É óbvio que a remuneração de férias e o 13º não implicam necessariamente (pelo menos nos casos em que o salário foi ajustado livremente entre as partes, ou seja, quando se paga mais que o mínimo/piso) em mais remuneração mas então é óbvio também que não implicam em mais custos.
Deve haver talvez no mínimo um pequeno aumento no custo administrativo, mas talvez, no caso do 13o pelo menos, isso seja compensado com o rendimento que pode haver com sua fração mensal "guardada". A menos que tenha um juros aí, mas acho que não.
Uma outra analogia seria um viajante que prepara merendas enroladas em papel aluminio para comer na trilha e sabendo que haverá 11 setores na trilha e que o trecho posterior a última parada para lanchinho é mais cansativo [festas] que os outros decide colocar um pouco mais de comida em um dos embrulhos [13º] e que sabendo que uma parada vai ser mais longa que as outras para assistirem o voo das gaivotas decide fazer um lanche para esta parada também pra não ficar com fome quando voltar a caminhar [férias]: então ele fica com 11 lanches pequenos e um grande.
Não necessariamente ele gastou mais comida ou papel alumínio para fazer as merendas em comparação a um que tenha feito 11 merendas iguais e médias. Ele apenas fez uma distribuição mais razoável, prevendo as características do passeio.
Sim, as classes dominantes e/ou o estado precisam se preocupar minuciosamente com o comportamento do povo.
Idealmente estariam inclusos nos direitos dos trabalhadores alimentação, habitação, e educação dos filhos*, obviamente tudo descontado do salário. Ao trabalhador mesmo seria pago apenas o equivalente ao que sobra do salário, descontadas todas suas despesas, agora tranquilamente adminstradas mais eficientemente por pessoas de uma classe mais qualificada, dando ao trabalhador o direito de gastar mais tranqüila e alegremente o que ganha em entretenimento, sem se preocupar em lidar com os problemas da vida e coisas "sérias", tudo já devidamente resolvido por quem realmente é capaz.
* talvez também quando e quanto se reproduzir, ainda que, a fim de compatibilizar com as visões antiquadas do país, deve ser flexibilizado de forma que o trabalhador se sinta "livre" nesse aspecto. Os gastos novamente devem ser computados e talvez trabalhados na forma de "seguro", para quando as pessoas têm filhos. Mas claro que não cabe ao trabalhador se preocupar com esses gastos, será tudo descontado do salário.
PS.: Alguém sabe se existe algum termo comumente usado em português para "disposable income" 