Sem dúvida, pois o que eu escrevi sobre descontentamento é essencialmente "anedótico", pois não usei dados de um levantamento estatisticamente significativo.
Existem trabalhos de satisfação de usuários: aqui tem 3 pegados em uma rápida googlada, sem uma avaliação criteriosa:
http://sistema.saude.sp.gov.br/sahe/documento/3seminario/3seminario-enf-dalva.pdfhttp://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15434http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/clad/clad0043722.pdfExistem alguns vieses de pesquisa que devem ser observados, como, por exemplo, o direcionamento intencional ou não para uma resposta. Não vou dar um parecer sobre os trabalhos acima, até porque não estudei as suas metodologias e são elas que determinam se houve viés ou não.
Pode ser. Mas isto não explica o porque que uma mãe tenha que passar 5 horas em uma fila para ver seu filho atendido com um problema de asma, isto depois de já ter ido 4 vezes para se consultar e o médico não estava.
Isto é pura incompetência e desrespeito.
Isso acho que falei em post anterior, mas é isso mesmo: incompetência e desrespeito que pode ser do médico, do diretor da unidade ou do gestor (municipal ou estadual), mas não é o sistema.
Talvez voce não concorde, mas eu duvido que 99% dos usuários do SUS tenham condições de avaliar que "aquele super-hiper-duca moderno (tratamento)" visto na televisão é a resposta no "estado-da-arte" para o problema dele. O que eles querem é serem atendidos de maneira rápida e eficiente.
Você se surpreenderia com o que os pacientes chegam informados hoje.

Muitas vezes o usuário fica insatisfeito porque a sua expectativa não foi atendida com o tipo de tratamento que ele gostaria também. Eu já tive vários casos (e sua esposa deve ter exemplos também) de usuários que chegam querendo extrair um dente sem necessidade (alguns querem tirar porque acham que algum dia vai doer!), como não são atendidos (eles podem até ter o direito de extrair todos os dentes que quiserem, já que o corpo é deles, mas eticamente não posso causar uma mutilação que sei que vai trazer muitos prejuízos à sua saúde) acabam por sair xingando e reclamando do atendimento. E olha que esses usuários foram atendidos, muitas vezes fazem um tratamento muito mais complexo e caro.
Vou citar um caso meu. Há cerca de 10 anos um certo médico se tornou meu cliente. Passados cerca de 7 meses, eu marquei uma consulta, pelo plano de saúde, para as 13 horas e 30 minutos de uma certa data.
Pois bem. Por volta das 13:20 eu cheguei no consultório e fiquei aguardando a minha consulta. Por volta das 13:45, como eu ainda não havia sido atendido, eu comuniquei à secretária dele para que cancelasse a minha consulta, pois eu estava indo embora devido ao não-atendimento no horário combinado. E fui.
Quando eu cheguei ao escritório a minha secretária me avisou que o médico queria conversar comigo, sobre o porque de eu ter ido embora sem fazer a consulta. Eu liguei e expliquei e ele disse que eram muito comuns os atrasos nas consultas médicas dadas as idiossincrasias, ao que eu respondi que aquilo era uma explicação insustentável, pois eu era um não somente um paciente mas também um cliente e que ele deveria saber gerir melhor o tempo de atendimento porque quase todo mundo tem coisas para fazer.
Deste dia em diante, eu sempre fui atendido no horário ou com uma margem de tolerância de até 5 minutos.
E seu médico, de certa forma, tem razão. Procedimentos na área da saúde muitas vezes fogem ao controle do tempo do profissional. Vou dar um exemplo que já aconteceu comigo, parecido com o descrito por você, mas com o outro lado da história. Certa feita fui atender uma emergência no consultório, em uma paciente que não estava prevista para aquele dia. Tempo para executar um procedimento pode variar muito e eu marco normalmente 1h entre um e outro, mas naquele dia o paciente extra foi atendido entre um e outro e a coisa se complicou (uma extração, por exemplo, pode levar 15min, mas também pode levar 3 a 4h, dependendo do que acontecer). Com isso o paciente seguinte teve um atraso de 40min e ficou, digamos, muito chateado. Mas sem stress, toda vez que tinha que atendê-lo marcava no primeiro horário (o único que poderia garantir que seria atendido no horário marcado), se o horário estivesse preenchido marcava em um dia que ainda tivesse vaga no primeiro horário (o que poderia ser uma semana depois).
Outro erro de gestão estatal, pois certamente a ineficiência fica com alguma porcentagem dos recursos alocados. E nem estou considerando a corrupção. No meu entendimento, os municípios deveriam ser agrupados, para efeito de gestão, em micro-regiões.
Os municípios são agrupados em regiões de saúde (e em alguns estados em micro-regiões também). São esferas de discussão e pactuação e alguns serviços são regulados e estruturados nessas regiões. O SAMU regional é um exemplo. Outro são as redes de atenção. Mas não existe um gestor da região. Existem unidades administrativas descentralizadas da SES e o CIR (a Comissão Intergestores Regional), que reúne os gestores da região, com a presidência de um dos gestores. Essas políticas são pactuadas nessas CIR
Quais são estes estados?
vide #155
Já fostes para algum rincão no interior de Roraima? 
Nopes, mais tenho amigos que trabalham lá. Eles atendem tribos isoladas.
