As coisas podem encontrar um sentido a partir do texto do Ricardo Setti, publicado no Noblat:
(...) a YPF, ainda em mãos da Repsol, descobriu em novembro de 2011: a grande reserva petrolífera de Vaca Muerta, na província de Neuquén, na Patagônia argentina — onde também atua, entre outras empresas estrangeiras, a Petrobras.
Foi a maior descoberta de petróleo da história da Repsol.
Calcula-se que a exploração de Vaca Muerta requeira 5 bilhões de dólares anuais, no mínimo, pelos próximos cinco anos, dinheiro que a Argentina não tem nem em sonhos. É aí que entrariam as gigantes chinesas: China Petrochemical Corporation (Sinopedc), China Petroleum Corporation (Cnpc) e China National Offshore Oil Corporation (Cnooc).
(...) entre o final de 2011 e o começo do ano, a Cnpc obteve um empréstimo de 30 bilhões de dólares do Banco Chinês de Desenvolvimento para financiar sua “expansão internacional”. A empresa, pois, disporia de caixa para entrar firme na exploração de Vaca Muerta.
A formação geológica de Vaca Muerta se estende por 30 mil quilômetros quadrados, dos quais a YPF tinha concessão para explorar 12 mil. Apenas em 8 mil quilômetros desses 12 mil, chegou-se a estimar que possa haver 21,1 bilhões de barris de petróleo. Imagine-se o potencial da formação inteira.
(...) existem condições favoráveis a acordos nas duas pontas da possível negociação: o lado chinês necessita desesperadamentede petróleo para assegurar o brutal crescimento do país; do lado argentino, há petróleo, mas nada de dinheiro.