Participando do tópico, exponho bem resumidamente algumas refutações teístas. Erros de lógica não são difíceis de refutar...
1. O argumento da contingência
Uma declaração simples do argumento é: (1) tudo o que existe tem uma explicação para a sua existência (seja pela necessidade se sua própria natureza ou seja por uma causa externa), (2) se o universo tem uma explicação para a sua existência, essa explicação é Deus, (3) o universo existe; (4) portanto a explicação para a existência do universo é Deus.
Deus não pode ser uma explicação, mas apenas uma “suposição”, pois não dá para se explicar o que não se compreende ou o que não se vê [ou o que não existe(?)]. Sobre “porques”, isso é algo bem relativo que está diretamente ligado a noção de valores que cada um tem. Qual é o valor ou qual seria o “porque” de uma pequena rocha de formato esférico estar localizada em um ponto “x” desconhecido de plutão? A explicação [ou necessidade] sobre o porque disso ou daquilo existir pode ser considerada até inexistente, dependendo de quem avalia uma situação. Isso não prova Deus.
2. O argumento cosmológico
O famoso argumento cosmológico é que (1) tudo o que começa a existir tem uma causa, (2) o universo começou a existir; (3) portanto o universo tem uma causa.
E porque tal causa seria “Deus”? Alem do mais, como já exposto aqui, uma vez que não havia o tempo, não havia então o passado e assim sendo o universo sempre existiu [mesmo que seja em outras formas (singularidade)]. Não tendo um “começo”, o universo então não tem causa.
3. Argumento teleológico
Também conhecido como argumento do design: (1) o ajuste-fino do universo é devido a necessidade física, ao acaso ou ao design, (2) sabemos que não é devido a necessidade ou ao acaso; (3) logo é devido ao design.
E esse fino ajuste seria com qual fim? Com o fim de a vida ser possível?
Alguns dizem: Ora, se a terra tivesse gravidade diferente ou distancia diferente do sol, não existiríamos.
Em resposta: Claro que não existiríamos! É assim com os demais planetas do nosso sistema solar e o restante que conhecemos. Se pelo menos uns 50% dos planetas do universo tivessem vida, essa teoria poderia ser melhor aceita. Porem, havendo vida em apenas um planeta dentre tantos que conhecemos, seria mais aceitável uma “casualidade”.
Como analogia, consideremos as duas sequencias numéricas abaixo:
A] 897394649870576909658497876
12345 09449570457897478976127563989069455
B] 12345123451234512345123451234512345123451234512345123451234
512345
Uma sequencia foi criada por uma mente pensante, e outra foi criada ao acaso. Não é difícil saber qual foi criada pela mente pensante, e , embora se encontre um padrão na sequencia aleatória, isso não quer dizer que ela foi feita por uma mente pensante. Foi apenas uma coincidência...
É a mesma coisa que comparamos a terra com todo o restante dos planetas do universo.Podemos dizer que ela foi feita por uma mente inteligente somente porque enxergamos nela um “padrão”? Certamente que não...
4. O argumento moral
O último argumento de Craig é o argumento moral (no entanto no princípio do capítulo ele diz haver mais, esses quatro foram escolhidos devido às limitações de espaço): (1) se Deus não existe, valores e deveres morais objetivos não existem, (2) valores e deveres morais objetivos existem; (3) logo Deus existe
Bem resumidamente, a “moral” é apenas um tipo de avaliação sobre que é correto ou não; algo variável de acordo com o ponto de vista de cada um. Não pode ser usado para provar a existência de Deus. Mas, mesmo que fosse, esbarraríamos com alguns problemas com a definição de moral do próprio Deus. Coisas como:
1-Como pode a humanidade inteira pagar pelos pecados de Adão e Eva? Não era mais justo/moral cada um responder pelos seus próprios erros?
2-Como Deus quer que acreditemos em sua existência se ele se esconde de nós? Porque ele se mostrou para os povos no passado [fazendo aqueles milagres fantásticos relatados no antigo testamento] e não faz o mesmo hoje, para que assim creiamos nele?