Buck, o que se está tentando dizer é que o mesmo tipo de pensamento que leva um homem a achar que uma cantada -- qualquer cantada, em qualquer lugar, a qualquer momento -- não é inapropriada é o mesmo tipo de pensamento que conduz a crimes ditos "de honra", a estupros etc. Não quer dizer que todo paquerador é um estuprador; mas que todo homem que não pensa nas consequências e no contexto da cantada -- e nem ao menos tenta se colocar no lugar da mulher para ver se aquele comportamento pode ser inadequado -- está reproduzindo séculos de cultura machista.
Ninguém está dizendo que não se deve cantar. Ninguém está dizendo que todo homem é um crápula. O que se está dizendo é que algumas cantadas são sem-noção demais.
Meu cérebro deu um nó com este post e vindo do DBohr eu prefiro acreditar que não entendi... por isso estou tentando entendê-lo desde ontem a noite... li... reli... li de novo... 
Buck, o que se está tentando dizer é que o mesmo tipo de pensamento que leva uma mulher a achar que um flerte -- qualquer flerte, em qualquer lugar, a qualquer momento -- não é inapropriado é o mesmo tipo de pensamento que conduz a ??????????????????????????????(...)
A parte negritada está sintaticamente de acordo com o que você queria dizer? Porque sintaticamente ela diz expressamente que qualquer cantada em qualquer momento e lugar é inapropriada, mas eu quero crer que o que você realmente queria dizer que embora muitas cantadas sejam apropriadas, algumas delas... e em alguns lugares e momentos... não são. Estou tentando deduzir isto de você e do seu histórico de participações, porque da evolução geral da conversa aqui eu bem poderia achar que a primeira interpretação é a correta.
Acho que o final do post sugere fortemente a segunda interpretação, "Ninguém está dizendo que não se deve cantar. Ninguém está dizendo que todo homem é um crápula. O que se está dizendo é que algumas cantadas são sem-noção demais."
Embora também o fato de que a tal cantada (ou a interação assumida como tal) inapropriada originadora de toda a discórdia tenha sido algo tão distante de algo que alguém imaginaria como algo insultante, desrespeitoso, que também dá margem à essa interpretação de que "toda e qualquer cantada" é inapropriada, sempre.
Eu até posso concordar que o convite não foi exatamente o mais perspicaz/adequado/mais convidativo possível ou oportuno (sem ser no entanto algo que qualquer pessoa sã e normal não pudesse achar normal e aceitar "do outro lado"), mas não chega a ser nem mesmo falta de bons modos, muito menos, nem de longe, sintoma de um ódio ou desrespeito às mulheres na comunidade ateísta ou na sociedade como um todo.
E o tal "elo" com estupro é tão somente que, bem, estupradores de vez em quando pegam mulheres no elevador e que uma mulher poderia ter medo de que um cara que entre sozinho com ela num elevador fosse um estuprador. Só aí está o elo comportamental que se pode honestamente, não-histericamente, enxergar entre os dois.
Buck, o que se está tentando dizer é que o mesmo tipo de pensamento que leva uma mulher a ter uma postura mais seletiva no flerte -- qualquer flerte, em qualquer lugar, a qualquer momento -- não é inapropriado é o mesmo tipo de pensamento que conduz aos "golpes do baú", a casar pela pensão, etc. Não quer dizer que toda menina que seja mais seletiva que a média dos homens na hora do flerte seja uma golpista vagaba interesseira; mas que toda mulher que não pensa nas consequências e no contexto do cu doce -- e nem ao menos tenta se colocar no lugar do homem para ver se aquele comportamento pode ser inadequado -- está reproduzindo séculos de cultura do casamento como meio histórica e socialmente aceito de prostituição e estelionato.
É algo mais ou menos por este caminho?
Eu acho que a analogia não vale tanto essa pressão sobre a castidade das mulheres é argumentavelmente mais causada por um domínio sobre as mulheres como commodity do que um esquemão de domínio delas mesmas, ao menos num contexto histórico maior (a família da mulher tendo até que pagar um "dote" pelo cara ter finalmente casado com ela e etc).
Em alguns casos, muitos casos, não dá para desqualificar o problema simplesmente imaginando a mesma situação ou uma análoga com os sexos trocados. Em algumas dá. Se o problema fosse somente uma "cantada inapropriada", bem poderia ser, ainda que o cara que reclamasse de ser "sexualizado" fosse ser motivo de risos, não de comoção, desde que, sei lá, conseguisse colocar algum "agravante" qualquer, como talvez ser casado ou que as mulheres se portando dessa forma não inspiram confiança na possibilidade de um relacionamento estável, sei lá.
Mas se o problema fosse "medo de estupro", apesar de não ter havido muita ênfase nisso (tampouco distinção, realmente algumas vezes parece que enxergam margens turvas entre o que consideram comportamento sexual normal e estupro), fica bem mais difícil fazer uma analogia séria, acaba sendo um pouco como se falar de pais abusados fisicamente pelas crianças. Isso de qualquer forma não dá completa razão à Watson nem coloca o elevatorguy como vilão.
Se uma pessoa acha que o risco de ser violentada é tão constantemente presente, é ingênuo pensar que a raiz do problema são pessoas que fazem aproximações que a fazem se sentir desconfortável, insegura, por qualquer motivo/contexto (ainda mais em casos onde não há nada de inerentemente errado com a aproximação, sendo o desconforto produto da sensibilidade da pessoa).
Se os não-estupradores simplesmente seguissem o conselho e pararem de fazer cantadas ou algo que possa ser interpretado como tal dirigidas à mulheres sozinhas em elevadores depois da meia noite e antes das nove da manhã, isso não reduzirá em nada os riscos de estupro, apenas eventuais sustos inócuos. Na verdade se algo muda é que os riscos de estar sozinha com um verdadeiro estuprador num elevador só aumentam, uma vez que talvez seja recomendável até não entrar, sozinho ou com um amigo, num elevador onde só haja uma mulher. Um estuprador de verdade não teria essa preocupação.
O caso seria mais de uma preocupação em promover o treinamento de defesa pessoal do que em que a sociedade como um todo se adapte, as pessoas (homens, negros, pobres) ajustando o seu comportamento para parecerem mais inofensivos (se falando de comportamentos normais, que não sejam caricaturalmente ameaçadores):
[...] I think that all women need training in self-protection, be it model mugging, martial arts, shooting or guard dogs, because violence against women is a real and present danger, and it will never go away. Working with a horse can even train women to be powerful. If you can control and subdue a frightened or angry 1200 pound horse, using a stud chain, whip, or whatever it takes, you learn your power. Riding lessons can be rape prevention lessons as well. Parents: Don't trust the world to guard your daughters. Teach them to think defensively, and be prepared to fight for themselves. In my little village in Costa Rica, I am known as The Lady with the Dog, and that is just fine with me. Make my day!
http://www.psychologytoday.com/blog/pura-vida/201105/empowering-women-practicing-self-defense-learning-deterrence-0