Há muito tempo que se tem interesse em investigar alegações de pacientes que em situações especiais como o coma descreviam experiências visuais e auditivas intensas, realtos do que acontecia em sua volta, algumas até com um aspecto de "viagem astral". Um exemplo clássico são os pacientes subemtidos a anestesia geral que relatavam fatos ocorridos na sala de cirurgia durante o procedimento anestésico.
Porém é sabido que mesmo pacientes em nível muito baixo de conciência persiste atividade cerebral, podendo isso explicar esses eventos como alucinações complexas, percepções auditivas e visuais, confusão temporal, etc...
Todas essas considerações esbarravam na seguinte situação: E os paciente SEM atividade cerebral? Como explicar que esses pacientes referissem qualquer tipo de memória do evento?
O modelo clássico de estudo então foi adotado como a Parada Cardio Respiratória (PCR), por ser um evento em que rapidamente a atividade cerebral é paralizada.
Resumindo, é ponto pacífico que pacientes que tiveram atividade cerebral nula (presumida) podem ter lembranças desse período, sejam difusas (visão em túnel, luz, parentes, Jesus) ou descritivas (visão do teto - quase sempre é do teto, algumas vêes atrás dos ombros do médico, ou a distãncia, mas a maioria é do teto mesmo).
Mas essas lembranças são realmente verdadeiras? As descrições mais comuns como visão em túnel, luz, etc.. já foram vistas em outras situações controladas de estados de rebaixamento de conciência, pós-trauma, com o uso de substâncias neuro-ativas, etc... Já existem modelos com explicações para esses eventos relacionados a alteração da oxigenação, mau funcionamento cerbral. Mais recentemente as evidências de "falsas memórias" tornou mais difícil a interpretação desses eventos. Por último, obviamente não são falseáveis, pois não existe exame complementar que me diga se foi verdade ou não que o pai, mãe, jesus, túnel, luz, etc,, não estavam lá.
O grande "foco" do estudo ficou então aonde poderíamos ter algum parâmetro objetivo - as descrições tipo "viagem astral", entrevistas com a equipe que o assistiu no momento, cruzamento de informações.
Obviamente esse metodo é altamente imperfeito: As pessoas se confundem sobre os relatos, é muito fácil induzir respostas, esse tipo de experiência normalmente é muito marcante para o paciente e a equipe - as pessoas ficam profundamente impressionadas com esse tipo de coisa.
Além disso os relatos detalhados são a minoria. Bem poucos na verdade. Na época que trabalhei num CTI grande (16 leitos) com alta taxa de mortalidade (nosssa população era basicamente os velhos bem velhos) dos que voltavam da PCR a maioria não sobrevivia até ser possível uma entrevista. Os que conseguiam chegar nas entrevistas na sua maioria não relatava nada. Dos que relatavam só uma minoria tinha lembranças víviadas.
Resultado que após 3 anos só conseguimos ter 3 casos realmente vívidos (muitos outros eram mais inespecíficos), o que não impediu meu colega de leva-los a um congresso espirita *
Já continuo, tõ com medo de cair a internet e perder tudo