Melhor um sistema imperfeito na hora de definir quem é branco e quem não é, do que um que permita a segregação quase que total.
Não tem importância desproporção racial, sexual, ou social, se não houver segregação racial direta de fato ou velada. Pois é só uma correlação, e o que é avaliado é aquilo que tem que ser avaliado, sem discriminação racial/outra.
Martin Luther King sonhava com um ambiente sem segregação, mas não é isso que vemos na faculdade de medicina da USP por exemplo.
Apesar das cotas? Tem que ter mais cotas então para os cursos mais concorridos?
O sonho dele não é realizado com políticas para inglês ver, de faz-de-conta. Você pode colocar uma elite negra nas faculdades e achar bonito, mas a maior parte dos negros continuará sendo mais pobre e vítima de todos os problemas que vocês citam aqui, que não serão magicamente resolvidos com a injeção forçada nas faculdades de alguns negros/pardos a mais, dos já mais bem de vida.
Deixa eu ajudar, pra frisar bastante o melhor ponto de vocês pra delinear o problema: A grande treta é que na proporção dentro das cores de pele, a pobreza está muito mais presente de acordo com o quanto se escurece a pele, e disso todos sabem.
Ou todos "pensam que sabem", mas ao menos segundo dados oficiais, negros já apareceram figurando melhor que pardos em anos recentes, em indicadores sócio-econômicos.
Queria encontrar notícias falando desses números, está difícil. Acho que foi algo que teve algum alarde em alguns setores de mais "de direita", tipo Veja e alguns blogueiros, mas não consigo achar, geralmente "pretos e pardos" são agregados, não discriminados.
O grande saco é o mau-caratismo da inclusão de "pardos" no meio das estatísticas, quando é conveniente.
Isso é a regra geral. O mais raro é ver serem apresentados dados separados, bem como para brancos e amarelos (já vi até ser declarado que amarelos compõem a "elite branca"). Por isso meio recentemente vêm/vinham optando por usar "afrodescendente".
Mas acho que não faz tanto sentido ter algo fixado em negros "puros", que "nem existem", mas o problema da gradação é complicado, de qualquer forma. Não sei se é sempre mau-caratismo, mas não tenho dúvidas que de vez em quando quando for conveniente falar só dos dados de "negros", falarão só desses; quando falar de negros e pardos agravar a situação, falar de negros e pardos, mas ainda rotular só como "negros". Já existe uma certa tendência natural a se falar assim por praticidade (os índios praticamente sempre sendo EXCLUÍDOS da discussão), e em alguns casos essa tendência natural vai em direção de um viés que se quer dar, então...
Seria interessante se fizessem estudos vendo a correlação direta da cor de pele mesmo, numa gradação mais ampla, em vez do geralzão agregando praticamente todo mundo que não é "branco puro" ou mais claro.
Deve ser meio esquisito isso das cotas em famílias que consideram que têm um irmão branco e um pardo/negro.