Autor Tópico: Como Mises explicaria a realidade do SUS?  (Lida 13363 vezes)

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Offline 3libras

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #25 Online: 10 de Abril de 2011, 22:37:37 »
O caminho ideal seria abolir impostos para clínicas, hospitais, labs, fabricantes de remédio que tivessem concorrência etc etc.

com o tempo classe c e d procurariam o pago e "barato" e hospitais públicos ficariam apenas para quem naõ tem grana.

uma coisa que eu acho errada é que alguns tratamentos são caros e são culpa do doente: por exemplo tentativas de suicídios, bebados que batem de carro, pais que tem filhos com doenças genéticas e continuam tendo mais filhos assim.

recentemente eu vi uma mulher reclamando que a filha dela tinha uma dieta especial que custava 13 mil reais mensal.

disse que o governo dava normal a mistura alimentar para ela, porém para aas duas filhas mais novas tinha mês que faltava.

os primeiros 13 mil são compreensiveis, mas gastar mais 26 mil por "capricho" de uma mulher irresponsável? trabalhar ela não quer não ne, mas engravidar ela pode.

aff
« Última modificação: 10 de Abril de 2011, 22:40:03 por 3libras »
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Offline Hold the Door

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #26 Online: 10 de Abril de 2011, 22:39:44 »
O sistema de saúde pública adotado no Brasil, dividido em níveis de atenção (com a ressalva que no Brasil o sistema inclui também o PSF - programa saúde da família - um misto dos sistemas vigentes em Cuba e no Canadá), já provou ser de longe o mais eficiente e barato, tanto que é adotado por vários dos países mais desenvolvidos e ricos do mundo. Enquanto isso, o sistema adotado pelos EUA se mostra caro, ineficiente e insustentável a longo tempo.

A idéia central desse sistema é que uma cidade seja dividida em regiões, e que haja uma unidade básica de saúde, com médicos, dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde responsáveis por aquela UBS e a região.

A UBS é responsável pela atenção primária a saúde e deve ser capaz de resolver cerca de 80% dos problemas mais prevalentes naquela comunidade. Apenas os casos que não podem ser resolvidos são encaminhados para serviços mais especializados e mais caros. Só isso já diminui em muito os custos com consultas, exames desnecessários (o que ocorre freqüentemente em sistemas como o dos EUA) e evita consumir recursos da atenção secundária e terciária.

Além disso, existem dois outros aspectos que são simplesmente impossíveis de fazer em uma saúde totalmente privada ou com sistemas de vouchers ou qualquer coisa semelhante.

O primeiro é a ênfase em medicina preventiva. Sai muito mais barato realizar exames de rastreamento, como o papanicolaou, colonoscopia, mamografia, por exemplo, do que ter que tratar um câncer com quimioterápicos caríssimos, fora os gastos com internação, cirurgias e outros. Sai muito mais barato diagnosticar precocemente e tratar uma diabetes melitus ou hipertensão arterial do que ter que tratar suas complicações, como cegueira, amputação de membros, infarto, acidente vascular cerebral, entre outras.

Quando se deixa a saúde somente a cargo do indivíduo (por exemplo, com vouchers), ele só vai ao médico quando estiver sentindo algo (as pessoas vão ao médico pelo sofrimento, não pela doença), o que em muitos casos significa pegar a doença em um estágio mais avançado, com tratamento muito mais caro e por vezes meramente paliativo. Assim, há o prejuízo duplo, pelo tratamento mais caro e pela diminuição da capacidade de trabalho, de produtividade, do indivíduo. Essa situação só pode ser combatida com um planejamento e execução de uma política de saúde pública voltada para a prevenção, o que só é possível em um sistema controlado pelo Estado.

O segundo ponto é a aderência ao tratamento. Não basta simplesmente diagnosticar uma diabetes ou hipertensão, por exemplo. Essas são doenças que exigem uma série de restrições, mudanças de hábitos e por vezes o uso contínuo de medicamentos. E o pior é que são doenças silenciosas. Ou seja, o indivíduo não sente absolutamente nada, mas é dito que ele tem que deixar de comer e beber uma série de coisas que ele gosta e ainda tem que deixar de ser sedentário e tomar remédio todo santo dia. Qual a chance dele seguir o tratamento se for na base do "se vira que o mercado é livre"? O sistema adotado aqui permite um maior acompanhamento e uma maior ênfase na necessidade de seguir o tratamento.

Por fim, deve ser ressaltado também que, principalmente nas comunidades mais carentes, raramente o problema é só a doença. Você dá um vale, o sujeito vai no médico que escolher e esse médico vai examinar e passar uma receita, mas como é um desconhecido não sabe o que está por trás daquela doença e que também interfere no tratamento. Ele pode estar desempregado, ou passando por dificuldades financeiras, com conflitos familiares, a filha adolescente está grávida, a mãe com Alzheimer, entre tantas outras situações que afetam a saúde da família como um todo. Nesse ponto, só um sistema como adotado aqui, pela maior proximidade e conhecimento da história familiar do indivíduo, permite uma intervenção mais eficiente no que for possível.

Claro, eu estou falando supondo um cenário ideal. A saúde pública no Brasil, mesmo onde a atenção primária com o PSF é adotado, é em geral muito ruim. Mas isso se deve a problemas crônicos da política brasileira, não do sistema adotado, que funciona muito bem em países como Alemanha, Inglaterra, Holanda, Japão, etc...
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Offline _tiago

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #27 Online: 10 de Abril de 2011, 22:46:47 »
Quanta besteira, estilo eremita ao contrário.

O que eu escrevi ou o texto de apresentação do tópico?

Da assinatura do Agnóstico,
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Mercado mínimo: Sem controles, o operador saberia que não pode se sobre-alavancar, os empresários seriam éticos para proteger o sistema, e você, rico . É contra-intuitivo, mas somos espúrios por causa das regras.

Offline Moro

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #28 Online: 10 de Abril de 2011, 22:57:05 »
Geo, já não concordei contigo, mas nunca vi você escrevendo uma besteira.
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Offline Moro

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #29 Online: 10 de Abril de 2011, 22:58:21 »
Ok, então esqueçamos a questão de imposto zero e vamos para a regulamentação.

A premissa de um estado não regulado só poderia acontecer SE a concorrência fosse perfeita e o povo, nós cidadãos, fizéssemos rigorosamente o que se espera de nós.
Então teríamos que ter um judiciário fabuloso para que processos contra instituições fossem céleres, teríamos que ter um legislativo que fosse adequado e não uma representação corrupta do povo brasileiro e um executivo idem.

Por fim, o povo teria que consultar preços, buscar seus direitos, parar de comprar de determinada empresa e ter opções decentes a elas, etc..
Isso apenas para a parte que tange o consumidor.


Além disso, nosso sistema financeiro teria que aprender que alavancagem demais é perigoso. E teria que explicar aos que ganham comissões fantásticas para, ao invés de ganhar a sua comissão fantástica, ele teria que não se alavancar.. e faríamos isso com todos os operadores.

Rhyan, a equação não fecha. O grau de maturidade para fazermos isso é utópico e, se fosse alcançado, seria irrelevante se o mercado é regulado ou não. Não ha como esperar isso.
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Offline Geotecton

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #30 Online: 11 de Abril de 2011, 08:54:51 »
[...]
Para eliminar a miséria, e assim "todos" terem condições à saúde privada, é necessário algum tempo de economia livre(os países mais liberais tem menos miseráveis).

A Suécia, a Noruega e a Finlândia são estados democráticos, capitalistas e com forte presença do Estado nas atividades humanas (keynesianistas) e não existem miseráveis lá. Eu diria que eles não são liberais no viés econômico.
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Offline Geotecton

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #31 Online: 11 de Abril de 2011, 09:23:47 »
Geo, acho que está enganado. Pelo que sei falta remédios, higiene, equipamentos, tudo.

Mas seria bom ver fontes isentas.


Caro Agnóstico.

A situação que eu apresentei foi baseada nas informações dadas por um médico ginecologista com mais de 30 anos de experiência e com amplo conhecimento de diversos sistemas de saúde pelo mundo, e sem qualquer vínculo emocional ou ideológico com Cuba.

Ele descreveu os hospitais por ele visitados como "unidades de saúde dotados de bons profissionais e equipamentos, montados em estruturas físicas muito simples, sem quaisquer tipos de luxo ou sofisticação, havendo, pontualmente, escassez de remédios".

Eu não tenho dúvida que a questão levantada por voce - confiabilidade das fontes - é primordial neste caso pois as informações que estão disponíveis são muito díspares. E isto já foi levantado no tópico apresentado pelo Buck sobre o sistema de saúde cubano.


Pergutou pro seu amigo se era um hospital para turistas ou para o povo?

Ele não fez nenhuma menção, mas pela descrição feita eu entendo que as unidades visitadas por ele eram acessadas pela população em geral.

Ainda assim acho a sua pergunta pertinente, principalmente porque um marxista afirmaria que nos países capitalistas o acesso aos hospitais de primeiríssima qualidade somente ocorre pela fração abastada da população. Vide o caso do hospital Albert Einstein.

Por fim eu quero ressaltar o fato de que não descarto a possibilidade de que sejam fraudulentas as informações sobre a excelência da medicina e do sistema de saúde de Cuba, como pode ser observado nesta minha postagem:

Não descarto a possibilidade de um embuste...
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Offline Dodo

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #32 Online: 11 de Abril de 2011, 10:16:42 »
Funciona assim: às vezes um hospital esta geograficamente melhor colocado que outro, tem o caso também do diretor/gerente/companheiro (não lembro como chamam) ser mais amigo do chefe local do partidão e consegue uma ou outra coisinha melhor.

É mais ou menos o que acontece em campanha política: o candidato da situação vai lá e mostra o novo centro cirúrgico do hospital geral, mostra os postos onde foi implantado um sistema de acompanhamento de doenças, mostra que gastou mais trocentos milhões com a saúde, etc.

Vai o candidato da oposição e mostra o posto onde não chegou o tal sistema de acompanhamento de doenças, mostra o outro hospital que tá com o raio-x quebrado e daí mostra que o gasto maior foi porque ele aumentou os salários, etc.

Como disse é uma analogia porca.

P.S. desculpem pelo jeito meio ogro de escrever, mas estou com dificuldades de raciocínio e memória.
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Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #33 Online: 11 de Abril de 2011, 12:58:22 »
A Suécia, a Noruega e a Finlândia são estados democráticos, capitalistas e com forte presença do Estado nas atividades humanas (keynesianistas) e não existem miseráveis lá. Eu diria que eles não são liberais no viés econômico.

Comparando com o Brasil são hiperliberais. Agora comparando com Canada, Hong Kong, Singapura, Suiça, ainda podem melhorar mais.

Engana-se quem acha que foi essa presença do estado que gerou o grande desenvolvimento dos países escandinvos. Eles enriqueceram com a liberdade economica do passado e depois adotaram o estado de bem-estar social. Alias, é isso que está gerando a crise da europa, esse modelo de estado babá é insustentável, até mesmo para países ricos.

Offline Liddell Heart

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #34 Online: 11 de Abril de 2011, 16:19:06 »
[...]
Para eliminar a miséria, e assim "todos" terem condições à saúde privada, é necessário algum tempo de economia livre.

A Suécia, a Noruega e a Finlândia são estados democráticos, capitalistas e com forte presença do Estado nas atividades humanas (keynesianistas) e não existem miseráveis lá. Eu diria que eles não são liberais no viés econômico.

Finlândia, Suécia e Noruega, eles são, respectivamente, os 17°, 22° e 30° mais liberais do mundo, segundo o heritage(e todos os países com eliminação "total" de miseráveis, estão entre os mais liberais).

Atualmente, se não me engano, apenas a Noruega mantém um governo social-democrata, de Jens Stoltenberg(partido trabalhista).
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Offline Derfel

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #35 Online: 11 de Abril de 2011, 19:52:51 »
O sistema de saúde pública adotado no Brasil, dividido em níveis de atenção (com a ressalva que no Brasil o sistema inclui também o PSF - programa saúde da família - um misto dos sistemas vigentes em Cuba e no Canadá), já provou ser de longe o mais eficiente e barato, tanto que é adotado por vários dos países mais desenvolvidos e ricos do mundo. Enquanto isso, o sistema adotado pelos EUA se mostra caro, ineficiente e insustentável a longo tempo.

A idéia central desse sistema é que uma cidade seja dividida em regiões, e que haja uma unidade básica de saúde, com médicos, dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde responsáveis por aquela UBS e a região.

A UBS é responsável pela atenção primária a saúde e deve ser capaz de resolver cerca de 80% dos problemas mais prevalentes naquela comunidade. Apenas os casos que não podem ser resolvidos são encaminhados para serviços mais especializados e mais caros. Só isso já diminui em muito os custos com consultas, exames desnecessários (o que ocorre freqüentemente em sistemas como o dos EUA) e evita consumir recursos da atenção secundária e terciária.

Além disso, existem dois outros aspectos que são simplesmente impossíveis de fazer em uma saúde totalmente privada ou com sistemas de vouchers ou qualquer coisa semelhante.

O primeiro é a ênfase em medicina preventiva. Sai muito mais barato realizar exames de rastreamento, como o papanicolaou, colonoscopia, mamografia, por exemplo, do que ter que tratar um câncer com quimioterápicos caríssimos, fora os gastos com internação, cirurgias e outros. Sai muito mais barato diagnosticar precocemente e tratar uma diabetes melitus ou hipertensão arterial do que ter que tratar suas complicações, como cegueira, amputação de membros, infarto, acidente vascular cerebral, entre outras.

Quando se deixa a saúde somente a cargo do indivíduo (por exemplo, com vouchers), ele só vai ao médico quando estiver sentindo algo (as pessoas vão ao médico pelo sofrimento, não pela doença), o que em muitos casos significa pegar a doença em um estágio mais avançado, com tratamento muito mais caro e por vezes meramente paliativo. Assim, há o prejuízo duplo, pelo tratamento mais caro e pela diminuição da capacidade de trabalho, de produtividade, do indivíduo. Essa situação só pode ser combatida com um planejamento e execução de uma política de saúde pública voltada para a prevenção, o que só é possível em um sistema controlado pelo Estado.

O segundo ponto é a aderência ao tratamento. Não basta simplesmente diagnosticar uma diabetes ou hipertensão, por exemplo. Essas são doenças que exigem uma série de restrições, mudanças de hábitos e por vezes o uso contínuo de medicamentos. E o pior é que são doenças silenciosas. Ou seja, o indivíduo não sente absolutamente nada, mas é dito que ele tem que deixar de comer e beber uma série de coisas que ele gosta e ainda tem que deixar de ser sedentário e tomar remédio todo santo dia. Qual a chance dele seguir o tratamento se for na base do "se vira que o mercado é livre"? O sistema adotado aqui permite um maior acompanhamento e uma maior ênfase na necessidade de seguir o tratamento.

Por fim, deve ser ressaltado também que, principalmente nas comunidades mais carentes, raramente o problema é só a doença. Você dá um vale, o sujeito vai no médico que escolher e esse médico vai examinar e passar uma receita, mas como é um desconhecido não sabe o que está por trás daquela doença e que também interfere no tratamento. Ele pode estar desempregado, ou passando por dificuldades financeiras, com conflitos familiares, a filha adolescente está grávida, a mãe com Alzheimer, entre tantas outras situações que afetam a saúde da família como um todo. Nesse ponto, só um sistema como adotado aqui, pela maior proximidade e conhecimento da história familiar do indivíduo, permite uma intervenção mais eficiente no que for possível.

Claro, eu estou falando supondo um cenário ideal. A saúde pública no Brasil, mesmo onde a atenção primária com o PSF é adotado, é em geral muito ruim. Mas isso se deve a problemas crônicos da política brasileira, não do sistema adotado, que funciona muito bem em países como Alemanha, Inglaterra, Holanda, Japão, etc...

Eu iria escrever alguma coisa aqui, mas o ângelo já disse uma boa parte do que postaria. Só algumas colocações: o ESF (não é mais um programa, mas uma estratégia) faz parte da Atenção Primária da Saúde. Hoje também incorpora os NASF (Núcleos de Saúde da Família) que fornece especialistas para apoiar (não atender) os profissionais da ESF.
Sobre a questão de privatizar a Saúde Pública. Uma pergunta: vocês sabem quanto custa um dia de UTI? Um transplante? Uma dose de vacina? Garanto a vocês: a quase totalidade da população brasileira não tem condições de arcar com os custos de saúde (que não envolve apenas consultas rotineiras com médicos). Outra coisa: mesmo quem diz que não usa o SUS, na verdade o usa de uma forma ou de outra, sendo assim, nesse sistema libertário se pagaria também pelas vacinas de pólio, sarampo, rubéola, tétano, febre-amarela e tantas outras? Se alguém não pagar, então não haveria o risco de retorno de uma pólio? Quem pagaria pelos hemoderivados? Alguém hemofílico que não pudesse pagar teria de morrer por falta de uma transfusão? Quem pagaria para realizar a vacinação anti-rábica em cães sem dono? Quem não pudesse pagar pelo coquetel anti-hiv deveria morrer mais cedo? Como seria o atendimento nos PS? E o SAMU? A fiscalização de medicamentos e a vigilância sanitária seria paga também? Meus amigos tudo isso é SUS.

Com relação a clínicas populares (que possuem um custo mais baixo): sempre aconselho a procurarem um serviço público a essas clínicas, que terão um serviço de melhor qualidade. Eu estou cansado de receber no PSO pacientes para consertar aquilo que foi feito nessas clínicas (e vocês não imaginam o que aparece!). Parte disso decorre de uma coisa simples: custo. Você tem duas formas de ganhar dinheiro em uma clínica: cobra um preço justo para realizar um serviço de qualidade (que demanda tempo) ou ganha na quantidade (atende dezenas em um espaço de tempo para atende dois ou três) e isso obviamente acaba refletindo na qualidade do serviço prestado.

Sobre o que o Geo disse sobre a Saúde de Cuba: também conheço um médico, no caso geriatra cubano, que disse que em Cuba apenas funciona a saúde e educação, no mais nada presta.

Em relação a custos na saúde: Em saúde a tecnologia gera um fator inverso ao de outros setores, já que provoca sempre um aumento (e não diminuição) dos custos, ainda que essa tecnologia nem sempre represente um ganho na qualidade do serviço.

Offline Moro

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #36 Online: 11 de Abril de 2011, 20:08:22 »
[modo religioso on]
a partir do momento em que você tira as distorções causadas pelo estado, a riqueza que é dragada pelo mesmo vai para o bolso dos cidadãos, gerando assim uma distribuição de renda sem precedente.

O estado na verdade oferece o sus como um remédio para uma doença que ele mesmo cria, algo como criar o problema para vender a solução. Dito isso, é obvio que todos poderiam pagar pelo serviço, já que a livre competicao garantiria preços baixos para todos.
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Offline Liddell Heart

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #37 Online: 11 de Abril de 2011, 20:56:07 »
[modo religioso on]
O estado na verdade oferece o sus como um remédio para uma doença que ele mesmo cria, algo como criar o problema para vender a solução. Dito isso, é obvio que todos poderiam pagar pelo serviço, já que a livre competicao garantiria preços baixos para todos.

Chegou a essa conclusão sozinho? Ayay, os romanos já haviam descoberto isso há milênios :!: Por que você acha que não havia SUS em Siracusa?  :|



Falando sério, como eu já disse, essa medida apenas não faria milagres, mas toda a conjuntura de ações fariam uma enorme diferença.

Sobre saúde, não achei material, mas sobre educação, medidas trabalhistas e etc... é fácil achar estudos.   :ok:
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Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #38 Online: 11 de Abril de 2011, 22:34:20 »
Como é simples refutar criacionistas econômicos com um simples link, muito prático:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=756

Vocês devem achar super natural obrigar uma pessoa a pagar algo para outra.

Offline Geotecton

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #39 Online: 11 de Abril de 2011, 22:45:27 »
Citação de: Klauber Cristofen Pires
Em tempo, por que existem tantas faculdades, e tantos cursos? Serão todos eles indispensáveis para o exercício de uma profissão, ou será mais apropriado dizer que fazem parte de esquemas corporativistas e sindicais?

Uai, não "tô" entendendo?

Não é isto o que os ultra-liberais sempre mais desejaram?

Concorrência em todos os setores da atividade humana?


Citação de: Klauber Cristofen Pires
Certa vez, fiquei surpreso com o depoimento de um comandante da Marinha, que a mim declarou ter de se virar para prover o rancho de sua guarnição com pouco mais de três reais por dia (por cabeça)!  E isto, para oferecer quatro refeições e mais a "jacuba" dos que cumprem serviço de guarda.  Este relato eu o testemunhei há coisa de uns quatro ou cinco anos, de modo que a situação não deve estar muito diferente hoje.

Por acaso o leitor sabe com quanto dispõe um comandante de uma tripulação da marinha norte-americana?  Pois eu digo, segundo o relato do meu amigo comandante: zero dólar! Isto mesmo!  Zero!  Ocorre que o rancho é uma atividade privada, e os próprios marinheiros a pagam!  Certamente, com mais qualidade do que o nosso esforçado capitão.

Como é que é?

Os marinheiros da US Navy pagam pelas suas refeições nas bases ou quando estão em missão?

DUVIDO!!!
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Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #40 Online: 11 de Abril de 2011, 22:54:08 »
Citação de: Klauber Cristofen Pires
Em tempo, por que existem tantas faculdades, e tantos cursos? Serão todos eles indispensáveis para o exercício de uma profissão, ou será mais apropriado dizer que fazem parte de esquemas corporativistas e sindicais?

Uai, não "tô" entendendo?

Não é isto o que os ultra-liberais sempre mais desejaram?

Concorrência em todos os setores da atividade humana?

Ai jesus, vou ter que traduzir ou você vai ser honesto o suficiente para interpretar o texto corretamente?

Veja o que é dito sobre o Japão. O sistema educacional é tão regulamentado quanto o trabalhista no Brasil. O pessoal ficou bravinho quando acabaram com a obrigação do diploma para jornalistas. Ora, quem pensa assim, acha que estuda-se para ter monopólio da profissão.

Liberdade assusta os estatólatras.

Offline Geotecton

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #41 Online: 12 de Abril de 2011, 00:33:02 »
Citação de: Klauber Cristofen Pires
Em tempo, por que existem tantas faculdades, e tantos cursos? Serão todos eles indispensáveis para o exercício de uma profissão, ou será mais apropriado dizer que fazem parte de esquemas corporativistas e sindicais?

Uai, não "tô" entendendo?

Não é isto o que os ultra-liberais sempre mais desejaram?

Concorrência em todos os setores da atividade humana?

Ai jesus, vou ter que traduzir ou você vai ser honesto o suficiente para interpretar o texto corretamente?

Traduza para mim.

E aproveite e explique, à luz da sua crença religiosa econômica, se o trecho destacado em negrito não faz parte do mantra ultra-liberal?

E depois brinde-me com uma dose de honestidade e ética, visto que, aos seus olhos, eu não sou.


Veja o que é dito sobre o Japão. O sistema educacional é tão regulamentado quanto o trabalhista no Brasil. O pessoal ficou bravinho quando acabaram com a obrigação do diploma para jornalistas. Ora, quem pensa assim, acha que estuda-se para ter monopólio da profissão.

Não, não é isto.

Sem entrar no mérito da profissão de jornalista e de seu respectivo curso, há muitas outras atividades profissionais que demandam um amplo conhecimento técnico e científico. Vamos abolir os diplomas para eles também?


Liberdade assusta os estatólatras.

Provavelmente. Mas eu não sou um estatólatra.

O que possivelmente pode me assustar é a sua definição de "liberdade".
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Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #42 Online: 13 de Abril de 2011, 14:08:19 »
Traduza para mim.

E aproveite e explique, à luz da sua crença religiosa econômica, se o trecho destacado em negrito não faz parte do mantra ultra-liberal?

E depois brinde-me com uma dose de honestidade e ética, visto que, aos seus olhos, eu não sou.

Pra começar, numa sociedade libertária não existiria Conselhos Federais. Os livros não teriam direitos autorais. Várias formas de ensino seriam criadas. O mercado iria regular tando a educação como o mercado de trabalho. Mas pra quem acha Cuba um país sério, é difícil entender mesmo...

É ético apontar uma arma na cabeça de uma pessoa obrigando ela a ajudar um necessitado?

Citar
Sem entrar no mérito da profissão de jornalista e de seu respectivo curso, há muitas outras atividades profissionais que demandam um amplo conhecimento técnico e científico. Vamos abolir os diplomas para eles também?

Sim, claro. Como no Japão há pessoas projetando prédios que não são formados em engenharia.

Citar
Provavelmente. Mas eu não sou um estatólatra.

O que possivelmente pode me assustar é a sua definição de "liberdade".

Não, eu que sou estatólatra, eu que admiro Cuba...

A definição de liberdade é uma só, quem está defendendo autoritarismo para regulamentar as coisas não sou eu.

Eu defendo que as pessoas deveriam ser livres para fazer suas prórprias escolhas.

Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #43 Online: 13 de Abril de 2011, 14:12:39 »
Quem acha que o outro precisa de diploma para exercer sua profissão, está defendendo reserva de mercado e não meritocracia.

Offline Derfel

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #44 Online: 13 de Abril de 2011, 14:35:08 »
Traduza para mim.

E aproveite e explique, à luz da sua crença religiosa econômica, se o trecho destacado em negrito não faz parte do mantra ultra-liberal?

E depois brinde-me com uma dose de honestidade e ética, visto que, aos seus olhos, eu não sou.

Pra começar, numa sociedade libertária não existiria Conselhos Federais. Os livros não teriam direitos autorais. Várias formas de ensino seriam criadas. O mercado iria regular tando a educação como o mercado de trabalho. Mas pra quem acha Cuba um país sério, é difícil entender mesmo...

É ético apontar uma arma na cabeça de uma pessoa obrigando ela a ajudar um necessitado?

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Sem entrar no mérito da profissão de jornalista e de seu respectivo curso, há muitas outras atividades profissionais que demandam um amplo conhecimento técnico e científico. Vamos abolir os diplomas para eles também?

Sim, claro. Como no Japão há pessoas projetando prédios que não são formados em engenharia.

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Provavelmente. Mas eu não sou um estatólatra.

O que possivelmente pode me assustar é a sua definição de "liberdade".

Não, eu que sou estatólatra, eu que admiro Cuba...

A definição de liberdade é uma só, quem está defendendo autoritarismo para regulamentar as coisas não sou eu.

Eu defendo que as pessoas deveriam ser livres para fazer suas prórprias escolhas.

Legal! Então essa sua sociedade é o paraíso dos piratas e charlatães! :biglol:

Offline Liddell Heart

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #45 Online: 13 de Abril de 2011, 14:55:59 »
Legal! Então essa sua sociedade é o paraíso dos piratas e charlatães! :biglol:

Não se esqueça dos drogados e prostitutas.  :hihi:


Falando sério, charlatanismo ou fraude, de modo geral, não deixaria de ser crime, já que é "o mesmo" que violar um contrato.
« Última modificação: 13 de Abril de 2011, 14:58:27 por Liddell Heart »
"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
Benjamin Franklin

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-la."
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Rhyan

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #46 Online: 13 de Abril de 2011, 15:18:27 »
Legal! Então essa sua sociedade é o paraíso dos piratas e charlatães! :biglol:

Hein???

Offline Liddell Heart

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #47 Online: 13 de Abril de 2011, 16:32:21 »
Legal! Então essa sua sociedade é o paraíso dos piratas e charlatães! :biglol:

Hein???

Acho que ele pensou que fraude e afins seriam toleradas em alguma "sociedade libertária"(já que nos opomos aos direitos autorais).
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Offline Derfel

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #48 Online: 13 de Abril de 2011, 16:44:14 »
E não se esqueça que não haveria necessidade de diploma para exercer a medicina!

Offline Liddell Heart

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Re: Como Mises explicaria a realidade do SUS?
« Resposta #49 Online: 13 de Abril de 2011, 16:57:55 »
E não se esqueça que não haveria necessidade de diploma para exercer a medicina!

Não, não é isso. O que ocorreria é que não impediríamos que não diplomados exercessem tal função. Qual o problema nisso?  :|


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