Agora sério. Como anda a viabilidade de um reator a fusão hoje e um reator assim é mais seguro que um à fissão?
Pelo que sei, no momento a coisa está assim: consegue-se obter fusão em diversos aparelhos. Você pode até construir
o seu próprio aparato (
http://en.wikipedia.org/wiki/Fusor ). O que não se consegue ainda é atingir o que se chama de break-even:
obter tanta ou mais energia do que a que foi fornecida ao aparato. Dentre os aparelhos de fusão, existem os que confinam o plasma
usando campos magnéticos em um toróide (tokamaks). Calcula-se que, se você fizer um tokamak grande o suficiente, será possível
atingir break-even (isso porque você conseguiria minimizar coisas como turbulência no plasma). Daí que existe um grande tokamak
em construção atualmente, o ITER (
http://en.wikipedia.org/wiki/Iter ) que, espera-se, conseguirá produzir energia daqui a uns 15 anos (!).
Outro método usa o chamado confinamento inercial. É simples: pega-se uma bolinha com deutério e trítio e bombardeia-se a coitada
com lasers até que haja fusão. Existe um laboratório nos EUA que em breve poderá atingir o break-even com essa técnica
(
http://en.wikipedia.org/wiki/National_Ignition_Facility ).
Em paralelo, existem vários grupos menores que tentam usar outros métodos para chegar na fusão autosustentada.
Um reator de fusão será certamente mais seguro que um de fissão. Um dos motivos disso é que os elementos que sofrem fissão costumam
ser naturalmente instáveis, daí que um dos problemas das usinas no Japão é que, embora não esteja acontecendo reações em cadeia,
calor é emitido devido ao decaimento natural dos elementos radiativos presentes no combustível. No caso da fusão, seria usado deutério
(estável) e trício (instável, mas decai emitindo radiação beta, que é facilmente bloqueada), de forma que esse tipo de problema não aconteceria.
Porém, as paredes do recipiente de um futuro reator de fusão tenderão a se tornar radiativas devido aos nêutrons emitidos durante o processo
de fusão. Isso quer dizer que um reator de fusão também produziria lixo nuclear, só que com atividade mais baixa que um de fissão.