Não é assim que funciona a lei? Não é o fundamento do pacto social? Se uma pessoa mata outra você espera que se aceite que ela segue uma moral diferente e ganhe um cafuné na cabecinha?
Tudo bem que a questão da ética transcende a do estado e carece de uma boa fundamentação lógica, mas a questão é que como você mesmo mencionou e eu concordo, não existe base objetiva para literalmente medir o que é bom e o que é mau, mas existem ferramentas heurísticas para se chegar a resultados satisfatórios, como a psicologia evolutiva e a teoria dos jogos, por exemplo. De quaquer forma, porém, inevitavelmente os sentimentos serão uma variável relevante para qualquer abordagem do tema, e será necessária abordar tanto a média quanto a variância em torno dela.
Então, quanto a sua questão quanto a desivios da média e indivíduos com ideias diferentes sobre o que é moral, a ética não é um tema que compete somente a um indivíduo. Se eu fosse o único ser consciente na Terra, a ética seria eu fazer o que eu bem entendesse. Mas considerando que vivemos em sociedade e que a sociedade é composta por diferentes indivíduos com ideias próprias, ao viver em sociedade e se relacionar com outras pessoas você não deve deixar de considerar o que o outro indivíduo pensa. Por isso os fundamentos morais que eu apresentei de que todo ser humano deve ser considerado um ser autônomo e que se deve evitar provocar sofrimento. A psicologia evolutiva e a teoria dos jogos entram na história para mostrar que em média não é tão difícil assim evitar provocar sofrimento, pois por mais que outras pessoas sejam diferentes, elas têm muito mais semelhanças entre si do que diferenças e se você simplesmente seguir a "rule of thumb" de não fazer aos outros o que não desejaria que fizessem contigo você já seria bem sucedido nessa tarefa na maioria das vezes. E como contemplar as exceções? Diálogo e concordância, simples assim.