Surpreende-me ninguém ter dado um "hein?" no "vamos todos abraçar árvores".

Tinha intenção de exagerar mesmo.
Há que se convir que as pessoas que costumam ser a favor da pena de morte "porque os bandidos não têm pena de nós" TAMBÉM são a favor do direito do cidadão portar armas "porque o cidadão de bem tem que proteger sua família".
Não me parece ser coincidência.
Parece-me, sim, que quem é a favor da pena de morte quer mesmo é que o Estado suje as mãos, que faça a vingança no lugar do cidadão quando este não puder fazê-la antes.
Os discursos coincidem: porte de armas, pena de morte, apoio a grupo de extermínio, a policial que bate em marginal etc etc.
Naturalmente, isso é a minha opinião.
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Você me parece estar com sérios problemas conceituais, analíticos e de associação, rizk. Numa sociedade organizada sob um contrato social jurídico, todo o conjunto da sociedade determina (e executa) as penas ainda que representada, consensualmente, pelos integrantes do judiciário. Se não for consensual, então os próprios integrantes do judiciário comporiam um grupo de execuções, que, contendo pena de morte, seria de "extermínio" (como você diz) também. Grupos isolados que executam ações não previstas pelos ditames do acordo social são marginais e eu não apoio isso. Assim como não apoio que entes do judiciário queiram decidir, autonomamente, que leis devem existir ou não. Este poder é de todo o conjunto da sociedade. Mas existem leis naturais, que ninguém escolhe. A da relação entre presa e predador é uma delas.
Se ainda existe UM ÚNICO ser humano que pensa em termos de "presa e predador", isso é por FALTA DE CIVILIZAÇÃO. Falta de educação, mesmo. Falta de lei.
Nós já saímos do domínio da natureza. HÁ. MUITO. TEMPO.
Leis naturais são a gravidade, a inércia, a termodinâmica. "Leis naturais que regem o comportamento em sociedade" são uma contradição em termos. Se houvesse tal coisa, todos os seres as sentiriam como verdadeiras. E, obviamente, isso não é
verdade.
Discordo sobre a questão de ser bobagem se preocupar com a falibilidade do judiciário. Se não houvesse essa preocupação, não haveria porque existir a possibilidade de recursos ou de habeas corpus.
Explico-me.
Acho que é bobagem SOMENTE quando o Joãozinho a usa como argumento pra ser contra a pena de morte.
Se ela existisse hoje como possibilidade, ia ter recurso e habeas corpus, assim como tem a prisão, as alternativas e as multas.
O erro judiciário é uma preocupação que a gente tem que ter sempre. Pois quem é condenado injustamente não sofre? Sempre sofre. Ainda que seja condenado a multa.
Claro que morrer é mais radical (ver aí o Innocence Project dos EUA que encontrou tantos inocentes entre os executados), mas o erro judiciário existe e existe desde o condenado a uma multinha até o condenado à morte. Até, convenhamos, aos absolvidos indevidamente.
Mas é como aquele fenômeno (cujo nome me escapa) em que as pessoas têm medo do avião, porque os acidentes de avião são tão estrepitosos, mas morre bem menos gente em avião do que em carro, e medo de andar de carro ninguém tem.
(...)Você pode criar tempos arbitrários de pena para qualquer outro crime: roubo, corrupção, sequestro, etc. Mas será que é certo definir um valor arbitrário para a vida de alguém?
Enfim, estou apenas divagando, não dêem bola. 
Eu perdi recentemente um familiar vítima de latrocínio. Não acho que 12 a 30 recompense a ausência. Mas não parece que o propósito seja compensar a família. Nem se o criminoso tivesse que pagar em dinheiro. Nem nada.
O propósito, EM TESE, era fazer os criminosos se emendarem.
Mas aí quem é que se emenda trancado num lugar superlotado com gente do crime organizado, né?
Imagina também a família do criminoso, que acha que o cara é bacana e está lá trabalhando e um dia descobre que ele está preso acusado de um crime grave desses. Imagina a mãe da pessoa, onde foi que ela errou pra criar um assassino?
O Estado ri da nossa cara dizendo que está "ressocializando".
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.
Já dizia o Marquês de Beccaria lá em MIL SETECENTOS e lá vai bolinhas.
Mas, novamente, quem é que se emenda do jeito que as coisas são? Com a polícia cagando nas investigações, com os policiais mal treinados e remunerados, om a duração descabida do processo penal, com o déficit gigantesco de servidores e magistrados, com juiz ladrão...