O grande problema na Venezuela é que o governo é autoritário e a oposição é golpista. Os dois lados prejudicam sua legitimidade.
Maduro foi eleito em eleições consideradas legítimas pela OEA e seus observadores, mas foi eleito com uma vantagem muito pequena (pouco mais de 1%), o que indica que o país está dividido. Os problemas econômicos, resultado da incompetência administrativa de seu governo, facilmente viraram a balança e jogaram bem mais que aquele 1% para o lado da oposição.
Preciso verificar isso melhor, mas parece que o Capriles ensaiava um discurso mais moderado de olho nas próximas eleições, que de qualquer modo seriam barbada para a oposição tendo em vista a incompetência administrativa e a falta de carisma do Maduro (aliás, só o carisma salvava Chávez).
Mas a oposição venezuelana, infelizmente, prefere partir pro confronto. Prefere desrespeitar as instituições. Note-se que na Venezuela há eleições regulares e a oposição vem ganhando espaço (a deputada mais votada é da oposição, prefeitos de grandes cidades são da oposição, há governadores da oposição).
Para o bem e para o mal, a solução definitiva para a América Latina é o respeito às instituições. A derrubada de um bolivariano hoje servirá como desculpa para a derrubada de um anti-bolivariano amanhã, que servirá de desculpa para a derrubada de mais um bolivariano depois de amanhã e assim eternamente.
A oposição deve ser dura, se assim considera necessário, mas nunca deveria pregar o desrespeito às regras.