Coisas que mais me chamaram a atenção no documentário:
1 - O governo dos EUA e a mídia venezuelana arquitetaram o golpe contra Hugo Chavez em 2002.
E daí? Não morro de amores pelos EUA, mas entendo quando eles dão seu apoio aos opositores de alguém que
usa uma retórica claramente antiamericana. Os EUA estão só defendendo os seus interesses. Isso é muito mais
pragmatismo do que imperialismo. Aliás, isso também não torna o Chavez menos alucinado e pernicioso.
Tirar do poder alguém eleito democraticamente está nos interesses dos EUA? E quem disse que os interesses deles lhes dá o direito de interferirem na política interna de um país? Se o povo não quisesse Chavez no poder não o teria eleito tantas vezes. Ainda mais com uma mídia tão opositora quanto a venezuelana.
2 - Nestor Kirchner, ex-presidente da Argentina, afirma que Jorge Bush, em visita ao seu país, disse que a guerra é a melhor forma de crescimento econômico para os EUA.
Se ele disse isso, está mentindo. Seria correto se ele tivesse dito que a guerra é a melhor forma para o enriquecimento rápido de certos setores do
complexo industrial-militar americano. Ela tem sido geralmente ruim para as finanças do governo americano. Não é à toa que GWB pegou um
governo com superávit e o deixou com um déficit récorde.
A palavra chave aí é
Petróleo. Se acaso um dia eles resolverem que outra coisa é de vital interesse para os interesses dos EUA, irão fazer a mesma coisa: guerra. Vamos torcer para no futuro eles não virem a cobiçar demais nossas novas reservas do pré-sal nem a floresta amazônica. Além disso, guerras de vez em quando deixam a indústria bélica muito feliz, fazendo ela contribuir com muito mais entusiasmo para o financiamento de campanha dos seus políticos favoritos.
Também afirma, juntamente com sua esposa Cristina Kirchner, que o FMI ofereceu empréstimos, exigindo condições degradantes economicamente e socialmente ao seu país.
As condições que o FMI impõe são duras, é verdade. Mas sabe porque? Porque o FMI espera que exista alguma possibilidade de os países a devedores paguem
alguma parte de sua dívida no futuro. Portanto, eles impõem a países gastadores condições de austeridade. Isso costuma irritar profundamente políticos populistas,
que usam do dinheiro público para se promover. Essas medidas são ruins para o povo? Claro que são, e cabe aos governos negociar condições melhores e tentar
evitar que o sacrifício maior caia nos ombros dos mais pobre (o que é difícil em qualquer lugar do mundo), mas no final das contas, a culpa maior está nos governos
que não souberam gastar sabiamente o dinheiro do povo e se viram obrigados a recorrer ao FMI. Aliás, pelo que ouvi, os juros do FMI são até mais baixos do que
os de outras entidades.
O FMI e o Banco Mundial adoram é fazer os países subdesenvolvidos de cobaias de suas experiências econômicas. Eles mesmos (EUA e Europa) não seguem o que pregam. A ultima crise de 2008 mostra isto claramente. Exigiam tanto dos outros mas a própria casa estava podre.
Existe um livro chamado "Confissões de um Assassino Econômico, escrito por John Perkins, onde ele descreve como o EUA, por meio principalmente do FMI e do Banco Mundial, infiltram assassinos econômicos em países subdesenvolvidos com o objetivo de torna-los subservientes às suas vontades.
Modus operandiOs assassinos econômicos atuariam manipulando recursos financeiros do Banco Mundial, da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), além de outras organizações internacionais e estadunidenses. Através de empréstimos, eles canalizariam verbas de países para grandes corporações e famílias abastadas que controlam grandes fontes de recursos naturais.
Perkins afirma que seus instrumentos de trabalho incluem relatórios financeiros adulterados, pleitos eleitorais fraudulentos, extorsão, sexo e assassinato. Um assassino econômico seria um empregado do imperialismo nos tempos da globalização.
ObjetivosDe acordo com o livro, o objetivo final dos assassinos econômicos era o de convencer lideranças políticas e financeiras de países em desenvolvimento a contrair elevados empréstimos de instituições como o Banco Mundial e a USAID, com o objetivo de construir obras de infra-estrutura em seus países.
Os recursos dos empréstimos, porém, retornariam aos Estados Unidos, pois as empresas encarregadas das obras seriam invariavelmente estadunidenses. Os países beneficiados se veriam asfixiados com os pagamentos dos juros e as amortizações do principal dos empréstimos. Sendo assim, tais países se veriam obrigados a se subordinar à pressão política dos Estados Unidos em diversos temas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confiss%C3%B5es_de_um_Assassino_Econ%C3%B4mico4 - EUA utiliza o DEA (departamento de combate às drogas americano) para promover ingerencia em assuntos internos dos países sulamericanos.
Não duvido. Faltou só dizer que os traficantes tinham relações próximas com elementos dos regimes de países da região. Tudo isso faz parte não
de uma guerra anti-comunista, mas de outra guerra inútil: a "guerra contra as drogas".
Os chefões do tráfico dos EUA, do mesmo modo, tem tentáculos em elementos das instituições públicas norte americanas. Não conseguem acabar com o tráfico nem dentro do próprio país e querem fazer isto em outros países. É até uma piada.
Não tem desculpa para utilizarem o tráfico de drogas como prestesto para interferir nas instituições internas das nações estrangeiras.
5 - Lula afirma que o FMI, comandado principalmente pelos EUA, comunicou a ele que o Brasil não precisaria pagar a dívida se não quisesse. O que demonstra claramente que não precisam deste dinheiro, apenas cobram a divida de forma a conseguir dominio sobre os países devedores. Poderiam, por exemplo, perdoar a dívida de países pobres da Africa.
O que o Lula diz não se escreve. Se ele disse isso mesmo, então isso vai entrar para a galeria das frases mais estúpidas do Noço Líder.
Percebo que seu comentário está carregado de impressões pessoais. Além de ser um ad hominem.