De qualquer modo, não acredito que se possa afirmar que uma vida sem deus seja uma vida sem amor, ou que viver com um deus seja viver com amor.
Eu também não concordo com essa afirmativa. Quem disse isso não conhece Deus. Nem a Bíblia.
A perspectiva teista é só uma maneira de se relacionar com o mundo, e mais nada.
Baseado em quê você afirma isso?
Principalmente na obra de Peter L. Berguer, O Dossel Sagrado. Já procurei diversas discussões sobre as razões do comportamento religioso, e achei a resposta dele a melhor. Basicamente o autor segue a primeira parte da obra Discutindo os determinantes sociais da religião. Começa discutindo a questão dos significados e dos determinantes da moral social, dialogando com autores como Hegel, Durkeim, Weber, debatendo sobre as razões que levam as pessoas ao estado definido por Durkaim como anomia, e quais os recursos que são disponíveis para se contornar este problema. Só após esta discussão é que o autor coloca como a religião se envolve neste contexto, e qual o papel desta na construção de nossa relação com o mundo. É uma obra excelente, eu recomendo a todos.
Já li obras de outros autores a respeito do assunto, Niestche, Durkaim, Marx, Freud, Jung, Skinner, Mary Douglas, Frazer (o qual detesto). Mas achei a resposta dele mais bem construída e fundamentada. ( o que não significa que descarto totalmente os demais autores, com excessão de Frazer).
E no tocante de não conhecer a deus, ou coisa do tipo, o que é conhecer a deus por um acaso? Tem como definir o que que é isto? O que diferencia alguém que conheceu de alguém que não conheceu, haja visto que deus é imaterial, não aparece, não conversa com ninguem, nem pode ser visto? Para mim o único meio de diferenciar alguém que está com deus de quem não está é ouvindo o que esta pessoa declara, ou seja, o que ela diz fazer parte de sua consciência. E é justamente o que se pode observar, o fato da pessoa se declarar religiosa, cristã, ou mesmo “crente em alguma coisa” não é suficiente para se poder dizer que esta é solidaria, honesta, ou habilidosa socialmente.