Autor Tópico: Jovens constrangem militares e policiais da ditadura  (Lida 17622 vezes)

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Offline JJ

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Re:Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
« Resposta #275 Online: 25 de Outubro de 2018, 16:58:44 »
... É o pequeno preço que pagamos pelo fim da ditadura e pelas condições que o Brasil está agora,diria que valeu a pena .

Desafio você a falar isso na cara de algum parente de pessoas mortas, torturadas ou sequestradas pela ditadura ou mesmo nas pessoas vivas que foram torturadas.
apelo a piedade


No máximo seria apelo à emoção, se isso consistisse numa falha de argumentação, o que não é o caso. O Genghikan disse que o preço é pequeno que pagamos pelo fim da ditadura, e eu digo que o preço foi muito grande, ainda mais do ponto de vista de quem teve seus familiares, pais, mães, filhos, alijados à força de suas vidas.



Ex-agente do DOI-Codi afirma que Ustra era “senhor da vida e da morte”.


Marival Chagas disse à Comissão Nacional da Verdade que corpos eram exibidos como troféus


coronel brilhante ustra
Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (Foto: Agência Brasil)


 
O ex-sargento Marival Chagas, ex-servidor do DOI-Codi de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então capitão, comandava as torturas na repressão e era conhecido como “senhor da vida e da morte” nos porões da ditadura. Ainda segundo Marival, Ustra ordenava que os cadáveres de militantes mortos fosse exibidos como troféus a agentes da repressão dentro do DOI-Codi.


“Um capitão (Ustra) era naquela ocasião senhor da vida e da morte. Não tenho dúvida que ele torturava, porque ele circulava por pela área de interrogatório, especialmente quando tinham presos importantes sendo interrogados. Vi ele lá, por exemplo, na antessala do interrogatório, aguardando o momento de serem chamados o Wladimir Herzog e Paulo Markun”, disse Marival no depoimento, que ocorre na sede da Comissão Nacional da Verdade, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.


Marival Chagas trabalhou na análise de documentos do DOI-Codi, entre 1973 e 1974, onde fez cursos nos quais aprendeu técnicas de tortura como o pau de arara. O ex-sargento contou ainda que saiu do Exército porque não aguentou conviver com as cenas de atrocidades e negou que tivesse participado de qualquer episódio de tortura.




“(Os corpos) eram exibidos como troféu, ainda com sangue jorrando. Esse casal foi trazido para o DOI-Codi depois de morto e exposto a visitação interna. Eu vi o casal morto e vi perfurações a bala bem direcionadas na cabeça, nos ouvidos”, relatou Marival, citando o casal de militantes Antonio Carlos Bicalho Lana e Sônia Maria Moraes Angel Jones. O episódio teria ocorrido, segundo o ex-agente, no final de 1973, em um centro de tortura localizado na Serra do Mar.


O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra foi o comandante do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em São Paulo (DOI-Codi/SP) entre 1970 e 1974. Ele também é aguardado para prestar depoimento hoje, mas deve permanecer calado após obter na Justiça um habeas corpus que lhe garante o direito de ficar em silêncio e não se incriminar. A liminar também determinou que seja garantida sua integridade física durante o depoimento e, por isso, a Polícia Federal montou esquema de segurança especial no local.


Segundo o advogado Paulo Alves de Sousa, que representa Ustra, o coronel deverá apenas entregar uma petição e um exemplar de seu livro “Verdade Sufocada”, no qual descreve sua atuação durante a ditadura.


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Agência Brasil

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TagsComissão da VerdadeDitadura MilitarPorões da Ditadura
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https://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/brilhante-ustra-era-senhor-da-vida-e-da-morte-durante-ditadura.html

Offline Gigaview

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Re:Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
« Resposta #276 Online: 25 de Outubro de 2018, 17:10:36 »
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline JJ

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Re:Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
« Resposta #277 Online: 25 de Outubro de 2018, 18:30:07 »

Coronel Ustra, o líder das torturas na ditadura militar


Único brasileiro declarado pela Justiça torturador na ditadura, Carlos Brilhante Ustra (1932-2015) ajudou a institucionalizar a prática no Brasil


Por Tiago Cordeiro access_time 10 set 2018, 12h26 -

Publicado em 18 out 2016, 15h21

Retrato Falado Coronel Brilhante Ustra
 (Rafael Tavares/Mundo Estranho)


1. Início de carreira


Nascido em Santa Maria, RS, Ustra teve uma carreira militar inicialmente discreta. Pacato, enquanto os colegas oficiais se envolveram ativamente nos bastidores políticos a partir do fim da ditadura de Getúlio Vargas, em 1945, ele não se meteu em conspirações ou casos polêmicos até o endurecimento do regime militar, em 1968.

2. Destaque
Ustra chamou atenção no Exército com textos em que defendia o trabalho de contrainteligência para impedir que o país virasse uma ditadura socialista. Com o aumento das ações de guerrilheiros, que faziam atentados desde 1966, o regime organizou uma resistência. Ustra, então major, foi um dos selecionados.

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3. Sucursal do inferno
A resistência começou com o centro de investigações conhecido como Operação Bandeirante (Oban). Criada em São Paulo, em 1969, a Oban torturava dissidentes para obter informações sobre os colegas militantes. A um dos presos, frei Tito, Ustra disse, em 1970: “Você vai conhecer a sucursal do inferno”.

4. Doi-Codi
O sucesso da Oban fez o governo criar o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi). Com sede nas principais capitais, ele tinha celas de detenção e salas de interrogatório – e de tortura. Ustra comandou o Doi-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974 e era chamado de “doutor Tibiriçá” (não se sabe por quê).


5. Chefia
O trabalho sujo, como espancamentos, choques e afogamentos, cabia aos gorilas (policiais e militares que demonstravam prazer em agredir os prisioneiros). Envolvido no dia a dia da operação, Ustra cumpria um papel de chefia: instruía os agentes de campo e os torturadores para focarem na caça aos opositores do regime militar.

6. Os “passeios”
Ustra não acompanhava todas as torturas. Aparecia do nada em casos difíceis para fazer os “passeios” que lhe deram fama: abraçava o detento e o levava a uma sala, onde havia o corpo de um militante. “Se você não falar, vai acabar assim”, dizia. Ele chegou a espancar uma grávida e, certa vez, levou filhos para ver uma mãe torturada.

7. Sumiço de cadáveres
Um problema era o que fazer com os corpos. No DOI-Codi paulistano, foram 47 mortos oficialmente, mas a Comissão da Verdade, que investigou os abusos da ditadura, calcula que o escritório matou 502 pessoas. Nas décadas de 1990 e 2000, Ustra foi processado várias vezes por ocultar cadáveres, especialmente em valas comuns do cemitério de Perus, na capital paulista.

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8. Atropelamentos
Outra estratégia era o atropelamento forjado: os agentes diziam que o guerrilheiro estava fugindo quando foi atingido. Muitas vezes, nem precisavam atropelar de verdade o corpo da vítima, porque ela já estava machucada demais. Em outras ocasiões, as Kombis e os Fuscas dos agentes eram usados para acertar os cadáveres.

9. Eletrochoque e palmatórias
Segundo a Comissão da Verdade, ele também utilizou eletrochoque e palmatórias no Doi-Codi. Saiu de lá em 1974 e se tornou instrutor da Escola Nacional de Informações (EsNI), em Brasília, onde escreveu uma cartilha que pregava o uso de “interrogatórios com mais rigor”. Também se envolveu com maus-tratos a presos na Fazendinha, centro de tortura secreto em Alagoinhas, BA.

10. Fora de jogo
Em 1978, Ustra foi destacado para São Leopoldo, RS. Quando o regime militar acabou, virou adido militar em Montevidéu. Em 1985, durante a visita do presidente José Sarney ao Uruguai, foi reconhecido pela atriz Bete Mendes. Deputada federal na época, ela disse ter sido torturada pelo coronel. Com o escândado, Ustra foi aposentado.

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Que fim levou?
Em 2008, a Justiça o reconheceu como torturador. Ele morreu em 2015, aos 83 anos, vítima de uma pneumonia e de falência múltipla de órgãos.

Consultoria: Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos

Fontes: Sites arquivosdaditadura.com.br, bnmdigital.mpf.mp.br, cnv.gov.br; livro Rompendo o Silêncio, de Carlos Alberto Brilhante Ustra


https://super.abril.com.br/mundo-estranho/retrato-falado-coronel-ustra-o-mestre-das-torturas/


Offline Geotecton

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Re:Jovens constrangem militares e policiais da ditadura
« Resposta #278 Online: 25 de Outubro de 2018, 19:00:56 »
Se vivo estivesse, eu desejaria que fosse julgado, condenado e preso até o final de sua vida biológica.

Mas, por uma questão de equilíbrio, todos os esquerdistas que participaram de atos violentos também deveriam sofrer o mesmo processo e os que assassinaram alguém, deveriam sofrer a mesma punição.
Foto USGS

 

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