Autor Tópico: Revolta Árabe  (Lida 71031 vezes)

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #325 Online: 20 de Junho de 2011, 13:54:40 »
Presidente sírio diz que protestos são obra de 'sabotadores' e mantém linha-dura

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta segunda-feira que os protestos contra o governo do país são obra de 'sabotadores e terroristas' e disse que 64 mil pessoas são procuradas pelas autoridades.

As afirmações foram feitas em um discurso de mais de uma hora proferido na Universidade de Damasco e transmitido em rede nacional de TV.

O discurso foi o primeiro do presidente sírio em dois meses e apenas o terceiro desde o início dos protestos populares contra o governo, há três meses.

Ele afirmou que o governo deve ouvir as demandas populares por reformas políticas, mas afirmou que 'uma fração pequena' estaria se aproveitando da insatisfação dos sírios com os rumos do país.

Al-Assad disse que as mortes durante os protestos populares são uma grande perda para o país e para ele pessoalmente, mas afirmou que os 'sabotadores' que prejudicaram a imagem da Síria perante o mundo devem ser 'isolados'.

'O que está acontecendo hoje não tem nada a ver com reforma, tem a ver com vandalismo', afirmou Assad. 'Não pode haver desenvolvimento sem estabilidade nem reforma através do vandalismo... Temos que isolar os sabotadores', disse.

Protestos

A oposição estima que ao menos 1.300 civis já foram mortos e cerca de 10 mil foram presos nos três meses de protestos contra o governo.

Segundo eles, mais de 300 soldados e policiais também teriam sido mortos nos confrontos com manifestantes. O governo vem acusando 'gangues terroristas armadas' pelas mortes.

Os manifestantes pedem reformas democráticas no país e a saída do presidente Al-Assad, que está no poder há quase 11 anos, depois de ter sucedido seu pai, Hafez al-Assad, que comandou a Síria por 30 anos.

A repressão aos protestos já levou cerca de 11 mil pessoas a deixar a Síria em direção à vizinha Turquia.

Al-Assad já prometeu uma série de concessões para tentar conter a insatisfação popular contra o governo, como a suspensão do estado de emergência que perdurava por décadas, mas os manifestantes afirmam que as medidas anunciadas são apenas simbólicas e não atendem suas demandas.

Reforma

No discurso desta segunda-feira, o presidente sírio anunciou a formação de um comitê para estudar a reforma da Constituição. Entre as possíveis mudanças, segundo ele, estaria o fim do regime de partido único.

Al-Assad afirmou esperar que o comitê deve apresentar suas propostas de reforma até o final do ano.

Ele disse ainda ter pedido ao ministro da Justiça que considere a expansão de uma recente anistia aos manifestantes opositores.

Segundo ele, 64 mil pessoas são procuradas pelas autoridades e algumas já se entregaram.

O presidente sírio também pediu aos milhares de habitantes do país que fugiram à Turquia que retornem às suas casas 'o mais rapidamente possível'.

Ele se referiu um particular aos moradores da cidade de Jisr al-Shughour, cujo controle foi recentemente tomado pelas Forças Amadas após mais de cem membros das forças de segurança terem sido mortos na região.

'O Estado os protegerá. Ele está lá para protegê-los', afirmou.

O discurso de Al-Assad foi proferido um dia após ativistas da oposição terem anunciado a criação de um comitê para coordenar os protestos contra o regime.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=29180361

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #326 Online: 27 de Junho de 2011, 15:41:24 »
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Juízes do TPI ordenam prisão de Kadafi, seu filho e cunhado

Os juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) determinaram nesta segunda-feira a prisão do líder líbio, Muammar Kadafi, seu segundo filho, Saif al Islam, e seu cunhado Abdullah al Senusi, que também é chefe da inteligência militar do regime.

Em uma audiência pública, os juízes do TPI explicaram que a Procuradoria apresentou provas suficientes para que fosse emitida a ordem de detenção contra Kadafi e pessoas de seu entorno, acusados de crimes contra a humanidade supostamente cometidos na Líbia a partir de fevereiro, durante as revoltas no país.

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=29261446
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Rebeldes improvisam até lançador de foguetes na Líbia

Para os rebeldes que lutam contra o regime do líder da Líbia Muamar Khadafi, a chave para a vitória é a improvisação. Uma oficina que conserta exaustores de carros na cidade de Brega agora está sendo usada para restaurar armas danificadas.

Um dos mecânicos que trabalha no local é especializado em arrumar geladeiras, mas para ajudar os rebeldes ele construiu um lançador de foguetes.

Com poucos recursos, os insurgentes estão parados a dias em Brega, apenas à espera de ordens para avançar em direção à capital Trípoli.

Apesar da ansiedade para atacar as forças de Khadafi, os rebeldes ainda estão muito despreparados e desorganizados. Além disso, muitos contaram à BBC em Brega que têm receios de matar seus conterrâneos líbios.

http://noticias.br.msn.com/mundo/rebeldes-improvisam-at%c3%a9-lan%c3%a7ador-de-foguetes-na-l%c3%adbia

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Offline Gaúcho

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #327 Online: 27 de Junho de 2011, 17:56:19 »
E quem vai ir lá prender?
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Luiz Souto

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #328 Online: 08 de Julho de 2011, 23:16:36 »
O texto abaixo , publicado no Diplo Brasil de março , abre o dossiê sobre a revolta árabe lançado neste mês. Reúne 19 textos da revista , sendo quatro inéditos , publicados desde 2004 sobre a situação árabe.


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MUNDO ÁRABE

Em busca da soberania.

por Alain Gresh


Esse grande país muçulmano foi arrasado por greves e manifestações que duraram várias semanas. A crise econômica e social, os saques constantes do Estado perpetrados pela família do presidente e um autoritarismo sem limite abalaram esse pilar da política estadunidense na região. Apesar de tudo, Washington abandonou seu antigo aliado. A secretária de Estado pediu ao ditador que se demitisse, de maneira a “abrir caminho para uma transição democrática”.

Estes fatos não ocorreram no Egito em fevereiro de 2011, mas sim na Indonésia em maio de 1998. Foi Madeleine Albright quem deu aquela declaração, e não Hillary Clinton. O déspota Suharto, que ascendera ao poder com a ajuda da Agência Central de Inteligência (CIA) em 1965, após ter mandado massacrar meio milhão de comunistas, fossem eles militantes convictos ou supostos, teve que sair de cena. Com a queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991), a Indonésia perdera seu lugar de posto avançado da luta contra o comunismo e, em Washington, os dirigentes preferiram incentivar um movimento de democratização e orientá-lo num sentido favorável aos interesses dos Estados Unidos. Tanto mais que o presidente Bill Clinton estava querendo transmitir ao mundo uma imagem mais aberta da sua nação. Finalmente, a decisão revelou-se hábil, já que Jacarta manteve relações estreitas com Washington, embora a Indonésia, membro ativo da Organização da Conferência Islâmica (OCI), tivesse dado mostras de independência, por exemplo, em relação ao dossiê nuclear iraniano.

Quais lições podem ser tiradas desse episódio? Em primeiro lugar, a de que nenhuma ditadura é eterna, mesmo quando assola o mais povoado dos países muçulmanos. Em segundo lugar, que embora as mudanças internas influam na política externa, a amplidão das evoluções varia em função dos contextos: o Egito não é a Indonésia; o Oriente Médio não é o Sudeste da Ásia.

Há muito, nos corredores das chancelarias ocidentais, fazer escárnio da “rua árabe” era uma atitude que se tornara banal. Por que eles deveriam levar em conta aquilo que pensavam centenas de milhões de indivíduos dos quais nada poderiam esperar, a não ser, no melhor dos casos, slogans islâmicos ou antiocidentais, ao passo que eles se entendiam tão bem com dirigentes tão competentes na tarefa de impor uma ordem salutar em seu país? Por que deveriam eles se preocupar, já que monarcas e presidentes recebiam nossos dirigentes, e até mesmo nossos intelectuais, com uma hospitalidade tipicamente oriental? E já que esses autocratas mantinham a ficção de um “processo de paz”, ao passo que a colonização israelense ia se estendendo?

Tomando o destino nas mãos

No espaço de algumas semanas, o mito da passividade dos povos árabes e da sua inaptidão à democracia voou em estilhaços pelos ares. A revolta tunisiana e a egípcia, os movimentos que vêm abalando esta região, da Argélia ao Bahrein, passando pelo Iêmen e a Líbia, e que também atingem o Irã não árabe, não dizem respeito apenas a escolhas entre modelos de sociedade e de desenvolvimento, mas também à política regional. Pela primeira vez desde os anos 1970, não se poderá mais analisar a geopolítica sem levar em conta as aspirações de povos e países que voltaram a ser donos do seu destino.

Este é o caso, em primeiro lugar, do Egito. Embora seja cedo demais para adivinhar quais serão os contornos da sua futura política externa, todos os observadores admitem que a Casa Branca perdeu um aliado fiel, um amigo leal no qual, com Israel, baseava a sua estratégia regional havia 30 anos – o Egito participou, entre outras, na guerra contra o Iraque (1990-1991). Nos últimos anos, Hosni Mubarak havia tomado a frente da cruzada contra a “ameaça iraniana”; ele havia conseguido alimentar a ilusão de um “processo de paz”, exercendo pressão sobre a Autoridade Palestina para que ela seguisse participando nas negociações, recebendo regularmente em Charm El-Cheikh dirigentes israelenses que não pareciam estar interessados em acordo de paz algum. Ele havia participado do bloqueio a Gaza e contribuído para o fracasso de todas as tentativas de reconciliação entre o Hamas e o Fatah, até mesmo aquela negociada por outro país “moderado”, a Arábia Saudita (acordos de Meca, maio de 2007). Durante a insurreição atual, alguns manifestantes erguiam cartazes redigidos em hebraico, afirmando que esta era a única língua que Mubarak compreendia.

O Conselho Supremo das forças armadas egípcias, que assume por enquanto o poder efetivo no Cairo, fez questão de tranquilizar Washington e Tel-Aviv, confirmando que o país respeitaria seus compromissos internacionais – uma referência aos acordos de Camp David (1978) e à paz entre Israel e Egito assinada em 1979. Contudo, embora seja pouco provável que o povo egípcio reclame o retorno ao estado de guerra, ele não considera esses textos como um fator de paz e de estabilidade regionais – ao contrário.

Toda vez que essa possibilidade lhe foi oferecida, o povo egípcio manifestou sua solidariedade com a Palestina e o Líbano. Durante a guerra de 2006, retratos de Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah, cobriam as paredes das lojas no Cairo, enquanto no mesmo momento o regime condenava o caráter “aventureiro” da organização. Os manifestantes que lutaram para impor o pluralismo e a democracia não têm qualquer simpatia declarada com o Irã, um país não árabe e xiita, considerado historicamente como rival, cuja orientação repressora vem se confirmando um pouco mais a cada dia. Em contrapartida, eles gostam da sua recusa a se dobrar aos comandos dos Estados Unidos e de Israel.

Em breve, um novo governo egípcio deverá levar a sua opinião em consideração, tanto em sua maneira de lidar com a Faixa de Gaza quanto nas suas relações com Israel e, na certa, adotará uma política mais reservada em relação às tentativas estadunidenses de criar uma frente comum (não proclamada) dos países árabes e de Israel contra Teerã.

A margem de manobra do Cairo também dependerá do seu alicerce econômico, abalado por anos de “liberalização”. O país permanece dependente da ajuda militar e alimentar dos Estados Unidos e das contribuições dos fundos da União Europeia, as quais se destinam a compensar a fragilidade da sua economia. Alguns evocam a possibilidade de as autoridades egípcias adotarem uma política externa independente, similar àquela da Turquia; mas a margem de manobra de Ancara se baseia no dinamismo da sua economia e num Produto Interno Bruto (PIB) três vezes superior ao do Egito.

As mudanças no Cairo causaram preocupação nos outros países árabes apresentados como “moderados” e, em primeiro lugar, na Arábia Saudita, cuja principal autoridade, o rei Abdala, interveio junto ao presidente estadunidense em favor de Mubarak. Um temor assombra esses dirigentes: o do declínio estadunidense na região. Ainda que os EUA tenham demonstrado sua capacidade de consolidar uma ampla frente contra o programa nuclear iraniano e impor sanções, nada disso apagou o seu fracasso no Iraque, nem a situação crítica em que estão atolados no Afeganistão e a sua incapacidade em obter do governo israelense a suspensão da colonização.

A demissão do governo libanês de Saad Hariri, em janeiro de 2011, e o abandono de Mubarak à sua própria sorte agravaram os temores dos “moderados” árabes, apavorados com a extensão do movimento em favor da democratização, do Iêmen à Jordânia. A própria juventude do Golfo andou se mostrando receptiva aos acontecimentos na Tunísia e no Egito.

Quanto à Autoridade Palestina, ela perde com Mubarak um aliado fiel, hostil à reconciliação com o Hamas, que oferecia uma garantia para a sua política de negociação com Israel. Ela terá de levar em conta esta nova situação. Em meados de fevereiro, durante a discussão de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que ela havia apresentado, condenando a colonização israelense, Barack Obama contatou Mahmoud Abbas para pedir-lhe para retirar o texto. Apesar da forte pressão do presidente estadunidense, este último recusou-se a atender ao pedido, marcando um endurecimento da sua estratégia com o “grande irmão” estadunidense. Será que o impasse levará a juventude da Cisjordânia – assim como a de Gaza, aliás – a manifestar por sua vez as suas aspirações a uma maior liberdade e a mais dignidade? A inscrever a sua luta no quadro da defesa dos direitos humanos e da igualdade? A ocupar as ruas pacificamente, ao mesmo tempo contra os seus dirigentes e contra a ocupação? Conforme noticiou o Jerusalem Post 1, o exército israelense está se preparando com temor para esta eventualidade, criando uma força de reação rápida.

Ainda mais preocupado que os aliados árabes de Washington, o governo de Benjamin Netanyahu declarou seu apoio inabalável a Hosni Mubarak. Segundo comenta Daniel Lévy, membro influente do think tank New America Foundation, esta atitude projeta uma luz diferente e peculiar sobre a referência constante de Tel-Aviv ao fato de que Israel seria “a única democracia no Oriente Médio”: esta frase não expressa o temor de estar isolado, cercado por ditaduras, mas sim, ao contrário, um desejo de permanecer “‘sozinho’ nesta condição”2.

Por enquanto, o governo israelense parecer estar paralisado pelo medo diante das mudanças que estão ocorrendo; exagera deliberadamente o papel dos islâmicos; tenta apontar paralelos com a revolução islâmica de 1979 em Teerã, multiplicando as bravatas a respeito da “ameaça iraniana” que o mundo não estaria compreendendo ou anunciando aos soldados, como fez o ministro da defesa, Ehoud Barak, por ocasião de uma visita na frente norte, que eles poderiam ser chamados a invadir novamente o Líbano3.

Se “o Ocidente perdeu”, será o caso de afirmar que o eixo Damasco-Teerã e seus aliados do Hamas e do Hezbollah levaram vantagem com isso? Sem dúvida, mas os seus pontos fracos são patentes. O Hamas está circunscrito à área de Gaza, enquanto o provável indiciamento dos dirigentes do Hezbollah pelo Tribunal especial para o Líbano enfraquece a organização liderada por Hassan Nasrallah4.Embora as autoridades iranianas tivessem saudado a revolução egípcia, elas abafaram de maneira impiedosa os manifestantes que apresentavam reivindicações similares e se envolveram numa terrível lógica repressiva.

Já na Síria, o presidente Bachar Al-Assad dispõe de dois trunfos: o medo da população de que insurreições desemboquem numa instabilidade à iraquiana, com enfrentamentos confessionais, e a sua posição de firmeza frente a Israel, incontestavelmente popular. Contudo, o país, envolvido em programas de liberalização econômica, conhece uma forte expansão demográfica e está tendo de enfrentar graves dificuldades econômicas e sociais, sem falar das aspirações dos jovens sírios à liberdade, bastante similares àquelas dos demais árabes.

Evocamos na introdução a Indonésia e a maneira pela qual Washington havia sido capaz de adaptar-se à queda da ditadura. A principal diferença com o Oriente Médio de hoje diz respeito à Palestina, a qual muitos observadores creem, equivocadamente, que se tornou secundária para os manifestantes. No Cairo, os organizadores baniram deliberadamente todo slogan antiestadunidense e anti-israelense, tendo decidido concentrar-se num só adversário, o regime; vontade que foi entendida por todos. Mas após a queda de Mubarak, quando da gigantesca celebração da vitória no Cairo em 18 de fevereiro, os manifestantes retomaram maciçamente os slogans sobre a liberação de Jerusalém.

Ao longo de décadas, os Estados Unidos puderam apoiar Israel de maneira quase incondicional, sem pagar qualquer preço por isso – a não ser o da impopularidade, o que não tinha importância alguma para eles –, já que os dirigentes árabes permaneciam seus aliados fiéis. Esse período está chegando ao fim. O novo contexto geopolítico vai forçar a administração estadunidense a fazer escolhas cruciais. Mas será que ela vai querer fazê-las? Terá capacidade para tanto? Essas indagações também podem ser dirigidas à União Europeia, igualmente comprometida pela sua colaboração, sem qualquer atrito, com Ben Ali e Mubarak.

No espaço de alguns anos, o mundo tornou-se policêntrico. Cada grande país, do Brasil à China, da Índia à África do Sul, busca ocupar o seu lugar, não contra o Ocidente, nem a seu serviço, mas sim ao lado, interessado em defender seus próprios interesses. Assim, a Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliada dos Estados Unidos, vem desempenhando um papel regional crescente, dando mostras de independência tanto em relação ao dossiê nuclear iraniano quanto à Palestina5. O Magreb6 e o Oriente Médio buscam por sua vez integrar essa movimentação. “O que os povos da região estão pedindo”, analisa Graham Fuller, antigo profissional da CIA e autor do livro The future of political islam, “é poder controlar sua vida e seu destino. (…) Em curto prazo, isso pressupõe uma medicação severa: Washington deve se distanciar deles e deixar as sociedades resolverem seus assuntos por conta própria, o que implica pôr fim à antiga política de infantilização dos povos do Oriente Médio (…) com base numa visão míope dos ‘interesses estadunidenses’7”.

“Nem o Leste, nem o Oeste”, gritavam os manifestantes iranianos em 1979, afirmando sua vontade de confrontação tanto com os Estados Unidos quanto com a União Soviética. “Nem com o Ocidente, nem contra ele”, poderiam gritar os manifestantes de hoje pelo mundo árabe afora, que afirmam uma vontade de independência e soberania num mundo que eles sabem ser multipolar. Eles julgarão o Ocidente pela sua capacidade de defender os princípios da justiça e do direito internacional em todo lugar no mundo e, principalmente, na Palestina. Mas eles não mais aceitarão que o seu governo se valha da luta contra o Ocidente para impor a ditadura.

Alain Gresh é jornalista, do coletivo de redação de Le Monde Diplomatique (edição francesa).


1  Yaakov Katz, “IDF prepares over fears of Egypt-style W. Bank demos”, The Jerusalem Post, 18 de fevereiro de 2011.

2  Daniel Levy, “Israel’s option after Mubarak”, 13 de fevereiro de 2011, http://english.aljazeera.net

3  Haaretz, Tel-Aviv, 15 de fevereiro de 2011.

4  Ler “Beyrouth dans les rets du tribunal spécial”, Le Monde Diplomatique, fevereiro de 2011.

5  Ler Wendy Kristianasen, “Ni Orient ni Occident, les choix audacieux d’Ankara”, Le Monde Diplomatique, fevereiro de 2010.

6  Conjunto dos países da África do Norte.

7  Graham Fuller, “Revolution in Egypt”, Christian Science Monitor, Boston, 4 de fevereiro de 2011.

Fonte: http://diplomatique.uol.com.br/print.php?tipo=ar&id=893

Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Pagão

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #329 Online: 09 de Julho de 2011, 04:10:36 »
No espaço de alguns anos, o mundo tornou-se policêntrico. Cada grande país, do Brasil à China, da Índia à África do Sul, busca ocupar o seu lugar, não contra o Ocidente, nem a seu serviço, mas sim ao lado, interessado em defender seus próprios interesses.

Sim,... se o "império" do Ocidente cai... também caem as fantasias internacionalistas... É a afirmação de novos nacionalismo... Afinal o nacionalismo, nas suas diversas formas, continua sendo a verdadeira força mobilizadora dos povos desde o século XIX... As outras influências ideológicas provaram ser menores... O futuro vai ser construído em torno dos interesses dos grandes países..., e o resto são fantasias. 
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #330 Online: 09 de Julho de 2011, 10:52:31 »
[...]
Afinal o nacionalismo, nas suas diversas formas, continua sendo a verdadeira força mobilizadora dos povos desde o século XIX... As outras influências ideológicas provaram ser menores... O futuro vai ser construído em torno dos interesses dos grandes países..., e o resto são fantasias. 

Desde "sempre", o nacionalismo é a principal força motriz. E é por isto que não sou otimista em relação à humanidade.
Foto USGS

Offline Pagão

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #331 Online: 09 de Julho de 2011, 11:25:57 »
Desde "sempre", o nacionalismo é a principal força motriz. E é por isto que não sou otimista em relação à humanidade.

Se o nacionalismo, dentro de cada país, for uma força de solidariedade contra o puro egoísmo individual e contra eventuais ódios de classe. Se for moderado, defensivo, apenas uma força de manutenção de raízes identitárias. Se estiver aberto a influências doutras culturas e povos, modificando-se lentamente por essa absorção étnica e cultural. Se o respeito pelos valores próprios gerar a compreensão e o respeito pelos dos outros... Se a humanidade se sentir como uma Sociedade de Nações solidárias entre si ?... Então, porque não o otimismo?... SE...
Afinal talvez seja uma melhor esperança do que estarmos focados no egóismo/competição individual ou nas divergências de classes, de raças, ou de religiões, ou de ideologias políticas. O segredo talvez esteja na moderação com que se conservam as raízes... Os desenraízados podem ser bem uma maior fonte de perigo.
 
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Offline Sergiomgbr

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #332 Online: 09 de Julho de 2011, 12:24:23 »
Desde "sempre", o nacionalismo é a principal força motriz. E é por isto que não sou otimista em relação à humanidade.

Se o nacionalismo, dentro de cada país, for uma força de solidariedade contra o puro egoísmo individual e contra eventuais ódios de classe. Se for moderado, defensivo, apenas uma força de manutenção de raízes identitárias. Se estiver aberto a influências doutras culturas e povos, modificando-se lentamente por essa absorção étnica e cultural. Se o respeito pelos valores próprios gerar a compreensão e o respeito pelos dos outros... Se a humanidade se sentir como uma Sociedade de Nações solidárias entre si ?... Então, porque não o otimismo?... SE...
Afinal talvez seja uma melhor esperança do que estarmos focados no egóismo/competição individual ou nas divergências de classes, de raças, ou de religiões, ou de ideologias políticas. O segredo talvez esteja na moderação com que se conservam as raízes... Os desenraízados podem ser bem uma maior fonte de perigo.
 
O nacionalismo em nada subverte o conceito de pão e circo. Ninguem tá nem aí pra nacionalismo, ninguem liga se seu rei é frances ou chines ou esquimó se sob seu reinado tiver pão e circo. Reis europeus frequentemente governavam outras nações se não a em que nasceram, grandes impérios, de imperadores nascidos em terrras distantes e as vezes até falando idiomas diferentes e na maioria das vezes queridos por seus súditos, sempre existiram e sempre existirão. Se têm pão e circo.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #333 Online: 09 de Julho de 2011, 12:53:26 »
Se o nacionalismo, dentro de cada país, for uma força de solidariedade contra o puro egoísmo individual e contra eventuais ódios de classe.

Este uso do nacionalismo tem efeito principalmente quando se elege um "inimigo comum", ou seja, um espantalho, usado para agregar pessoas em prol de "uma causa maior e justa".


Se for moderado, defensivo, apenas uma força de manutenção de raízes identitárias.

As raízes identitárias são a ante-sala do nacionalismo xenófobo.


Se estiver aberto a influências doutras culturas e povos, modificando-se lentamente por essa absorção étnica e cultural.

E exatamente por isto que hoje não existe praticamente nenhum povo ou cultura "pura", pois todos foram influenciados por, ou influenciaram a, outros povos.


Se o respeito pelos valores próprios gerar a compreensão e o respeito pelos dos outros...

A marca mais conspícua do nacionalismo não é o de gerar compreensão e respeito pelos outros, e sim o de desenvolver a sensação de "superioridade".


Se a humanidade se sentir como uma Sociedade de Nações solidárias entre si ?... Então, porque não o otimismo?

Porque é apenas mais uma utopia, se tal desejo for pretendido sob o manto do nacionalismo.


... SE...

Foram vários.


Afinal talvez seja uma melhor esperança do que estarmos focados no egóismo/competição individual ou nas divergências de classes, de raças, ou de religiões, ou de ideologias políticas. O segredo talvez esteja na moderação com que se conservam as raízes... Os desenraízados podem ser bem uma maior fonte de perigo.

A maioria das guerras a partir do século XVIII ocorreu por motivações nacionalistas e da "valoração da identidade" de um ou mais povos.
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #334 Online: 26 de Julho de 2011, 10:21:15 »
Oposição iemenita rejeita plano do governo para negociação

A oposição do Iêmen rejeitou na segunda-feira um plano do governo para negociações destinadas a aplacar a insurreição, depois de meses de protestos populares exigindo a derrubada do presidente Ali Abdullah Saleh, alegando que nem mesmo ouviu nada sobre um 'mapa do caminho' para a paz.

O vice-presidente Abd-Rabbu Hadi Mansour, que é o presidente interino enquanto Saleh permanece em um hospital da Arábia Saudita depois de sofrer uma tentativa de assassinato, disse no domingo que o mapa do caminho seria lançado dentro de uma semana.

O porta-voz do governo Tareq al-Shami disse à Reuters que o plano teria como foco conversações com a oposição. 'O mapa do caminho está baseado em todos os lados se reunindo numa mesa de diálogo e debatendo todas as questões', afirmou ele.

A oposição, porém, reiterou sua recusa em conversar com o governo antes que Saleh assine um plano de transição proposto pelos países do Golfo Pérsico, o qual o presidente de 69 anos já evitou assinar três vezes.

'Não sabíamos de nada sobre a ideia de um mapa do caminho. Não há nada disso, e decidimos não dialogar até que a iniciativa do Golfo seja assinada ou que o poder seja transferido ao vice-presidente', disse Mohammed Basindwa,o líder da coalizão da oposição no Iêmen.

Saleh tenta se manter no poder após 33 anos no governo, apesar de ter sido gravemente ferido em junho num ataque a bomba e forçado a se tratar em Riad. Ele frustrou as esperanças da oposição de que admitiria a derrota, em vez de prometer retornar ao Iêmen e liderar um diálogo nacional.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, ambos alvos de ataques frustrados promovidos pelo braço da Al Qaeda com base no Iêmen, observam com preocupação o levante, enquanto o país permanece num impasse político. Eles temem que a instabilidade dê mais espaço para que a Al Qaeda opere no país.

Mas os vizinhos ricos do Iêmen no Golfo e Washington até agora não se mostraram dispostos ou capazes de forçar Saleh a adotar um plano de transição. Alguns saudaram as propostas para um diálogo, mas a oposição política e os manifestantes das ruas prometeram resistir, insistindo na deposição de Saleh em meio ao caos crescente.

http://noticias.br.msn.com/mundo/oposi%c3%a7%c3%a3o-iemenita-rejeita-plano-do-governo-para-negocia%c3%a7%c3%a3o-1

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #335 Online: 21 de Agosto de 2011, 14:19:38 »
Rebeldes estão nos arredores de Trípoli

Disparos e explosões foram ouvidos no domingo pela manhã. Militantes esperam chegar em peso à capital líbia nesta noite

Os rebeldes que lutam contra o regime de Muamar Kadafi estão a poucos quilômetros de Trípoli, a capital da Líbia, e esperam chegar em peso à cidade neste domingo à noite. Disparos e explosões foram ouvidos na capital líbia no domingo pela manhã, mas Kadafi fez um pronunciamento na TV afirmando que os rebeldes, a quem chamou de ratos, haviam sido eliminados em Trípoli.

De acordo com a emissora de televisão Al Jazeera, as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) teriam bombardeado neste domingo o complexo de Bab al-Aziziya, no centro de Trípoli. O complexo fortificado seria o quartel general de Kadafi. Ainda hoje, a mesma rede afirmou que forças rebeldes durante o avanço até Trípoli teriam matado 31 membros das forças de Kadhafi. Outros 42 teriam sido detidos.

No sábado, os combatentes anti-Kadafi conquistaram regiões importantes do País que estavam nas mãos do regime líbio até pouco tempo. A cidade de Zawiya, que fica 50 quilômetros ao oeste de Trípoli, foi conquistada no sábado. Um grupo de militantes partiu da cidade na manhã deste domingo com destino a Trípoli, tendo conquistado Jaddayim, uma pequena cidade e a primeira no caminho rumo à capital. Eles também assumiram o controle da cidade de Zlitan, 160 quilômetros ao leste de Trípoli.

Os ativistas contrários ao regime estão avançando em diferentes frentes, pelo leste, sul e oeste. Navios de guerra da Otan estão controlando o acesso ao mar. Forças leais ao governo estão combatendo os rebeldes na cidade portuária de Brega, que abriga uma das principais reservas de petróleo do País.


Militantes anti-Kadafi são vistos na vila de Mayah, a 30km da capital líbia, neste domingo

Recuo

Os militantes admitiram que foram obrigados a recuar da zona industrial da cidade, após terem sofrido um pesado bombardeio. Segundo a BBC, centenas de combatentes estão na cidade e estão se deslocando por caminhonetes ou a pé. Há informação de que a cidade foi tomada no domingo de manhã após árduos combates entre rebeldes e tropas do governo. Sons de tiros foram ouvidos ao longo de toda a noite de sábado, assim como explosões. Os distúrbios pareciam vir de regiões no norte, no leste e no sudeste do centro da cidade.

Um porta-voz do governo atribuiu os disparos e estampidos a pequenos grupos de gangues armadas. Rebeldes afirmam que soldados pró-Kadafi baseados na cidade teriam abandonado seus postos e se juntado aos rebeldes. Os combates mais intensos se deram por volta das 23h de sábado, mas os ruídos de disparos diminuíram consideravelmente no domingo, conta a BBC.

Os enfrentamentos provavelmente se deram entre combatentes anti-Kadafi, que já estavam em Trípoli, e forças do governo e não entre rebeldes que teriam entrado na cidade. Muamar Kadafi ainda dispõe de forte apoio em Trípoli e homens e mulheres receberam armas e treinamento nas últimas semanas. Postos de controle também foram montados em diferentes partes da cidade.

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/rebeldes+se+aproximam+de+tripoli/n1597168480591.html

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #336 Online: 21 de Agosto de 2011, 20:07:11 »
Citar
Kadhafi volta a convocar resistência; líbios comemoram nas ruas de Trípoli
TV estatal transmitiu áudio de ditador chamando moradores a irem às ruas.
Rebeldes adentraram capital líbia em cerco às forças de Kadhafi.


O líder líbio Muammar Kadhafi fez um segundo apelo neste domingo (21) para que as pessoas "salvem Trípoli" da ofensiva rebelde, em gravação de áudio divulgada pela TV estatal líbia.

"É a obrigação de todos os líbios. É uma questão de vida ou morte", afirmou. O ditador já havia feito um apelo similar mais cedo, enquanto as forças rebeldes começavam a adentrar a capital, quando disse que seguiria na capital "até o fim".

Os tripolitanos "devem sair agora para limpar a capital", declarou o coronel Kadhafi na segunda mensagem, afirmando que "não há lugar para agentes do colonialismo em Trípoli e na Líbia".

A TV Al-Arabia mostrou imagens de moradores celebrando nas ruas de Trípoli e destruindo pôsteres de Kadhafi pela cidade. Foram as primeiras imagens dentro da cidade desde a invasão dos rebeldes.


Pessoas são vistas comemorando em Trípoli após chegada dos rebeldes neste domingo (21) (Foto: Reuters/Sky News)



Mortes
O porta-voz do regime líbio afirmou na noite deste domingo (21) que 1.300 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas em Trípoli, classificando os combates entre rebeldes e forças do governo de "verdadeira tragédia".

"Em 24 horas, 1.300 pessoas foram mortas em Trípoli", disse Moussa Ibrahim, durante uma entrevista coletiva à imprensa, indicando que "seu regime permanece forte e que milhares de voluntários e soldados estão preparados para lutar".

Os rebeldes controlam vários bairros da capital, onde violentos confrontos eram travados à noite.

Sequestro
Em entrevista à televisão Al Jazeera neste domingo (21), o líder do Conselho Nacional de Transição, Mustapha Abd El Jalil, grupo que apoia a invasão rebelde à capital da Líbia, afirmou que Saif Al-Islam, um dos filhos do ditador Muammar Kadhafi, foi capturado.

“Nós demos instruções para tratá-lo bem, na intenção de que ele possa ser julgado depois”, afirmou Jalil em entrevista.

Segundo a TV Al-Arabia, o Conselho Nacional de Transição do governo da Líbia afirmou que a guarda presidencial de Muammar Kadhafi se rendeu às forças rebeldes, que tinham adentrado a capital Trípoli no mesmo dia.
http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/08/kadhafi-volta-convocar-resistencia-libios-comemoram-nas-ruas-de-tripoli.html



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Re: Revolta Árabe
« Resposta #337 Online: 22 de Agosto de 2011, 00:03:59 »
Parece que o fim está próximo.  :ok:


<a href="http://www.youtube.com/v/6Wbb3xPkgr8&amp;feature=player_embedded" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/6Wbb3xPkgr8&amp;feature=player_embedded</a>
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #338 Online: 22 de Agosto de 2011, 09:39:23 »
O fim do começo, bem-entendido. O período imediatamente após a derrubada do ditador é que o mais complicado.

Mas sim, é ótimo que esse maluco esteja sendo finalmente apeado do poder.

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #339 Online: 22 de Agosto de 2011, 13:31:42 »
O fim do começo, bem-entendido. O período imediatamente após a derrubada do ditador é que o mais complicado.

Mas sim, é ótimo que esse maluco esteja sendo finalmente apeado do poder.

3+%2B+e%5E%7Bi+%5Cpi+%7D

E para não ficar só nisso, algumas imagens do arsenal improvisado dos rebeldes:





mais em: http://www.theatlantic.com/infocus/2011/06/diy-weapons-of-the-libyan-rebels/100086/
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #340 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:14:55 »
Cidadãos armados é um perigo grande e perene sobre qualquer ditadura.

Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #341 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:16:28 »



<a href="http://www.youtube.com/v/6Wbb3xPkgr8&amp;feature=player_embedded" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/6Wbb3xPkgr8&amp;feature=player_embedded</a>


Achei muito  engraçado o cara em 3:45 querendo aparecer.   :lol:
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #342 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:19:01 »
O filho do Khadaffi foi capturado... O pai deve estar em algum buraco escondido, igual o Saddan.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #343 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:19:25 »
[...]
Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.

Como a "Campanha de Desarmamento" no Brasil?
Foto USGS

Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #344 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:19:55 »
O filho do Khadaffi foi capturado... O pai deve estar em algum buraco escondido, igual o Saddan.

Vi na CNN que haviam capturado três filhos dele.
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #345 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:22:49 »
Cidadãos armados é um perigo grande e perene sobre qualquer ditadura.

Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.

Tipo... como o Saddam Hussein? :)

Elaborando: acho que você se equivoca. O que falta aos cidadãos numa ditadura é um meio para se organizarem. O governo restringe os canais de comunicação controlando a mídia e impedindo aglomerações. Os ditadores também impedem o surgimento de lideranças através da cooptação ou da repressão. Indivíduos isolados armados são apenas isso. O interessante é que nos últimos anos surgiram outros canais de comunicação - internet, que conseguiram escapar ao controle dos ditadores. O resto é História.
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #346 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:26:45 »
Cidadãos armados é um perigo grande e perene sobre qualquer ditadura.

Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.

Tipo... como o Saddam Hussein? :)

Elaborando: acho que você se equivoca. O que falta aos cidadãos numa ditadura é um meio para se organizarem. O governo restringe os canais de comunicação controlando a mídia e impedindo aglomerações. Os ditadores também impedem o surgimento de lideranças através da cooptação ou da repressão. Indivíduos isolados armados são apenas isso. O interessante é que nos últimos anos surgiram outros canais de comunicação - internet, que conseguiram escapar ao controle dos ditadores. O resto é História.

Isso não invalida o fato de cidadãos armados serem mais perigosos ao regime do que cidadãos desarmados, da mesma fora que urânio enriquecido é mais "perigoso" (possibilita bombas atômicas) do que o pobre.

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #347 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:32:23 »
Cidadãos armados é um perigo grande e perene sobre qualquer ditadura.

Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.

Tipo... como o Saddam Hussein? :)

Elaborando: acho que você se equivoca. O que falta aos cidadãos numa ditadura é um meio para se organizarem. O governo restringe os canais de comunicação controlando a mídia e impedindo aglomerações. Os ditadores também impedem o surgimento de lideranças através da cooptação ou da repressão. Indivíduos isolados armados são apenas isso. O interessante é que nos últimos anos surgiram outros canais de comunicação - internet, que conseguiram escapar ao controle dos ditadores. O resto é História.

Isso não invalida o fato de cidadãos armados serem mais perigosos ao regime do que cidadãos desarmados, da mesma fora que urânio enriquecido é mais "perigoso" (possibilita bombas atômicas) do que o pobre.



Perigosos para o governo... e também para os outros cidadãos.

Olha, não sou contra a posse de armas pelos cidadãos. Só acho esse argumento da milícia cidadã completamente furado.
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #348 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:35:07 »


3+%2B+e%5E%7Bi+%5Cpi+%7D

:lol:


Citar
Olha, não sou contra a posse de armas pelos cidadãos. Só acho esse argumento da milícia cidadã completamente furado.

Idem, ibidem. Não digo que seja um argumento totalmente desprovido de mérito, mas são coisas diversas.

Skorpios

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #349 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:38:18 »
[...]
Se eu fosse ditador, uma das minhas primeiras políticas seria tentar restringir o máximo possível o acesso de cidadãos a armas.

Como a "Campanha de Desarmamento" no Brasil?

Tirou as palavras do meu teclado...

 

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