http://domdapaz.blogspot.com.br/2013/02/olhos-da-alma.htmlA tragédia que assistimos na última semana dos moços do Rio Grande do Sul muito me consternou. Eram crianças ainda na vida, buscando ser felizes e aí tudo aquilo aconteceu. Mais de duzentos voltaram para o mundo espiritual de uma só vez. Coloquei-me à disposição para fazer o que fosse possível, mas nada fora permitido pelos responsáveis por aquela situação. Disseram-se que tudo estava sob controle, mas que se precisassem, num piscar de olhos, me chamariam.
Perguntei o que era “estar tudo sob controle”. Responderam-me que o fato já havia sido previsto e que equipes de resgate já estavam no local desde cedo.
Eram meninos e meninas que estavam fazendo um acerto de contas com Deus.

Fiquei pensando sobre eles. Como é passar por uma situação de tumulto, de quebra-quebra, de sufoco para sair de uma boate praticamente fechada. Como Deus permitiria aquilo tudo, de graça?
Aprendi, porém, que nada é de graça. Esclareceram-me que nem tudo que vemos com os olhos físicos corresponde àquilo que se deve ver com os olhos da alma. Fiquei chocado com a explicação, mas entendi, finalmente.
O que eles me disseram é que havia ali,
muitos, que um dia moraram em Roma. Muitos subjugavam aos seus subalternos. Outros, mais tarde, estavam junto de Hitler a serviço de suas atrocidades. Cada um possuía uma história que justificava aquele “acerto de contas”. Fiquei pasmo.
- Onde fica a misericórdia divina - perguntei?
- O “acerto de contas” havia sido planejado há muito tempo e com a aquiescência deles mesmos ou de seus tutores espirituais.
Nada ali ocorreu sem que houvesse um planejamento prévio, nada de injustiça, portanto.

Curioso em minhas observações, indaguei:
- Não havia outra forma de se concluir com aquela situação de “débito”?
- Claro que sim - afirmaram. Mas cada um de acordo com as suas obras, como disse Jesus.
- Não se trataria de olho por olho e dente por dente?
- Não, senhor Helder. Outros, em situação de igual débito, tomaram consciência de seus atos e já o repararam de outra forma. Na verdade, quando a consciência se vê de frente com as suas responsabilidades, apesar de saber do que possa lhe representar, depois, creia, se torna um alívio para o espírito.
Esse era o olhar da alma que haviam me dito. Vi que nada no plano do Senhor acontece por acaso. Há um intricado mecanismo de justiça e não de punição. Uma justiça divina que a todo momento preside os nossos atos por leis irrefutáveis.
- E este apoio como vai se dar - insisti?
- Para muitos deles, os parentes vão chegar no acordar do mundo espiritual. Para outros, infelizmente, estarão penando por um tempo sem saber direito o que lhes aconteceu. Todos, porém, serão acolhidos e tratados.
- Como vão deixar gente sem saber o que aconteceu?
- Não se preocupe, senhor Helder. Eles estarão sendo vigiados e nada demais irá lhes acontecer. Mas eles valorizarão este momento de encontro e esclarecimento. Será muito positivo para seus espíritos.
Convenci-me da minha ignorância, agradeci pela oportunidade do esclarecimento e pus-me a rezar. A prece, neste instante, seria um bálsamo para todos eles.
É isso, meus filhos, vivendo e aprendendo, eis os relatos que tenho do mundo espiritual. Pode parecer estranho para muita gente, mas é como as coisas acontecem por aqui e eu tenho que dizer da forma como me chega.
Desejo a todos um bom dia e na esperança também que suas preces tenham chegado ao consolo e amparo de todos aqueles nossos irmãos.
Que seja feita a vontade do Pai, aqui na Terra quanto nos céus.
Como temos a aprender...