Obviamente sou contra, mas não deixa de ser algo a se pensar, a maioria dos animais quando não quer uma cria, come, mata, abandona... Nós mesmo já fizemos isso em diferentes épocas e culturas. Os esquimós, por exemplo. Eu realmente nunca vejo essas coisas com o grau de abominação que a maioria vê. Nós esquecemos que somos animais e seres culturais e o que hoje parece a maior abominação, como o infanticídio, a assassinato de deficientes ou como a pedofilia, já praticamos sem a menor culpa.
A grande verdade é que somos seres eugenistas. Podemos não concordar com matar posteriormente como estão sugerindo, mas a hora que a ciência realmente possibilitar mudanças e seleções genéticas, sequer precisaremos matar crianças deficientes porque já vamos selecioná-las como queremos previamente. O processo será o mesmo, o fim da diferença na sociedade, mas se dará por configuração prévia à concepção... E aposto que maioria será a favor. Eu mesmo não divido que entre jogar na sorte e poder escolher como meu filho será, acabarei escolhendo, inclusive as características mais fúteis, tipo cor dos olhos, tipo do cabelo, enfim...
O que estão propondo não foge deste nosso desejo de controlar a vida eliminando tudo o que é “imperfeito” aos olhos da cultura e o que não deixa de ter um componente bem natural por trás, por isso que bicho faz sem culpa. Animais sabem do investimento que é uma cria, investimento de energia e de tempo, e que se o objetivo da procriação é propagação genética, conservar genes ruins possibilitando que se multipliquem não é nada bom... Querendo ou não, este tipo de pensamento não me parece ser nada mais que o calculo dos instintos a favor de uma boa propagação genética.
Mas que não pareça que estou defendendo, só estou pensando sobre, até porque se somos seres culturais não precisamos ficar presos a estes instintos, mas ainda não deixam de ser desejos e pensamentos naturais a meu ver.