"Fake news", no sentido não-trumpilíngua, é essencialmente um modelo de negócio baseado em inventar asneiras que os conservadores gostam de ouvir e lucrar com cliques. Atenção/cliques de quem acha a coisa absurda, suspeitando ou não ser farsa, também conta para os lucros.
Acontece com a esquerda também, a página do Facebook Feminismo Real é um exemplo de como é possível angariar uma legião de consumidores de conteúdo com material obviamente falso. Em nenhum momento eu vi alguma admissão de que o conteúdo da página seja falso ou humorístico, mas as postagens são tão absurdas que seria difícil para um cara mais normal como eu interpreta-las como extremismo genuíno.
Uma outra opção também é fazer postagens absurdas sobre qualquer tema defendendo sempre um lado do espectro político objetivando conseguir atenção não somente de um dos lados do espectro político, mas de ambos, já que é comum que os fanáticos de ambos os lados do espectro e até mesmo o povo que só gosta de treta ira seguir tal produção de conteúdo simplesmente para tretar, manifestando a sua opinião ou apenas se divertir com os conteúdos e comentários absurdos postados por fanáticos genuínos ou zoeiros.
Não discordo da possibilidade, apenas parece que a exploração comercial desse nicho não se expandiu tanto. Em vez disso o mais comum são coisas mais panfletárias e distorções ou mentiras menores, inventadas de fato por aqueles que ou crêem nelas ou que crêem que isso vá beneficiar a ideologia, e que seja válido.
Diga-se de passagem, na extrema-esquerda também se encontrará uma considerável dose de negacionismo científico, justamente em coisas como feminismo, mas também em anti-agroindústria e biotecnologia, oposição a energia nuclear. Elementos do PC do B são negacionistas de aquecimento global antropogênico.
Esse segmento anti-científico acaba auxiliando, do outro lado, a promoção de coisas como "racismo científico", além de exagero de diferenças de sexo, e de suas implicações político-econômicas, provavelmente muitas vezes até auto-rotulados como anti-feministas. Mas hoje é cada vez mais comum o termo mais generalista "marxismo cultural" para espantalhar tudo da esquerda, contra o qual se opoem. Englobando tanto anti-feminismo como contrariedade a "ideologia de gênero", que de certa forma é o marxismo cultural antes do marxismo cultural, e de vez em quando a parte racial/racista e/ou étnica/xenofóbica.
sim, mas esses conservadores, se forem normais, dificilmente serão terraplanistas. No máximo são negacionistas do aquecimento global.
Os mais religiosos são negacionistas da evolução das espécies também.
Praticamente qualquer coisa que alguma "autoridade" ou alguém aceito como autoridade entre eles estiver defendendo (como o grande mestre e filósofo astrólogo), deverá ter alguma aceitação. Não me surpreenderia se grupos como "tradutores de direita" tiverem acabado por importar para cá a noção de que mulheres verdadeiramente estupradas abortam espontaneamente.
Esse longo texto parece estar argumentando sinceramente a favor do terra-planismo, criticando fundamentalistas/criacionistas não-terraplanistas:
http://www.adventistas.com/2017/09/19/terra-plana-sociedade-criacionista-brasileira-aprendeu-a-mentir-com-os-teologos-adventistas-1a-prova/comment-page-1/Pelo endereço do site, parece pouco provável ser piada.
O boato agora é que o movimento todo pró-Terra plana é um viral para o ressurgimento da Sociedade da Terra Redonda.