Eu sabia que tinha "pisado em um formigueiro" a partir do momento que dei respostas curtas e simplificadas (simplórias?) para um assunto que é bem mais complexo.

O problema de um liberal em economia é semelhante ao de um comunista: Utopia.
Geo, por favor, não confundir anarco-capitalismo com liberalismo. Um liberal não necessariamente esta defendendo a abolição do estado, nem que o estado não esteja presente em nenhuma área sequer. Anarco-Capitalismo é um extremo absurdo dum pensamento liberal, não a regra.
Certo Felius.
Eu, de fato, quis dizer que um anarco-capitalista é um liberal econômico extremista, e neste caso a palavra "extremista" não tem sentido pejorativo mas representa, antes de tudo, um ideal utópico.
E, no meu entender, o liberalismo enquanto pensamento social e econômico, é a forma mais eficiente (ou menos deficiente) de organização em uma sociedade democrática plural como a nossa.
Teoria, em ciência, é mais amplo e importante que uma lei.
A diferença básica entre uma coisa e outra é que uma teoria é uma explicação baseada em fatos, enquanto uma lei é mais uma descrição fruto de observação sobre algo constante.
Leis são mais auto-evidentes que teorias, são muito constantes ou repetitivas e facilmente observáveis.
Ambas baseiam-se em fatos. A principal diferença é a abrangência da(s) explicação(ões) do(s) fenômeno(s) observado(s).
A tentativa de decretar preços nos mercado, seja preço minimo de salários ou de produtos, como os governos também decretam, cria desemprego e tira das pessoas o acesso a produtos e serviços que, sem o decreto de preço minimo, elas teriam acesso.
No outro extremo, sem qualquer tipo de regulação, haveria um massivo controle apenas por quem detem maior capital.
Errado, não existe controle de preços por nenhum lado.
Quem determina os preços é a lei da oferta e da demanda.
Errado pela sua generalização.
Há muitos exemplos que demonstram que frequentemente isto não funciona. A crise do petróleo em 1973; a florescente indústria de informática no Brasil no início dos anos 80 e uma parte significativa dos produtos das mega-indústrias farmacêuticas são casos conspícuos.
Tentar decretar preços, seja por parte de carteis trabalhistas ou empresariais é um completo non-sense.
A diferença é que um cartel empresarial não pode impor seu decreto pela lei estatal, enquanto o cartel trabalhista faz isso. O que impede qualquer um de furar o monopólio.
Voce realmente acha que um cartel empresarial não se impõe pela proteção do Estado?
A telefonia no Brasil passou de um monopólio estatal para um cartel privado, ainda que este seja menos danoso e mais eficiente que aquele. O plano original de privatização das teles propugnava que as empresas cobrariam somente pelos serviços efetivamente prestados, eliminando a famigerada "assinatura básica". Isto não aconteceu. Porque?
Outra, o decreto de cartéis empresariais, não se equilibra com o decreto de cartéis trabalhistas.
Isso é algo fora de controle e o decreto de carteis sindicais tem como único efeito a criação de desemprego.
Os efeitos econômicos nocivos dos sindicatos e das regulamentações trabalhistas excessivas são amplamente conhecidos. Mas os sindicatos existem somente porque os macrocapitalistas no alvorecer deste sistema (final do século XVIII a meados do século XX) impuseram condições de trabalho aos seus subordinados e à sociedade que eram desumanas, para dizer o mínimo.
A sua ótica do equilíbrio do governo contra as forçar malévolas do livre-mercado, é simplesmente falsa, já que nenhum lado tem como controlar nada.
Como já dito, isso é uma questão de oferta e demanda e qualquer tentativa de decreto, por qualquer parte, só cria distorções, sendo o poder do estado maior para criar essas distorções do que o do mercado.
A expressão "forças malévolas do livre-mercado" é por sua conta, pois eu não afirmei isto.
Voce confunde, não sei se de maneira proposital ou não, Estado com governo. O Estado nada mais é (ou deveria ser) que a vontade da sociedade manifestada por uma entidade jurídica. É verdade que um governo pode usar o Estado para impor o seu viés ideológico, mas este problema também existe em um Estado integralmente privatizado.
Por fim, voce parece acreditar piamente no princípio de "oferta e procura" e na privatização total do Estado, mas almejar um 'Ótimo de Pareto' pode produzir resultados desagradáveis e até mesmo catastróficos. As crises de 1929, das "dot.com" de 2000 e do "hedge" imobiliário em 2008 são bons exemplos.
Por fim ninguém falou justificar carteis do outro lado.
A idéia de que precisamos de carteis trabalhistas para contrabalançar carteis empresariais é falsa.
Não precisamos de carteis e ponto final, nenhum deles se justifica.
Concordo que qualquer tipo de cartel é nocivo. Mas, dada a natureza do ser humano, a tendência é que eles se formem, de tal modo que é necessário algum mecanismo que impeça este processo. Voce afirma que isto pode ser resolvido por autoregulamentação de mercado e eu afirmo que isto é, no mínimo, duvidoso.
Quando governos e sindicatos decretam preços minimos, isso inevitavelmente cria um impacto na oferta e na demanda, proibindo algumas pessoas de ofertar e tirando de outras a capacidade de comprar, reduzindo assim a demanda.
Até certo ponto sim. Mas onde não há um mínimo de poder aquisitivo não há como estabelecer uma demanda satisfatória de bens e serviços.
E como decretar salario minimo muda qualquer coisa?
Muda na medida que um provento básico faz com que as pessoas possam consumir serviços e produtos auxiliando a Economia. Eu somente acho que o valor do salário mínimo não deve exceder um limite, que pode ser estimado pelas modernas modelagens econométricas, ainda que existam autores que consideram muito limitadas estas metodologias (HENDRY, 1996).