A pergunta que deve ser feita é: isso resolve o problema?
O Brasil bate recorde de encarceramento de maiores, e a violência não dá trégua. Não vejo esse fato como solução, talvez um paliativo para uma demanda por "justiça" da parte mais conservadora da sociedade.
Juca, quando você fala em "parte mais conservadora da sociedade", você está falando da parte que não admite que menores cometam crimes, muitas vezes violentíssimos, e saiam impunes? Ser "progressista" é ser conivente com a violência?
Claro que reduzir a maioridade não resolve o problema. Mas por uma questão de justiça, a maioridade penal tem que ser reduzida. Um adolescente de 15 ou 16 anos tem plena consciência de estar ou não cometendo um crime. Aliás, até menos do que isso, mas como fatalmente terá que ser atribuída uma idade aleatória, que seja menor que 18 anos. Acho que 16 já daria para começar a brincar, já que nesta idade o camarada já pode votar. Se tem discernimento para escolher quem vai governar e fazer leis, por que não teria para saber que matar ou roubar é crime?
A intenção do Estatuto da Criança e Adolescente pode até ser boa, mas atualmente infelizmente ele é em grande número de casos um salvo conduto para menores infratores poderem roubar e matar. Permissivo demais, protege demais os infratores e está desatualizado com a situação da violência no Brasil.
Óbvio que o problema é complexo, e apenas a redução não resolve. Mas não podemos deixar de tomar uma medida necessária com o argumento de que ela sozinha não resolve, sob pena de não fazermos nada.