Isso... minimize, negue, engane-se...
Quanto ao Sowell o que esperar de um ultraliberal? Colocar no mesmo patamar racismo contra asiáticos e negros, brincadeira!
Pasteur, porque as pessoas associam mais facilmente um negro com um bandido? De onde vem isso?
Vem do preconceito, como um instrumento de dominação de um grupo pelo outro, para subjugá-lo, humilhá-lo, oprimí-lo, mantê-lo sobre controle.
Uma tristeza, uma vergonha absurda, um crime!
Quer dizer que as pessoas criaram isso do nada? Quando alguém anda na rua e vê um negro, e sente medo de ser assaltado, na verdade essa pessoa está fingindo, criando um cenário para subjugar o negro?
Quando tenho medo de ser assaltado não associo a cor da pele.
Você pode não associar, mas a vítima do seu preconceito associa, se calhar de ser negra, índia, ou parda, e deverá ser, de forma mais ou menos proporcional à proporção de pessoas dessas origens na população, ou, na população mais afetada por fatores de patologias sociais criminogênicas. Ou, deveria ser; não sendo, não me parece restar outra explicação alternativa a não ser discriminação racial, "inversa".
Mas as atitudes preconceituosas vem no decorrer das gerações, do nós contra eles, e vai passando de pai para filho até se perder a origem, ficando só o medo irracional do desconhecido. Até por isso as cotas são boas, para convivermos com o diferente e percebemos que não existe o outro, que todos somos iguais.
Então seria mais um argumento, muito mais forte, para vouchers para o ensino público no ensino básico, se a convivência "precisa" (e não precisa) se dar coincidentemente num ambiente voltado a educação. Assim, desde cedo, não só depois de adultos já formados, haveria essa convivência mais ampla, ao mesmo tempo em que se melhora o ensino básico. Porque nas escolas públicas todos devem ter convivido com negros e pardos. Com índios é mais complicado, talvez devesse haver políticas de dispersão/diáspora para que em cada escola tenha pelo menos um índio-token, assim as pessoas perderiam o medo irracional de tomarem flechadas em contato com índios por aí.
Acho que praticamente ninguém tem essa "negro-pardo-índiofobia", um medo irracional de negros, índios e pardos como "algo desconhecido". Só talvez com tribos indígenas isoladas mesmo, mas aí é mesmo recomendável toda cautela. Nem com apenas negros ou pardos, ou só negros. Ou aquela piada do racista que acreditava mesmo que bolas de boliche eram "ovos de negro" é algo muito mais realista do que eu supunha?
Na maior parte do tempo, os preconceitos se devem a estereótipos. E esses não são coisas "fictícias", são altamente preditivos, embora possam ser exagerados e indevidamente, injustamente, generalizados. Sendo assim, a convivência com negros, pardos e índios admitidos na base da colher de chá, tendem mais a reforçar a esse estereótipo correspondente durante a convivência nos anos de faculdade. Ou mesmo após a formação, para a população em geral, com a previsível tendência a alguma correção de nível de formação com o nível de admissão inicial no curso.
Ironicamente, mais efetivo como algo contra esse preconceito, seria se baixar o nível de admissão só para brancos e amarelos, e aumentar os critérios para negros, pardos, e talvez índios, se é que estes também sofrem com o mesmo estereótipo. Mas o que reserva de vagas a não-brancos deve fazer é criar um incentivo para que os brancos não-tão pobres (desde que cursaram escolas públicas até os que puderam cursar particulares) se esforcem mais para conseguir vaga no próximo ano. Enquanto que os mais pobres, e negros/pardos/índios, são em algo desincentivados a investir na educação. Punidos, na verdade.
Mesmo sem esses efeitos "tiro no pé", eu não tenho qualquer esperança de que políticas de cotas fossem remediar significativamente ao racismo. Tão mais improvável quanto mais convictamente racistas forem os indivíduos. O mais "parecido" (confundido) com isso que teria como efeito é dar munição a pessoas já anti-racistas poderem dar exemplos de como conhecem negros e pardos bem aplicados, capazes, e articulados, qualquer que seja a forma de fazer menção a isso que não for "racismo benevolente" ou algo assim. "Pregar ao clero", praticamente, já que nas faculdades devem estar as menores proporções de pessoas racistas, para começar.
O melhor argumento seria sob o aspecto de melhoria das condições sócio-econômicas, mas também não é lá essas coisas, beneficiando apenas a uma "elite", aos que já tinham melhores condições, dentre aqueles com piores condições, não representando assim uma grande melhoria para os negros/pardos/índios/brancos pobres, embora evidentemente isso não impeça de que a coisa seja promovida como tal, seja por políticos com ganhos pessoais mais diretos, potenciais beneficiários, "sonhadores" da posição de potenciais beneficiários, ou só aqueles que apenas se sentem bem ao defender verbalmente a algo "bom".