Vitor, a opção mais parcimoniosa é "contaram para ela" ou qualquer outra.
Note que esses relatos cheios de "você acha que seria possível?.." e quetais são usados para sustentar todas as alegações escabrosas que conhecemos.
Não acho nada.. ou existe um teste científico para uma alegação tão importante ou não existe nada, principalmente porque não há no corpo humano ou no funcionamento humano algo que remeta a uma estrutura especial fantasmagórica.
Aqui Vitor, entramos no hard game.. precisamos de muito mais que isso.
Oi, Agnóstico
também acho melhor esperar pelo resultado do estudo do Parnia para se poder extrair conclusões mais firmes. Mas gostaria de criticar algo que você escreveu.
Vitor nao se faz ciência baseada em relatos. Tudo pode ter acontecido inclusive uma enfermeira ter comentado com ela e e "esquecido" da mesma maneira que crentes esquecem que já haviam operado o dente que o pastor curou, simplesmente pelo amor a idéia.
Vamos a alguns exemplos óbvios. Diversos campos da ciência se utilizam de "relatos", abalizando-a ou não com documentos corroboradores. Isso se encontra de modo bem ubíquo nas áreas da psicologia, sociologia, antropologia, e história. Gilberto Freire (um dos nossos maiores sociólogos, autor de "Casa Grande e Senzala") utilizou amplamente de suas lembranças das conversas com sua avó (confiança não na lembrança, mas na lembrança da lembrança!) ao embasar sua dissertação de mestrado sobre a cultura brasileira de meados do século XIX, apresentada em importante universidade dos Estados Unidos.
Mas Vitor.. podemos discutir Paulo Freire em outro tópico se quiser, mas isso é um anti-exemplo. As lembranças dele foram interpretadas de maneira tão enviesada que ele acabou produzindo algumas das maiores tosquices que se têm notícia.
O problema não é estar embasado em relatos ou não. O problema é se você relata isso honesta e claramente ou se esconde e mente sobre tais informações. Ao ser claro e honesto, você alça seu trabalho a um nível verdadeiramente científico, por expor suas virtudes e fraquezas, e facilitar a construção de estudos posteriores, bem como a comparação de resultados entre estudos diferentes.
Vitor, conheço um cara, eu mesmo, que fazia uns ótimos relatos sobre vida após a morte, mediunidade, etc..
Não podemos confiar em relatos. Você não deveria ter essa confiança nos seres humanos, somos absolutamente sujeitos a falhas.
Tudo o que falamos é subjetivo (ligado ao sujeito) e não objetivo (ao objeto, fato). Humor, cultura, religião, vontades, pre-conceitos, peer-pressure são partes do meu relato tanto quanto o evento ocorrido.
Isso é outro ponto que difere você de nós: Um cético jamais irá aceitar algo deste porte como evidência científica, e daí que saí TODAS as nossas discussões sem fim. São questões bem estruturais, não são reconciliáveis.
Espere a pesquisa. Veremos quem tem razão. (aposto que você, no fundo, já sabe quem terá)