Assim como "fantasmas/tabus" sobre guerra assombram? Veja, entendo que você prima por uma "estética da vida": "o que leva a/mantém vida é "bom" e o que leva a morte é "mau" ". Mas, também veja, estamos vivos agora e não mais 'ali adiante' (o que não é válido apenas para cada organismo isolado, mas para espécies, ordens... possível e provavelmente reinos e até para a própria vida em seu próprio conceito), como não estávamos antes e estamos agora. O apego à vida não faz sentido (e não que eu mesmo não o tenha, e muito, embora eu não vá querer fugir da realidade por conta disso). Apego a vida pode ser surpreendentemente antiestético até da sua própria perspectiva antibelicista. A guerra é fundamental para a vida porque ela é um todo mais amplo que suas unidades, um processo, onde morte é inerente. Então, você padece do mesmo tabu e no mesmo departamento.
Eugenia é estultice, não como ideia, mas como crença mesmo de que é possível, assim como de que é possível eliminar guerra do contexto da vida. Portanto ou não obstante, concordo contigo que, dentro do rótulo conveniente da artificialidade, não faz sentido algum rejeitar ideias eugenistas, assim como não faz sentido rejeitar guerras. Não podemos evitar a realidade.
Percebe o "problema" que significa não existirmos? Discussões filosóficas como essa não têm importância (e, principalmente, efeito algum) para a solução dos problemas que você listou lá atrás, e de qualquer outro. Não vai ajudar em nada. Aqueles "problemas", se solucionados, o serão por vias naturais nas quais tais discussões estão *só incluídas*, e como uma coisa muito menor. Você tem razão: é pouquíssimo provável que alguém aqui invista e/ou resolva qualquer dos problemas. Mas, menos ainda, é provável que descubramos uma maneira genérica de resolvê-los melhor, daí a inutilidade de toda epistemologia.