Autor Tópico: Evidencia de que estamos na Matrix ?  (Lida 16613 vezes)

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Offline lusitano

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #50 Online: 17 de Maio de 2012, 16:34:48 »
Martuchelli - escreveu:

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Isso prova que o universo foi programado, e portanto a existência de um programador: Deus.

O racíocinio é mesmo que dizer: "como existem leis da natureza, então existe um criador". Mas, como diria Nietzsche, o erro deste pensamento é que não podemos imputar a natureza os preconceicos que adquirimos pelo uso da nossa lingüagem: não há necessidade de um sujeito na natureza.

E que espécie de ser é o Homem, que é sujeito da sua própria história, justamente, porque é dotado de vontade própria e se comporta como sujeito, na natureza? :idea:

artur
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline lusitano

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #51 Online: 17 de Maio de 2012, 16:40:32 »
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Enjolras - escreveu:

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Martuchelli - escreveu:

Se a individualidade é uma ilusão (...)

Como diria o filósofo, se a individualidade é uma ilusão, quem está sendo enganado? :lol:


A própria ilusão,,, não...

artur
 

Vai dar merda. :arrow: :idea: :arrow: :!: :arrow: :idea: :arrow: :stunned:

Você tem jeito para adivinhar,,, não... :?:           
« Última modificação: 17 de Maio de 2012, 16:43:14 por lusitano »
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline joaofld

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #52 Online: 17 de Maio de 2012, 18:10:07 »
Vai dar merda.  :arrow: :!: :idea: :?: :idea: :!: :arrow: :?: :stunned:

Eu juro que pensava isso enquanto escrevias os primeiros posts.


A própria ilusão,,, não... :?: :arrow: :hihi:

Sinto que eu não devia fazer essa pergunta, mas a curiosidade É uma desgraça. :vergonha: É nesses momentos que a gente entende o que aconteceu com Pandora! :(

Como assim, Lusitano? Faça-se mais compreensível.

João Francisco

HESSE, Hermann. O Jogo das contas de vidro. Bestbolso: Rio de Janeiro, 2007.

"...mas aqui eu me sinto estranho a tudo e afastado de tudo; nada vem ao meu encontro, nada acontece de modo natural, nada se pode assimilar sem oposição e sofrimento. Para mim seria o inferno ficar aqui duas semanas que fosse."

Offline Contini

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #53 Online: 17 de Maio de 2012, 18:13:01 »
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Como assim, Lusitano? Faça-se mais compreensível.
Pronto! Abriu a caixa de pandora!  :biglol:
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

"Eu não tenho medo de morrer, só não quero estar lá quando isso acontecer"  - Wood Allen

    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline Rocky Joe

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #54 Online: 17 de Maio de 2012, 18:28:51 »
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E que espécie de ser é o Homem, que é sujeito da sua própria história, justamente, porque é dotado de vontade própria e se comporta como sujeito, na natureza?

artur

O que você chama de vontade própria? Eu diria que isto não existe. Como disse Schopenhauer, o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer.

O tipo de argumento dado neste tópico, tanto pelo João quanto pela citação de Nietzsche minha, diria que achar que o homem é sujeito na natureza é "preconceito linguístico". :P

Nietzsche é um dos filósofos que se revoltam contra o sujeito cartesiano. Wittgenstein também, né João? É um assunto muito interessante - espero eu que possa no futuro estudar filosofia direito.

Citação de: João
Se você se refere aqueles pensamentos que surgem sem controle (como músicas, frases, situações que parecem ficar presas na memória), para o Krishnamurti, essas "manifestações" não deveriam ser consideradas pensamentos, justamente pela ausência de controle da nossa consciência sobre elas. Para ele, pensar é produzir essas mesmas manifestações, mas sob o nosso controle. Isso é apenas ruído. E com os ruídos, a melhor forma de agir é deixar que passem.

Me pergunto se qualquer pensamento tem controle de nossa "consciência". Mesmo nesse exato momento, antes de escrever aqui para você, eu não sei quais palavras eu vou usar para me expressar e tudo o mais.

Citar
Por experiência própria (talvez, pelo fato de fazer terapia), eu comecei a perceber que tudo o que parecia ficar preso na minha mente (músicas, frases, imagens) geralmente, tinha algo para me dizer.

Por experiência própria, digo que isto é apenas sua experiência própria. :lol:

As músicas que mais ficam na minha mente são as que considero prazeirosas. Por exemplo, tenho costume de tocar na minha mente os 10 minutos de "I heard it through the grapevine" quando tenho um tempo livre, andando de bicicleta ou caminhando. E é uma música deliciosa. A única coisa que ela pode dizer para mim, acho, é que eu tenho alma de puta. :P

Offline joaofld

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #55 Online: 17 de Maio de 2012, 20:18:21 »
O tipo de argumento dado neste tópico, tanto pelo João quanto pela citação de Nietzsche minha, diria que achar que o homem é sujeito na natureza é "preconceito linguístico". :P

Mas, o que a gente tá chamando de sujeito? É sujeito no sentido de assujeitado (subserviente) ou sujeito no sentido de ator (atuante)?

Penso eu, que é preciso definir o que se chama sujeito. Pois, no primeiro caso, eu discordo. O sujeito, mesmo submetido à condições, consegue realizar sua vontade. Podemos dizer que são as dificuldades estabelecidas pelas condições que criam no sujeito a vontade de superar sua situação. No segundo caso, eu concordo, mas todo sujeito é fruto de seu tempo sócio-histórico e ainda assim, estabelece modos diferentes dos sujeitos que compartilham desse tempo sócio-histórico.

Ao fim e ao cabo, com o movimento das humanas de descrever os estado social, essa percepção de livre, mas nem tanto ou de preso, mas nem tanto tem sido a predominante. Na própria linguagem é preciso que conceitos estejam fixos (mesmo que num curto período de tempo) para que a linguagem possa permitir a interação entre os sujeitos.

Nietzsche é um dos filósofos que se revoltam contra o sujeito cartesiano.

Justamente por negar a existência de Deus/deus(es) e compreender que isso nada mais é do que projeção (ampliada) das potencialidades humanas, luta contra o cristianismo que prega a desejo de uma vida melhor no mundo além vida, impedindo que os sujeitos aproveitem essa vida como ela pode ou deve ser aproveitada. (Acho que ele fala isso, principalmente, em O Anticristo)

Mas, o problema do sujeito cartesiano é que ele foi um modelo inventado para se permitir o estudo do corpo humano. De certa forma, hoje, em alguns campos de estudo, esse paradigma está sendo superado. Acho que quem mais à frente está é a Psicologia, pois ela parte justamente de que mente e corpo não são independentes um do outro.

Como disse Schopenhauer, o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer.

Me pergunto se qualquer pensamento tem controle de nossa "consciência". Mesmo nesse exato momento, antes de escrever aqui para você, eu não sei quais palavras eu vou usar para me expressar e tudo o mais.

 :arrow: Schopenhauer é um problema. Ele é metafísico, no sentido de que algo transcende o homem - VONTADE (que não é a Vontade de Potência, do Nietzsche). Mas, ao mesmo tempo ele afirma que a VONTADE para tomar consciência de si necessita de uma materialidade que ao "contar sua história" para si mesma tornaria-se consciente. Ou seja, só se pode conhecer a VONTADE por sua materialidade. Ela é dependente da MATÉRIA.  A VONTADE é cega e ao mesmo tempo tem direcionamento. Ele interpreta Kant de uma forma bem original.

O único lugar, onde a VONTADE é ela mesma, é na música. A música é a VONTADE.

 :arrow: Calma, moço. O pensamento não controla nada. Nós, a consciência, é que controlamos o pensamento. Mas, não totalmente. Esses ruídos que eu falei são um exemplo disso. Para o Krishnamurti, o pensar é o ato consciente de raciocinar sobre algo. O ruído não é pensar. É, apenas, uma avalanche de sons e imagens que brotam da parte mais interna do sujeito.

Quando você diz, que não sabe que palavras vai usar para se expressar, isso não quer dizer que você não tenha conhecimento do código e das formas de articulá-lo para construir sua resposta de acordo com as suas necessidades expressivas. Saussure, linguísta genebrino, pensava da seguinte forma:

Existe a LANGUE que é a língua em código ou a língua em sua possibilidade de uso. Todas as opções da línguas disponíveis a serem usadas mas que só se realiza na PAROLE, que é a língua realizada, como a sua mensagem. Se, como afirmam os linguístas e filósofos da linguagem, o pensamento funciona com a mesma estrutura da língua, então existe em nossa mente um repertório sígnico em potência que quando realizado (usado) torna-se linguagem. Quer dizer, mesmo que você não soubesse o que iria escrever, você tinha o repertório pronto para ser usado de acordo com suas necessidades. E quando a necessidade se apresentou, você selecionou do repertório aquilo que seria útil.

Deu pra entender? :ok:

Por experiência própria, digo que isto é apenas sua experiência própria.  :lol:

As músicas que mais ficam na minha mente são as que considero prazeirosas. Por exemplo, tenho costume de tocar na minha mente os 10 minutos de "I heard it through the grapevine" quando tenho um tempo livre, andando de bicicleta ou caminhando. E é uma música deliciosa. A única coisa que ela pode dizer para mim, acho, é que eu tenho alma de puta.  :P

Não tão rápido assim, my boy!   :smartass:

A questão é que o modo de lidar com o Pensamento Obsessivo (esse é o nome do fenômeno) é meu. Eu percebi isso. Agora afirmar que ele não quer dizer muita coisa, calma lá...

Mas, a questão não estou falando desses pensamentos que nós provocamos, das músicas que conscientemente tocamos. Mas, daquelas tipo

Florentina, Florentina,
Florentina de Jesus
Não sei se tu me amas,
Pra que tu me seduz?


que grudam e não saem mais.

Fui atrás de ler a letra da música que você citou. E faço uma pergunta: porque a identificação com a situação da garota? Você tem costume de agir assim com suas namoradas? Tem aquela que se chamar você larga a atual e volta pra ela? Mas, você pode estar muito mais ligado à situação do rapaz que canta a música. Afinal, os sentimentos expressos dizem respeito ao boato de que a namorada ia abandoná-lo por um antigo amor. (São interpretações possíveis. O que é válido pra você só você pode descobrir.)

Afinal, a pergunta que o cara da Florentina faz é a mesma que o da música que você citou: Mulher, se tu num queria nada comigo; se tu sabia que o que tu sentia não era tão forte assim, por que tu deixou que as coisas chegassem ao ponto em que chegaram? Pra eu ficar sabendo pelos outros? Pra eu ficar frustrado? POR QUE?

Ser formado em Letras gera suas consequências. A gente não pode passar por um texto sem interpretar.

Para compreender como essa música se conecta a você, só você é capaz de saber. E, no caso, um psicólogo que conhece boa parte do teu repertório mental. :hihi: Pois essas relações (que são associativas) só surgem depois de um trabalho interpretativo. A questão é descobrir quais os limites dessas associações.

Texto sobre Pensamentos Obsessivos: http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=312
Nesse caso, são abordados os que geram problemas, mas os mecanismos são os mesmos.

Não sei o que diabo é isso que me faz escrever tanto. E sei que deixei muita coisa de fora, mas como diria Carmem Miranda: Taí.
Abraços!
João Francisco

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Offline Rocky Joe

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #56 Online: 17 de Maio de 2012, 20:51:31 »
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Fui atrás de ler a letra da música que você citou. E faço uma pergunta: porque a identificação com a situação da garota?

A identificação é com o jam de 6 minutos, que é um prazer aos meus ouvidos. Se quiser ouvir, tem aqui, no youtube.

Enfim, foi um comentário meu irrelevante. :P

Citar
Não sei o que diabo é isso que me faz escrever tanto. E sei que deixei muita coisa de fora, mas como diria Carmem Miranda: Taí.
Abraços!

Minha estratégia funcionou, então: tentei provocá-lo para aprender um pouco mais.  :ok:

Offline joaofld

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #57 Online: 17 de Maio de 2012, 21:20:56 »
Minha estratégia funcionou, então: tentei provocá-lo para aprender um pouco mais.  :ok:

Maldito ninja. Mal posso ver seus movimentos!   :hmph:  :P
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Offline Gigaview

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #58 Online: 17 de Maio de 2012, 23:56:33 »
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Como assim, Lusitano? Faça-se mais compreensível.
Pronto! Abriu a caixa de pandora!  :biglol:

:histeria:


:medo:
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Offline joaofld

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #59 Online: 18 de Maio de 2012, 00:09:50 »
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:medo:

2
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Offline lusitano

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #60 Online: 18 de Maio de 2012, 05:25:55 »
Contini - escreveu:

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Como assim, Lusitano? Faça-se mais compreensível.

Pronto! Abriu a caixa de pandora!

:hihi: :hihi: :hihi: 
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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #61 Online: 18 de Maio de 2012, 05:46:48 »
joaofld - escreveu:

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Como diria o filósofo, se a individualidade é uma ilusão, quem está sendo enganado?

A própria ilusão,,, não… :?:

Como assim, Lusitano? Faça-se mais compreensível.

O genial ilusionista, é o cérebro, não é assim... :?:

Se a consciência, é uma ilusão de individualidade, processada pelo metabolismo neurocerebral, então não pode ser o organismo, que está a ser enganado.

Só a própria ilusão - é que está ser enganada... :!: :arrow: :idea:
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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #62 Online: 18 de Maio de 2012, 07:46:15 »
Martuchelli - escreveu:

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E que espécie de ser é o Homem, que é sujeito da sua própria história, justamente, porque é dotado de vontade própria e se comporta como sujeito, na natureza?

artur

O que você chama de vontade própria?

Chamo de vontade própria, à minha livre decisão devidamente ponderada, de agir como me parecer melhor.

Embora se possa diferenciar entre a acção instintiva e acção racional...

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Eu diria que isto não existe. Como disse Schopenhauer, o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer.

O que é que tem de mais, o facto de Schopenhauer, dizer o que disse?

Desejo que me esclareça, o que na sua opinião, significa a frase que você acima citou; «o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer»...

Citar
O tipo de argumento dado neste tópico, tanto pelo João quanto pela citação de Nietzsche minha, diria que achar que o homem é sujeito na natureza é "preconceito linguístico".

O facto de Nietzsche, ter feito essa afirmação, e você concordar com ele, torna tal enunciado uma verdade absoluta? :|

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Nietzsche é um dos filósofos que se revoltam contra o sujeito cartesiano. Wittgenstein também, né João? É um assunto muito interessante - espero eu que possa no futuro estudar filosofia direito.

O sujeito cartesiano - deixa de existir - porque determinados filósofos, discordaram de Descartes?

artur
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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #63 Online: 18 de Maio de 2012, 10:04:36 »
O genial ilusionista, é o cérebro, não é assim... :?:

Se a consciência, é uma ilusão de individualidade, processada pelo metabolismo neurocerebral, então não pode ser o organismo, que está a ser enganado.

Só a própria ilusão - é que está ser enganada... :!: :arrow: :idea:

Esses raciocínios labirínticos são complicados.

Vamos organizar o que você disse de um modo melhor.

Eu não diria que a ilusão está sendo enganada. Porque a ilusão não é um sujeito, mas algo que acontece com os sujeitos. Dessa forma, o que podemos dizer é que os sujeitos se auto-iludem.

A questão está em: se os sujeitos se auto-iludem, como afirmar que aquilo que é conhecido pela percepção não é uma ilusão?

Ainda assim, isso afirma a existência da consciência (ou do que quer que seja equivalente), pois mesmo enquanto ilusão, ela existe. Mesmo que seja construindo ilusões.



O sujeito cartesiano - deixa de existir - porque determinados filósofos, discordaram de Descartes?

Na verdade, não foram determinados filósofos, mas boa parte dos que vieram depois. Além disso, citando você:

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Se a consciência, é uma ilusão de individualidade, processada pelo metabolismo neurocerebral...

...então, Descarte está errado ao afirmar a existência da alma.

Abraço!

João Francisco

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #64 Online: 18 de Maio de 2012, 17:36:47 »
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Vamos organizar o que você disse de um modo melhor.
:papel:
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Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #65 Online: 18 de Maio de 2012, 19:05:03 »
joaofld - escreveu:

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O genial ilusionista, é o cérebro, não é assim...

Se a consciência, é uma ilusão de individualidade, processada pelo metabolismo neurocerebral, então não pode ser o organismo, que está a ser enganado.

Só a própria ilusão - é que está ser enganada...
   

Esses raciocínios labirínticos são complicados.

Vamos organizar o que você disse de um modo melhor.

Eu não diria que a ilusão está sendo enganada. Porque a ilusão não é um sujeito, mas algo que acontece com os sujeitos. Dessa forma, o que podemos dizer é que os sujeitos se auto-iludem.

A questão está em: se os sujeitos se auto-iludem, como afirmar que aquilo que é conhecido pela percepção não é uma ilusão?

Ainda assim, isso afirma a existência da consciência (ou do que quer que seja equivalente), pois mesmo enquanto ilusão, ela existe. Mesmo que seja construindo ilusões.

A questão é a seguinte: a ilusão, está em que aqueles filósofos, que rejeitam o ego cartesiano, afirmam que não existe sujeito nenhum...

Se não existe sujeito nenhum, só existe uma ilusão criada pelo cérebro, imaginando ser um sujeito.

Portanto se o sujeito é uma ilusão, quem é que está sendo iludido, se não existe ninguém para ser iludido...

Ora, se o próprio cérebro não é um sujeito, também ele não pode estar a ser enganado, porque ele é o próprio criador da ilusão.

Então a quem o cérebro criador de ilusões, está a iludir, se não existe alguém para ser iludido?

Será que o cérebro se ilude a si mesmo?

Se assim é, que motivos terá o cérebro para se auto-iludir? :|

Citar
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O sujeito cartesiano - deixa de existir - porque determinados filósofos, discordaram de Descartes?

Na verdade, não foram determinados filósofos, mas boa parte dos que vieram depois. Além disso, citando você:

Se a consciência, é uma ilusão de individualidade, processada pelo metabolismo neurocerebral...

...então, Descarte está errado ao afirmar a existência da alma.

Abraço!

Quem afirma que a consciência é uma ilusão de individualidade, não sou eu: ademais o "cogito" cartesiano - não é a alma - é a autopercepção.

O ego - ou autoconsciência - é uma coisa, a alma é outra coisa, muito diferente.

E mesmo que alguém afirme convictamente - que a autoconsciência - como individualidade é uma ilusão, não significa que esteja dizendo uma verdade inabalável.

artur
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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #66 Online: 18 de Maio de 2012, 20:29:42 »
A questão é a seguinte: a ilusão, está em que aqueles filósofos, que rejeitam o ego cartesiano, afirmam que não existe sujeito nenhum...

Se não existe sujeito nenhum, só existe uma ilusão criada pelo cérebro, imaginando ser um sujeito.

Portanto se o sujeito é uma ilusão, quem é que está sendo iludido, se não existe ninguém para ser iludido...

Ora, se o próprio cérebro não é um sujeito, também ele não pode estar a ser enganado, porque ele é o próprio criador da ilusão.

Então a quem o cérebro criador de ilusões, está a iludir, se não existe alguém para ser iludido?

Será que o cérebro se ilude a si mesmo?

Se assim é, que motivos terá o cérebro para se auto-iludir? :|

Lusitano, você está confundindo as coisas. Além de ter muitas informações confusas.

(Só pra registrar: eu NÃO acho que a individualidade seja uma ilusão)

Eu acho que você está levando a serio demais e compreendendo de menos o que eu digo: essa discussão sobre ilusão começou com o Cientista que afirmou (e deve continuar pensando dessa forma) que a individualidade é uma ilusão. Eu, para contra-argumentar, disse que se a individualidade é uma ilusão, todos os produtos decorrentes dela também o são. Portanto, não haveria como comprovar que as descrições dos fenômenos físicos são verdadeiras, o que levaria a duvidar da sua existência.

Em função do que foi dito no parágrafo anterior, eu respondo:
Ninguém em filosofia, até hoje, afirmou a inexistência do sujeito. Porque isso seria dar um tiro no pé: como os pensadores negariam o motivo principal do pensar filosófico? Nenhum filósofo, seja ele metafísico ou materialista, nega a existência do sujeito. E o fato de nomearem essa figura (sujeito) de formas diferentes não quer dizer que quem o faz, afirme que o sujeito não existe.

Além disso, rejeitar o modelo cartesiano não significa dizer que o sujeito não existe. Quem rejeita o modelo cartesiano afirma outras formas de sujeito: Kant, Nietzsche, Sartre apenas pensam de forma diferente sobre o sujeito.

O que os filósofos que vieram depois de Descarte afirmam é que consciência/alma/espírito/ego/"o nome que você quiser dar" não é independente do corpo, nem o corpo independente da consciência/alma/espírito/ego/"o nome que você quiser dar".

A individualidade não é uma ilusão.

Quem afirma que a consciência é uma ilusão de individualidade, não sou eu: ademais o "cogito" cartesiano - não é a alma - é a autopercepção.

O ego - ou autoconsciência - é uma coisa, a alma é outra coisa, muito diferente.

E mesmo que alguém afirme convictamente - que a autoconsciência - como individualidade é uma ilusão, não significa que esteja dizendo uma verdade inabalável.

O ego não é autopercepção ou autoconsciência. Autopercepção é uma característica do ego (como você disse). E sim, (se você usar a noção de) ego e alma são a mesma coisa.

Sobre separação ego-alma: isso é uma afirmação dos conceitos esotéricos/exotéricos, que afirmam haver diferentes camadas da alma ou do espírito humano. Em filosofia essa separação não existe porque não existe o conceito de ego em filosofia. Esse conceito pertence à psicanálise freudiana e trata do Eu.

Então nós concordamos quando dizemos que a individualidade existe.

Abraço!
João Francisco

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #67 Online: 18 de Maio de 2012, 20:57:56 »
Joãofld - escreveu:

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O ego não é autopercepção ou autoconsciência. Autopercepção é uma característica do ego (como você disse). E sim, (se você usar a noção de) ego e alma são a mesma coisa.

Eu autopercepciono-me conscientemente: na sua opinião, isso é o mesmo que alma?

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Sobre separação ego-alma: isso é uma afirmação dos conceitos esotéricos/exotéricos, que afirmam haver diferentes camadas da alma ou do espírito humano. Em filosofia essa separação não existe porque não existe o conceito de ego em filosofia. Esse conceito pertence à psicanálise freudiana e trata do Eu.

Então que conceito, é que existe em filosofia?

Citar
Então nós concordamos quando dizemos que a individualidade existe.

Sim concordamos... :!:

Abraço - artur
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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #68 Online: 18 de Maio de 2012, 21:15:51 »
Eu autopercepciono-me conscientemente: na sua opinião, isso é o mesmo que alma?

Não, isso não é o mesmo que alma. Autopercepção e autoconsciência são a mesma coisa, uma característica da alma. Aliás, Espírito. Em filosofia usa-se a palavra Espírito para se referir a isso que aqui eu iniciei chamando de alma.

Então que conceito, é que existe em filosofia?

O conceito de Sujeito.

Abraço!
João Francisco

HESSE, Hermann. O Jogo das contas de vidro. Bestbolso: Rio de Janeiro, 2007.

"...mas aqui eu me sinto estranho a tudo e afastado de tudo; nada vem ao meu encontro, nada acontece de modo natural, nada se pode assimilar sem oposição e sofrimento. Para mim seria o inferno ficar aqui duas semanas que fosse."

Offline Cientista

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #69 Online: 19 de Maio de 2012, 18:24:50 »
Eu acho que você está levando a serio demais e compreendendo de menos o que eu digo: essa discussão sobre ilusão começou com o Cientista que afirmou (e deve continuar pensando dessa forma) que a individualidade é uma ilusão. Eu, para contra-argumentar, disse que se a individualidade é uma ilusão, todos os produtos decorrentes dela também o são. Portanto, não haveria como comprovar que as descrições dos fenômenos físicos são verdadeiras, o que levaria a duvidar da sua existência.
Mas essa é boa... E você realmente acredita que contra-argumentou alguma coisa? Que produtos decorrentes da ilusão? Onde que algo inexistente produz alguma coisa? A ilusão é uma "criação" da realidade natural, de processos desta, não o contrário. Ainda não deu para cair a ficha de que a única coisa que não dá para comprovar é que a ilusão é real? As descrições físicas são todas comprováveis e...  FUNCIONAM! A ilusão só consegue abordar a si mesma filosofando, porque é tudo o que é.

Espere que eu vou te responder mais elaboradamente.
« Última modificação: 19 de Maio de 2012, 18:28:56 por Cientista »

Offline Rocky Joe

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #70 Online: 19 de Maio de 2012, 23:00:28 »
Citação de: Lusitano
Desejo que me esclareça, o que na sua opinião, significa a frase que você acima citou; «o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer»...

O fato de eu poder realizar meu desejo, mas não poder decidir qual meu desejo é.

Seu pensamento não está tão distante disso:

"Chamo de vontade própria, à minha livre decisão devidamente ponderada, de agir como me parecer melhor".

A liberdade já não parece tão livre assim, né? Há a condição de "como lhe parecer melhor". Isto me lembra uma analogia do Dennett, que a nossa liberdade é análoga a de um programa de xadrez, que computa todos os lances possíveis e age conforme o melhor resultado previsto.

Offline Cientista

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #71 Online: 20 de Maio de 2012, 00:06:46 »
Mas vou contar... a fealdade da situação é desoladora...

Passa o tempo e nenhuma sabatina se faz, nenhuma reflexão autocorretiva entre expectativas e fatos. Se eu não apareço, nada acontece.

Resumo prévio do que, destacadamente, vale abordar:

O Martuchelli cometeu equívocos homéricos e fez pelo menos um arredondamento do tipo 'tamanho desvio de verba pública no Brasil', atendendo à própria conveniência imediata inconsciente (espero que inconsciente, ao menos). Me lembrou aquele viajante maionésico, o Alano, tristemente, até em certa medida, me lembrou o Feynman (daqui, é claro), e outros mais, adeptos da crendice na capacidade metafísica do Einstein de intuir "coisas" da realidade, assim..., fantasticamente, do nada. O pobre coitado não foi informado disso, porque ele mesmo asseverou seu reconhecimento de que a RR fundou-se numa lei empírica e a RG foi apenas a óbvia extensão indutiva do mesmo princípio a sistemas de referência mais gerais. Mas focam-se só em algumas besteiras que ele disse, que contrariavam a ele mesmo, pela certa razão do que o Feynman daqui já trouxe da espremedura de outros pensadores, até do próprio Feynman (o verdadeiro): ele era só um "pássaro" (científico), não sabia o que é "ornitologia"; era só um "peixe" -- nadava absurdamente bem em seu meio, mas era um fracasso total ao tentar analisar a própria "hidrodinâmica". E o Adriano banido dizia que o Popper construiu sua religião em cima dele; talvez seja a explicação... A "ornitologia" e a "hidrodinâmica" fazem parte de outro contexto (científico, claro, mas um contexto de funcionamento das máquinas pensantes, máquinas que o Einstein era uma). Deixemos mais para uma resposta direta ao Martuchelli.

O joaofld, descontando tudo mais, largou uma que vi como pérola das florilégicas. Eu ri demais da conta. É o tipo de coisa que, paradoxalmente, torna a situação mais agradável, divertida.

O Feynman aparece e dá "sugestão" intrinsecamente anuladora de possibilidades para o meu lado, entre outras coisitas mais de cujas consequências não escapará agora, parecendo estar neutro ou até mesmo auxiliando ambos os lados a chegar a um termo. Mas esse Feynman...

E eu mesmo, cometo um erro grave e, para variar, ninguém aproveita para apontar e corrigir! Quando eu não cometo erro nenhum, volta e meia aparece um desavisado da vida para querer dizer que existe chifre equino, na esperança de me derrotar. Quando há a chance, ninguém aparece. Não viram? Falta aos grandes sabidos o necessário para ver?

Triste, triste...

Lembrando que o grande Feynman (não o daqui, que é de... bom tamanho também), mais que um simples educador, um verdadeiro instituição-educandário de física, advertia que dedicar-se à solução de problemas é o meio de consolidar o conhecimento das teorias, lembrando, ele, assim, que teorias são coisas que funcionam/devem funcionar, sendo puras representações de maquinários naturais e não brinquedos filosóficos argumentativos, tenhamos isto em vista no que segue e sempre. Vamos ao Feynman (o daqui mesmo, é claro) primeiro.


Martuchelli, minha brincadeira foi só porque é EXATAMENTE neste ponto que deves insistir com o Cientista. Dificilmente sairá algo produtivo
Só por curiosidade, o que seria "algo produtivo", em seu entendimento?



se não esclarecerem, para vocês mesmos, a relação entre uma teoria e sua experimentação.
Aqui está! Acho que se não fosse por essa pérola, eu te deixaria passar em paz, mas isso é tão demais da conta que não dá, não acha? Pense bem. Ainda tenho fé em ti.

Isso foi capcioso ou inadvertido, Feynman? "Relação entre uma teoria e **sua** experimentação"?? Assim não sobra nada para mim. Sei que não és dessas falácias. Sinceramente, sei que és bem mais que isso.

Para mim, neste domínio (referindo-me ao que está ligado ao tema estrito do tópico, embora extensível a tudo), nada mais há a esclarecer além de como construir as máquinas. Para você e o Martuchelli, há a esclarecer a questão do fantasma na máquina, porque só com esse pode a relação de prioridade para as teorias que vocês defendem ser defensável.



Por esta minha última colocação, já me adianto que compartilho da imagem já bastante debatida por Popper e Lakatos, de que teorias sempre precedem qualquer observação. Mas entendo (um pouco) a posição do cientista, e posso mesmo defendê-la em partes. Mas isto só tornar-se-ia possível sob um contexto evolutivo, biológico mesmo, o que não foi o interesse daqueles autores (embora Popper tenha se detido um pouco nesta questão).
Você está confessando que o que não foi de interesse dos referidos autores é algo que te prende (ao mesmo desinteresse/não-interesse)? É um " "só" tornar-se-ia" tão displicente..., como se objetividade não fosse tudo o que deveria interessar em ciência. É claro, esses indivíduos não eram cientistas... nem mesmo científicos! (pensadores do tipo) ...mas... e você, Feynman? É como eles? Ou está mais para o verdadeiro grande Feynman, de quem faz teu pseudônimo? Se não tiveram interesse no contexto evolutivo-biológico (interesse intrínseco a esse contexto, mesmo, foi o que entendi que quiseste dizer), quem são esses para emitir qualquer opinião que valha? Eu jogo-os no lixo tão rápido quanto o fisicamente exequível.

Entendo ('um pouco', hehehehehehe...) o apego ao grande "patrimônio" cultural da humanidade. Séculos e séculos de "profundos pensamentos" sobre as coisas..., sobre a(s) natureza(s) das coisas..., "grandes filósofos" e seus "grandes legados"..., todos, tudo, sendo deixado para trás, eliminado totalmente como um evento de extinção em massa (deixando só fósseis e rastros de vida que houve e que não viceja mais; pois o que interessa é a vida em processo, é a possibilidade de uso da "riqueza" e não uma lembrança de que ela foi só uma ilusão que existiu por tanto tempo). Toda essa "riqueza" construída por humanos... Abandonar tudo isso... É muito mais que pedir a um religioso para largar sua religião, *muito mais*. Sei, percebo bem. Querem que tudo tenha alguma finalidade, que tenha tido algum propósito, querem *dar* um propósito e uma utilidade para tudo, de qualquer forma. Tanto "esforço" de neurônios filosofistas, tanta sola desgastada na dança do minueto, tudo para puro desperdício... Porque essa é a própria religião humana, a religião da humanidade. Razão porque contos como o de Buda tanto encantam -- o príncipe que foi capaz de abandonar o conforto de todas as "riquezas" por uma "realidade maior", comportamento tão avesso à natureza humana comum. Mas... para um pensador científico, isso nada significa e, menos ainda, importa. Pensadores científicos são psicopatas da cultura, são 'culturopatas', pessoas não razoáveis, como disse o George Bernard Shaw:

"O homem razoável se esforça para se adaptar ao mundo. O homem não razoável insiste em adaptar o mundo a ele. Portanto, todo o progresso depende do segundo."

Eu sou do segundo tipo, mesmo "consciente" (ciente, na verdade) de que existir seja uma ilusão, o que não muda em nada o destino do que sou. A questão que resta é apenas se consigo ou não. Mas não pensem que vocês, que se "contrapõem" (rsrsrsrs...  hahahahahahahahaha...    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!...   ...haaaaaiii!  ...) a mim aqui, são sequer parte destacada em meus interesses deste mundo que quero adaptar a mim. Por mim, todos vocês podem continuar exatamente do jeitinho que são. São até biitinhos assim.

Sou, também, como disse o minimamente aproveitável filósofo Michel Serres, o sujeito de toga num mundo sem lei, um Robin Dubois.


Obs.: Antes que pensem que leio sistematicamente tais autores, esclareço que são aquisições de conversas, debates como esses, notas de topo e de rodapé de livros científicos e técnicos que leio... Um monte de cultura inútil que se adquire por aí e que eu infelizmente não esqueço, enfim. Mesmo com essas pequenas utilidades anedóticas, não me servem de nada tais autores.




O problema é que existem idéias que acabam sendo usadas, por ambos, com significados implícitos bastante diferentes.
?



Já deves suspeitar que eu já tive esta conversa com o Cientista.
Ooooouuh, a essa altura, ele deve!



E, como quase toda discussão, saímos dela mais convictos de nossas posições do que quando entramos nela.
Eu, não! Fale por ti, somente! Não há como minha convicção ser maior do que é/sempre foi. Se tiver algum outro caminho, seria a descida. É assim a multivibração bi/multiestável dos pensadores científicos, de um estado de convicção absoluta a outro sem dó nem piedade nem remorso, sem hesitação. Reforçar/enfraquecer convicções não é para cientistas. Por vezes, eu digo algo assim, mas é só retórica (não sou cientista, mas sou pensador científico, que é o que operaciona aqui). Sair de uma discussão mais convicto que antes, daquilo que já pensava, é sintoma característico de *crença*. Mais funcional que aceitar coisas por fé é rejeitar coisas por evidências. Quem tem fé, interpreta isso como fé também, mas ter fé é muito fácil e negar sensações tão sugestivas é muito difícil. Não há equiparabilidade entre uma coisa e outra. Eu, com toda probabilidade, sinto tudo o que vocês sentem e desejo as mesmas coisas, mas descarto tudo pois "sou" só "eu" contra todas as evidências.

Eu já te dei respostas atrasadas no tópico... sobre a relação entre a física e outras ciências (onde, por sinal, tenho respostas devidas ao Martuchelli também, que iniciei mas interrompi por breve em razão até disso aqui). Não sei se leu/(mais importante)alcançou o(s) ponto(s). Lá, entendo que você confessa sua fé sem ver isso como problema, antes, uma solução (de compromisso, talvez). Você sabe que não existe, mas se entrega à sensação de que, pois isso te parece até mais prático. Talvez seja essa aparência de praticidade que te faça sentir-se científico em tua posição. Mas eu deixei claro, lá, que há coisas que só podem ser realizadas, tanto científica quanto tecnologicamente, a partir do mais fundamental axioma de que não existimos, que é um axioma singular, não só pela ausência de precedentes como pelo fato que é alcançado por uma enorme massa de verificações -- de fato, a soma de todas elas. Portanto, trata-se de questão técnica, não filosófica. Mas, para a máquina naturalmente equipada com um chip de BIOS filosofista, isso deve ser muito difícil, senão impossível*, de reconhecer.

*Impossível no sentido de que, diferentemente do que interpretam da realidade os seguidores da linha filosófica do joaofld de que consciência/individualidade/"eu" é produto socio-histórico-cultural, consciência e inextricavelmente associado modo fundamental de pensar é esse mesmo BIOS, que teria que ser outro, portanto, outro pensador totalmente diferente. Lembro que eu gostaria muito de descobrir que isso é possível, SE for.



Não sei se quero continuar com isso aqui, mas pela posição do cientista: é claro que mesmo nossas conjecturas mais levianas partem da observação. Ao mesmo tempo (para mim) é claro que qualquer observação alimentadora de qualquer conjectura é dirigida por proto-teorias.
Eu até prefiro que não "continue" (seja lá o que seria tal "continuação" -- não que eu vá repreendê-lo, se "continuar"; prezo mais tua liberdade que teus acertos, lembra?). Assim, não nos arrastamos infrutiferamente, por qualquer expectativa já empírica razoável. Eu não pretendo me arrastar, já disse. Mais ir ao final do que está ainda pendente. E isso aqui até que veio como certa ajuda.

A realimentação de que já falamos. Para você (ou para mim?...), estabelece-se mais como círculo vicioso. Como se quebram círculos desse tipo? Bom... fique acompanhando  ...talvez...

Mas vou dizer agora o que é a exata realimentação. Não se faz ciência teoricamente; se faz teoria cientificamente. Teorias são os produtos científicos para a técnica e instrumentos físicos são produtos tecnológicos para ciência. Teorias científicas realimentando teorias científicas é sonho lindo que é... só sonho lindo. Teorias *científicas* é do que falo aqui; teorias filosóficas que se crê científicas são só... porcarias quaisquer. Sempre se está dentro do âmbito (só) do que é empírico e a ilusão de que há "prototeorias" que permitam sair desse limite só atua em seus próprios iludidos. Experimentação está sempre à frente; ela iniciou a corrida e nunca foi mais lenta. O mais importante de tudo: *há utilidade no exato próprio (f)ato de reconhecer isto*, não sendo algo cuja desconsideração seja indiferente.



E os mais importantes experimentos da história foram feitos para responder à uma teoria, e não o oposto, como o Cientista vai (provavelmente) tentar te convencer.
Ora, e por que não irmos um pouco aqui mesmo?

"Naturalmente, precisarias definir/contextualizar o que pretendes com, o que entendes por, o que passa em tua cabecinha quando dizes 'os mais importantes experimentos da história' "... hihihi  ...isso te lembra algo, Feynman? Ademais, serve quando um experimento é feito para "responder" (o que quer que isso signifique em tua concepção prosopopéica...) a uma teoria, mas responde a 'outra' (que não existe até então e passa a existir justamente pelo experimento que "tentava responder à primeira)? Mais ademais, sendo eu extraordinariamente permissivamente caridoso contigo e, "aceitando" o que dizes como fato, estarias recorrendo, acaso, a um indutivismo ingênuo ao apelar para como, *no passado*, os "mais importantes experimentos" foram feitos para "responder a teorias", e isso seria a regra? Eu sei, eu sei..., como se pode demonstrar algo sem exemplos, não é mesmo? Sem experimentos, sem referências, sem provas... sem amostras empíricas, enfim.

Não vou me concentrar muito em atacar, *diretamente*, a falaciosidade desta tua declaração. Vou por uma tática... de beiradas.

Tentemos organizar o que são "experimentos importantes" e como eles "respondem a teorias".

Contemos duas "pequeninas historietas", uma do passado-presente, outra do presente-futuro.

Passado-presente:

Estava lá o Heike (Kamerlingh Onnes) em seu laboratório de baixas temperaturas a investigar, "conduzido pela teoria", a confirmabilidade da dependência clássica da resistência elétrica com a temperatura nos metais... Supresa! Algo extraordinário e inesperado acontece! "Nenhuma" teoria previa! Tenta-se criar uma/encaixar numa (siiiiim, uma teoria para um resultado experimental; não um experimento para uma teoria) por bastante tempo e... nada! Por quêêê? Os dados empíricos eram insuficientes. A única "teoria" (e que não se desmereça no ridículo; isso é, SIM, *já* uma teoria!) de que se dispunha, daquele dado experimental único, era: "tem alguma coisa aí que pode ser grande se descobrirmos mais e aprendermos a lidar com ela". O dado experimental que faltava veio,... ooh só para variar, de topada: o efeito Meissner permite enxergar uma faceta que não se via antes. O Meissner, atirando para todos os lados, finalmente colocou uma amostra num campo magnético controlável e descobriu a outra surpresa imprevista. Então já dava para associar a coisa toda com ideias anteriores (todas sempre construídas seguindo o mesmo processo). Era uma transição de fase, como tantas na natureza já conhecidas *empiricamente*, com teorizações já formuladas diretamente dos empirismos! "Usemos uma modelaridade termodinâmica!" Foi o que se fez.

Décadas depois, delineia-se uma teoria (BCS), espremendo-se a exclusão de Pauli até a última gota nos pares de Cooper, como encerrassem a questão, afinal, "teorias são o que decide para onde olhar". Mais que o desestímulo, aquilo que pode ser chamado nem de antolhos mas de tapa-olhos teorético, faz concluir que tudo está finalizado. Mais décadas e, graças aos sempre tolos ingênuos fantásticos indispensáveis heróis da resistência empírica a teimar em navegar contra as poderosas correntes filosofóides da religião epistemista, topa-se com o empecilho que tal teoria foi, desviando o "olhar" da "direção certa". (Ela extraviou o "olhar" por estabeler um limite que não existia). Chegando a se fazer desistir, senão pelos "ingênuos crentes empiristas", os heróis da resistência empírica, que ficam no laboratório, como eu, a tentar fazer alguma coisa funcionar, em vez de debater abobrinhas filosofóides em botecos de esquina, inclusive virtuais; esses tolos... Tinha um manancial inteiro onde parecia ter se esgotado aquela última gota.

O que seriam "importantes experimentos"? Questões filosóficas ou recursos a funcionalidades? Pragmaticamente, o que a supercondutividade pode representar/permitir (em temperaturas altas, possivelmente ordinárias)? Em que alguma teoria ajudou até agora? Eu digo. As teorias auxiliam-se mais (...mais, não... só assim se auxiliam) numa interdisciplinaridade do que internamente independentemente. Por que? Pelo caos (sempre determinístico!) que tudo é. Procurando-se por uma coisa, descobre-se outra. As teorias são apenas, na melhor das hipóteses, pretextos para se fazer alguma coisa, para se movimentar, justificando a máxima quase perfeita de Edison: "1% de inspiração; 99% de transpiração", quase perfeita porque não existe nada de inspiração, pura ilusão, 0%; só existe transpiração, 100%. (Genialidade científica e/ou tecnológica consiste em não muito mais que a capacidade de perceber, reconhecer, aceitar, lidar e trabalhar com isso.) Mas se você acreditar nas teorias, especialmente da forma prioritária que acreditam, elas atrapalharão mais que ajudarão. Travarão o movimento ou o desviarão para a direção errada. Quando se entende que todas as teorias são empíricas, isso não acontece.


Presente-futuro:

Claro, devo só estar pensando no "problema" da consciência. Qual o estorvo teórico? Já falei sobre ele. Procuram o "fenômeno" da semântica. Desta procura desviada da realidade, surge a dicotomização do conexionismo e do simbolismo linguístico. Mas há pelo menos um no mundo que percebeu essa irrealidade e, em liberdade desse misticismo teórico, associou os dois. E outro que, entendendo isso, tenta delinear caminhos nessa via aberta pela observação pura e simples de fatos empíricos. Quem são? Como muitos acreditam que só quando Eddington fez o famoso experimento é que se pôde visualizar a 'curvatura', muitos não enxergam a simplicidade operacional da consciência. Mas, da mesma forma que a curvatura já era perfeitamente visível como desdobramento *direto* de outras observações, também, como já vejo, pode-se construir máquinas que podem, não emular, mas replicar, integralmente, processo consciente tipo humano e jamais se encontrará respostas para as perguntas filosóficas associadas às teorias desviantes atuais. Isso é para o futuro.


Procuremos visualizar isso ainda melhor por meio do que eu vejo em você, só como exemplar de muitos casos, aqui e agora.

O que vejo é que sua angústia, incomodação d'alma, é a mesma dos criacionistas, exatamente a mesma modelaridade, uma perfeita analogia, de fato. Os criacionistas se pautam por uma irredutibilidade: "para uma nova célula surgir, *mesmo que diferenciada*, é preciso outra que guie sua construção; o mesmo para estruturas sobre(pluri)celulares e até mais fundamentalmente para estruturas subcelulares -- ADN, enzimas "operárias"..." Muitos até aceitam a evolução, que só teria surgido, como possibilidade, a partir de um "sopro" inicial, uma "ignição divina". Cada nova estrutura seria criada, montada, pela condução de um "lastro diretor". Nesse contexto ideário, duas "grandes emergências" são arbitrariamente postuladas: a vida própria e a consciência. Cada nova variação, genética ou memética, não seria uma emergência. Todas seriam guiadas pelas duas "grandes emergências" sob o(s) "comandos" de "objetivos a finalidades", implícitas ou explícitas. Mas isso é arbitrário: por que cada nova variação genética não seria uma nova emergência? Cada nova ideia ou descoberta uma nova emergência? Quando uma ou certo conjunto de variações genéticas teriam conformado um cérebro humano, isso teria sido uma emergência genética (*evolutiva biológica*, quero dizer) ou seria uma emergência de consciência? Por que o homem 'mental' não poderia ser, simplesmente, uma nova vida que surge, e não só uma "vida diferente" na qual surge nova emergência? Desse ponto de vista, a emergência da consciência desnuda-se como simples arbitração ad hoc/post hoc. E daqueles indevidos, inúteis, inaplicáveis, inaproveitáveis, nada parecido com um espaço absoluto de Newton.

A solução da arbitrariedade é simples. É só reconhecê-la. Bom, para a mente não científica, talvez isso seja impossível. É? Não existe emergência, nunca existiu. Não nascemos do caos, nem uma nem duas... nenhuma vez; somos o caos, sempre (e sempre determinístico!). Quando eu era criança, entendi e disse: somos uma frente de reação caótica ao caos, uma ilusão no/do caos de que não é o caos. Nada disso é mais filosofia porque pôde-se conviver bem com essa ilusão (viver bem ela, de fato, é mais preciso de se expressar) por algum tempo, até recentemente. Mas, agora, justamente pelo acúmulo de verificações empíricas e pela caducidade de teorias que se deve abandonar, o que seria considerável uma nova emergência, pela perspectiva dada mais acima, "irrompe" e as "teorias diretoras" se desmascaram como os empecilhos que são. Entender toda a essência do que tento dizer aqui faz parte fundamental da solução de problemas reais, práticos.

Offline Gigaview

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #72 Online: 20 de Maio de 2012, 00:18:29 »
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Me lembrou aquele viajante maionésico...

Gostei. Peço permissão de uso.  :lol:


Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Cientista

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #73 Online: 20 de Maio de 2012, 00:30:05 »
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Não importam as teorias ou as proposições de quem quer que seja, especialmente se nem forem cientistas, como os citados. Importam os fatos.
Sim, os fatos importam, principalmente, depois de interpretados e compreendidos pela mente humana.
Não, os fatos importam antes disso. Depois, não são mais fatos, são interpretações. Os fatos só não são corrompidos quando não interpretados e quando, além de reconhecidos e compreendidos, simplesmente aceitos. Assim se faz ciência; de outro modo, filosofa-se. Você até pode "optar" (que, de fato, é só ilusão -- não existe opção alguma) por filosofar e até acreditar que isso não é antagonismo a ciência, mas os fatos de que isso é ilusão e não te permitirá nada além da própria filosofia continuarão os mesmos. Se quiser as coisas reais que só se tem por C&T, tem que abandonar a filosofia e pensar cientificamente   ...ou esperar que outros o façam por você. É mais cômodo, porém mais dependente e limitado.



Mas e os fatos sociais?
Que fatos "sociais"?

Não existem, de fato, classificações desse tipo para fatos, além do que se cria pelas conveniências ilusórias. Fatos são fatos, naturais, físicos, objetivos.



Você os nega?
Para que finalidade negar uma classificação que não existe fora da arbitrariedade ilusória que a cria? Eu deveria me desperdiçar com isso? Por quê? Eles já não existem por si mesmos sem que eu precise os negar. Tenho que perder tempo negando deuses? Não tenho que perder tempo negando almas e seus supostos efeitos no mundo. Nada disso existe.



Se assim for, as proposições dos sujeitos citados, realmente, não terão nenhuma validade.
Especialmente as de Marx, bastante as de Freud e até as de Nietzsche, embora este, a despeito de você aparentemente não tê-lo incluído com esse fim, não demonstrou ter concluído pela diferença inventada entre fatos naturais e desejos humanos.



E o problema, para a física, é que os fatos sociais não podem ser descritos de acordo com as suas leis. Mas, a impossibilidade dessa descrição não é motivo suficiente para negá-los.
Para a física, certamente, nenhum problema deveria haver nisso, SE fato FOSSE. Ela não deveria se importar nem um pouco (a menos, talvez... que alguém como você, que já a personifica tão inadvertidamente, de modo inconsequente pela inavaliação devida das consequências, consiga barganhar com ela, numa boa interação social com a mesma, um afrouxamento das suas leis por uma vaga de cidadã no campo dos transcendentes entes humanos...). Mas a impossibilidade descritiva física é você quem está postulando e, pior ainda, invertendo por esse meio a realidade. É exatamente por HAVER tal representabilidade física que tal classificação extraordinária de "fatos sociais" é perfeitamente negável.

Ou talvez você queira parecer um daqueles crentes ortodoxos caricatos apelando a lacunas para estabelecer a insuficiência da ciência em prol de suas conveniências "individuais".




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Esclareça-se isto: Não é sobreviver ao corpo. É não manter relação funcional contínua com a realidade dita externa, ser independente dela.
Então, realmente, isso se torna transcendente.
De fato. E não é isso o que se pretende pela "individualidade psicológica"? A capacidade da declinação, da escolha soberana à realidade externa, objetiva? Como não fôssemos máquinas como outras quaisquer, como um veículo que não tem a arbitrariedade de escolher se realmente acelera ou não ao ter seu acelerador pressionado? Só há sensação de que podemos fazer tais escolhas, nada mais.




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Como algo arbitrário pode ter base numa condição natural?
Você ser quem é: é natural ou arbitrário?
Natural.

Respondi sua pergunta. Quando vai responder a minha? E responda mais essa, por obséquio, para não deixar dúvida: você é natural ou sobrenatural? Porque, se não te ocorreu ainda, o que não é natural é sobrenatural.



A sua escolha em ser cientista: é algo natural ou arbitrário?
Não sou cientista, é só um nick. A escolha do nick foi, claro, natural embora o efeito ilusório em mim faça parecer que foi arbitrária. Não escolhi ser pensador científico; nasci assim, naturalmente.




Há alguma justificativa que não seja o seu interesse no assunto para essa escolha ou para outras escolhas pessoais?
Não existem justificativas na natureza, na realidade objetiva, única que há por tudo o que se verifica. Só existem causas, antecedentes. "Meus interesses" só são realidades comportamentais "minhas" (dessa máquina que digo que sou eu), todas processos naturais. Não existe sobrenatural. Ou existe e você pode me mostrar?




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Mas vou dizer o que eu quis dizer com conveniente: desejoso, vontade de existir além do destino físico, de ser capaz de romper as leis naturais, especialmente a causalidade.
E no entanto, isso ocorre. A bulimia citada anteriormente é um fato, que rompe com as leis da causalidade física. Ela tem causas psicológicas.
Que a bulimia é um fato, é fato. Agora, que rompe a causalidade???! O forista Iabadabadu já me veio com uma ideia estapafúrdia do tipo. Acho que ele alegou que se não houvesse a "individualidade" (falávamos lá em outro tópico em "eu", em consciência), não poderia haver greve de fome, interrupção alimentar deliberada, anorexia das modelos, etc. Ele disse que "se tudo fossem simples reações a estímulos, toda fome deveria ser saciada automaticamente". Alegação que só pode ser provinda, ou de uma superficialidade de dar dó, ou de uma falaciosidade de dar nó (no estômago). É o tipo de coisa que tira a fome da gente (minha). Não seria mais direto apelar logo para algo mais dramaticamente objetivo como o suicídio? O que acha?

A lista de "causas psicológicas" é tão longa... Por que selecionar algum item? Para maquiar o fato de que não passa de uma longa lista de evidências anedóticas de que existiria um "eu"? Todas baseadas em falácias peticionantes? Basta dizer que você "faz o que quer ou deixa de fazer" e pronto. O antigo forista Agnóstico daqui teve, certa vez, a "reluzente ideia" de "provar" que podia romper as leis da causalidade dando um tapa na própria perna, coisa que ninguém (daqui) observou mas ele afirmou que fez. Eu só me pergunto: como pode alguém chegar a tal ponto de alheiamento desejoso da realidade?! Eu tenho, realmente, a impressão de que ele acreditou e acredita que aquilo provou alguma coisa o que ele queria, e de um modo novo! E esse tipo de crença é impressionante.



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Individualidade é só uma sensação; ilusão, portanto.
Se a individualidade é uma ilusão, então tudo o que conhecemos a partir dela, também, é ilusão.
Apelação penalizante. Absurdo total. Falácia total.

Isso só se aplicaria se a individualidade não fosse ilusão, seria o solipsismo. Digamos que eu seja bastante permissivo agora e proponha que a doutrina "penso, logo existo" deveria ser substituída por "penso, logo alguma coisa há", o que seria bem mais razoável e abrangente. Quando se verifica, cumulativamente, que há algo errado com tudo isso, como, só por exemplo, que quando se deixa de filosofar sobre essa ilusão obtém-se resultados práticos, reais, que podem chegar ao ponto da diferença entre vida e morte da máquina iludente, permitindo-a até continuar se iludindo por maior tempo, o "alguma coisa que há" se restringe em possibilidades. Ou a realidade é a ilusão, ou a individualidade, o "eu" é a ilusão. Por verificações estatísticas de *tipo semelhante* (só, porque, aqui, a coisa é imensamente mais gritante) a uma desigualdade de Bell, a balança arria do lado da inexistência do "eu".

Individualidade é A ilusão, não "uma" ilusão que um "eu" tem. Não tem nada sendo iludido; só tem a ilusão no processo.

Mas, para negar e fugir à realidade, nada como um pressuposto primário absoluto básico.




Portanto, toda e qualquer construção da mente humana é uma ilusão.
E, a partir do pressuposto, se "pode ir" toda a vida...

Se for construção espúria de artefatos distorcidos da realidade, como é o processo filosófico de pensamento, sim. Se não, não.



Portanto as descrições das leis físicas são ilusões e você não não tem como provar qualquer coisa. É isso que você está dizendo?
Não, isso é o que VOCÊ está dizendo. A única coisa que não pode ser provada, verificada empiricamente, é a existência do "eu", a "individualidade", porque, justamente, não existe. Tudo mais é real e pode ser provado, testado, verificado. Para manter o "eu" diante de tudo isso, é preciso negar tudo isso, como VOCÊ faz.



Ou você está dizendo que existe a percepção humana e através da percepção humana é possível comprovar as leis físicas?
Trata-se de mais que leis físicas. (Essas são construções mentais não distorcidas da realidade por serem processadas por pensamento científico.) Trata-se de realidade natural. Não é questão de comprovar a realidade, tão só reconhecê-la e aceitá-la, o que só se faz percebendo-se a irrelevância do "eu", quando se pensa cientificamente e, portanto, se deixa de filosofar.




Caso seja isso, devo lembrá-lo que só existe percepção porque há um humano que aprendeu a perceber, com todo um aparato cultural, a realidade.
Me lembrar??? Eu nunca tive isso em memória nem para esquecer. Existe percepção porque há máquinas que percebem e reagem à percepção. Aranhas não percebem realidade? Baratas, formigas, cães, gatos, hominídeos primitivos, humanos pré/a-culturais...? Já muitas máquinas não orgânicas até? Ah, sim, o que eu esqueci é que você é adepto da crença de que realidade só existe "a partir do momento" (como vocês complicam as coisas!...; eu digo isto e, ao mesmo tempo, vejo que não se encaixa no contexto em que não existe "a partir de um momento" para um solipsista) que um indivíduo solipsista e, ao mesmo tempo, contraditoriamente cultural, a cria percebendo-a. Isso é extraordinário! Tem evidências disso?

Agora, atentemos para os detalhes, onde dizem que o bicho cramulhoso se esconde. Você escreveu "só existe percepção porque há ***um*** humano que aprendeu a perceber". Um só? Solipsismo? Ato falho? Bug na máquina?

O bug se mostra pior/mais explícito ainda quando, em seguida, você diz
"com todo um aparato cultural". As consequências dessa alegação são tremendas e você, claro, passa por elas batido. Primeiro, ela contradiz o ato falho solipsista, tendo todo o "aparato cultural" que ser criado pelo mesmo "um" que o "percebe". Segundo, nessa perspectiva, para um aparato cultural ser criado, seria necessário um (solipsismo) ou mais criadores do mesmo que só pode(m) existir/perceber pela existência do...  ...aparato cultural. Há muito mais, mas... Bem, o problema das nossas verificações que mostram que não existiram sempre humanos não deve ser problema para solipsista(s). Coloquei o s entre parênteses porque isso é como o highlander -- "só pode haver um!". hihihihihihihi...       ...aiai...



A realidade é um fato arbitrário, com base numa naturalidade.
Bem... essa aqui...   só um minutinho que vou logo ali e já volto...

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...

Francamente, espere um pouco que...  não tá dando

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA...               ...AAAAAAIIII!!!

Me recuperei...

Você se incomodaria se eu pusesse isso no tópico sobre as maiores pérolas daqui? Se ofenderia?


Antes que isso aqui degringole, o que não deverá acontecer porque eu nem iria muito mais adiante mesmo, que está até um pouco bonito, como achei você até interessante pelo seu interesse, façamos algo um pouco diferente. Vamos divagar um pouco em questões até algo técnicas.

Deve ser perplexante pensar que cada gesto, cada ato, estarmos aqui debatendo, pensando, tudo isso ocorre naturalmente e nem eu nem você decidimos nada disso, não poderíamos fazer diferente se "quiséssemos".

Eu proponho, dentro de tudo isso, que avaliemos o que seria necessário para verificar que cada movimento dessas máquinas (que "somos") está determinado e pode ser previsto externamente às máquinas tendo-se acesso a informações internas às mesmas. Eu já digo de antemão: sistemas informacionalmente realimentados, semelhantes a essas máquinas, mais complexos, com capacidade representacional, estática e dinâmica, da realidade, maior.

Há uma aceitação tácita de que a consciência humana é uma espécie de singularidade, algo que surge de um tipo de descontinuidade, que emerge e que, portanto, teria um caráter absoluto. Mas..., digamos que não seja assim. Digamos que consciências sejam parâmetros sistêmicos das máquinas. Como consciência produz sensação de existir, esta sensação deverá ser paramétrica, também. A consequência disso é que haverá "eus" mais "existentes" que outros. Pode conceber algo assim? "Existir" mais ou "existir" menos? De certa forma, humanos acham, sem detimento, que são mais existentes que bois, pois os bois são vivos, têm sistema nervoso, sistemas sensoriais e até os chamados sentimentos, mas não têm "consciência do tipo humana", de sorte que são explorados sem grandes problemas desde que se "respeite o sofrimento e a dignidade do animal". Por outra, acha-se, sem detimento, que vegetais existem menos que animais, pois são vivos mas não têm sistema nervoso, "sensações do tipo animal", muito menos consciência de qualquer tipo, de sorte que há vegetarianos que acham brutal comer animais mas não vegetais. Ressalto que o "existir" a que refiro-me aqui, o que já deveria ficar claro sem precisar ressaltar, é o "existir existencial", "da alma", psicológico, transcendente até, dentro da ilusão de que pode transcender à natureza.

Voltemos à proposição de que "consciência do tipo humana" não seja uma singularidade, um absoluto e vamos na outra direção. Que tipo de sistema seria mais existente que o sistema humano que gera a sensação de consciência humana? Melhor e mais importante que isso, que tipo de relação poderia haver entre esses sistemas em termos, digamos, conscientes, do referencial consciente humano (do referencial desses sistemas mais abrangentes que os humanos, não podemos conceber)? Poderiam pequenas ou nem tão pequenas variações entre humanos determinar sensações de existência maiores ou menores entre essas máquinas (humanas mesmo)?

Voltemos ao que eu disse que entendo como características do sistema que determinariam tal parâmetro ("existir") e avaliemos possibilidades. Somos sistemas dinâmicos realimentados de tipo informacional complexo, com capacidade representacional estática (informação) e dinâmica (linguagem) de objetos e contextos da realidade. Nesses moldes, nessas estruturas e maquinismos representacionais, capturamos padrões da realidade. Esses são os parâmetros fundamentais: A capacidade representacional e a dinâmica dos processos representacionais. Quanto maiores, mais "existimos". É possível aumentarmos isto em nós, não diretamente (não digo que diretamente, ou seja, internamente, não seja, só não é o que ponho em questão agora), mas com auxílio externo? De certa forma, já não se faz isso em algum grau?

Bom, só algumas boas divagações, do tipo não filosófico, isto é, que pode servir para algo, um ponto de partida, para ver o que você pensa.





com base numa naturalidade. A cultura não é natural.
Nããããão???

Éééé...      sobrenatural?




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Consequentemente, filosofa-se.
E você pensou que eu estivesse fazendo alguma outra coisa?
Claro que não. Só filosofando diz-se coisas desse tipo. É que eu nutro uma fantasia de poder conduzir alguém à realidade. Por isso tantos 'consequentementes'... Estava vendo se você engatava a marcha. Foi a já esperada decepção. Mais uma vez, fica verificado que, quando filosofa-se, consequentemente...






Só pra corrigir um posicionamento meu.
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Esclareça-se isto: Não é sobreviver ao corpo. É não manter relação funcional contínua com a realidade dita externa, ser independente dela.
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Então, realmente, isso se torna transcendente.
Não, isso não é o Transcendente.

Tudo o que se trata acerca do Transcendente e das questões Metafísicas, decorridas dele, estão relacionadas a sobrevivência de uma essência à morte do corpo. Sem exceção.
[/quote]
Que triste... depois de acertar, volta atrás na lucidez e erra.

Como assim, sem exceção? Faz parecer que houve verificações empíricas e que nenhuma delas teria contrariado as outras. Como poderia haver exceção num "conhecimento" que se constrói arbitrariamente por pensamento puro? É só definição arbitrária, nada mais, articulada a partir das impressões tendenciosamente selecionadas que se tem da realidade. Que diferença há entre ser independente da realidade e existir... independentemente dela? (que cômico isso é...) Independentemente do corpo, da física? A única solidariedade da alma ao corpo seria morrer junto com ele? A morte aqui seria o que? Morte cerebral?



Essa ampliação do conceito por parte do Cientista, além da negação da relação funcional, partem das bases teóricas dele.
Ampliação? Nem mesmo redução do conceito seria. O que estou dizendo é que não existe transcendência. Não estou definindo o que seria essa invencionice nem quais seriam seus limites, atribuições ou aplicabilidades. Preste atenção! E isso não parte de supostas "bases teóricas minhas; parte de meus tácitos reconhecimento e aceitação de que não existo como mais que uma ilusão num funcionamento de uma máquina. E isso não é uma questão filosófica, é o fim do processo filosófico, que é o próprio processo linguístico dessa ilusão, porque a partir disso as visões paradigmáticas mudam e torna-se possível desenvolver novas ciência e tecnologia.

O detalhe que você faz sem sentir é estabelecer definições, critérios, delimitações e achar que eu estaria fazendo o mesmo com minhas próprias definições e critérios. Repetindo: Não estou decidindo o que é ou não transcendente/transcendência; estou dizendo que *isso não existe*.

Não entendi a parte da "negação da relação funcional". Teria você entendido errado minha posição quanto a isso?



A consciência não é independente da realidade, muito menos da sociedade.
Quanto a consciência não ser independente da realidade, claro que não. Quanto a "muito menos da sociedade", você se dá conta que está pondo a a sociedade acima da realidade ou é isso mesmo o que pensa?



Ela é resultado de todas as vivências do sujeito no espaço sócio-histórico no qual está inserido.
Só disso? Se um sujeito nasce e é posto em ambiente isolado (não "socio-histórico") ele não manifesta consciência? A máquina não é nada? O ambiente socio-histórico é tudo? Como teria surgido o tal "ambiente socio-histórico"?

Mas... você disse que ela não é independente da realidade. Mas... disse que a sociedade é mais determinante ainda. Mais que a própria realidade! "A sociedade não é a realidade, é mais que isso"... Mas... eu me rendo. É contradição e confusão demais!
« Última modificação: 20 de Maio de 2012, 01:05:45 por Cientista »

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Re:Evidencia de que estamos na Matrix ?
« Resposta #74 Online: 20 de Maio de 2012, 01:10:36 »
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Me lembrou aquele viajante maionésico...

Gostei. Peço permissão de uso.  :lol:
À vontade.

 

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