Como foi desmascarado o célebre médium Carancini:
Veremos, a seguir como foi desmascarado o famoso médium, que durante bastante tempo conseguiu enganar o público da capital Francesa.
Depois de uma série de experiências de repercussão estrondosa, Carancini, o célebre Carancini, foi enfim, desmascarado, sendo, assim, apresentado como um simples charlatão.
O sr. M. Durville, diretor do ''Journal du magnètisme et du psychisme espèrimental'', assim relata o que se passou na célebre sessão, que se realizou na sua residência da rua Pétrarque:
''Seis sessões se sucederam durante um mês.
Carancini estava encerrado em uma vasta cabine, onde se encontrava à vontade. Sentado numa cadeira, livre de movimentos, mas as pernas e as mãos vigiadas por assistentes, devia Carancini exercer a sua ação mediúnica sobre ''bibelots'' existentes no teto da cabine.
Desde a primeira sessão, os srs. Barklay Raymand, o dr. Vergnes e eu tivemos muito perfeitamente a impressão de que Carancini substituía uma mão pela outra e desta maneira vinha dar nos a ilusão do contato permanente.
Foi então que pedimos o concurso de dois amadores de prestidigitação, meus conhecidos, e, de comum acordo, prestamo-nos à fraude.
Carancini costumava ficar amarrado a uma cadeira, dentro da jaula porém com os braços para fora os quais apoiava sobre uma mesa que se colocava encostada a cabine. Dois espectadores colocavam-se em cada lado da mesa, cada um pousava a sua mão sobre a mesa. Carancini encostava a sua mão esquerda na mão do espectador da esquerda e a mão direita no da direita.
Na ocasião das manifestações espíritas (que de costume se produziam as escuras) Carancini, desprende a sua mão da do assistente colocado à esquerda. Com a extremidade dos dedos da mão direita exerce contato sobre a do mesmo assistente, afim de lhe dar sempre ilusão de que esses contatos são produzidos pela que tinha presa. É neste momento que o experimentador passa a operar no teto da cabine com o braço livre, sendo certo de que a impressão do contato não cessa.
Na sexta sessão, porém, uma explosão oportuna de magnésio surpreende Carancini em flagrante delito de fraude.
Com o pulso direito preso, deixava livre jogo à mão que, escorregando sobre a mesa da experiência, continuava o contato com o segundo assistente. Com o braço esquerdo levantado, imprimia ao teto da cabine ligeiras sacudidelas, produtora dos fenômenos misteriosos!
Como se vê, era terminante.
A confusão de Carancini nos penalizou e nós lhe propusemos resgatar-se. Ele aceitou. Depois achou-se, segundo nos escreveu, gravemente indisposto, pelo que deixamos de o tornar a ver.''
Fonte: Boletim Mágico, João Peixoto, páginas 155/116.
Uma incursão pelo Google revela que o médium Francesco Carancini não é tido como charlatão pelos espíritas, muito pelo contrário... Os espíritas ainda o tem em alta conta.
As sessões espíritas entre nós:
O ''Jornal do Comércio'' publicou há dias o seguinte:
A propósito de um tópico publicado há dias, nesta folha, em que afirmamos ser o espiritismo o mais fecundo povoador dos manicômios, apareceu pelas colunas de um jornal carioca um espiritista, irritado, asseverando que ''malucos são os que combatem o espiritismo sem o conhecimento, não os que o praticam com pleno conhecimento''.
Os próprios médicos e outras autoridades competentes se encarregam de responder ao missivista.
O Dr. Juliano Moreira, diretor do Hospício de Alienados da Capital Federal, afirma ter já visto ''muitos casos de perturbações mentais e nervosas evidentemente despertadas por sessões espíritas''.
Um outro médico notável, o Dr. Antônio Austregésilo, professor de moléstias nervosas da Faculdade de Medicina, diz que ''no Rio de Janeiro espiritismo é uma das causas predominantes mais comuns de loucura''.
Ainda o Dr. Franco da Rocha, diretor do Hospício de Juquery, declara serem frequentíssimos os ''exemplos de pessoas, sobretudo moças, anteriormente sãs, que se tornam histeroepilépticas em consequência de terem tomado parte nas mesas de evocações dos espíritas''.
Mais ainda: o Dr. Afrânio Peixoto, que é também uma notabilidade, assevera que ''dois terços dos loucos do Hospício do Rio chegaram a um triste estado devido às práticas do espiritismo''.
Bem vê o articulista que tínhamos razão, como Carlos de Laet quando escreveu que ''uma estatística bem feita das entradas nos manicômios e nos xadrezes policiais deixaria patente o nefasto influxo das práticas espíritas sobre a mentalidade nacional dos tempos que correm''.
Fonte: Boletim Mágico, João Peixoto, página 203.
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