que em escala subatômica existem eventos sem causa
Muito bom post, uili.
Em relação ao negrito, você poderia comentar melhor?
Eu não sou especialista na área, então eu posso comentar
maior, embora não necessariamente
melhor Para não me comprometer eu vou passar este link para a wikipedia sobre a relação entre a mecânica quântica e o determinismo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Determinism#Quantum_mechanics_and_classical_physicsO problema é que ao tratar desses temas a metafísica constantemente enverada pelo caminho do sobrenatural e transcendental. Por isso que os teólogos adoram recorrer a ela. O problema de se definir o que é a existência por mero raciocínio intelectual desprezando-se a observação da natureza me parece bastante infantil.
Qualquer afirmação sobre o que existe ou não existe que não seja baseada na observação da natureza é pseudocientífica, isso é ponto pacífico. Mas também não é possível nem mesmo se fazer observações da natureza -- e por conseguinte defender que a ciência seja uma forma válida de se obter conhecimentos sobre ela -- sem usar o raciocínio intelectual para justificar que essas observações são pertinentes. Você não pode provar cientificamente que o universo inteiro não é um sonho seu, talvez todas as aparentes leis da natureza sejam racionalizações
ad hoc completamente arbitrárias. Para superar esse dilema você precisa da filosofia, você pode argumentar por exemplo que ainda que a realidade seja uma ilusão dos nossos sentidos, é conveniente confiar nessas ilusões porque elas são previsíveis e podem ser manipuladas para criar tecnologias que nos trazem confortos.
E a questão da existência, do material e do imaterial não tem relação com nossa capacidade de percepção. Não é porque não somos capazes de perceber algo que esse algo não existe. No exemplo da "matéria escura", independentemente de sua estranheza, ela existe por ser detectável, mesmo que depois venha se descobrir que ela seja outra coisa completamente diferente do que se imagina hoje. Se existe um universo ou universos coexistindo com o nosso a distâncias tão pequenas que não conseguimos sequer medir e não nos damos conta disso esse fato não torna esse(s) universo(s) inexistente(s), se há possibilidade potencial de sua detecção, ainda que jamais sejamos capazes de desenvolver um equipamento capaz de detectá-lo(s).
O problema é quando se postula algo que não pode ser detectável por nenhum meio existente ou que venha a algum dia existir e se afirma que algo tal seja existente, como acontece com a definição teológica de deus e do sobrenatural.
Por isso que digo que a ciência afirma categoricamente que tudo que existe é material.
O problema é que dizer que tudo o que existe é material é uma tautologia: é óbvio que se a definição de existência envolve detectibilidade, então tudo o que é detectável, por definição é material. Essa frase não trás nenhuma informação nova sobre o mundo ou sobre como ele funciona, é completamente irrelevante. Por isso eu tomei o cuidado de me opor não à afirmação de que tudo o que existe é material, mas de que tudo o que é material é categorizável, compreensível, estudável.
Imagine um diagrama de Venn assim: três círculos, A, B e C. A faz intersecção com B, B faz intersecção com A e C e C faz intersecção com B. Nesse caso, A "sabe" da existência de B, mas não "sabe" da existência de C, mas C existe porque é detectável a partir de algo que concordamos que existe também. Se a matéria e as interações convencionais estão contidas no conjunto A e a matéria escura está no conjunto B, nós não temos possibilidade de estudar o que há no conjunto C -- aliás, não podemos nem mesmo saber que existe um conjunto C... e nem um conjunto D, E, F...
Claro que isso abre margem para todo tipo de especulação transcendental irritante. É uma falácia enorme você dizer que porque não podemos saber de tudo o que existe, então nossa superstição favorita definitivamente existe fora do domínio do que é cogniscível. O problema é que você não pode dizer categoricamente que essas realidades ocultas definitivamente não existem, o que você pode dizer é que essas hipóteses são inúteis, inconvenientes, contraproducentes, etc.