudar?”. Eu respondia: “Junior, eu sei que é perigoso e arriscado, mas imagina se a polícia entrar? Vai morrer muita gente. Temos de ir lá”. Expliquei que o máximo que poderia acontecer era a gente ser tomado como refém. Falei: “Deus está nos mandando ir”.

iG: O que o senhor pensava naquele momento?

Rogério Menezes -
Pelas informações divulgadas pelas autoridades, havia ali mais de mil pessoas com algum envolvimento com o crime. Se houvesse confronto, eles iriam enfrentar, como foi noticiado, 2.600 policiais civis, militares, homens do Exército e da Marinha. Sem contar os inocentes, os jornalistas, imagina o derramamento de sangue que poderia existir... Eu só pensava nisso.

iG: Como vocês chegaram até os traficantes?

Rogério Menezes –
Entramos na favela e perguntamos onde eles estavam. Nos orientaram a chegar até a parte mais alta. Encontramos um grupo de cerca de 60 homens, os mais perigosos. Conversamos olho no olho.

iG: E como foi a conversa?

Rogério Menezes –
Eles vieram até a gente. Estavam cansados, sem forças até para falar. Nós argumentamos que não dava para eles encararem. E muitos diziam “pastor, me ajuda. Pelo amor de Deus. O que o senhor pode fazer por mim?” O José Junior respondeu que não havia nada que a gente pudesse fazer e que o melhor seria se renderem à polícia; que a única garantia que a gente podia dar era a de que ninguém seria assassinado se aceitasse a rendição.

iG: E eles estavam inclinados a aceitar a proposta?

Rogério Menezes –
Um dos chefões virou para mim e falou: “Pastor, o senhor me conhece. Sabe que a minha vida todinha eu tirei dentro da cadeia. O senhor quer que eu volte?” Respondi: “Rapaz, é melhor você se entregar do que ser morto. Você tem uma vida, tem família. Pensa muito bem no que você vai fazer.”

iG: E qual foi a reação?

Rogério Menezes –
Muitos deles estavam desesperados, amedrontados. Alguns tremiam, estavam com os olhos arregalados. Outros olhavam para a gente como se fôssemos uma saída, um porto seguro. E a gente foi tentando acalmá-los. Mas eles diziam que era complicado se entregar. Em determinadas facções, se entregar é complicado. Eu sei disso. Hoje sou pastor, mas já fui do crime. Entendo a posição deles. Mas é aquele negócio, para o homem é impossível, mas para Deus tudo é possível.

iG: Quer dizer que alguns queriam se render, mas tinham medo de ser assassinados na cadeia por retaliação da facção criminosa a que pertencem?

Rogério Menezes –
É por aí. Cada caso é um caso. Depois dessa conversa que tivemos com eles, 37 se entregaram. Um se apresentou na delegacia com a mãe, a imprensa acompanhou. É o Mister M. Teve um pai que foi entregar o filho por acreditar que isso era melhor do que vê-lo morto pelo Bope. Acredito que eles não viam saída. Eu e o José Junior os motivamos a não irem para o confronto. Ninguém imaginava que o Alemão poderia ser ocupado da forma como foi. O maior mérito foi de Deus. Mas há também o mérito do AfroReggae, do José Junior, que foi muito corajoso.

iG: Qual foi o diálogo com os traficantes que mais marcou o senhor?

Rogério Menezes –
Vi homens de alta periculosidade me chamarem no canto e se abrirem para mim e para o José Junior. Teve gente que chorou na nossa frente. Não de medo. Chorou porque não queria o confronto, porque tinha família. Ele estava se sentindo traído por amigos que o deixaram na mão. Foi o momento que mais me compadeceu. Eu ficaria o tempo todo ao lado daquelas pessoas, ainda que a polícia entrasse.

iG: Nesse grupo havia chefes do tráfico?

Rogério Menezes –
Positivo. Mas não vou falar disso em detalhes. Meu trabalho é religioso e eles confiam em mim. Quero apenas afirmar que eles não queriam guerra.

iG: Quem falou mais, os senhores ou os traficantes?

Rogério Menezes –
Eles ficaram mais tempo calados. Queriam ouvir a gente, queriam uma luz. Eles não estavam conversando com traficantes, mas com pessoas que simbolizavam a paz, a vida. Tem pessoas ali que me conhecem desde 1993, quando comecei a pregar. Muitos eu vi ir para a cadeia, sair da cadeia, visitei na favela. Havia homens com armas nas mãos, mas os que conversavam com a gente não estavam armados. Em momento algum eles diziam que iriam meter bala ou que optariam pelo confronto. Isso eu não vi.

iG: O senhor diz que muitos traficantes não querem se render porque temem retaliações de colegas de facção dentro da cadeia; outros que já ficaram muito tempo presos e não aceitam voltar. A polícia afirma que vai permanecer na favela até realizar as prisões e recuperar as armas. O senhor defende alguma proposta para que não aconteçam novos conflitos?

Rogério Menezes –
Sou a favor da anistia. Converso muito com traficantes e com viciados, visito muita boca de fumo. Eu evangelizo muito. Faço um trabalho de Deus, um trabalho do bem, espiritual. Já tirei muitos dessa vida e encaminhei para um emprego. E já vi caso também de pessoas que largaram o crime, se mudaram para outro estado, mas não conseguiram emprego porque devem à Justiça. Tiveram de voltar e retornar para o crime, tinham família. Mas eles me diziam “pastor, o senhor viu que tentei. Voltei para o tráfico, mas não bebo, não me drogo mais, nem a baile funk eu vou. Vai acabar meu plantão na boca e vou para casa ficar com meus filhos”.

iG: O senhor não acha difícil propor para a sociedade que essas pessoas sejam anistiadas sem pagar pelos crimes que cometeram?

Rogério Menezes –
É muito difícil responder sobre isso. Como religioso, acho que o culpado disso tudo são as forças espirituais do mal. Vou dar um testemunho da minha vida. Eu trabalhava, ganhava bem, três salários mínimos. Não era de uma vida errada. Mas em um determinado momento me senti sem chão. Tudo começou quando perdi meu pai. Minha mãe arrumou outro homem logo em seguida e eu não aceitei. Ela então me expulsou de casa. Eu tinha 16 anos. Bateu uma depressão tão grande, que perdi meu emprego, não conseguia trabalhar. Era morador da Baixada Fluminense, morava numa comunidade carente, conhecia bandido, conhecia traficante, mas eu era trabalhador. Nem todo mundo que mora dentro de uma comunidade é bandido. Minha família me deu estudo, o melhor que pôde dar. Mas eu caí na vida do crime, me entreguei à bebida, às drogas, fui preso. Houve momentos em que me vi sentado, chorando, querendo sair dessa. Eu despertei, procurei uma casa de recuperação. Tive apoio.

iG: Apesar da visão religiosa do senhor, a anistia não é uma proposta polêmica?

Rogério Menezes –
Cada caso é um caso. Proponho que essa decisão seja avaliada pelo governo, pelos parlamentares, pela Justiça. Caso a caso, insisto. Mas, particularmente, eu acredito que num universo com 100% de criminosos, se você oferecer uma oportunidade pelo menos 40% aceitam largar essa vida. É preciso considerar que muitos temem por suas famílias. Se forem presos, quem vai sustentar suas mulheres, seus filhos? Tem que haver um projeto social também.

iG: Muitos bandidos fugiram e a polícia diz que vai capturá-los. O senhor acredita que esses traficantes vão voltar para o Complexo do Alemão futuramente? Ainda pode haver enfrentamento?

Rogério Menezes –
Acredito que muitos homens que estavam ali no meio, inclusive os que fugiram, não têm antecedentes criminais. Às vezes até segura uma arma, mas é só um viciado. A polícia tem feito seu trabalho. E cabe à polícia e ao governo continuarem a fazer o seu trabalho. Contudo, também acredito que aquilo ali foi a mão de Deus a fim de despertar esses jovens. Acredito que muitos vão analisar e ver que não vale a pena se envolver com o crime. É a resposta que posso dar para essa pergunta.
 
iG: O senhor está certo da recuperação dessas pessoas?

Rogério Menezes –
Vou dar um exemplo. Trabalha com a gente lá no AfroReggae o Gaúcho. Durante muitos anos ele foi o chefe do Alemão, era um dos mais temidos na área. Ele tirou 28 anos de cadeia e hoje está aí, fora do crime, trabalhando com carteira assinada. Isso é a prova de que enquanto há vida, há esperança. O Bem-te-vi, aquele que morreu na Rocinha, ele vivia me dizendo que queria sair do crime. Eu ia para lá pregar umas sete da noite e ele não me deixava ir embora antes das três, quatro horas da manhã. Ele tinha o prazer de estar do meu lado. Muitas vezes o vi chorar. Ele me dizia “pastor, me ajuda. Quero sair dessa vida, mas não tenho forças. A sociedade me marginaliza, não acredita em mim”. Eu dizia, “rapaz, o mais importante é Deus estar olhando para você. Deus tem um plano para sua vida. Você não pode se entregar à criminalidade”.

iG: Por que evangélicos são tão respeitados pelos criminosos?

Rogério Menezes –
No sábado, na hora em que a polícia se posicionou para invadir o Complexo do Alemão, tinha um pastor na entrada da favela de terno e com a Bíblia na mão. Estava ele e a mulher dele. Aliás, havia mais de um, eram muitos. Eles ficaram entre os militares da polícia, do Exército e da Marinha, e os jovens. E eles procuravam esses jovens e diziam para que saíssem dessa vida. Ofereciam apoio: “quer se entregar comigo?”, perguntavam. No momento mais difícil, havendo risco de vida, eles estavam ali. E tem os testemunhos daqueles que saíram do crime e hoje estão aí, vivendo com dignidade. Isso mostra para eles que é possível.

http://ultimosegundo.ig.com.br/alguns+choravam+diz+pastor+que+negociou+rendicao+de+traficantes/n1237844816095.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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