Autor Tópico: Você mudou de ideia sobre o quê?  (Lida 12333 vezes)

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Offline Dr. Manhattan

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #75 Online: 02 de Agosto de 2011, 05:14:06 »
Numa coisa eu concordo com a rizk: muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo. Discordo sobre a questão de ser bobagem se preocupar com a falibilidade do judiciário. Se não houvesse essa preocupação, não haveria porque existir a possibilidade de recursos ou de habeas corpus. E sou contra a pena de morte justamente por isso.*


*E para mim, não se trata de "vamos fazer este sacana sofrer" ou "vamos fazer ele expiar sua Culpa", mas sim de "vamos nos livrar definitivamente desse elemento perigoso". Por isso sou a favor de Prisão Perpétua.
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Alan Watts

Offline Derfel

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #76 Online: 02 de Agosto de 2011, 07:07:03 »
Presa: transeunte; predador: assaltante. A relação de predação, pela sua lógica, é uma lei natural, logo não deve ser punida. Na mesma linha estão os crimes ambientais. E por que cada resposta precisa ser um tratado filosófico?

Offline Derfel

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #77 Online: 02 de Agosto de 2011, 07:16:50 »
Independente da forma como se configura hoje o sistema carcerário, qual a função da prisão: punição ou reabilitação? Tenho minhas dúvidas se a perpétua não iria agravar um problema já grave, que é a superpopulação carcerária. Sobre a pena de morte, estou reavaliando se não seria algo para ser aplicado em situações bem específicas, como assinatos de policiais em serviço, assinatos de juízes e promotores e  assassinatos hediondos.

Offline Diegojaf

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #78 Online: 02 de Agosto de 2011, 07:25:33 »
Nosso sistema adota a teoria mista (unificadora), que tem as características principais das teorias retributiva e preventiva já que cada pena tem um objetivo.
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Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #79 Online: 02 de Agosto de 2011, 12:37:46 »
Citação de: Dr Manhattan
muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo.

Hein??? [2]
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #80 Online: 02 de Agosto de 2011, 12:40:28 »
Citação de: Derfel
Independente da forma como se configura hoje o sistema carcerário, qual a função da prisão: punição ou reabilitação?

A função da punição é AMBAS e mais uma terceira: reparação do dano causado.

Essas três funções (reparação do dano, dissuação de novos crimes e reabilitação) devem ser feitas em conjunto.

« Última modificação: 02 de Agosto de 2011, 13:21:59 por DDV »
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline TMAG

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #81 Online: 02 de Agosto de 2011, 12:41:49 »
Presa: transeunte; predador: assaltante. A relação de predação, pela sua lógica, é uma lei natural, logo não deve ser punida. Na mesma linha estão os crimes ambientais. E por que cada resposta precisa ser um tratado filosófico?

Ao que parece para um usuário novato como eu é que o forista Cientista que diz detestar a filosofia é o mais ''filósofo'' aqui, irônico não?
''O objetivo dos Governos é sempre o mesmo: limitar o indivíduo, domesticá-lo, subordiná-lo, subjugá-lo.'' - Max Stirner

Offline Dr. Manhattan

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #82 Online: 02 de Agosto de 2011, 12:54:11 »
Citação de: Dr Manhattan
muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo.

Hein??? [2]

Achei que havia sido claro o suficiente, mas lá vai: várias pessoas defendem a pena de morte dizendo coisas como: "e se a vítima fosse sua filha?" Isso traduz apenas um desejo de vingança e não algo fruto de reflexão. E se a pessoa que diz isso quer tanto a morte do criminoso, porque não tenta ela mesma matá-lo?

E aos defensores da pena de morte que não se enquadram nessa categoria, eu só gostaria de saber se já se demonstrou que a adoção dessa pena já reduziu significativamente o crime em algum lugar.
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Alan Watts

Offline Adriano

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #83 Online: 02 de Agosto de 2011, 13:36:32 »
Presa: transeunte; predador: assaltante. A relação de predação, pela sua lógica, é uma lei natural, logo não deve ser punida. Na mesma linha estão os crimes ambientais. E por que cada resposta precisa ser um tratado filosófico?

Ao que parece para um usuário novato como eu é que o forista Cientista que diz detestar a filosofia é o mais ''filósofo'' aqui, irônico não?
E ele "filosofando" sobre ciência, se apropriando da terminologia corrente na filosofia da ciência, mais especificamente a popperiana e ainda dizendo que odeia Popper entre muitas outras excrescências predicativas :biglol:

Interessante é o trabalho de um psicólogo cognitivo e epistemólogo brasileiro que aponta este desconhecimento em geral, muito interessante a associação que faz entre as duas áreas e deixa a primeira mais humanizada  :)
« Última modificação: 02 de Agosto de 2011, 13:44:13 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #84 Online: 02 de Agosto de 2011, 14:32:42 »
Citação de: Dr Manhattan
muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo.

Hein??? [2]

Achei que havia sido claro o suficiente, mas lá vai: várias pessoas defendem a pena de morte dizendo coisas como: "e se a vítima fosse sua filha?" Isso traduz apenas um desejo de vingança e não algo fruto de reflexão

Sim, e daí?

Cada um pensa o que quiser. A maioria dos defensores da pena de morte não acha que determinadas vítimas (como a filha de alguém) sejam mais importantes do que outras. A pena deve ser igual para crimes iguais.


Citar
E se a pessoa que diz isso quer tanto a morte do criminoso, porque não tenta ela mesma matá-lo?

Porque é proibido e ela será punida por isso.

Liberar para que as próprias pessoas se vinguem não é cogitável, pois além da execução de inocentes ser maior (já que não haveria julgamentos), apenas as pessoas com um mínimo de poder de fogo poderiam "fazer justiça".

Portanto, TODOS concordam que o monopólio da força e da justiça deve ser do estado. Até o momento, não vi ninguém defendendo o contrário, seja entre defensores ou contrários à pena capital. Portanto, não tem cabimento nenhum ficar citando ou insinuando isso exceto para tentar criar espantanlhos ou cortinas de fumaça no debate.


Citar
E aos defensores da pena de morte que não se enquadram nessa categoria, eu só gostaria de saber se já se demonstrou que a adoção dessa pena já reduziu significativamente o crime em algum lugar.

Considerando que a pena de morte era o padrão normal no sistema jurídico de quase todas as sociedades, sendo gradativamente abandonada, a pergunta mais correta seria: "o abandono da pena capital manteve ou reduziu os homicídios em algum país"?

*Obviamente, estamos falando apenas de homicídios, e não de todos os crimes (criminalidade). Cerca de 99% dos defensores da pena capital não defendem a aplicação da mesma para crimes menores do que o homicídio doloso premeditado.

Ao que parece, essa idéia amplamente divulgada de que "a pena de morte tem efeito ZERO na prevenção de homicídios" é (mais) um mito.


http://en.wikipedia.org/wiki/Capital_punishment_debate


"In addition to wider moral arguments on capital punishment, the existence of a deterrence effect is disputed. Studies differ as to whether executions deter other potential criminals from committing murder or other crimes.
 
A November 18, 2007 New York Times article[24] reported the following information:
 One reason that there is no consensus on whether or not the death penalty is a deterrent is that it is used so rarely - only about one out of every 300 murders actually results in an execution. In 2005 in the Stanford Law Review, John J. Donohue III, a law professor at Yale with a doctorate in economics, and Justin Wolfers, an economist at the University of Pennsylvania, wrote that the death penalty "... is applied so rarely that the number of homicides it can plausibly have caused or deterred cannot reliably be disentangled from the large year-to-year changes in the homicide rate caused by other factors... The existing evidence for deterrence... is surprisingly fragile." Wolfers stated, "If I was allowed 1,000 executions and 1,000 exonerations, and I was allowed to do it in a random, focused way, I could probably give you an answer."
 Naci Mocan, an economist at Louisiana State University, authored a study that looked at all 3,054 U.S. counties over two decades, and concluded that each execution saved five lives. Mocan stated, "I personally am opposed to the death penalty... But my research shows that there is a deterrent effect."
 Joanna M. Shepherd, a law professor at Emory with a doctorate in economics who was involved in several studies on the death penalty, stated, "I am definitely against the death penalty on lots of different grounds... But I do believe that people respond to incentives." Shepherd found that the death penalty had a deterrent effect only in those states that executed at least nine people between 1977 and 1996. In the Michigan Law Review in 2005, Shepherd wrote, "Deterrence cannot be achieved with a half-hearted execution program."
 
The question of whether or not the death penalty deters murder usually revolves around the statistical analysis. Studies have produced disputed results with disputed significance.[25] Some studies have shown a positive correlation between the death penalty and murder rates[26] - in other words, they show that where the death penalty applies, murder rates are also high. This correlation can be interpreted in either that the death penalty increases murder rates by brutalizing society (see brutalizing effect) or that higher murder rates cause the state to retain or reintroduce the death penalty. However, supporters and opponents of the various statistical studies, on both sides of the issue, argue that correlation does not imply causation.
 
In recent years, a number of new studies have been published, mostly by economists, that statistically demonstrate a deterrent effect of the death penalty.[27] However, critics claim severe methodological flaws in these studies and hold that the empirical data offer no basis for sound statistical conclusions about the deterrent effect.[28]
 
Surveys and polls conducted in the last 15 years show that some police chiefs and others involved in law enforcement may not believe that the death penalty has any deterrent effect on individuals who commit violent crimes. In a 1995 poll of randomly selected police chiefs from across the U.S., the officers rank the death penalty last as a way of deterring or preventing violent crimes. They ranked it behind many other forms of crime control including reducing drug abuse and use, lowering technical barriers when prosecuting, putting more officers on the streets,and making prison sentences longer. They responded that a better economy with more jobs would lessen crime rates more than the death penalty (Deiter 23). In fact, only one percent of the police chiefs surveyed thought that the death penalty was the primary focus for reducing crime (Deiter 25).
 
However, the police chiefs surveyed were more likely to favor capital punishment than the general population.
 
Deiter, Richard. “The Death Penalty is not an Effective Law Enforcement Tool.” Ed. Stephen E. Schonebaum. Does Capital Punishment Deter Crime? San Diego, CA: Greenhaven Press, 1998
 
In addition to statistical evidence, psychological studies examine whether murderers think about the consequences of their actions before they commit a crime. Most homicides are spur-of-the-moment, spontaneous, emotionally impulsive acts. Murderers do not weigh their options very carefully in this type of setting (Jackson 27). It is very doubtful that killers give much thought to punishment before they kill (Ross 41)."
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Offline Gaúcho

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #85 Online: 02 de Agosto de 2011, 14:33:43 »
Citação de: Dr Manhattan
muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo.

Hein??? [2]

Achei que havia sido claro o suficiente, mas lá vai: várias pessoas defendem a pena de morte dizendo coisas como: "e se a vítima fosse sua filha?" Isso traduz apenas um desejo de vingança e não algo fruto de reflexão. E se a pessoa que diz isso quer tanto a morte do criminoso, porque não tenta ela mesma matá-lo?

E aos defensores da pena de morte que não se enquadram nessa categoria, eu só gostaria de saber se já se demonstrou que a adoção dessa pena já reduziu significativamente o crime em algum lugar.

Ou talvez elas pensem que pena de morte seja a punição mais justa para o caso, apenas.
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Offline _tiago

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #86 Online: 02 de Agosto de 2011, 18:33:25 »
(...)

Como assim não é questão de escolha?

Offline _tiago

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #87 Online: 02 de Agosto de 2011, 18:38:20 »
Citação de: Dr Manhattan
muitos que são a favor da pena de morte querem é que o Estado  faça a vingança no lugar deles. Se você quer vingança, então faça você mesmo.

Hein??? [2]

Achei que havia sido claro o suficiente, mas lá vai: várias pessoas defendem a pena de morte dizendo coisas como: "e se a vítima fosse sua filha?" Isso traduz apenas um desejo de vingança e não algo fruto de reflexão. E se a pessoa que diz isso quer tanto a morte do criminoso, porque não tenta ela mesma matá-lo?

E aos defensores da pena de morte que não se enquadram nessa categoria, eu só gostaria de saber se já se demonstrou que a adoção dessa pena já reduziu significativamente o crime em algum lugar.
Nos EUA, ao que parece, o que vem reduzindo a criminalidade durante esse período de recessão econômica não é a pena em si, mas a baixa tolerância do Estado em relação a qualquer delito.
Eu até tinha criado um tópico, mas que sirva somente de leitura... ../forum/topic=25237.0.html
« Última modificação: 02 de Agosto de 2011, 18:43:32 por Tiago_ »

Offline Barata Tenno

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #88 Online: 02 de Agosto de 2011, 18:42:45 »
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.
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Offline Dbohr

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #89 Online: 03 de Agosto de 2011, 10:34:00 »
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.

2

Infelizmente, "punições mais duras para bandidos" são um excelente palanque eleitoral. E de demagogia em demagogia, enchem-se as masmorras de pés-rapados e continuam os crimes graves.

Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #90 Online: 03 de Agosto de 2011, 11:34:37 »
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.

2

Infelizmente, "punições mais duras para bandidos" são um excelente palanque eleitoral. E de demagogia em demagogia, enchem-se as masmorras de pés-rapados e continuam os crimes graves.

Ser eleitoralmente apelativo é completamente irrelevante para a discussão. Algo não se torna bom ou ruim apenas por isso.

Demagogia e justiça ineficiente que só prende pobres também é outra área, outra discussão, outro escopo completamente diferente. Não influenciam em nada na discussão sobre o rigor das penas em si.

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #91 Online: 03 de Agosto de 2011, 11:51:34 »
É até engraçado dizerem que penas mais duras têm forte apelo eleitoral, sendo que quase todas as políticas criminais da última década caminharam no sentido da maior frouxidão das leis e punições.

Por que os políticos estão se importando tão pouco com a opinião de seus eleitores? Por que não aproveitam essa oportunidade de se entupirem de votos?


Na área de segurança pública e justiça, existe uma agenda dominante que é completamente alheia e oposta ao que os cidadãos pensam.




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Offline Barata Tenno

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #92 Online: 03 de Agosto de 2011, 11:57:00 »
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.

2

Infelizmente, "punições mais duras para bandidos" são um excelente palanque eleitoral. E de demagogia em demagogia, enchem-se as masmorras de pés-rapados e continuam os crimes graves.

Ser eleitoralmente apelativo é completamente irrelevante para a discussão. Algo não se torna bom ou ruim apenas por isso.

Demagogia e justiça ineficiente que só prende pobres também é outra área, outra discussão, outro escopo completamente diferente. Não influenciam em nada na discussão sobre o rigor das penas em si.


Sobre pena de morte o fato da justiça ser ineficiente é muito importante. Não é nem o caso de só prender pobre, o problema é que no Brasil a justiça é tão ineficiente que existe um risco absurdamente alto de condenarmos inocentes a morte.
Quantas vidas de inocentes valem para que o cidadão comum tenha seu desejo de vingança saciado? Porque pena de morte é exatamente isso, vingança.
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Offline Dbohr

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #93 Online: 03 de Agosto de 2011, 11:58:47 »
No baixo clero da política, até onde eu vejo, sempre tem Deputados Estaduais vociferando contra a leniência do ECA, do Código Penal, pedindo redução da maioridade penal etc. Mas o que esses caras querem é o voto fácil, não brigar para mudar alguma coisa. Isso dá muito trabalho!

Até o mais aguerrido deles, o Bolsonaro, parece ir atrás dos alvos "fáceis" (homossexuais), porque sabe que terá apoio das bancadas evangélicas.

Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #94 Online: 03 de Agosto de 2011, 12:43:10 »
O que diminui a criminalidade não é só o tamanho ou a brutalidade da pena, é muito mais a certeza de que vai ser punido.

2

Infelizmente, "punições mais duras para bandidos" são um excelente palanque eleitoral. E de demagogia em demagogia, enchem-se as masmorras de pés-rapados e continuam os crimes graves.

Ser eleitoralmente apelativo é completamente irrelevante para a discussão. Algo não se torna bom ou ruim apenas por isso.

Demagogia e justiça ineficiente que só prende pobres também é outra área, outra discussão, outro escopo completamente diferente. Não influenciam em nada na discussão sobre o rigor das penas em si.


Sobre pena de morte o fato da justiça ser ineficiente é muito importante. Não é nem o caso de só prender pobre, o problema é que no Brasil a justiça é tão ineficiente que existe um risco absurdamente alto de condenarmos inocentes a morte.

A possibilidade de condenar inocentes é o único argumento relevante para ser contra a pena de morte. De fato, eu sou contra a implantação da pena de morte no Brasil HOJE apenas por causa disso.

Mas se a pena de morte, dentro de um sistema judicial o com o mpinimo de corrupção e eficiente, for reservada apenas para os casos mais claros e cabais, acho que a chance de condenar inocentes é desprezível.

Citação de: Barata Tenno
Quantas vidas de inocentes valem para que o cidadão comum tenha seu desejo de vingança saciado? Porque pena de morte é exatamente isso, vingança.

Eu iria dizer um outro "hein", mas vou elaborar mais:

Nas discussões sobre a pena capital, é recorrente frases como "pena de morte é apenas vingança" e coisas do tipo. A "vingança" é colocado como algo à parte, diferente e completamente dissociado daquilo que o sistema judicial faz.

No meu entender, o sistema judicial FAZ SIM uma vingança (no sentido vernacular e corrente do termo). Em qualquer dicionário que se consulte, será dito que vingança é qualquer agravo feito como retribuição a outro agravo. Nesse caso, o que a justiça faz TAMBÉM é "vingança". Não importa se a retribuição é feita com o mesmo agravo ou agravos de semelhante nível (Lei do Talião) ou com agravos diferentes: isso não faz o ato da justiça deixar de ser "vingança".

Parece que vocês intencionam colocar o termo "vingança" como algo de fundo emotivo, enquanto a justiça faz uma retribuição de fundo racional. Ora, a FUNÇÃO da vingança e do que vocês chamam de "justiça" é exatamente a mesma: dissuadir a consecução de novos agravos, seja pelo alvo da vingança, seja por outros. O desejo de vingança existe justamente devido a isso. A única diferença entre a vingança "oficial" e a vingança pessoal é que a primeira é produto do monopólio do uso da força pelo estado, e só.


Enfim, alegar que a pena de morte "é apenas vingança" não faz sentido nenhum, pois TODA a punição promovida pelo estado é  também "vingança" por algum ato que o estado considere errado.






 


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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #95 Online: 03 de Agosto de 2011, 12:48:59 »
Uma pergunta: quantas vidas inocentes e quantos milhões de reais é necessário para que a justiça faça pose de "boazinha e meiguinha que não apóia a vingança não, gente (risos)"?


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Offline DDV

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #96 Online: 03 de Agosto de 2011, 12:58:18 »
No baixo clero da política, até onde eu vejo, sempre tem Deputados Estaduais vociferando contra a leniência do ECA, do Código Penal, pedindo redução da maioridade penal etc. Mas o que esses caras querem é o voto fácil, não brigar para mudar alguma coisa. Isso dá muito trabalho!

Até o mais aguerrido deles, o Bolsonaro, parece ir atrás dos alvos "fáceis" (homossexuais), porque sabe que terá apoio das bancadas evangélicas.

De fato, parece que o "alto clero" (velhas raposas da política profissonal) não gosta muito da idéia de uma justiça mais severa.

(Mais) Um motivo pra se defender a democracia direta...
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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #97 Online: 03 de Agosto de 2011, 13:41:00 »
Uma pergunta: quantas vidas inocentes e quantos milhões de reais é necessário para que a justiça faça pose de "boazinha e meiguinha que não apóia a vingança não, gente (risos)"?
É que depois de tantas execusões em massa perpetradas pelos estados, os direitos humanos ainda tem essa intenção de evitar novas atrocidades. Mas vejamos que a guerra ao terror já foi inaugurada e o inimigo não são mais outros estados, necessariamente. A violência dentro de um estado, também chamada de guerra civil, já superou os limites territoriais de soberania  :ok:
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Offline Barata Tenno

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #98 Online: 03 de Agosto de 2011, 15:10:24 »


A possibilidade de condenar inocentes é o único argumento relevante para ser contra a pena de morte. De fato, eu sou contra a implantação da pena de morte no Brasil HOJE apenas por causa disso.

Mas se a pena de morte, dentro de um sistema judicial o com o mpinimo de corrupção e eficiente, for reservada apenas para os casos mais claros e cabais, acho que a chance de condenar inocentes é desprezível.
Desprezível não é zero, sendo maior quer zero o argumento se mantém. Ou você tem um ratio de inocentes/culpados em que a pena de morte valha a pena?

Citação de: Barata Tenno
Quantas vidas de inocentes valem para que o cidadão comum tenha seu desejo de vingança saciado? Porque pena de morte é exatamente isso, vingança.

Eu iria dizer um outro "hein", mas vou elaborar mais:

Nas discussões sobre a pena capital, é recorrente frases como "pena de morte é apenas vingança" e coisas do tipo. A "vingança" é colocado como algo à parte, diferente e completamente dissociado daquilo que o sistema judicial faz.

No meu entender, o sistema judicial FAZ SIM uma vingança (no sentido vernacular e corrente do termo). Em qualquer dicionário que se consulte, será dito que vingança é qualquer agravo feito como retribuição a outro agravo. Nesse caso, o que a justiça faz TAMBÉM é "vingança". Não importa se a retribuição é feita com o mesmo agravo ou agravos de semelhante nível (Lei do Talião) ou com agravos diferentes: isso não faz o ato da justiça deixar de ser "vingança".

Parece que vocês intencionam colocar o termo "vingança" como algo de fundo emotivo, enquanto a justiça faz uma retribuição de fundo racional. Ora, a FUNÇÃO da vingança e do que vocês chamam de "justiça" é exatamente a mesma: dissuadir a consecução de novos agravos, seja pelo alvo da vingança, seja por outros. O desejo de vingança existe justamente devido a isso. A única diferença entre a vingança "oficial" e a vingança pessoal é que a primeira é produto do monopólio do uso da força pelo estado, e só.


Enfim, alegar que a pena de morte "é apenas vingança" não faz sentido nenhum, pois TODA a punição promovida pelo estado é  também "vingança" por algum ato que o estado considere errado.
A justiça serve para punir e para evitar quer novos crimes aconteçam,nesse aspecto, a prisãoo perpétua cumpre o requisito. Embora muitos aspectos da vingança possam lembrar o conceito de igualar as coisas, na verdade a vingança em geral tem um objetivo mais destrutivo do que construtivo. Quem busca vingança deseja forçar o outro lado a passar pelo que passou e essa não pode ser a função do estado, pois assim ele se iguala ao criminoso.




 


He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Dbohr

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Re: Você mudou de ideia sobre o quê?
« Resposta #99 Online: 03 de Agosto de 2011, 15:55:57 »
No baixo clero da política, até onde eu vejo, sempre tem Deputados Estaduais vociferando contra a leniência do ECA, do Código Penal, pedindo redução da maioridade penal etc. Mas o que esses caras querem é o voto fácil, não brigar para mudar alguma coisa. Isso dá muito trabalho!

Até o mais aguerrido deles, o Bolsonaro, parece ir atrás dos alvos "fáceis" (homossexuais), porque sabe que terá apoio das bancadas evangélicas.

De fato, parece que o "alto clero" (velhas raposas da política profissonal) não gosta muito da idéia de uma justiça mais severa.

(Mais) Um motivo pra se defender a democracia direta...

Democracia direta com milhões de participantes não é democracia. Está mais para ditadura da maioria.

Só para fechar minha opinião sobre a dureza das penas: há casos que precisam ser urgentemente revistos. Mas me parece que 1- me parece muito mais que os casos mais agudos vêm de falhas nos sistemas judiciário e penal do que propriamente no legal e 2- o ponto do Barata procede: a chance baixa de impunidade é muito mais eficaz como redutor de crimes do que a dureza da pena.

 

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