O crack não é o dano por si só. O crack é o causador de diversos danos associados. Só alguns exemplos: desnutrição, tuberculose, desagreção familiar e a violência.
Ele TAMBÉM é o dano por si só. Esses efeitos colaterais são da natureza da droga. Oferecer crack de maneira "segura" não elimina os efeitos nocivos dele.
É preciso entender também que a RD não é algo que realizado isoladamente e unicamente. Outras estratégias são utilizadas concomitantemente, inclusive a internação compulsória, mas não ad aeternum como propõe o Barata.
Nem mesmo a "bolsa-crack" aqui no estado onde as pessoas recebiam grana para se internar deslanchou. A polícia ia de cracolândia em cracolândia, acompanhando os assistentes sociais que levavam os dependentes pra consultas médicas, odontológicas, davam banho, roupas e refeição e perguntavam se o pessoal queria ser tratado. Em um dia inteiro de trabalho, umas 15 se comprometeram a passar pelo centro e só 3 foram na hora e o restante só pegou a comida, as roupas e saiu fora e voltou pro beco. Como isso não foi pra frente, não durou um mês.
Não há a menor chance de uma política que exige comprometimento a longo prazo funcionar em um país onde se esperam resultados no tempo de um mandato. Ainda mais políticas que foram aplicadas em países que antes de pensar em ajudar drogados, construíram infra-estruturas para a população em geral e só depois destas estruturas bem amadurecidas, foram pensar nesse grupo específico.