Anedótico é um anglicismo, não significa algo próximo a lenda urbana. Só tem uma importância "relativa" nos estudos científicos por razões que acho que você conhece, não?
Casos relatados têm um papel importante em ciências biológicas, e em especial na medicina. São parte da base empírica que leva a hipotetizar mecanismos fisiopatológicos para as doenças. Algumas doenças raras só podem ser conhecidas (e explicadas) a partir dos relatos dos casos que são observados. O não relato de tais casos leva, automaticamente, ao não conhecimento da doença.
Em ciências ligadas aos aspectos psicossociais do homem isto é tão importante quanto. Relatos de casos isolados, ou de casos semelhantes entre si, nos levam a postular quanto a determinadas psicopatologias ou padrões de comportamento.
Podemos nos lembrar, por exemplo, do recente relato de alguns casos de indivíduos na Califórnia que tinham em comum o fato de serem homossexuais e de apresentarem um tipo raro de sarcoma da pele. Estes poucos casos, relatados no New England Journal of Medicine, um dos mais importantes periódicos médicos do mundo, levou à descoberta da síndrome da imunodeficiência adquirida e, posteriormente à descrição do vírus que a causava.
Resumindo, penso que essa sua visão quanto a relatos de caso não tem apoio na ciência formal.
Existe diferença entre não encontrar explicações para uma questão e afirmar que existe um evento paranormal. Os autores citam a AFIRMAÇÃO DAS PESSOAS de acontecimentos inacessíveis, essas afirmações podem ser explicadas por outras hipóteses que não o parnormal (coicidência, contaminação da pesquisa, sugestionamento, má prática), Daí o valor que se dá a codificação simbólica duplo-cega. E infelizmente quando utilizado como critério "ouro" até hoje nenhum trabalho o demostrou de maneira inequívoca
Certamente nem se o símbolo fosse relatado corretamente isso forneceria uma evidência inequívoca. Mas é claro que estaríamos em outro patamar de evidência.
Ela ter ouvido essa frase num outro momento, como a indução anestésica por exemplo. Vou te contar uma história na minha época de pesquisa. Eu conversava com os pacientes pós-PCR. Um dia fui falar com um sujeito que quando me viu abriu um sorriso e falou "doutor, que bom o senhor salvou minha vida!" e descreveu um EQM bem vívido descrevando como cheguei no momento da parada e ajudei no atendimento no plantão do dia anterior. A equipe de enfermagem do plantão ficou muito impressionada, nunca me esqueço duma enfermera me falando que na hora ficou arrepiada como um gato. O único detalhe é que não fui eu que o atendi (estava no outro lado e quem participou da PCR dele foi o outro rotina do CTI). Agora imagina se fosse eu que tivesse atendido? Ia achar que era paranormalidade?
Depende. Há pessoas que se impressionam por pouca coisa. A enfermeira ficou impressionada com o quê? Com a descrição de um túnel? Com a visão de pessoas mortas? (Ambos não verificáveis). Ou com a descrição de procedimentos e equipamentos por demais específicos aos quais o paciente não teria como ter tido conhecimento por meios normais?