Agora, a minha ênfase maior para tentar esclarecer a coisa:
PENA
DE
MORTE
NÃO
É
QUESTÃO
DE
ESCOLHA.
Será que assim engata?
Vou insistir e tentar com outras palavras, para te ajudar (pelo menos nisso eu tento fazer mais por você que você por mim). Eu não sou a favor nem contra e nem adiantaria ser porque NÃO É UMA ESCOLHA REAL. Eu não vou fugir dela com opiniões e expressões ideológicas. Ela é uma lei natural, não jurídica.
Numa coisa eu concordo com o Cientista. Ser contra a pena de morte em razão da possibilidade de erro judiciário é BOBAGEM.
Eu não vou agradecer por você concordar comigo porque a vantagem maior dessa lucidez é sua.
A tomada de posição é feita por PRINCÍPIO:
- ou você acha que tem o direito de matar outra pessoa numa circunstância X (e.g. "os bandidos não têm pena de nós, por que teríamos pena deles, foda-se o devido processo legal")
- ou você acha que não tem jamais (e.g. "eu não posso dar a vida, eu não posso tirar, vamos abraçar as árvores shimbalaiê")
Isso aqui é extremamente sofista. Não existe esse "PRINCÍPIO", existe realidade e utopia. Não se trata de ter direito ou não, ou de ter pena ou não. Trata-se de APLICAR PUNIÇÕES pelas infrações dos acordos sociais. E a descompensação é algo totalmente irreal, produto de deturpação total da realidade, deturpação originada de racionalizações filosofistas espúrias. Vejamos o argumento sensato, muitas vezes usado aqui mesmo, neste forum, por ateístas contra teístas: "não faz sentido aplicar uma punição eterna por faltas que não têm a amplitude de uma eternidade". É um raciocínio compensatório, de equilíbrio.
A questão de direito aplica-se e termina no ato do delito: o criminoso não tem direito de matar a vítima. Mas mata. Decide matar. Aplica a pena dele que não está no acordo social da comunidade em que vive.
Ambos os argumentos podem ser reduzidos a pó por uma argumentação bem feita. AMBOS são ideológicos, não tem nada de natural nisso.
Eu vejo os dois argumentos reunidos a pó juntos e dou uma descarga só nos dois no mesmo vaso.
Os animais não fazem juízo do que é justo, de quem é inocente, etc. É tudo a nossa moralidade.
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Aqui está o x. Nem nós fazemos; somos animais também. Não é questão de moralidade. É questão de cumprimento de acordos. Se estabelece-se que não é permitido matar, qualquer ato punitivo que não esteja à altura da equivalência nega a própria determinação e estabelece uma contradição. Proibições são apêndices acessórios no contexto jurídico; são todas utópicas. A parte real, concreta é a estabelecida nas determinações punitivas. São estas últimas que dão um "corpo", um sentido de realidade às proibições. Se a punição para matar não é equivalente à morte então, fora da utopia, não é proibido matar.
Predação é um processo natural e é o que ocorre, também na sociedade humana, podendo ser claramente observada por qualquer um não iludido. E mesmo dentro do contexto do acordo social humano também mantém-se o mesmo princípio. Portanto, se determinamos que matar por pura predação social é proibido, então a pena de morte não é uma escolha secundária. Ela está automaticamente ligada à esta determinação. De fato, tal pena é o que torna esta determinação real.
Não é moralidade. É uma lei natural da qual não se pode fugir, de uma forma ou de outra, de qualquer forma.