Essas perguntas mexe com os brios de muita gente e entre as pessoas menos razoáveis com quem já debati religião, estão os religiosos. Eu não sou ateu, e também não sou um religioso. Não sei como me classificar e na verdade, causa-me uma certa aversão ter de me posicionar nessa questão, porque não quero ficar engessado por um conjunto de crenças criado por outros que se dizem representantes de Deus na terra, e também quero continuar tendo a liberdade de deixar minha mente vagar pelo improvavel (mas não impossível). Confesso, ficar em cima do muro é uma posição mais confortável mesmo. rsrsrs
Na verdade, eu acredito num princípio divino sim, que tenha criado um universo tão organizado e perfeito, desde a perfeita organização de um átomo, até a dança das estrelas ardendo acima de nossas cabeças. Acredito que sim, exista um Deus. Mas não vou ficar aqui, como um pregador tentando convencer ninguem de um principio que só faz sentido talvez para mim. Cada um que use sua capacidade de raciocíonio dada por Deus ou pela evolução para concluir por si próprio o que faz mais sentido. Eu não sei de Deus, de quem ou o que ele é (a não ser pela opinião duvidosa dos religiosos e suas verdades pétreas), onde está e se realmente esse lindo planeta, no canto remoto do Universo é mesmo o ápice de sua obra, como quer acreditar a nossa vaidade de homo sapiens.
O grande problema, é que na brecha desse silencio Dele, aparecem vez por outra um ou outro "iluminado" que quer nos convencer (e conseguem na maior parte dos casos) de que são a voz e expressão da vontade Dele. Pintam Deus como querem e o vendem a nós, pobres mortais, a imagem de um vingador implacável, cujo único proposito é lançar nas chamas e danação a grande massa de pecadores e salvar uma pequena minoria de eleitos. Isso é muito antigo. Os deuses gregos por exemplo, eram o exemplo mais escancarados desse antropomorfismo. Deuses criados a imagem e semelhança dos homens, com todos os vícios humanos e com poucas de suas virtudes. Os deuses gregos eram violentos, incestuosos, cruéis, vingativos, injustos, assassinos, caprichosos e um perfeito reflexo do que a sociedade grega tinha de pior, mas muito pouco do que aquele povo tinha de melhor (e eles tinham muitas virtudes!)
A tendencia permanece.
Mas, minha posição nesse caso, é manter-me longe dos altares, onde dizem que Deus habita e longe das controvérsias acerca do que é a vontade Dele (que na maior parte das vezes é apenas a manifestação da vontade dos homens disfarçada) e ao mesmo tempo manter o princípio de que a mente é como um paraquedas; funciona melhor aberta. Então, embora eu não saia correndo atrás de quimeras e visionários, também não tenho como negar (baseado na razão e não na crença) de que existe algo para fora do que pode perceber os meus sentidos, para o qual eu não tenho explicação (ainda).
Não acredito em religião e nem em fantasias, mas Deus ou o Universo, a subjetividade do homem e seus sonhos...isso já é outra esfera. E acho que ainda está além de nossa capacidade de compreensão e de nossas controvérsias. Prefiro me concentrar no formigueiro humano.