Acho que está havendo alguma confusão em relação ao Gabeira. Na época do sequestro ele era um quadro da organização, mas não estava na "frente" (combate) ou na "armação" (logística) regular. Era um jornalista assumidamente de esquerda, podia circular sem maiores problemas pois (até então) não tinha participação direta na luta armada. Emtodas as organizações clandestinas da época havia um número muito maior de pessoas nessa situação que na "luta", serviam para arrecadar fundos, ajudar perifericamente com a logística, servir de apoio, etc...
No caso do sequestro ele não participou nem da idealização nem da execução. Seu papel foi alugar o cativeiro (Casa de Santa Tereza) e algumas terfas menores como levar a lista de nomes, comunicar-se com a esposa do embaixador, etc...
Isso está bem explícito no livro, mas totalmente romanceado no filme.
A grande crítica do pessoal da época em relação ao Gabeira tem a ver com o Desbunde/autocrítica, que até hoje é de difícil digestão por razões ideológicas (revisionismo pequeno-burguês) e sentimentais (desrespeito a memória dos companheiros que tombaram na luta).